dezembro 30, 2010

As vitórias do consumidor em 2010

Saiba como as mudanças na regulação dos planos de saúde, eletrodomésticos, celulares, carros e cartões de crédito vão beneficiar o bolso do brasileiro daqui em diante

Cartões de crédito

Cartão de crédito: governo aumenta o valor mínimo da fatura e diminui a quantidade de tarifas
São Paulo - O aperfeiçoamento dos direitos dos consumidores continua sendo reivindicado em diversos âmbitos. Meses de pressão popular e outros tantos de maturação parlamentar, entretanto, fizeram os brasileiros terminarem o ano de 2010 colecionando algumas conquistas. De celulares a carros, passando por planos de saúde e passagens aéreas, conheça em que medida as mudanças aprovadas devem melhorar a vida dos consumidores.

Eletrodomésticos
Em janeiro deste ano, o Inmetro divulgou que a partir de 1º de julho de 2011 as empresas não poderão mais fabricar ou importar 87 famílias de eletrodomésticos que não contenham um selo de qualidade e segurança emitido pelo Instituto. Entre os bens de uso residencial, estão ferro de passar roupa, secador de cabelo, aspirador de pó, multiprocessador, liquidificador, cortador de grama, aparelho de barbear e carregador de pilhas e baterias.
Para receber a certificação, os produtos serão submetidos a testes de laboratórios, com linha de produção auditada de tempos em tempos. Até 2013 o comércio ainda poderá escoar o estoque sem enquadramento na norma.
Celulares
Permitindo que um mesmo aparelho pudesse ser utilizado por chips de diferentes operadoras, o desbloqueio irrestrito dos celulares foi aprovado em março. Desde então, a cobrança de qualquer valor pela realização desse serviço ficou proibida.
Em maio foi a vez do envio de propagandas por SMS ser condenado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Em novos planos firmados a partir desta data, as mensagens publicitárias só poderiam ser disparadas se o usuário tivesse feito essa solicitação na assinatura do contrato. Clientes antigos que não quisessem mais receber as propagandas foram instruídos a cancelar o envio mediante o contato com a operadora.
Planos de saúde
Desde junho deste ano, cerca de 70 novos procedimentos médicos e odontológicos passaram a ser cobertos pelos planos básicos de saúde. Entraram na lista obrigatória o transplante de medula óssea, mais de 20 tipos de cirurgia torácicas por vídeos, exames de genética e o famoso pet-scan, usado no diagnóstico de câncer. Além disso, o número de consultas com nutricionistas, fonoaudiólogos, psicólogos e terapeutas ocupacionais também foi expandido.
Outra novidade foi a determinação da Agência Nacional de Saúde (ANS) sobre a obrigatoriedade de cobertura para acidentes de trabalhos, tanto em planos individuais quanto em planos coletivos. Na área psiquiátrica, foi extinta a limitação de 180 dias em regime de hospital-dia para os pacientes com necessidade de acompanhamento mental. O modelo, um desenho intermediário entre a consulta e a internação, alia a socialização do doente ao tratamento médico.

Os novos sócios do Roberto Setubal

Inspirado no modelo criado pelos bancos de investimento, o Itaú Unibanco começa a distribuir ações a um grupo de eleitos entre seus 4 000 executivos

Executivos do Itaú Unibanco

Executivos do Itaú Unibanco, na sede, em São Paulo: eles estão entre os 56 escolhidos na primeira etapa do programa
Durante anos, o grupoda foto acima acostumou-se a tratar Roberto Setubal, presidente do Itaú Unibanco, pela respeitosa alcunha de doutor. A mesma reverência distinguia dezenas de executivos do banco até pouco tempo atrás. Hierarquia sempre foi coisa séria dentro da instituição financeira, conhecida como uma das mais formais do país. Num esforço para mudar a tradição construída ao longo de seis décadas, recentemente os funcionários foram estimulados a pôr fim nessa história de doutor pra cá, doutor pra lá. Pelo menos na teoria, Roberto Setubal virou simplesmente Roberto. Pedro Moreira Salles, presidente do conselho de administração, Pedro. Com o mesmo intuito, outros velhos símbolos de poder também ficaram para trás nos últimos dois anos — como um restaurante exclusivo para gerentes, crachás com cores diferentes para cada cargo e vagas cativas na garagem para os mais graduados.

Recentemente, o Itaú Unibanco deu seu maior passo no sentido de diluir o peso da hierarquia nas relações entre seus funcionários. Desde agosto, um grupo seletíssimo de 56 profissionais pode chamar Roberto e Pedro não apenas pelo primeiro nome mas também de sócios. Eles são os primeiros eleitos do recém-criado programa de sociedade, destinado a um grupo de 4 000 executivos com desempenho acima da média. “É uma revolução para o banco”, diz Ricardo Villela Marino, vice-presidente responsável pela área de recursos humanos do banco e bisneto do fundador, Alfredo Egydio de Souza Aranha. “Estamos levando a meritocracia às últimas consequências.”
Um programa de sociedade tão abrangente não representa apenas um movimento inédito para o Itaú Unibanco — mas também é exceção entre bancos de varejo no país. A distribuição de ações em bancos comerciais brasileiros em geral é privilégio dos que sentam muito perto da cadeira do presidente. No Itaú, por exemplo, o benefício era concedido desde 1995 somente aos 100 diretores executivos e vice-presidentes. O novo programa não só amplia o público-alvo como traz uma diferença fundamental. Antes, para ser sócio, bastava chegar ao topo da corporação. Agora, apenas os melhores ganham o direito de comprar ações. É um choque de meritocracia numa companhia com tradição em distinguir profissionais de acordo com a patente — e não com base nos resultados. “Eles tiveram coragem para mexer em seus pilares, numa mudança cultural profunda”, diz Marcelo Santos, sócio da consultoria Doers, especializada em recursos humanos.

Ocupação da rede hoteleira nos últimos dias do ano chega a 95% no Rio

Em Copacabana, na zona sul, local da mais famosa festa de queima de fogos, a ocupação está em 98%

AGÊNCIA BRASIL
Vista panorâmica do Rio
No revéillon do Flamengo, o índice de ocupação está em 95%
Rio de Janeiro - A ocupação hoteleira dos 26 mil quartos disponíveis no Rio de Janeiro para os últimos dias do ano já chega a 95%, segundo levantamento feito pela Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA). Em Copacabana, na zona sul, local da mais famosa festa de queima de fogos, a ocupação está em 98%.

Para o presidente da FBHA, Alexandre Sampaio, o índice representa um crescimento expressivo em relação aos anos anteriores, tanto em relação à diária média quanto à taxa de ocupação. Segundo ele, vários fatores colaboraram para esse aumento.

“Isso advém de alguns fatores. Pela escolha do Rio como sede da Olimpíada, corroborada pela Copa de 2014 [pelo fato do Rio ser uma das cidades-sede do Mundial de futebol], a recuperação da imagem de segurança [com a ocupação das favelas pela polícia], a revitalização da zona portuária, com a vinda de grande parte dos cruzeiros marítimos, propiciando ofertas turísticas”, disse Sampaio, ressaltando que a paisagem paradisíaca do Rio é aliada da atividade turística e colabora para esse quadro.

Ainda de acordo com o presidente da federação, a oferta de quartos de hotéis cresce, em média, em mil quartos por ano e o índice de ocupação se mantém crescente, o que significa que mais turistas estão visitando a cidade. “Estamos assistindo também a um crescimento da diária média, apesar do câmbio desfavorável e do crescimento dos albergues e pousadas, provando que somos procurados por turistas de alto poder aquisitivo”, explicou Sampaio, lembrando que a vinda desses turistas beneficia vários setores.

No revéillon do Flamengo, também na zona sul, impulsionado pela maior queima de fogos do Rio em duração – 25 minutos contra 20 de Copacabana – o índice de ocupação está em 95%. Em todo o município do Rio de Janeiro, existem 582 hotéis considerados de bom

dezembro 29, 2010

Bulgari se rende à cerâmica com joias reféns da bolha do ouro

A valorização do ouro virou de pernas para o ar a dinâmica econômica das joias - tanto para compradores quanto para vendedores

Loja da Bulgari, em Nova York

Loja da Bulgari, em Nova York: cerâmica com joias ao invés do ouro
São Francisco, Mumbai e Istambul - Em junho, Bill Doddridge pilotou seu monomotor Cessna 400 até Twentynine Palms, no limite do Deserto de Mojave, na Califórnia. Com uma pistola calibre 45 no cinto, se dirigiu a uma mina abandonada. Ele estava em busca de ouro.

Após cavoucar a terra, se esgueirar por poços, Doddridge acabou comprando a mina, fechada desde a Segunda Guerra Mundial. O ouro a ser minerado ali serviria como um negócio paralelo à sua rede de joalherias. A arma, no fim, era apenas uma precaução contra cascavéis.

“Se não conseguimos ganhar dinheiro vendendo ouro, podemos muito bem começar a minera-lo”, disse Doddridge, de 55 anos, presidente da Goldenwest Diamond Corp., de Tustin, na Califórnia. A companhia é dona da rede Jewelry Exchange, com 17 lojas e um website. “É um mundo insano.”

