junho 30, 2010

Ofensiva do Santander no crédito



    Vanessa Adachi, de São Paulo
    Valor Economico
Sob o olhar atento dos investidores que compraram seus papéis na bilionária oferta pública do ano passado e que esperam o cumprimento das promessas feitas na ocasião, o Santander tem dado sinais de mais agressividade para tentar ampliar seus ativos.
Bancos de médio porte relatam que a instituição espanhola passou a atuar na compra de carteiras de crédito consignado, segmento no qual até meses atrás não atuava de forma consistente. E, para ampliar sua participação em um mercado geralmente dominado por nomes como Bradesco Banco do Brasil, o Santander tem até mesmo praticado taxas mais agressivas.
Foto Destaque
Ao mesmo tempo, empresários dizem que, desde o início do ano, voltaram a ser procurados pelo banco com oferta de linhas, depois de quase dezoito meses de certa paralisia. "O banco voltou a ser o que era o ABN Amro Real antes da compra pelos espanhóis, oferecendo crédito e aprovando operações de financiamento de prazo mais longo", relata um empresário que, nos últimos quatro meses, conseguiu fechar com o banco financiamento da ordem de US$ 40 milhões, com prazo de quatro anos. O volume equivale a cinco vezes o crédito que a mesma empresa havia conseguido aprovar no Santander nos 18 meses anteriores.
No segmento de crédito consignado, não só o banco tem atuado para originar suas próprias operações como tem partido para a compra de carteira de bancos médios. Segundo relatam executivos dessas instituições, que preferem não ser identificados, o banco começou a se arriscar nessa seara no ano passado, mas foi a partir de 2010 que tornou-se mais ativo. Atualmente, segundo o Valor apurou, o Santander tem cobrado taxas menores dos bancos médios na compra das carteiras, numa tentativa de abocanhar fatias de mercado. Enquanto os demais bancos têm assumido as carteiras em troca de uma remuneração de taxa do interbancário (CDI) mais 2,5%, o Santander chega a oferecer CDI mais 2%. Ou seja, o custo de captação de recursos dos médios nas operações com o Santander está mais baixo. Visto de outra forma, a instituição espanhola tem obtido spread menor que a concorrência.
Procurado, o Santander não quis comentar as informações e limitou-se a dizer, por meio de sua assessoria de imprensa, que segue operando de forma usual.
Não é pequena a pressão para que o Santander faça crescer sua carteira de crédito - e, por consequência, seus ativos - e que também rentabilize seu patrimônio líquido, o maior do mercado. Desde que captou R$ 13,8 bilhões em outubro do ano passado, na maior oferta de ações do país em 2010, seus papéis apresentam o pior desempenho entre os grandes bancos brasileiros (ver gráfico).
No primeiro trimestre, o banco apresentou crescimento irrisório de 2% em sua carteira de crédito (sobre igual período do ano passado), com destaque negativo para o segmento de pequenas e médias empresas, com retração de 6,7%. O banco vem dizendo que, a partir de março, o quadro mudou. Mas analistas e investidores esperam para ver se o desempenho do segundo trimestre refletirá uma reação.
Os dados de crédito do Banco Central relativos a maio, os últimos disponíveis, deixaram os analistas desconfiados. Mostram que o saldo de empréstimos dos bancos estrangeiros cresceu apenas 1,1% sobre abril, enquanto os bancos privados nacionais avançaram 2,1% e os públicos, 2,6%. Ou seja, os estrangeiros seguem perdendo participação de mercado no ano. Os números não são abertos por instituição, mas sabe-se que o Santander responde por cerca de 55% da categoria estrangeiros. O que os números sugerem é que ou os demais estrangeiros estão até mesmo encolhendo ou o Santander continua tendo desempenho abaixo das expectativas. A dúvida será sanada com a divulgação dos resultados semestrais.

junho 29, 2010

Por que Steve Jobs é tão admirado quando aparece em público?

