dezembro 25, 2010

Samsung bem na foto

Mesmo sem revolucionar o mercado, a gigante coreana se apoderou como poucas da imagem de empresa inovadora. A estratégia deu certo.

"Foi uma operação de guerra”, resume José Fuentes Molinero Jr., vice-presidente de eletrônicos de consumo da Samsung no Brasil. Ele se refere à intrincada logística criada pela empresa para conseguir repetir no Brasil o que já havia feito no Exterior: lançar antes da concorrência os televisores 3D no País.
 
Vendidos nos EUA a partir de março de 2010, os aparelhos aterrissariam por aqui apenas em junho. Mas um anúncio de que a rival também coreana LG planejava lançar seus televisores tridimensionais já a partir do final de abril fez a Samsung rever seus planos. 
 
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Molinero Jr. e Silvio Stagni (à esq.) 
 
Molinero mobilizou suas tropas e conquistou o terreno cobiçado. Não sem um certo sacrifício. Como todo o material para a montagem das tevês em Manaus foi trazido de avião e a distribuição dos aparelhos também foi feita por via aérea, as margens da Samsung foram sacrificadas em um primeiro momento. 
 
Mas, entre abril e setembro, a empresa monopolizou o mercado de tevês 3D vendidas no Brasil, com participação de 99,87%, segundo a consultoria GFK. “Apenas o ganho de imagem junto ao consumidor compensou esses gastos”, afirma Molinero Jr. 
 
A agressividade em lançamentos é regra dentro da Samsung. Em 2010, a marca colocou três produtos por semana nas prateleiras brasileiras, em média. Entre as sensações da temporada, ao lado das tevês 3D, estão os tablets. 
 
Criado pela Apple, o iPad foi lançado em abril nos EUA, mas chegou ao Brasil só em dezembro. Mais rápida, a Samsung conseguiu colocar o seu Galaxy Tab nas prateleiras brasileiras em novembro, dois meses depois da sua criação. “Todo novo mercado tem a hora certa para chegar”, pondera Silvio Stagni, vice-presidente de telecom da Samsung no Brasil. 
 
Além da agilidade, a empresa é reconhecida pela beleza de seus produtos. Atualmente, a tevês de LED modelo C9000 encanta os consumidores. Com 55 polegadas, ela oferece imagens 3D em altíssima definição e conexão à internet, tem acabamento de titânio escovado e 0,79 cm de espessura. O preço: R$ 18 mil. 
 
Não é por acaso que, na última década, a Samsung ganhou mais prêmios da prestigiada Sociedade de Design Industrial da América (IDSA, em inglês) do que qualquer outra companhia no planeta. “A força da Samsung reside na fabricação disciplinada e no apuro do seu design”, disse à DINHEIRO o analista americano Rob Enderle.