A valorização do ouro - que atingiu o recorde de US$ 1.431,25 por onça em 7 de dezembro - virou de pernas para o ar a dinâmica econômica das joias, tanto para compradores quanto para vendedores, com resultados diversos em diferentes partes do mundo. O volume de joias de ouro comprado nos Estados Unidos caiu 36 por cento nos últimos três anos. Na Índia, onde a demanda disparou, mulheres estão comprando pulseiras ocas que se parecem com joias maciças. Joalheiros europeus estão misturando o metal a aço e cerâmica. Exportadores turcos estão fechando empresas com a queda nas encomendas.

Quando o ouro atrapalha

“O negócio de joias está refém de algo completamente fora de seu controle”, diz Michael Langhammer, presidente da Quality Gold, atacadista de Fairfield, no estado americano de Ohio. Segundo Langhammer, a empresa está redesenhando modelos para utilizar mais prata.

O ouro subiu cerca de 200 por cento desde o lançamento de um fundo garantido em ouro negociado em bolsa, feito em novembro de 2004 pelo World Gold Council. Com o fundo, o metal passou a poder ser adquirido na Bolsa de Nova York com a mesma facilidade com que se compra ações.

“O ouro é a única coisa que atrapalha esse negócio”, disse Doddridge. Ele espera um aumento de 7 por cento nas vendas totais neste ano, e uma queda de 25 por cento nas vendas de artigos de ouro.

No Richline Group, fabricante de Mount Vernon, no estado de Nova York, controlada pela holding Berkshire Hathaway Inc. de Warren Buffett, 40 por cento das vendas vêm do ouro, comparado a 70 por cento em 2006, segundo o diretor operacional Mark Hanna. A Signet Jewelers Ltd., dona de mais de 1.300 lojas nos EUA e cerca de 550 no Reino Unido, está oferecendo mais produtos de prata, tungstênio e titânio, diz Ed Hrabak, diretor sênior de merchandising.

dezembro 28, 2010

Depósito integral de débito fiscal suspende cobrança

Fonte: Valor Economico
Tributário: Para o STJ, contribuinte não pode ser inscrito em dívida ativa

A 1ª Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por unanimidade, que o depósito judicial integral do débito em discussão - antes do ajuizamento de execução fiscal - suspende a sua exigibilidade. Na prática, o contribuinte não pode ser cobrado pela Fazenda enquanto discute o pagamento de um tributo na Justiça, por meio de um mandado de segurança, por exemplo. Ele não pode sequer ter o nome inscrito em dívida ativa, de acordo com o voto do ministro Luiz Fux, relator do processo, que foi seguido pelos demais ministros. Por se tratar de recurso repetitivo, a decisão deverá ser seguida pelos tribunais estaduais e regionais federais do país. Em seu voto, Fux afirma "que as causas suspensivas da exigibilidade do crédito tributário listadas no Código Tributário Nacional (CTN) impedem a realização, pelo Fisco, de atos de cobrança, os quais têm início em momento posterior ao lançamento, com a lavratura do auto de infração". Uma das causas listadas no CTN é o depósito judicial.
Para a advogada tributarista Gabriela Lemos, do escritório Mattos Filho Advogados, essa decisão dá garantias ao contribuinte de que o Fisco está impedido de ajuizar execução fiscal ou inscrevê-lo na dívida ativa caso haja comprovadamente depósito do montante integral em discussão. "O auto de infração pode ser lavrado para impedir a decadência do direito da Receita Federal de cobrar o imposto", afirma a advogada.
De acordo com tributaristas, é comum que o Fisco inscreva o contribuinte na dívida ativa sob a alegação de que precisa fazer isso para se prevenir. Dessa maneira, ainda que a discussão judicial leve anos, a Receita Federal não perde o direito de ajuizar uma execução fiscal, se o tributo for realmente devido.
Para as empresas, o problema é que, quando inscritas em dívida ativa, elas perdem o direito de obter a Certidão Negativa de Débito (CND). Isso pode prejudicar sua participação em determinadas licitações, contratos, ou ainda na obtenção de empréstimos.
Alguns advogados, no entanto, temem que a decisão seja aplicada de forma limitada. No caso concreto, um contribuinte paulistano conseguiu suspender uma execução fiscal proposta pela procuradoria municipal. Por isso, apesar da fundamentação expressa do ministro Fux ter sido seguida pelos demais ministros da seção, o advogado Flávio Eduardo Carvalho, do escritório Souza, Schneider, Pugliese e Sztokfisz Advogados diz que os tribunais podem se limitar a seguir o entendimento de que o depósito integral impede apenas a execução fiscal. "Digo isso apenas por me parecer mais coerente com o que os ministros do STJ sempre julgaram", afirma.
Por outro lado, há quem defenda um posicionamento ainda mais ousado. Para o advogado Charles McNaughton, do Gaudêncio, McNaughton & Prado Advogados, por exemplo, o depósito judicial impede até mesmo a lavratura do auto de infração. "E o próprio STJ já se manifestou dessa maneira", lembra. Em 2008, a 1ª Turma do STJ decidiu que o depósito não impede o lançamento da cobrança do tributo, "o que não pode se confundir com a lavratura de auto de infração", que seria uma etapa posterior. A diferença é que o valor do depósito após a autuação inclui a multa.
Especialistas concordam que a decisão da seção do STJ deverá ser aplicada a processos contra qualquer órgão de fiscalização. A advogada Roseli Pazzetto, do escritório Gaia, Silva, Gaede & Associados, explica que, embora a decisão tenha sido proferida contra o município de São Paulo, ela é aplicável a todos os casos em que o contribuinte realizou o depósito integral perante o Fisco municipal, estadual ou federal e discute no Judiciário se o tributo é devido.
A Procuradoria-Geral do Município de São Paulo declarou por nota que "iniciada a execução fiscal, e ocorrendo posterior causa suspensiva, o processo de execução ficará suspenso". Disse também que só inscreve na dívida ativa após a apuração da certeza e liquidez do crédito.

dezembro 27, 2010

'Rio será inacreditável em 15 anos', diz Eike Batista ao 'The Guardian'


Fonte: BBC Brasil

O homem mais rico do Brasil, o empresário Eike Batista, tem como um de seus dois principais objetivos transformar o Rio de Janeiro em "um dos lugares mais dinâmicos e ricos do mundo", segundo afirma em uma entrevista publicada nesta segunda-feira pelo diário britânico "The Guardian". O outro objetivo de Eike é se tornar o homem mais rico do mundo. Atualmente ele ocupa o 8º lugar na lista da revista Forbes.
O jornal observa que a holding EBX, controlada pelo empresário, pretende investir R$ 34 bilhões no Rio nos próximos dois anos, construindo portos, fábricas e procurando petróleo.
"Se eu olhar para o Rio daqui a 10, 15 anos, será inacreditável", afirmou ele ao jornal.
" A maioria dos ricos brasileiros vive 90% de seu tempo no Brasil, mas guarda dinheiro para comprar algo em Nova York, ou Miami ou Londres ou Paris "
Para o empresário, a cidade será "uma mistura de Califórnia, Nova York e Houston, combinando praias estonteantes com importância financeira e arquitetura ultramoderna".
O jornal relata o projeto de Eike para a construção da "Cidade X", uma "cidade digital supermoderna para cerca de 250 mil pessoas", erguida a partir do nada a cerca de 240 quilômetros do Rio de Janeiro.
Os projetos de Eike incluem ainda a limpeza da Lagoa Rodrigo de Freitas, o estabelecimento de um cruzeiro de luxo para turistas, a recuperação da marina da cidade e a restauração do Hotel Glória.
O Guardian observa que, como patrocinador da candidatura do Rio pela organização da Olimpíada de 2016, ele doou mais de R$ 15 milhões para a campanha e também mais R$ 100 milhões para ajudar a financiar as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) nas favelas cariocas.
"A maioria dos ricos brasileiros vive 90% de seu tempo no Brasil, mas guarda dinheiro para comprar algo em Nova York, ou Miami ou Londres ou Paris", disse ele.
"Seus filhos às vezes precisam viajar em carros blindados. Vamos mudar isso. Aqui é o paraíso", completou.
ExtravagânciaSegundo o jornal, a "extravagância" de Eike é uma exceção num país como o Brasil, com grandes diferenças entre os ricos e os pobres e onde os mais abastados preferem se manter discretos.
O empresário diz que "a única maneira de mudar as coisas no Brasil" é as pessoas mostrarem o que têm.
" Nossa autoestima está no teto, com a Copa do Mundo, a Olimpíada, uma série extraordinária de investimentos chegando "
"Acho que de certa forma os brasileiros não querem dizer que são ricos porque não querem ajudar. Eu não gosto disso", disse ele.
O Guardian comenta que a ascensão de Eike coincidiu com "grandes mudanças no Rio, com novas políticas de segurança, um incipiente boom de petróleo e a expectativa da Copa do Mundo e da Olimpíada jogando os aluguéis e os preços dos imóveis para os céus e atraindo uma onda de investimentos estrangeiros".
"Nossa autoestima está no teto, com a Copa do Mundo, a Olimpíada, uma série extraordinária de investimentos chegando", afirmou o empresário.
Para ele, parte do sucesso do Rio se deve às políticas do governo para retomar o controle das favelas da cidade.
"Como cidadão do Rio de Janeiro, isso é maravilhoso, porque podemos ver a solução. Ela funciona. Está funcionando. Com a pesada criação de riqueza... Eu posso ver tudo isso sendo resolvido. É possível", concluiu Eike.