Em entrevista ao Portal Administradores, o norte-americano Carmine Gallo, especialista em técnicas de comunicação, revela os truques e técnicas utilizadas pelo executivo da Apple que encantaram o mundo


Por Fábio Bandeira de Mello, www.administradores.com.br 
De acordo com o especialista Gallo, o sucesso das apresentações de Jobs é devido ao executivo não vender produtos, mas sim experiências, na qual, suas exposições são verdadeiros acontecimentos. Algo concreto que pode ser facilmente observado sobre as bem-sucedidas apresentações de Steve Jobs está no YouTube: nenhum outro executivo de grande empresa tem tantos vídeos disponíveis. Gallo afirma que, enquanto escrevia o livro, somavam mais de 35 mil vídeos do empresário no canal - enquanto que o presidente da gravadora Virgin, Richard Branson, por exemplo, contava com cerca de mil.

Veja a entrevista exclusiva do Portal www.administradores.com.br com o especialista Carmine Gallo e entenda porque Steve Jobs é um verdadeiro showman quando o assunto é apresentação:

1 - Steve Jobs tem uma reconhecida capacidade de envolver e seduzir o público. Mas o que torna as pessoas ficarem tão interessadas nas suas atuações?

Suas apresentações são diferentes de qualquer apresentação da maioria das pessoas que já vi. Eles são mais como eventos teatrais: completos, com um elenco de apoio (outros), cenários deslumbrantes (lindo slides), e até mesmo acessórios (manifestações do produto). Enquanto a maioria das apresentações são apenas mostras de dados e de estatísticas, uma apresentação de Steve Jobs pretende informar, educar e entreter.


2 - Quais são as principais técnicas utilizadas por Steve Jobs que você destacaria como importantes no processo de atrair as pessoas?

Em primeiro lugar, manter o seu slides simples. Se você usar o PowerPoint ou software de apresentação Keynote Apple, deve sempre usar mais imagens do que texto. Há muito pouco texto em uma apresentação de Steve Jobs.

Em segundo lugar, desenvolver uma descrição de uma frase para o seu produto ou serviço. Quando Steve Jobs apresentou o MacBook Air, em janeiro de 2008, ele chamou de "mais fino notebook do mundo." Quando ele introduziu o IPad no início deste ano, Jobs descreveu como um "dispositivo mágico e revolucionário". Como você descreveria o seu produto no Twitter, um post de 140 caracteres ou menos? Esse é um bom exercício.

Em terceiro lugar, não se sinta como se precisasse carregar a apresentação inteira sozinho. É possível utilizar outros membros de sua equipe para co-apresentar com você. A apresentação de Steve Jobs não é um one-man show.

Jobs 3 - Em sua apresentação, Jobs normalmente usa camisa preta, jeans e tênis de um dia-a-dia, certo? Você acha que esta forma mais informal de apresentação também pode ser considerada uma técnica para tornar o público mais confortável nestes eventos?

Faça o que fizer não se vista como Steve Jobs! Use o que é apropriado para o seu público e para a cultura da empresa em que atua. Caso as pessoas do meio em que esteja inserido estejam vestidas de ternos, então se apresente de terno. Steve Jobs tem um aspecto icônico. Acima de tudo, lembre-se que o guarda-roupa de Jobs é adequado para a cultura do Vale do Silício (sua região).

Se você sair vestindo jeans azul, tênis, e blusa preta em suas apresentações passará a idéia que está tentando copiar Steve Jobs, ou seja, uma reprodução. É preciso ter personalidade e identificar as suas melhores virtudes e características para usá-las e atrair seu público.


4 - É evidente, principalmente, o carisma que Steve Jobs passa em suas aparições na mídia. Essa é uma característica necessária para um bom orador?

Steve Jobs tem "carisma", fazendo suas apresentações parecerem que estão sendo feitas sem esforço algum. Você sabe como ele consegue isso? Com prática. Muita e muita prática. Nada é um por acaso em sua apresentação, sua segurança e desenvoltura só vem depois de horas de ensaios exaustivos.


5 – Baseado no executivo da Apple, qual conselho você deixaria para aqueles que querem melhorar sua maneira de expressar-se na frente dos outros?

Steve Jobs não se tornou um orador excepcional durante a noite. Ele está trabalhando em seu ofício ao longo de décadas. Para sobressair em qualquer embarcação é preciso trabalhar duro, praticar bastante e ter confiança naquilo que está fazendo. Com isso, é possível ter mais sucesso na hora de se apresentar para uma platéia.


