Procura por crédito decepciona
Financiamento: Concessão para empresas cresce em ritmo abaixo do previsto por bancos
Valor Economico | |||
A demanda das empresas por crédito está aquém do esperado pelo setor bancário. A percepção geral entre os bancos privados é de que há mais oferta de financiamentos na praça do que demanda de tomadores. "A procura está um pouco menos acelerada do que o previsto", afirma Rogério Calderón, diretor de controladoria do Na virada de 2009 para 2010, os bancos apostavam que o forte crescimento do PIB e a demanda reprimida por crédito corporativo em função da crise fariam com que o financiamento a empresas crescesse a taxas superiores aos empréstimos a pessoas físicas, alterando o mix das carteiras. Mas com o ano chegando à metade, as projeções não se cumpriram à risca. "Mantemos a previsão de crescimento da carteira de crédito total na faixa de 20% a 25%, só que agora o resultado tende mais para 20% do que para 25%", diz Calderón. No Entre os clientes corporativos do Bradesco, o destaque tem ficado por conta das linhas de repasse do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "Temos observado uma procura muito grande pelo PSI [Programa de Sustentação do Investimento, anunciado em março pelo governo]. Nunca se vendeu tantas máquinas e caminhões", diz Pelegrino. O executivo, no entanto, minimiza a "concorrência" entre recursos direcionados e livres. "O governo precisa garantir que não haja déficit de matérias-primas ou de outro produtos." Mas a atuação agressiva do O novo ciclo de aperto monetário reforça a tendência de uma expansão mais amena do crédito. Na realidade, o custo do dinheiro vem subindo desde o fim de 2009. Um banqueiro lembra que, embora o aumento da Selic tenha começado em abril, os prêmios dos contratos futuros com vencimentos mais longos, negociados na BM&FBovespa, já antecipavam a elevação da taxa básica de juro. Embora a demanda esteja aquém da esperada, os dados do Banco Central (BC) mostram que o crédito para pessoas jurídicas está crescendo. No mês passado, o volume médio de novas concessões subiu 4,4% em relação a abril (dado livre de sazonalidade e corrigido pelo IPCA). No ano, o avanço acumulado é de 7,8% em comparação com o mesmo período de 2009. Essa taxa, no entanto, é considerada modesta e insuficiente para recuperar os níveis pré-crise. As linhas destinadas a financiar a produção - seja para ampliação da capacidade produtiva, seja para melhora de produtividade - tendem a ter mais apelo entre os empresários do que os empréstimos de curto prazo, na opinião de Renato Oliva, presidente da Associação Brasileira de Bancos (ABBC), entidade que reúne instituições financeiras de pequeno e médio portes. "Quando as taxas para descontos de duplicatas e capital de giro começam a ficar mais caras, a tendência é que a empresa que costuma financiar R$ 100, por exemplo, passe a tomar R$ 70." No banco Há quem também espere uma desaceleração no ritmo dos financiamentos de longo prazo. Milto Bardini, vice-presidente e diretor de relações com investidores do |


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