Receita é obrigada a consolidar débitos de empresa em 30 dias



A Receita Federal e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) prometeram para o primeiro trimestre de 2011 a consolidação dos débitos inscritos no Refis da Crise, iniciado em agosto do ano passado. Antes, porém, o Fisco terá que acertar as contas com uma empresa paulista.
Uma liminar da Justiça Federal estabeleceu prazo de 30 dias para que se verifique se o contribuinte - que migrou de outro parcelamento - realmente já quitou o que devia, como alega no processo.
Com a demora na consolidação, muitas empresas que migraram de outros parcelamentos recorreram à Justiça ou à via administrativa para suspender o pagamento das parcelas mensais, sem que sejam excluídas do programa. Alegam nos processos que já quitaram o que deviam ao Fisco. De acordo com a Lei nº 11.941, de 2009, que criou o Refis da Crise, esses contribuintes devem pagar 85% do valor médio das últimas mensalidades, ao contrário dos que entraram diretamente no programa e desembolsam apenas R$ 100 por mês até a consolidação dos débitos.

Para obter a liminar, o contribuinte paulista alegou que, desde sua adesão ao Refis, paga regularmente suas parcelas e que já quitou sua dívida. "O problema é que, sem a consolidação, a empresa teria que continuar recolhendo as parcelas, sob pena de ser excluída do programa. A procuradoria orienta as empresas a continuar pagando, alegando que posteriormente podem requerer a restituição desses valores", diz o advogado Leonardo de Araújo Branco, do escritório Branco e Brito Advogados, que defende a companhia.
Na decisão, proferida no dia 10, a juíza Tânia Regina Marangoni Zauhy, da 16ª Vara Federal de São Paulo, que, em um primeiro momento, havia negado o pedido, estabeleceu prazo de 30 dias para a procuradoria se manifestar sobre a solicitação de revisão dos débitos. A Receita foi intimada da liminar pouco antes do recesso do Judiciário, iniciado no dia 20. "Na prática, o Fisco terá que consolidar a dívida da empresa no Refis da Crise", afirma Branco.
Sem a consolidação, que é alvo de inquérito civil público aberto pelo Ministério Público Federal (MPF) do Distrito Federal, muitas empresas terão dificuldades para fechar seus balanços do ano, segundo o advogado Glaucio Pellegrino Grottoli, do escritório Peixoto e Cury Advogados. "Há companhias que não querem deixar registrado no balanço uma dívida já quitada com a Receita Federal, que está demorando muito para realizar a consolidação", diz Grottoli.
Enquanto não é feito o acerto de contas com os 561,9 mil contribuintes que colocaram cerca de R$ 1,3 trilhão no parcelamento, muitas discussões têm sido levadas à Justiça. Em Santa Catarina, um empresário tenta incluir débitos esquecidos na fase de detalhamento do que será parcelado, que terminou no dia 16 de agosto. Em liminar, a juíza Rosimar Terezinha Kolm, da 1ª Vara Federal de Blumenau, suspendeu a exigibilidade dos créditos até que seja proferida a sentença. "Temos mais dois casos similares em discussão", diz o advogado Dante Aguiar Arend, do escritório Hess de Souza, Arend & Associados, que defende o contribuinte catarinense.
Pela Lei do Refis da Crise, a consolidação deveria ser feita no ato de adesão ao parcelamento federal. Pouco mais de ano depois, o acerto de contas ainda não foi feito. A Receita Federal informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que os sistemas de informática que executarão a tarefa, desenvolvido pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), serão entregues em janeiro.
As investigações sobre a demora na consolidação dos débitos inscritos no Refis foram abertas em razão de uma representação do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz ). A entidade reclama do prejuízo aos cofres públicos pelo atraso na finalização dos softwares. Cerca de um milhão de execuções fiscais foram suspensas com a adesão das empresas ao parcelamento. Desde agosto do ano passado, de acordo com a Receita, foram recolhidos cerca de R$ 11,8 bilhões pelos contribuintes que ingressaram no programa.

dezembro 25, 2010

Samsung bem na foto

Mesmo sem revolucionar o mercado, a gigante coreana se apoderou como poucas da imagem de empresa inovadora. A estratégia deu certo.

"Foi uma operação de guerra”, resume José Fuentes Molinero Jr., vice-presidente de eletrônicos de consumo da Samsung no Brasil. Ele se refere à intrincada logística criada pela empresa para conseguir repetir no Brasil o que já havia feito no Exterior: lançar antes da concorrência os televisores 3D no País.
 
Vendidos nos EUA a partir de março de 2010, os aparelhos aterrissariam por aqui apenas em junho. Mas um anúncio de que a rival também coreana LG planejava lançar seus televisores tridimensionais já a partir do final de abril fez a Samsung rever seus planos. 
 
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Molinero Jr. e Silvio Stagni (à esq.) 
 
Molinero mobilizou suas tropas e conquistou o terreno cobiçado. Não sem um certo sacrifício. Como todo o material para a montagem das tevês em Manaus foi trazido de avião e a distribuição dos aparelhos também foi feita por via aérea, as margens da Samsung foram sacrificadas em um primeiro momento. 
 
Mas, entre abril e setembro, a empresa monopolizou o mercado de tevês 3D vendidas no Brasil, com participação de 99,87%, segundo a consultoria GFK. “Apenas o ganho de imagem junto ao consumidor compensou esses gastos”, afirma Molinero Jr. 
 
A agressividade em lançamentos é regra dentro da Samsung. Em 2010, a marca colocou três produtos por semana nas prateleiras brasileiras, em média. Entre as sensações da temporada, ao lado das tevês 3D, estão os tablets. 
 
Criado pela Apple, o iPad foi lançado em abril nos EUA, mas chegou ao Brasil só em dezembro. Mais rápida, a Samsung conseguiu colocar o seu Galaxy Tab nas prateleiras brasileiras em novembro, dois meses depois da sua criação. “Todo novo mercado tem a hora certa para chegar”, pondera Silvio Stagni, vice-presidente de telecom da Samsung no Brasil. 
 
Além da agilidade, a empresa é reconhecida pela beleza de seus produtos. Atualmente, a tevês de LED modelo C9000 encanta os consumidores. Com 55 polegadas, ela oferece imagens 3D em altíssima definição e conexão à internet, tem acabamento de titânio escovado e 0,79 cm de espessura. O preço: R$ 18 mil. 
 
Não é por acaso que, na última década, a Samsung ganhou mais prêmios da prestigiada Sociedade de Design Industrial da América (IDSA, em inglês) do que qualquer outra companhia no planeta. “A força da Samsung reside na fabricação disciplinada e no apuro do seu design”, disse à DINHEIRO o analista americano Rob Enderle.

Agradecemos aos nossos leitores ,usuarios e clientes este mes de dezembro!

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OSX contrata Credit Suisse como formador de mercado

Objetivo é fomentar a liquidez das ações ordinárias no Novo Mercado da BM&F Bovespa


osx-estaleiros
Credit Suisse será o formador de mercado da OSX
São Paulo – Em comunicado publicado nesta segunda-feira (20), a OSX (OSXB3) anunciou o Credit Suisse como seu formador de mercado. “ O objetivo é fomentar a liquidez das ações ordinárias de emissão da companhia no âmbito do Novo Mercado da BM&F Bovespa”, afirma o documento assinado pelo diretor de relações com investidores da companhia, Roberto Monteiro.
A empresa afirma ainda que o contrato é válido a partir de hoje e terá validade de 1 ano, prorrogável automaticamente pelo mesmo período, caso não haja manifestação contraria de qualquer das partes.

Decreto define regra de transição para royalty do pré-sal

Ministérios como o de Ciência e Tecnologia ainda continuarão a receber recursos dos royalties diretamente

Plataforma de petróleo Uma regra de transição foi estabelecida pelo governo para a destinação das parcelas de royalties e de participação especial devidas à administração direta da União em razão da produção de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos em áreas do pré-sal. O decreto presidencial 7.403, publicado em edição extra do Diário Oficial da União, define a regra.