Confira também a reportagem "Barack Obama, Steve Jobs... Saiba como falar como um líder" com a participação do Reinaldo Polito e veja mais detalhes para transformar sua apresentação em um poderoso instrumento de trabalho, transmitindo credibilidade e segurança em reuniões, entrevistas e palestras 


Sobre o autor:

Carmine Gallo é especialista em técnicas de comunicação, com vasta experiência no treinamento de altos executivos de grandes marcas internacionais como IBM e Nokia. Ele oferece conselhos sobre liderança e técnicas para apresentações em público em conferências em empresas, na revista BusinessWeek e em livros traduzidos para dezenas de idiomas.


Crédito de empresas cresce menos que o do consumo



    Aline Lima, Adriana Cotias, Cristiane Perini Lucchesi e Vera Saavedra Durão, de São Paulo e do Rio
    Valor On Line
O financiamento para as empresas não voltou ainda a atingir o nível observado antes da crise financeira
Desde março, o saldo dos créditos livres para pessoas físicas, de R$ 502,3 bilhões, ultrapassa o volume destinado às empresas, algo inédito na série do Banco Central, iniciada em 2005. O número mostra não só um grande apetite por crédito ao consumo, mas também uma demanda menor que a prevista pelos bancos por parte das pessoas jurídicas. A percepção geral entre os bancos privados é de que há mais oferta de financiamentos na praça do que demanda de tomadores. O financiamento para as empresas não voltou ainda a atingir o nível observado antes da crise financeira.
No Bradesco, os desembolsos para o varejo crescem 40% acima das concessões para empresas. Com crescimento previsto de 25% a 29%, seriam elas que puxariam a expansão da carteira de crédito, avalia Nilton Pelegrino, diretor de empréstimos e financiamentos. "A procura está um pouco menos acelerada que o previsto", diz Rogério Calderón, diretor de controladoria do Itaú Unibanco. Segundo dados do BC, o avanço no ano é de 7,8% até maio.
Uma das explicações para a relativa redução do apetite por crédito das empresas é a alta do custo do dinheiro desde o fim de 2009. Outra é a boa oferta de dinheiro a taxas sedutoras pelo BNDES. "Grandes empresas estão substituindo o crédito livre pelas linhas do BNDES, que são mais baratas", afirma Luiza Rodrigues, economista do Santander. Pelegrino, do Bradesco, minimiza essa concorrência, mas constata que há uma procura muito grande por repasse das linhas do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) do BNDES. "Nunca se vendeu tantas máquinas e caminhões", afirma.
Aberto no dia 11 de junho, as inscrições para utilização de uma nova linha do PSI, destinada a financiar as exportações de bens de consumo, foram suspensas no dia 18. A causa foi a gigantesca demanda das empresas. Seu custo é de 7% ao ano em reais e, a partir de 1º de julho, 8% ao ano, com prazo de empréstimo de 18 meses. Segundo os bancos, há empresas que trocaram outros tipos de crédito por esse, de condições mais vantajosas. Até mesmo companhias estrangeiras teriam trocado investimento externo direto pela nova linha.

Procura por crédito decepciona

Financiamento: Concessão para empresas cresce em ritmo abaixo do previsto por bancos