Com a criação do Fundo Social, pela Lei 12.351, os recursos destinados à União dos royalties do petróleo deverão ir diretamente para o fundo. Atualmente, esses recursos são direcionados a ministérios e outros órgãos da administração direta. Segundo o ministério de Minas e Energia, para que esses órgãos não fiquem sem recursos imediatamente, o decreto define uma regra de transição, que deverá vigorar até o dia 31 de dezembro de 2011. Enquanto isso, o Fundo Social deve ser regulamentado.
Com isso, ministérios como o de Ciência e Tecnologia ainda continuarão a receber recursos dos royalties diretamente. A ideia é dar tempo para que os órgãos da administração direta se adaptem às novas regras com a criação do Fundo Social.

dezembro 24, 2010

DESEJAMOS A TODOS UM FELIZ NATAL

SÃO OS VOTOS AOS AMIGOS , FUNCIONARIOS , PARCEIROS DE NEGOCIOS , CLIENTES QUE NOS AJUDARAM ESTE ANO A CRESCER E REALIZARMOS BONS NEGOCIOS , UM FELIZ NATAL A TODOS , SÃO OS VOTOS DA YBBRIO A TODOS!

dezembro 21, 2010

Eles comandam o crescimento

Quem são os seis empresários que mais se destacaram no cenário corporativo brasileiro no ano em que a economia do País cresceu em ritmo chinês

O vigoroso crescimento da economia brasileira em 2010 não tem um rosto – tem seis e eles estão estampados na página ao lado. São eles os EMPREENDEDORES 2010 da DINHEIRO, que estiveram à frente dos maiores negócios realizados ao longo do ano no Brasil e demonstraram a pujança do setor privado no período posterior à crise mundial de 2008.
 
Rubens Ometto, principal acionista do Grupo Cosan, costurou um acordo histórico com a Shell e, dessa união, surgiu um conglomerado cujo faturamento chega aos R$ 50 bilhões. 
 
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Negócios como o histórico acordo da Cosan com a Shell reforçam o mercado interno e o peso do Brasil na economia global 
 
Eike Batista atraiu o interesse (e o dinheiro) de grupos sul-coreanos e chineses e multiplicou ainda mais sua imensa fortuna, consolidando-se como o homem mais rico do Brasil. 
 
Já Marcos Molina fechou um contrato apetitoso (com o perdão do trocadilho) para se tornar fornecedor mundial de carne para o McDonald’s, maior rede de fast-food do planeta. Na área de serviços, Edson de Godoy Bueno promoveu uma troca de ações com a Dasa e, assim, assumiu o posto de principal acionista da maior rede de medicina diagnóstica do País. 
 
A mais aguardada transação do ano teve como protagonista o executivo Roberto Lima. presidente da Vivo, Lima promoveu uma revolução na empresa, tornando-a cada vez mais atraente aos olhos da Telefônica. 
 
Os espanhóis desembolsaram 7,5 bilhões de euros para ficar com a totalidade do capital da maior operadora de telefonia móvel do País, antes dividido com os portugueses da Portugal Telecom. Mas, muitas vezes, a defesa de um princípio tem tanta força quanto os bilhões envolvidos numa transação. 
 
Luiz Lara, presidente da Lew’Lara0\TBWA e da Abap (Associação Brasileira de Agências de Publicidade), foi a voz que se levantou contra os excessos da regulamentação da publicidade brasileira. 
 
Existem no Congresso 214 projetos de lei para inibir ou restringir a propaganda de produtos ou serviços – o que pode significar uma ameaça à liberdade de expressão, essencial para o desenvolvimento do País, assim como a ação arrojada desses empreendedores.

dezembro 19, 2010

O efeito Jim Collins no Pão de Açúcar

Como dois dias numa sala com um dos maiores pensadores dos negócios da atualidade provocaram uma dança das cadeiras entre os principais executivos do Pão de Açúcar

Presidentes e vice-presidentes do Grupo Pão de Açúcar

Cada um em seu lugar: depois de rever o perfil ideal para cada cargo de seu primeiro escalão, o Pão de Açúcar trocou quatro vice-presidentes de cadeira — os outros 11 vice-presidentes foram mantidos no mesmo cargo
Em março, acompanhados por abilio diniz, presidente do conselho de administração do Pão de Açúcar, os 11 principais executivos da maior rede varejista do país deixaram a sede da companhia, em São Paulo, e embarcaram numa viagem de quase 10 000 quilômetros em direção à pequena cidade de Boulder, aos pés das Montanhas Rochosas no estado americano do Colorado. Foi uma das poucas vezes desde a fundação da companhia, em 1948, que toda a sua diretoria se afastou de uma vez da operação diária — para uma viagem que vinha sendo planejada há mais de um ano. Durante dois dias, o grupo participou de um workshop com o americano Jim Collins, o pensador mais incensado do mundo dos negócios da atualidade. Fanático por escaladas e ex-professor da Universidade Stanford, Collins se tornou o autor favorito de Abilio Diniz desde a publicação de seu segundo e mais aclamado livro, Empresas Feitas para Vencer, lançado em 2001. O objetivo de Abilio com a excursão era mergulhar nas teses de Collins. Depois de dois dias isolado em meio às montanhas, em jornadas que incluíram palestras e trabalhos em grupo entre os executivos, o time voltou ao Brasil decidido a fazer alterações radicais. Essa experiência levou o Pão de Açúcar a trocar de posição quatro dos nove integrantes da diretoria executiva (veja quadro ao lado). “Fomos a Boulder porque queríamos ser como aquelas companhias do livro de Collins”, diz Enéas Pestana, presidente do Pão de Açúcar. “Estávamos num ótimo momento, mas queríamos ser ainda melhores.”
A dança das cadeiras dos executivos do Pão de Açúcar partiu de uma recomendação de Collins: “Voltem para o Brasil e se certifiquem de que pelo menos 95% dos cargos-chave da empresa tenham as pessoas certas”. A reavaliação, que levou dois meses, resultou em trocas radicais. A carioca Claudia Elisa, por exemplo, que há dois anos ocupava a área de recursos humanos do grupo, assumiu a recémcriada vice-presidência de estratégia  de mercado. O vice-presidente de mercados regionais, Marcelo Lopes, tornou-se vice-presidente de logística. As mudanças representaram uma ruptura na tradição do Pão de Açúcar. “A companhia era famosa por seus silos. Uma pessoa começava e terminava a carreira na mesma área”, diz Boris Leite, presidente da consultoria Axialent, contratada pelo Pão de Açúcar para auxiliar nas mudanças.
Logo após a viagem, o ponto de partida foi simbolicamente “tirar” os diretores do cargo. Nesse momento, Pestana — com a ajuda das consultorias Human Side e Axialent — redefiniu os atributos de cada posição. Em seguida, os vice-presidentes foram avaliados pelas consultorias, por Pestana e Claudia Elisa (até então responsável pela área de RH) e receberam notas de 1 a 5 em quesitos como capacidade de análise, comunicação e polivalência. Cada cargo possuiu um mix de pelo menos quatro quesitos. Para cruzar as duas informações, o Pão de Açúcar usou um software desenvolvido internamente capaz de analisar todos os dados e indicar os melhores nomes por cargo. “Era uma enorme responsabilidade, já que as pessoas estavam bem em suas funções antigas”, diz Pestana.

dezembro 16, 2010

Carga tributária nos países ricos cai e volta ao nível dos anos 90

A carga tributária no mundo industrializado caiu para seu mais baixo patamar desde os anos 90, de acordo com novos dados que mostram também a severidade dos efeitos da crise econômica sobre a arrecadação dos governos.
Jeffrey Owens, diretor do Centro de Administração e Política Fiscal da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), disse que o impacto na arrecadação foi "bem mais severo" do que em qualquer momento registrado pela instituição desde 1965.
Ele disse que se surpreendeu com a extensão da queda em alguns países. A carga tributária - definida pela razão entre receita fiscal e Produto Interno Bruto (PIB) - declinou 5 pontos percentuais de 2007 a 2009 na Espanha, na Islândia e no Chile. Na Grécia, na Irlanda, na Nova Zelândia e nos EUA, o declínio foi de 3 a 4 pontos percentuais no período.
A arrecadação como parcela do PIB caiu para 33,7% no ano passado. Em 2007, ela era de 35,4%, disse a OCDE. As estruturas fiscais são desenhadas como "estabilizadores automáticos" para que as arrecadações caiam durante um período de baixa na economia. Além disso, muitos governos cortam impostos num esforço para amenizar os efeitos das recessões.
O declínio da arrecadação de impostos pelas empresas respondeu em média por cerca de metade da queda da carga tributária entre 2007 e 2008.
A relação entre impostos e PIB vem caindo por dois anos consecutivos em quase metade dos países e por três anos consecutivos no Canadá, na França, na Islândia, na Irlanda, na Nova Zelândia, na Noruega e no Reino Unido.
Três países - Luxemburgo, Suíça e Turquia - foram contra a tendência de queda na arrecadação. A relação de impostos e PIB em Luxemburgo cresceu de 35,5% para 37,5%, enquanto na Suíça cresceu de 29,1% para 30,3% de 2008 para 2009.
Owens disse não estar claro o quão rapidamente a tendência geral pode ser revertida e que isso dependeria em grande parte ao crescimento. Os países diferem muito no modo como pretendem tratar de seus déficits, mas muitos deles já começaram a aumentar os impostos. Muitos já sinalizaram também planos de aumentar a arrecadação ao combater a evasão fiscal.
Owens disse ainda que os países provavelmente vão focalizar seus esforços na diminuição de incentivos e benefícios fiscais para tentar ampliar a base de arrecadação. As pressões para manter os impostos das empresas baixos vão continuar, disse ele. "As pressões competitivas não vão acabar", completou.
Entre 1965 e 2008, levando-se em conta a área da OCDE como um todo, a carga tributária - incluindo contribuições para a assistência e previdência sociais - cresceu de 25,5% para 34,8% do PIB. Abaixo da média houve uma grande variação nos níveis nacionais de impostos. Eles vão desde 21% no México até 48,2% na Dinamarca, em cálculos de 2008.
Apesar do aumento do foco político sobre a proteção ambiental, os impostos verdes representam agora uma parcela menor do PIB do que 20 anos atrás, disse a OCDE.

dezembro 12, 2010

Justiça proíbe Samsung de humilhar funcionários

Liminar da 8ª Vara do Trabalho de Campinas impede que companhia use punições não previstas em lei

Loja da Samsung

A Samsung nega ter cometido abusos contra os empregados da fábrica de Campinas
São Paulo - Os gestores da fábrica da Samsung de Campinas, no interior de São Paulo, estão proibidos de maltratar funcionários. A decisão foi tomada em caráter liminar pelo juiz André Augusto Ulpiano Rizzardo, da 8ª Vara do Trabalho de Campinas, depois de receber uma ação civil pública movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), com a denúncia de que chefes coreanos da empresa tratavam os subordinados de forma agressiva, desrespeitosa e embaraçosa, inclusive com gritos e palavrões.