    Aline Lima, de São Paulo
    Valor Economico
A demanda das empresas por crédito está aquém do esperado pelo setor bancário. A percepção geral entre os bancos privados é de que há mais oferta de financiamentos na praça do que demanda de tomadores. "A procura está um pouco menos acelerada do que o previsto", afirma Rogério Calderón, diretor de controladoria do Itaú Unibanco. "Mas ela continua existindo", ressalta.
Na virada de 2009 para 2010, os bancos apostavam que o forte crescimento do PIB e a demanda reprimida por crédito corporativo em função da crise fariam com que o financiamento a empresas crescesse a taxas superiores aos empréstimos a pessoas físicas, alterando o mix das carteiras. Mas com o ano chegando à metade, as projeções não se cumpriram à risca. "Mantemos a previsão de crescimento da carteira de crédito total na faixa de 20% a 25%, só que agora o resultado tende mais para 20% do que para 25%", diz Calderón.
Foto Destaque
No Bradesco, apesar de o ritmo de concessões estar dentro do esperado, segundo Nilton Pelegrino, diretor de empréstimos e financiamentos, é o segmento de pessoas físicas que tem impulsionado as operações de crédito, ao contrário do que o banco esperava. Os desembolsos para o varejo crescem 40% acima das concessões para empresas. Em suas projeções para o ano, o Bradesco esperava que as empresas fossem as responsáveis por puxar a expansão da carteira de crédito, com previsão de crescimento entre 25% a 29%, ante um intervalo de 16% a 20% para as pessoas físicas.
Entre os clientes corporativos do Bradesco, o destaque tem ficado por conta das linhas de repasse do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "Temos observado uma procura muito grande pelo PSI [Programa de Sustentação do Investimento, anunciado em março pelo governo]. Nunca se vendeu tantas máquinas e caminhões", diz Pelegrino. O executivo, no entanto, minimiza a "concorrência" entre recursos direcionados e livres. "O governo precisa garantir que não haja déficit de matérias-primas ou de outro produtos."
Mas a atuação agressiva do BNDES na concessão de linhas de financiamento é justamente um dos motivos citados para a demanda mais acanhada das empresas por crédito privado. As operações do banco de fomento responderam por 67% do estoque de crédito direcionado no mês de maio. "Grandes empresas estão substituindo o crédito livre pelas linhas do BNDES, que são mais baratas", afirma Luiza Rodrigues, economista do Santander. Ela lembra que o aporte do Tesouro Nacional no banco é suficiente para ampliar sua carteira em cerca de 50%.
O novo ciclo de aperto monetário reforça a tendência de uma expansão mais amena do crédito. Na realidade, o custo do dinheiro vem subindo desde o fim de 2009. Um banqueiro lembra que, embora o aumento da Selic tenha começado em abril, os prêmios dos contratos futuros com vencimentos mais longos, negociados na BM&FBovespa, já antecipavam a elevação da taxa básica de juro.
Embora a demanda esteja aquém da esperada, os dados do Banco Central (BC) mostram que o crédito para pessoas jurídicas está crescendo. No mês passado, o volume médio de novas concessões subiu 4,4% em relação a abril (dado livre de sazonalidade e corrigido pelo IPCA). No ano, o avanço acumulado é de 7,8% em comparação com o mesmo período de 2009. Essa taxa, no entanto, é considerada modesta e insuficiente para recuperar os níveis pré-crise.
As linhas destinadas a financiar a produção - seja para ampliação da capacidade produtiva, seja para melhora de produtividade - tendem a ter mais apelo entre os empresários do que os empréstimos de curto prazo, na opinião de Renato Oliva, presidente da Associação Brasileira de Bancos (ABBC), entidade que reúne instituições financeiras de pequeno e médio portes. "Quando as taxas para descontos de duplicatas e capital de giro começam a ficar mais caras, a tendência é que a empresa que costuma financiar R$ 100, por exemplo, passe a tomar R$ 70."
No banco Fibra já é notada uma demanda por volumes menores de capital de giro. Maercio Soncini, vice-presidente do banco acredita que a crise financeira fez com que as empresas adequassem de maneira mais racional suas cadeias de produção, nível de estoque e fluxo de caixa, num paralelo com o ocorrido após o apagão elétrico do início da década, que levou a um consumo mais consciente.
Há quem também espere uma desaceleração no ritmo dos financiamentos de longo prazo. Milto Bardini, vice-presidente e diretor de relações com investidores doBicBanco, lembra que boa parte da demanda corporativa represada durante o auge da crise financeira vem sendo suprida desde setembro do ano passado. "Necessidades daquela magnitude não vão se repetir todos os meses", explica. "É quase que um efeito matemático."

Os cinco erros mais comuns em um plano de negócios


Plano de negócios é ferramenta essencial e estratégica para qualquer empresa
Papo de Empreeendedor, um dos blogs da revista Pequenas Empresas Grandes Negócios, discute empreendedorismo e reúne dicas interessantes para quem tem ou quer ter o próprio negócio. Esta semana, a colunista Ana Cristina Chaer Dib Netto falou sobre um assunto importante para as micro e pequenas empresas: os erros mais comuns no desenvolvimento de um plano de negócios.
Além da motivação e do capital mínimo para investir, quem vai abrir uma empresa precisa fazer um estudo de mercado e desenvolver um plano de negócios detalhado, um planejamento do que será feito em relação às finanças, recrutamento de pessoal, marketing, etc. O problema é que a maioria das pessoas não tem experiência no processo e acaba cometendo erros que podem comprometer o sucesso do empreendimento. Pensando nisso, o artigo mostra quais são os erros mais comuns na hora de fazer um plano de negócios. Confira a seguir.