A liminar impede que a empresa trate empregados de forma não prevista em lei e, caso descumpra as determinações, poderá pagar multa de 10 mil reais por vítima. Além de exigir o cumprimento da decisão e o estabelecimento de atitudes mais respeitosas dentro da empresa, o MPT pede a condenação da Samsung a pagar 20 milhões de reais por danos morais coletivos.
Truculência
Depoimentos colhidos pelo MPT revelaram que as agressões verbais feitas de gerentes para funcionários eram comuns na fábrica da Samsung em Campinas. Funcionárias chorando nos banheiros, ameaças de demissão daqueles com produção atrasada e constrangimentos públicos também eram recorrentes, de acordo com o inquérito. Em decorrência dos abalos emocionais, funcionários da fábrica chegaram a ser afastados de suas atividades, apresentando depressão, estresse e síndrome do pânico.
A Samsung nega o abuso na relação com os funcionários e alega que cumpre rigorosamente a legislação atual. A empresa se recusou a entrar em acordo extrajudicial com o Ministério Público do Trabalho.

dezembro 10, 2010

Ecodiesel: Rumor milionário envolve empresa
Esta notícia já circula há algum tempo no mercado, desde a época do anúncio de interesses entre a Ecodiesel e a Maeda Agroindustrial, e que agora após a oficialização do negócio, ganha mais força. Segundo o site da Revista Exame, um grupo chinês estaria de olho em comprar uma parte da empresa aportando um total de R$ 250 milhões, pagando R$ 1,80 por ação, uma sobrevalorização de mais de 70% em relação ao preço de fechamento de ontem das ações ordinárias da empresa. Os analistas comentam há vários dias que a cotação das ações não reflete a nova realidade da empresa. Portanto fica latente, caso sejam confirmados os rumores, um potencial enorme de ganhos aos investidores mais agressivos e que tenham paciência em ver o desenrolar da história.

dezembro 09, 2010

Não basta ser Ferrari, tem que ser de Ouro!

Os sheiks do Oriente Médio vivem em uma constante guerra entre si, não me refiro a nada militar, mas uma guerra de egos, quem constrói o maior prédio, quem tem o maior jato, quem consegue o carro mais exótico.
Aliás, no quesito carros é algo impressionante, a bola da vez é uma Ferrari F599 GTB Fiorano, banhada à ouro
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Nova lei do agravo entra em vigor

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF) têm, a partir de hoje, novas regras para os recursos a serem propostos nas Cortes. A Lei nº 12.322, sancionada em setembro, trouxe facilidades para advogados e partes que contestam a negativa de Tribunais de Justiça e de Tribunais Regionais Federais (TRFs) para que seus recursos contra decisões de segunda instância subam para as Cortes superiores. Até ontem, o recurso a ser impetrado era o agravo de instrumento. Hoje, ganha novo nome e passa a ser denominado de "agravo nos próprios autos". A diferença burocrática entre um e outro, segundo especialistas é grande. Segundo o advogado Gustavo de Medeiros Melo, do Ernesto Tzirulnik Advocacia, o procedimento para a parte recorrer ao STJ ou ao Supremo de decisão de segunda instância é a apresentação de recurso especial ou extraordinário à presidência do tribunal - do qual se contesta a decisão. Se a Corte de segunda instância admitir o recurso, ele é encaminhado para os superiores. Se isso não ocorresse, pela norma antiga, a parte deveria encaminhar o agravo de instrumento ao STJ e STF. O procedimento exigia a formação de um novo processo, com a juntada de cópias de documentos, como acórdão e certidões.
De acordo com Melo, com a nova regra, deixa de existir esse instrumento apartado - espécie de processo paralelo - e o advogado por simples petição nos autos do recurso extraordinário ou especial pode recorrer de decisão de segunda instância.
O advogado Eduardo Albuquerque Parente, do Salusse Marangoni Advogados, afirma que por uma questão simples o recurso deixava de ser aceito pelo STJ ou STF, porque faltava uma cópia ou porque algum dos documentos estava ilegível. "A mudança tornou tudo mais fácil. E deve reduzir os problemas com a transmissão desses recursos", afirma. O mesmo entendimento tem o advogado Cristiano Zanin Martins, sócio do Teixeira, Martins e Advogados. Segundo ele, a nova lei melhorou a operacionalização desses recursos, facilitando o acesso aos tribunais superiores, pois discussões por ausência de peças obrigatórias deixarão de ocorrer.
O processualista Gustavo de Medeiros Melo entende que nesses recursos, o que ficará para o STJ ou Supremo avaliar será questões como a tempestividade do recurso, por exemplo.

dezembro 08, 2010

Fato Relevante - OGX anuncia presença de hidrocarbonetos no poço OGX-25 na Bacia de Campos - - Net pay de aproximadamente 116 metros na seção albocenomaniana -

Rio de Janeiro, 08 de dezembro de 2010 - A OGX Petróleo e Gás Participações S.A. ("OGX") (Bovespa: OGXP3; OTC: OGXPY.PK), empresa brasileira de óleo e gás natural responsável pela maior campanha exploratória  privada no Brasil, comunica ao mercado que foi identificada presença de hidrocarbonetos na seção albocenomaniana do poço 1-OGX-25-RJS, no bloco BM-C-39, águas rasas da Bacia de Campos. A OGX detém 100% de participação no bloco.
Foi identificada uma coluna com hidrocarbonetos de aproximadamente 125 metros com net pay ao redor de 116 metros em reservatórios carbonáticos da seção albocenomaniana. O poço OGX-25, prospecto denominado Waikiki, é o primeiro a ser perfurado no bloco BM-C-39 e está localizado mais ao norte das recentes descobertas feitas pela OGX na bacia de Campos. Sua perfuração continua em andamento até a profundidade total estimada em 3.000 metros.
O poço OGX-25, localizado no bloco BM-C-39, situa-se a aproximadamente 94 km da costa do estado do Rio de Janeiro, onde a lâmina d'água é de aproximadamente 105 metros. A sonda Pride Venezuela iniciou as atividades de perfuração no dia 14 de novembro de 2010.

'Farra' de eventos desvia milhões do Orçamento


As denúncias sobre irregularidades na aplicação de recursos proporcionados por emendas apresentadas pelo senador Gim Argello (PTB-DF) aos Orçamentos da União de 2010 e 2011 podem ser a "ponta de um iceberg", avaliam parlamentares da Comissão Mista de Orçamento do Congresso. Só para promover a divulgação do turismo, as emendas dos parlamentares transferiram dos cofres públicos para entidades privadas e prefeituras R$ 948,1 milhões de 2004 até outubro de 2010. Nessa rubrica estaria a origem dos desvios de dinheiro público.
Com esses recursos, as entidades favorecidas, geralmente institutos criados para essa finalidade, promovem shows, festivais, rodeios e outras festas. Os técnicos da Comissão desconfiam que, como ocorreu com algumas emendas do senador Argelo, muitas dessas empresas podem ser de fachada ou beneficiar pessoas ligadas a parlamentares.
O uso do dinheiro público para promover "eventos" teve crescimento vertiginoso. Em 2004, o Tesouro transferiu R$ 15,01 milhões para entidades privadas e prefeituras promoverem "eventos", a preços de outubro. Em 2009, esse valor pulou para R$ 337,8 milhões. Neste ano, até outubro, já está em R$ 167,8 milhões.
Essa situação levou o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) a apresentar emenda à Lei de Diretrizes Orçamentárias para impedir transferências de recursos com essa finalidade. No Orçamento de 2011, portanto, essas transferências serão proibidas.
Guerra disse que tomou a iniciativa depois da "farra" das transferências de recursos para promoção de eventos em Pernambuco. Segundo apuração da época, boa parte desses eventos existia apenas no papel. O então secretário de Turismo do governo do Estado foi afastado. "A minha emenda foi uma vacina para uma doença que estava próxima de se tornar uma epidemia", disse Guerra.
Levantamento feito pelo Valor constatou que poucos parlamentares deixaram de apresentar emendas com essa finalidade nos últimos anos. Os autores estão em todos os partidos. Não há irregularidade nas emendas, como lembrou ontem um especialista da área, pois elas não eram proibidas por lei. O problema reside, de acordo com a fonte, na aplicação dos recursos.
Mas a proibição criada pela emenda de Guerra está levando os parlamentares a apresentar emendas em outra rubrica orçamentária. O alvo agora é a ação "Fomento a Projetos em Arte e Cultura".
Por causa das denúncias, Argelo renunciou ontem ao cargo de relator-geral do Orçamento. O PT indicou a senadora Idelli Salvatti (PT-SC) para ocupar o posto.