Os 5 erros mais comuns
InconsistênciaAssegure-se de que as informações que constam no plano são consistentes. Informe-se sobre todos os aspecto do setor que pretende atuar, do mercado, dos competidores que irá enfrentar e avalie com cuidado as chances de viabilizar a empresa.
Não ouvir a opinião de especialistasFica mais fácil detectar possíveis erros se o planejamento for mostrado a um especialista da área ou potencial investidor. Isso pode evitar dores de cabeça futuras, depois que o negócio já saiu do papel.
Excesso de confiança
Ignorar a competição é outro erro comum no planejamento. É fundamental levar isso em conta e elaborar estratégias para sair ganhando. Mesmo que seu negócio aparente não ter concorrentes diretos, nunca subestime o poder da concorrência.
Ideias repetitivasNo preparo do plano de negócio, tente fazê-lo o mais atraente possível para  investidores ou parceios em potencial. É importante atrair o interesse do leitor na primeira página do plano.  
Uso de jargão
Evite usar termos específicos, ou  linguagem excessivamente profissional ou acadêmica. É importante ser simples e direto para ser compreendido pelo maior número de pessoas possível.
Leia também:
Estudo aponta causas do fracasso das pequenas empresas

Precisa de ajuda para fazer seu plano de negócios?

Elaborar um plano de negócios deve ser uma das primeiras iniciativas de quem quer abrir o próprio negócio. A falta de experiência, no entanto, faz dessa tarefa um pesadelo para muitos empreendedores. O plano deve ser um manual de instruções da empresa com todas as informações sobre a sua missão, objetivos, regras e procedimentos operacionais, funcionamento, plano de marketing e plano financeiro. O blog sobre empreendedorismo Pensando Grande, da Microsoft, reuniu algumas dicas para a elaboração de um plano de negócios.

Passo-a- passo
O primeiro passo é listar quais são os pontos fortes e fracos da empresa. Isso inclui a missão geral do empreendimento, que produtos ou serviços oferecem e qual seu diferencial, além de sua situação financeira atual.
Na etapa seguinte é quando se inicia o planejamento estratégico. Nele, você vai definir qual o rumo que sua empresa deve tomar, quais são suas metas e qual sua visão. O planejamento estratégico deve servir de base para todas as ações que envolvem o funcionamento do negócio, as estratégias de vendas e marketing, levando em conta o mercado e a concorrência.
Também precisa estar presente no plano de negócios uma descrição detalhada da empresa, com sua história, razão social, estrutura organizacional, lista dos parcerios, atuais clientes e fornecedores.
Separadamente, faça um capítulo dedicado exclusivamente aos produtos e serviços que a empresa oferece, como são produzidos, se há alguma pesquisa em desenvolvimento sobre eles e quais os clientes mais importantes.
Por último, mas não menos importante, está o plano financeiro. Ele deve conterem números todas as ações que estão planejadas para sua empresa, além das projeções futuras de quanto capital será necessário para cada ação – algo que se calcula com a ajuda do fluxo de caixa, que deve ser projetado com horizonte de três anos.
Além disso, deve constar no plano financeiro o balanço, ponto de equilíbrio, necessidades de investimento, lucratividade prevista e prazo de retorno sobre investimentos.
Para saber mais sobre como fazer um plano de negócios, acesse a cartilha do Sebrae Como elaborar um plano de negócios.

Nova Ferrari impulsiona vendas da marca no Brasil

Representante da fabricante italiana no país espera vender 20 carros 458 Italia até o final do ano

Por Soraia Yoshida
FerrariFerrari 458 Italia: carro vai de 0 a 100 km/h em menos de 3,4 segundos
Ainda não está confirmado, mas é bem possível que 20 brasileiros sejam os felizes proprietários
 de uma Ferrari 458 Italia, novo modelo da empresa que chega ao Brasil em junho, até o
 final do ano. Para que isso aconteça, é preciso duas coisas: que o representante da marca aqui 
no país, a Via Italia, consiga garantir a encomenda junto à fábrica, e que os consumidores brasileiros
 paguem entre R$ 1,5 milhão e R$ 1,6 milhão pelo carro.
Até o momento, a primeira incógnita parece ser a mais difícil. 
Segundo Francisco Longo, sócio diretor
 do grupo Via Italia, que representa as marcas Ferrari, Maserati e Lamborghini, há espaço para 
esse
 consumo de luxo no Brasil. “Nós fizemos nosso pedido em fevereiro e até agora já temos oito
 encomendas”
, disse durante o evento de lançamento do carro no país.