dezembro 06, 2010

Em apenas um dia: Alta de 800% em nova empresa de Eike Batista


A PortX Operações Portuárias, nova empresa do mega empresário Eike Batista, apresentou uma estréia na bolsa como poucas vezes foi vista. As ações que foram precificadas a R$ 0,43 antes da abertura do pregão, encerraram o dia cotadas a R$ 3,87. Mas nem tudo é o que parece. A PortX foi criada a partir da cisão da LLX Logística, também de Eike Batista. Como a empresa foi dividida em duas, os acionistas da LLX receberam uma ação da PortX para cada ação em carteira da outra companhia. Como operacionalmente as empresas não mudaram, a grande valorização da PortX fizeram as ações da LLX despencaram na mesma medida. Os investidores simplesmente transferiram o potencial de uma empresa à outra. A LLX fechou o dia cotada R$ 4,63 uma queda de 40%. Mas aparentemente a operação foi um sucesso: o somatório das cotações da LLX e PortX no fechamento do último pregão representa um ganho de quase 4% aos acionistas.

dezembro 05, 2010

Problemas do Carrefour no Brasil começaram bem antes do rombo

Comodismo na estrutura da empresa, entrada tardia no e-commerce e problemas de logística estão entre os motivos

Loja do Carrefour

O Carrefour é o maior varejista da Europa e o segundo do planeta
São Paulo – Terceiro maior mercado do Carrefour no mundo, o Brasil é uma de suas maiores esperanças para continuar crescendo em ritmo acelerado. Um bom desempenho por aqui significa o antídoto das dificuldades enfrentadas pela rede na Europa, onde estão 77% de seu faturamento – e uma das maiores crises econômicas dos últimos tempos.

Os números do grupo no país, em si, não são ruins. Somente no terceiro trimestre, as vendas cresceram 13,1% sobre o mesmo período do ano passado. Taxas de crescimento de dois dígitos só foram vistas pelo Carrefour em outros três países em que opera: na Argentina (25,3%), Colômbia (12,1%) e China (16,1%).
Mas a descoberta de um rombo de 1,2 bilhão de reais nas contas da operação brasileira, antecipada pelo blog Primeiro Lugar, de EXAME, mostra que o Carrefour não está tomando os devidos cuidados para defender um mercado tão estratégico.
Segundo analistas de varejo consultados por EXAME.com, o Carrefour também enfrenta outras dificuldades no país, fruto de um certo comodismo decorrente da posição consolidada, aliada a um modelo tradicional de negócios. “O Carrefour sempre teve uma postura mais reativa. Só tomava alguma atitude quando via o avanço e inovação dos concorrentes”, afirma um consultor.
O próprio presidente mundial da rede, o francês Lars Olofsson, reconhece que houve problemas de gestão . “O que aconteceu foi claramente um mau funcionamento”, afirmou ele durante teleconferência com analistas e investidores, segundo a agência Dow Jones. “O Brasil é um mercado prioritário e não vamos deixar o país.” Veja alguns dos principais tropeços do Carrefour.
Dependência do modelo de hipermercado
Metade das vendas do Carrefour vem dos hipermercados, que representam quase metade das 611 unidades da rede no país. Em 1999, a empresa integrou as operações da rede Dia, mais regionalizada. Ainda assim não foi suficiente para fazer frente ao crescimento das concorrentes, que ampliavam os modelos. O Assai, do grupo Pão de Açúcar, responde hoje 9,5% do faturamento total. O grupo tem ainda outros seis modelos de supermercados, o que mostra uma forte diversificação.
Para reforçar sua presença, em 2006 o Carrefour lançou a bandeira Carrefour Bairro, hoje presente em São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal. “Para compras de reposição o consumidor prefere o mercado perto de casa, de menor porte”, afirmou um analista de varejo. “Esse é um movimento mundial e o Carrefour demorou para perceber isso.”
A rede francesa afirmou que priorizará a expansão de lojas com formatos menores e da rede Atacadão. A empresa pretende ainda converter alguns hipermercados Carrefour para lojas do Atacadão, rede adquirida em 2007. Recentemente houve a abertura de sete novas unidades e transformação de um Hipermercado localizado em São Miguel (SP) em Atacadão, garantindo a adequação do formato às oportunidades da região, além da inauguração de um hipermercado Carrefour em Belo Horizonte.

O que a Elektra ganharia ao comprar a Lojas do Baú

Aquisição da rede de Silvio Santos seria um atalho para a empresa conquistar o país

Silvio Santos, controlador do Banco Panamericano

Silvio Santos: empresário avalia a venda de suas lojas de varejo para rede mexicana
São Paulo – A rede mexicana Elektra confirmou que está no páreo pela compra dos 125 pontos-de-venda da Lojas do Baú, a rede de varejo do Grupo Silvio Santos, espalhados pelo Paraná e interior paulista. A intenção é entrar nas regiões Sul e Sudeste por meio das unidades bem localizadas e ter acesso à clientela de baixa renda já fiel ao apresentador-empresário. A marca Lojas do Baú, porém, seria desativada - algo que Silvio Santos não estaria aceitando - e as lojas ganhariam um novo layout.

“Não é uma prática da companhia comprar outras empresas, mas essa seria uma boa oportunidade para o grupo no Brasil”, diz uma fonte da empresa a par das negociações. “Para enfrentar Casas Bahia e Magazine Luiza em São Paulo e Paraná, só tendo uma rede do dia para a noite”.
As lojas que seriam incorporadas com a possível aquisição seguiriam ainda o mesmo modelo das demais lojas Elektra no país. Uma agência do Banco Azteca, também do mesmo grupo, funcionaria dentro de cada ponto comercial. “É a forma de levarmos serviços bancários para o público de baixa renda, bem como de financiar a compra deles em nossas lojas por meio de concessão de microcrédito”, diz a fonte.
Plano de expansão
A eventual aquisição da concorrente seria um atalho para a Elektra crescer no Brasil. Sem o acordo, a varejista mexicana continuaria apostando no crescimento orgânico. O objetivo é elevar o número de pontos da empresa dos atuais 28 - concentrados em Pernambuco – para 110 em outras regiões do Nordeste, entre elas Maranhão e Bahia. O Grupo Azteca, dona da rede, também possui uma agência do banco homônimo em Recife – a única do país que não está dentro de uma loja Elektra.
A rede, fundada pelo empresário Ricardo Salinas, não revela qual seu faturamento no Brasil, mas afirma que as vendas triplicaram desde que a empresa chegou ao Brasil, em 2008. O que se sabe é que o faturamento total da varejista é de 54 bilhões de dólares.
“Escolhemos Pernambuco para iniciar nossas operações no Brasil para testarmos nosso modelo de negócios antes de partir para regiões mais competitivas”, diz a fonte. “Agora, sentimos que estamos preparados para outros mercados e não descartamos outras oportunidades de aquisição.”
Na opinião de Nelson Barriselli, professor da USP e especialista em varejo, a estratégia do grupo mexicana é um pouco arriscada. “Faria mais sentido se eles investissem mais na marca regionalmente, antes de planejarem conquistar outros estados, que demandarão mais esforço de investimento.”
Estadia conturbada
Enquanto planeja a ida para outros estados, a rede Elektra é acusada de ter uma maneira no mínimo imprópria de cobrar seus créditos. De acordo com alguns de seus clientes, o grupo envia funcionários pessoalmente à casa de clientes devedores para a cobrança. Caso não tenham dinheiro para pagar na hora, eletrodomésticos e móveis seriam confiscados como parte do acerto de dívidas. “Isso é mentira, não fazemos isso no México, quanto mais no Brasil”, diz a fonte.
Verdade ou não, o fato é que a companhia enfrenta a investigação de 31 reclamações feitas por usuários contra a empresa na Delegacia do Consumidor de Recife. As acusações são de invasão de domicílio, constrangimento, ameaça e retomada de bens feitas por pessoas falando português e espanhol. Os danos à imagem da rede causados por essas denúncias, porém, seriam uma séria ameaça à sua expansão, caso vença a disputa pela Lojas do Baú. Para revertê-la, somente um garoto-propaganda afável e de sorriso fácil. Quem sabe, Silvio não aceitasse a função?

Eddie Jordan: o roqueiro da F1

Depois de levantar mais de US$ 150 milhões com a venda de sua equipe, o homem que abriu as portas das corridas para Senna e Schumacher trocou as pistas pelo som das baquetas


Com quem Ayrton Senna teve uma de suas primeiras oportunidades no automobilismo inglês? Quem abriu as portas da Fórmula 1 para Michael Schumacher? Quem foi também o padrinho de Rubens Barrichello no circuito? A resposta a essas três perguntas é a mesma: Eddie Jordan, um bem-humorado irlandês de 62 anos, que foi um dos mais extrovertidos magnatas da Fórmula 1.
Cinco anos atrás, ele decidiu mudar radicalmente de vida. Vendeu sua equipe, a Jordan Grand Prix, por mais de US$ 150 milhões e decidiu dar vazão a uma veia desconhecida: a de roqueiro filantropo. 
 
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Eddie Jordan: fundador da equipe que levava seu nome e hoje é Force India
 
Nascido em Dublin, Eddie Jordan percorreu um caminho inusitado: de caixa do Banco da Irlanda a símbolo da Fórmula 1. Tudo começou com uma corrida de kart despretensiosa, durante férias na Ilha de Jersey, quando era adolescente. Ele se apaixonou pela modalidade e fez o caminho que quase todo aspirante à F-1 faz. 
 
Passou pela Fórmula 3, depois pela Fórmula 2 e depois chegou à Fórmula 1 como um dos chefões da categoria, dono da Jordan Grand Prix, equipe que fundou em 1979 e comandou até 2005. “Pensei que dirigindo um time seria melhor e teria muito mais longevidade nesta carreira do que como corredor”, disse com exclusividade à DINHEIRO. 
 
E Jordan comandou a equipe numa época mais romântica na qual a relação do dono do negócio era mais visceral com o asfalto, o guard rail, os boxes e os pilotos que defendiam suas cores.
 
Com sua equipe, ele lançou muitos dos principais nomes do automobilismo mundial. “(Michael) Schumacher, (Rubens) Barrichello, (Giancarlo) Fisichella, (Jarno) Trulli, (Timo) Glock. A todos esses eu dei a primeira chance. Tenho um bom olho para reconhecer talentos. Mas mantê-los não é fácil.” 
 
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"Voltar à F-1? Não sou Schumacher. Prefiro tocar bateria"
 
Ele também admite que não foi fácil administrar a crise da Jordan. Ao longo de 25 anos, a equipe viveu altos e baixos, enfrentou crises com fornecedores de motores, perdeu e ganhou patrocinadores e conquistou quatro vitórias. Em 1999, Eddie vendeu 45% do time, mas se arrependeu e comprou as ações de volta. 
 
Em 2005, após perder o fornecimento dos motores Honda e sem patrocínio, o irlandês vendeu a Jordan à Midland — hoje a equipe, após ser vendida mais duas vezes, corre com o nome de Force India.
 
A paixão pela F-1, confessa, é maior que pela música. Por isso não hesita em responder quais foram os maiores pilotos: “Senna e Schumacher. O segundo foi talvez o mais rápido. Mas o mais respeitado, o mais amado e com mais carisma foi Senna.” 
 
Aliás, é só tocar no nome do brasileiro que Eddie se emociona. Ele conta que no ano do acidente que matou o piloto, em 1994, estava negociando com Senna para que ele fizesse parte da sociedade da Jordan. “Dei a ele sua primeira oportunidade de efetivamente correr na Fórmula 3”, lembra. 
 
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Momentos especiais: Jordan brinca com Rubinho, já na Ferrari, nos bastidores de uma das corridas de 2002.
E comemora com Heinz Frentzen o GP da França em 1999  
 
Hoje, a vida de ex-magnata da Fórmula 1 lhe permite manter um pé na paixão pelo automobilismo, como comentarista das corridas da temporada na BBC, e na paixão número dois, a música. Esse agitado senhor, famoso por seu espírito brincalhão, é baterista da banda de rock “Eddie & The Robbers” (Eddie & Os Ladrões). 
 
Foi na pele de comentarista e de baterista que ele veio ao Brasil este mês. Com a sua ban–da fez, no consulado britânico em São Paulo, um show beneficente. E encantou a plateia, metade inglesa, metade brasileira, com um vigor de fazer inveja a qualquer garoto de 20 anos ao executar músicas do Eurythmics, Beatles e dos brasileiros Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. 
 
“Tocar bateria me deixa completamente relaxado. Vou para outro mundo. Não penso em finanças, em negócios.” O show arrecadou R$ 12 mil para o projeto Casa do Sol, que atende crianças com necessidades especiais. 
 
Quando não está viajando ou tocando, Eddie vive com a esposa em Oxford, Inglaterra, e comanda a Fundação Clic (Caring for People and Young Children with Cancer), que ajuda crianças com câncer. Sem revelar sua fortuna, admite que tem negócios em Londres, mas nenhum voltado à modalidade que o enriqueceu. 
 
“Às vezes sinto-me frustrado de não mais fazer parte do mundo da F-1. Mas há também grandes satisfações. É gratificante perceber a audiência da corrida crescendo, quando estou narrando o evento na BBC. Pensando bem, não quero e não preciso mais ser o chefe de um time.” 
 
Entre os negócios que ele não revela, DINHEIRO apurou a sociedade na rede hoteleira Ramada, na editora britânica Debrett e em dois fundos de investimento: Clareville e Madara.  Ele diz negar os convites que ainda lhe fazem para voltar a comandar equipes na Fórmula 1. 
 
“É meio parecido com que penso sobre o Schumacher. Não acho que deveria voltar agora. Há outros, mais jo–vens, que podem fazer isso muito bem”, admite. Nem se fosse uma equipe brasileira? “Uma equipe brasileira precisa de um dirigente brasileiro, para ter o estilo e a paixão do lugar impressos no time.” 
 
Entre as indicações de Eddie para tal posto, se ele existisse, surgem Emerson Fittipaldi e Rubens Barrichello. “Rubens esteve comigo por quatro anos. Lembro-me de ter falado a seu pai, na cozinha da minha casa, que cuidaria dele como se fosse meu filho. Às vezes, acho que o brasileiro não dá a Rubens o crédito que ele merece.”

dezembro 04, 2010

Os superapartamentos compensam?

Imóveis gigantescos, hiperluxuosos e exclusivos tomam a paisagem dos grandes centros. Eles chegam a custar até R$ 30 milhões, mas há muitos fatores a considerar, além do preço