O Brasil é o primeiro país da América Latina a receber o superesportivo – e também o maior 
mercado da região para a marca. Embalados pelo desempenho positivo do Brasil durante
 a crise financeira mundial, tanto o fabricante quanto o representante da marca apostam
 no crescimento a partir deste ano. 
“A maneira com que o Brasil atravessou a crise permitiu manter os clientes da Ferrari”,
 acredita Lorenzo Cussigh, gerente geral para a América Latina da Ferrari, que está no
 país para participar do lançamento da 458 Italia. “É um mercado muito interessante
 e nós estamos expandindo a nossa linha, sempre atentos ao mercado e nossos
 concorrentes, então nossa estratégia é diferenciar nossos produtos.” 

FerrariDesign da Pininfarina criou um modelo bem aerodinâmica, que permite que o ar possa flui
r mais facilmente na aceleração
Cussigh explica que a filosofia da Ferrari não é atender totalmente a demanda dos
 consumidores,  mas sempre mantê-los com gostinho de quero mais. A empresa 
diminuiu sua produção em 2008 e ainda não retomou os níveis pré-crise. 
Mas falta pouco. “A Europa está reagindo bem, o Oriente e os Estados Unidos 
não tão bem”, diz Cussigh. “Este ano vamos manter uma postura conservadora
”. A marca projeta crescimento de 5% a 10% na produção para os próximos anos.

Em compensação, o mercado brasileiro traz boas novas para o grupo. Até o início 
de março, a Via Italia falava em vender 10 unidades Ferrari 458 este ano, número 
que dobrou próximo  do lançamento. “Esperamos que o nosso pedido possa ser
 atendido”, diz Francisco Longo. 

FerrariNovo modelo da Ferrari custa entre R$ 1,5 milhão e R$ 1,6 milhão no Brasil 
e pedidos levam  5 meses para chegar
Para os brasileiros que vão entrar na fila de espera, a Ferrari 458 Italia vale
 cada minuto. Com design da Pininfarina, o carro conta com um motor
 V8 4.5 que pode  puxar 570 cavalos de potência. 
É uma máquina que vai de 0 a 100 km/h em menos de 3,4 segundos e atinge 
uma velocidade  máxima de 325 km/h. Até mesmo a eficiência foi colocada à
 prova, fazendo com que o modelo  seja menos poluente do que outros carros 
na mesma categoria. E para quem tem expectativas mais altas, a Ferrari 
comanda hoje um ateliê em que o cliente pode escolher cada elemento que
 vai no carro, da cor até a costura dos bancos de couro,  uma versão muito
 mais requintada dos estúdios de grandes estilistas. É ter a Ferrari dos seus
 sonhos e do jeito que se quer. Isso, sim, é luxo total.
FerrariNovo modelo da Ferrari custa entre R$ 1,5 milhão e R$ 1,6 milhão no
 Brasil e pedidos levam 5 meses para chegar.

junho 28, 2010

Bradesco BBI usa crédito e cresce


Banco de investimento: Linhas ajudam a ganhar transações de fusões e emissão de ações