A escassez de terrenos nos bairros mais valorizados das grandes cidades brasileiras, o aumento da renda, a expansão do crédito e a queda dos juros trouxeram algo inédito ao mercado brasileiro: os superapartamentos.
Endereços privilegiados no Morumbi, em São Paulo, no Leblon, no Rio de Janeiro, ou mesmo em cidades fora do eixo Rio-São Paulo, como Santos, alcançam preços de várias dezenas de milhões de reais. “Há uma demanda crescente por empreendimentos de alto padrão, mas o espaço para construir estes prédios está cada vez mais escasso”, diz Maurício Eugenio, presidente do Grupo Eugenio, de marketing imobiliário. 
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Prime Plaza (Santos): a cobertura tríplex do edifício na praia do Gonzaga custa R$ 14 milhões, tem
1,2 mil metros quadrados e tomadas para carro elétrico na garagem
Por isso, os preços desses imóveis batem os R$ 30 milhões. Legal, você tem essa dinheirama toda, mas cabe a pergunta: vale a pena investir em um apartamento como esse?
Até agora, quem comprou esses imóveis na planta se deu bem. Os preços chegaram a subir até 150%, superando os juros de mercado. Um bom exemplo são os apartamentos do Parque Cidade Jardim. Hoje há 20 unidades residenciais à venda, com preços de até 
R$ 3 milhões, ou R$ 12 mil o metro quadrado. 
“No lançamento, em 2006, o preço era R$ 5,5 mil o metro quadrado”, diz Fernando Sita, diretor-geral de vendas da Coelho da Fonseca. A valorização foi de 118% nesse período, cerca de 36% acima dos juros de mercado.  Sita diz acreditar que os preços ainda podem subir mais 40% nos próximos 12 meses. O mesmo vale para o Rio de Janeiro. O edifício Conde de Marbella, no Leblon, foi lançado em 2008. 
Na ocasião, cada unidade foi vendida por R$ 2,2 milhões. Hoje, quem quiser comprar um apartamento pronto com vista para as areias coalhadas de artistas teria de assinar um cheque de R$ 5 milhões, diz Rodrigo Conde Caldas, vice-presidente da construtora Concal.
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Parque Cidade Jardim (SP): acesso direto ao Shopping Cidade Jardim, concierge e quatro dormitórios por R$ 12 mil o metro quadrado
Os especialistas afirmam que essa tendência não se encerrou. Segundo Luiz Paulo Pompéia, diretor da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), consultoria especializada em avaliação de imóveis, os fatores que justificaram a alta recente dos preços vieram para ficar. “O espaço disponível para novos empreendimentos vai tornar-se cada vez mais escasso e a demanda vai continuar aquecida”, diz ele.
Como em qualquer investimento, os superapartamentos oferecem riscos. Um deles é que essa é uma aplicação de longo prazo. “Imóveis desse tipo são para um público de altíssima renda, que busca exclusividade”, diz Pompéia. Tradução: a revenda pode demorar e muito capital ficará parado. 
Outro ponto é que o custo não se limita ao imóvel. As taxas de negociação de um apartamento de  R$ 10 milhões podem representar mais de R$ 800 mil, sem contar os gastos para mobiliar e enfeitar a futura moradia. 
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Conde de Marbella (Rio): lançamento de R$ 5 milhões oferece uma das poucas vistas para o mar no Leblon 
“Em média, os compradores de imóveis de alto padrão podem gastar até R$ 4 milhões com decoração”, diz Celso Francisco Pinto, diretor do escritório de São Paulo da Sotheby's, que está vendendo cada unidade do edifício Professor Adolpho Carlos Lindenberg, no Morumbi, zona sul de São Paulo, por esse valor. 
Se a opção for partir para um financiamento, a conta de juros será tão vistosa quanto a decoração. O apartamento pode sair 70% mais caro se comprado com empréstimo (observe o quadro) e as prestações podem chegar a R$ 128 mil por mês. 
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A compra de um apartamento desses vai além dos números. Há componentes difíceis de quantificar, como a opção pela qualidade de vida, o desejo de uma vista cinematográfica ou de status. Segundo o Sindicato da Habitação do Rio de Janeiro, o metro quadrado de um apartamento de luxo no Leblon custa R$ 14,5 mil. 
“Com vista para o mar, o preço vai para R$ 25 mil”, diz Pompéia. “As pessoas estão dispostas a pagar mais por isso”, diz ele, mesmo que não seja possível colocar o barulho das ondas na declaração de Imposto de Renda. 
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A valorização dos imóveis foi além das capitais. Em Santos, principal cidade do litoral paulista, no dia 5 de novembro, o Grupo Mendes entregou o Prime Plaza, na praia do Gonzaga. 
O edifício com vista para o mar tem apartamentos-padrão com quatro suítes e 399 metros quadrados, além de garagem para oito veículos com tomadas para carregar carros e motos elétricos (a medição de energia é autônoma). 
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O prédio possui uma sala de cinema para 30 pessoas, com tela full HD e poltronas reclináveis de couro. Morar ali pode custar até R$ 14 milhões, se o cliente escolher a cobertura tríplex de 1,2 mil metros quadrados, e os preços subiram 40% desde o lançamento, em 2008. 
“Os investimentos trazidos com o pré-sal e com a expansão do porto criaram uma demanda sustentável por imóveis de luxo em Santos pelos próximos dez anos”, diz Leopoldo Alves Arias, diretor de incorporação do Grupo Mendes, responsável pela obra. 
Os endereços mais caros
Os edifícios em pontos muito valorizados como Nova York, Londres, Mônaco ou Hong Kong custam muito mais que os melhores locais em São Paulo ou no Rio de Janeiro. A seguir, alguns dos imóveis mais sofisticados do mundo:
Mônaco –  Com vista para a marina, a cobertura dúplex no edifício La Belle Epoque, em Mônaco, vale R$ 540 milhões. O apartamento tem terraço com árvores, sala de jogos, piscina e uma biblioteca de dois andares
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Luxo em Mônaco: cobertura com árvores no terraço e biblioteca em dois andares custa R$ 540 milhões
Londres – A cobertura dúplex no edifício One Hyde Park, no distrito de Knightsbridge, foi vendida por 140 milhões de libras esterlinas (R$ 378 milhões) em agosto. São seis quartos em mais de dois mil metros quadrados
Hong Kong – A cobertura de quase 600 metros quadrados e cinco suítes do 39 Conduits Road foi vendida em outubro de 2009 por US$ 56,6 milhões (R$ 97 milhões). Além da sala de ginástica, o prédio tem um estúdio de ioga
Nova York – O condomínio 15 Central Park West, com vista para o parque, tem dois prédios com 201 apartamentos de alto padrão. As unidades podem custar até US$ 45 milhões (R$ 77,6 milhões). Há sala de cinema para 20 pessoas, sala de ginástica e piscina aquecida

dezembro 03, 2010

A bolsa verde

Novo Índice Carbono Eficiente, com empresas que abriram emissões de gases-estufa, vai ganhar ETF para atrair investidor.

Quarenta e duas empresas aderiram, voluntariamente, ao indice Carbono Eficiente (ICO2), lançado ontem pela BM&FBovespa em parceria com o BNDES. A iniciativa, nesse primeiro momento, tem como objetivo fomentar a adoção de práticas de gestão ambiental voltadas para mudanças climáticas. O próximo passo será promover o índice entre os investidores, por meio do lançamento de um fundo negociado em bolsa, conhecido como ETF (Exchange-Traded Fund), que vai replicar o ICO2.
Para participar da iniciativa, foram convidadas todas as companhias que integram o IBrX-50, composto pelas 50 ações mais negociadas na bolsa. Apenas seis delas ficaram de fora: CSN, Gerdau, Gerdau Metalúrgica, Petrobras, Usiminas e Vale. Outras nove empresas que tinham potencial de ingressar no IBrX-50 (Braskem, Copel, CPFL, Duratex, AES Eletropaulo, Klabin, Light, Ultra e Souza Cruz) aderiram ao processo, mas acabaram fora do ICO2 por não terem entrado no índice de referência.
O novo indicador levará em conta o peso de cada empresa no IBrX-50, ponderado pela eficiência em termos de emissões de gases de efeito estufa das empresas. Isso significa que as companhias mais eficientes, se comparadas à média de seu setor e à da carteira total, tendem a ganhar relevância no ICO2 em relação ao peso que detêm no IBrX-50. Para se ter ideia, o coeficiente de emissões do novo índice é cerca de 25% inferior ao coeficiente do IBrX-50, já descontadas as empresas que não aderirem à iniciativa. Quanto menor, maior a eficiência.
As empresas que estão no índice de carbono são aquelas que aceitaram abrir suas emissões de gases de efeito estufa, diretas e indiretas. "O índice é um marco zero na vida da empresa que pretende adotar uma política de gestão de emissões de gases de efeito estufa, seja por meio da redução ou da compensação", afirma o gerente de produtos ambientais da BM&FBovespa, Guilherme Fagundes.
Além disso, ao privilegiar a transparência, o índice naturalmente torna a empresa alvo da cobrança da sociedade, seja acionista, cliente, fornecedor, empregado. "Investidores e consumidores são os que fazem a roda girar", diz.
Na visão da gerente do departamento de operações de meio ambiente do BNDES, Priscila Camacho, a iniciativa, ao estimular o cálculo das emissões, está preparando as empresas para o ambiente competitivo da "economia de baixo carbono". "Emissão é custo", destaca Priscila. Os Estados Unidos, segundo ela, já sinalizaram que pretendem impor barreiras tarifárias a companhias poluidoras. Fagundes lembra ainda que nos setores de papel e madeira já há restrições quanto a produtos não certificados.
Do ponto de vista do investidor, empresas que consideram a variável meio ambiente em sua política de gestão do negócio representam menos risco de descontinuidade de suas atividades, afirma o diretor da Carbon Market Consulting, Rodrigo Franco.
Para essa primeira carteira, a bolsa optou por uma abordagem inclusiva, ou seja, as empresas não foram obrigadas a apresentar um inventário de emissões, apenas fornecer informações para que estimativas fossem feitas. O cálculo das emissões, assim como a harmonização dos dados fornecidos pelas companhias, foi feito pela consultoria global de pesquisa ambiental Trucost.
Para a carteira que irá vigorar a partir de setembro de 2011, as empresas terão de apresentar um inventário das emissões diretas e indiretas, essas geradas pelo consumo de energia elétrica. Em 2012, haverá ampliação das fontes contempladas que serão definidas a partir de estudo a ser realizado em 2011. A carteira será rebalanceada quadrimestralmente com base na participação das empresas no IBrX-50 e anualmente, no mês de setembro, com base no coeficiente de emissão.
A ideia foi inspirada em iniciativas do mercado internacional, conta Priscila, do BNDES. É o caso do índice S&P Carbon Efficient Index, lançado em 2009 pela Standard & Poor's. A grande diferença, segundo ela, é que lá fora as empresas não são consultadas; a S&P escolhe as companhias menos poluentes levando em conta estimativas próprias.
O próximo passo, segundo Priscila, é dar liquidez e visibilidade ao índice. Para isso, o BNDES prepara uma oferta pública de cotas de um ETF que vai replicar o ICO2, nos mesmos moldes do Papéis do Índice Brasil Bovespa (PIBB). Até o fim do ano, o banco esperar anunciar o gestor do fundo para então contratar a instituição que vai liderar a operação.
A carteira do fundo será constituída por ações hoje detidas pela empresa de participações do BNDES, a BNDESPar, de modo a replicar o Índice Carbono Eficiente. A expectativa é de que a oferta vá a mercado ainda no primeiro semestre de 2011, mas tudo vai depender das condições de mercado. Priscila não revela o tamanho da oferta, mas diz que ela será bem significativa.
Como a metodologia do ICO2 não capta ações de compensação de emissões de gases de efeito estufa, a bolsa abriu um espaço específico no site Em Boa Companhia para as empresas participantes divulgarem seus inventários de emissões e outras ações de gestão de emissões.