    Cristiane Perini Lucchesi, de São Paulo
    Valor Economico
"O Trabuco é aficionado pela baixa renda". A frase, dita por um dirigente do Bradesco, se refere a Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente da instituição financeira desde março de 2009. Com o foco nas classes emergentes -a classe D que está virando C-, o mercado passou a se perguntar o que seria do Bradesco Banco de Investimento (BBI), que atende às companhias médias e grandes.
Mesmo antes de Trabuco, os concorrentes já diziam que o "Bradescão", o gigante do varejo, não tinha cultura na área de banco de investimento. Seu DNA era inexoravelmente outro. A maior parte de seus importantes executivos começa de baixo, nas agências de atendimento à pessoa física, e não estuda no exterior nem sabe inglês, diferentemente do que acontece com os tradicionais líderes de banco de investimento no país. A vitória de Trabuco na disputa pela presidência do Bradesco e a abertura da agência da favela de Heliópolis seriam mais sinais nessa mesma direção, segundo esses concorrentes.
"O Trabuco é aficionado por resultados e o BBI é muito rentável", retruca Norberto Barbedo, o vice-presidente do Bradesco que antes era responsável pela área de crédito do banco e na gestão Trabuco assumiu o BBI. Durante o ano passado, o BBI teve um total de receitas (incluída a intermediação financeira, prestação de serviços e outras receitas operacionais) de R$ 839,4 milhões, informa o banco. Nesse total, não está incluída a área corporate, que fica fora do BBI.
"Neste ano, vamos crescer mais", diz. "Nosso objetivo é ficar em primeiro lugar no mercado", afirma Barbedo. "Temos um balanço grande, muito capital e liquidez disponíveis e podemos passar cheques de R$ 1 bilhão a R$ 2 bilhões para clientes maiores sem problemas", frisa Barbedo. Nisso, ele e seus concorrentes concordam: o Bradesco tem usado seu poder de crédito como uma arma na disputa contra os bancos de investimento puros no país. Os nacionais, como o BTG Pactual, tem pouco capital e, portanto, pequena capacidade de crédito. Os estrangeiros ainda sofrem com a crise externa e têm menos poder de fogo.
O crédito aproxima o Bradesco das corporações no momento que elas mais precisam e permite ao banco alavancar transações de fusões e aquisições, de assessoria em emissão de ações ou até de bônus no exterior. Não é à toa que o banco vem galgando posições em rankings da área.
Diferentemente de Trabuco, Norberto não é um homem com formação típica do Bradesco. Veio de um banco de atacado comprado pelo Bradesco, o BCN. Nos anos 80, chegou a ser o executivo responsável pela tesouraria do BCN. Mas hoje, acima de tudo, é um expert em crédito. Foi ele que esteve à frente de renegociação de dívidas de empresas com problemas após a grave crise de 2008, inclusive aquelas que tinham posições de derivativos de câmbio alavancadas com bancos concorrentes.
O Bradesco BBI não montou estruturas de derivativos como "target forward" que levaram companhias como a Aracruz e a Sadia a perdas bilionárias. Com isso, deixou de ganhar muita receita antes da crise. E, no final, teve de renegociar a dívida de companhias que haviam montado essas estruturas com seus concorrentes e tiveram problemas de crédito também com o Bradesco.
Os concorrentes dizem que um dos pontos fracos do BBI é justamente a pouca criatividade e agilidade na criação de produtos mais sofisticados de tesouraria para clientes. Barbedo nega. Argumenta que Angela Zago, hoje a responsável pela criação desses produtos, é muito experiente e ativa. E afirma: "Não somos conservadores, temos bom-senso". Barbedo foi contra a montagem dessas estruturas complexas de derivativos mesmo quando as empresas clientes, em 2007 e 2008, pediam. "Isso virou uma commodity: até rede de farmácia tinha", diz. "Tivemos muita pressão da base e de nosso próprio pessoal e se não fizemos esses derivativos não é porque não saíamos como", argumenta.
Hoje, diferentemente do que aconteceu quando foi criado, o BBI não tem tesouraria própria. É um contraste importante com o concorrente Itaú BBA, que acabou se tornando o banco de atacado do grupo Itaú Unibanco e hoje cuida de toda a tesouraria do conglomerado.
Barbedo explica, no entanto, que o Bradesco criou um comitê que se reúne semanalmente na avenida Paulista, sede do BBI, com sete pessoas. Parece uma espécie de comitê dirigente da área corporate. Dele participam além de Barbedo o vice-presidente responsável pela tesouraria do banco como um todo, Júlio Araújo, Sérgio Clemente, diretor executivo responsável pela área corporate, Luiz Galvão, diretor gerente do BBI responsável pelas corretoras, e Fábio Mentone, diretor gerente do BBI responsável pela área de banco de investimento. "Com o comitê, conseguimos muita agilidade na originação", diz. Afinal, segundo ele, "a marca Bradesco tem um peso importante: tem muita transação que cai no nosso colo", brinca. O banco tem relacionamento com 1,3 mil grupos corporativos e mais de 23 mil empresas no país.