Títulos do Brasil superam os BRIC com perspectiva de crescimento
Melhores retornos colocaram o país entre os principais países emergentes no mesmo momento em que o governo toma medidas para acelerar o crescimento
O Ipea admitiu que o pior cenário para o Brasil seria a transformação da crise europeia em crise financeira global, aos moldes da registrada em 2008
Nova York - Os títulos corporativos em dólar brasileiros têm registrado os melhores retornos ajustados ao risco entre os principais países emergentes no mesmo momento em que o governo toma medidas para acelerar o crescimento.
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Os títulos em dólar emitidos por empresas brasileiras registraram retorno médio de 1,86 por cento nos últimos 12 meses após descontada a volatilidade dos preços, segundo dados compilados pela Bloomberg e pelo JPMorgan Chase & Co. Papéis semelhantes de companhias indianas tiveram ganho de 0,92 por cento quando ajustados à volatilidade no mesmo período. Na China, esses títulos tiveram rendimento de 0,14 por cento e, na Rússia, de 0,76 por cento. A Embraer SA teve o melhor retorno ajustado ao risco do país de 3,06 por cento.
O Banco Central cortou a taxa básica de juros em 200 pontos-base desde agosto para estimular o crescimento do segundo maior mercado emergente do mundo em meio à crise da dívida europeia. A economia brasileira cresceu em novembro ao ritmo mais acelerado dos últimos 19 meses e a produção industrial registrou em dezembro o maior avanço desde maio. Os aumentos nos preços das commodities podem ajudar os títulos corporativos brasileiros a superar em desempenho de papéis dos maiores mercados emergentes ao longo do próximo ano, disse Siddharth Dahiya, analista de crédito da Aberdeen Asset Management.
“O cenário de longo prazo continua bem forte para os títulos brasileiros”, disse Dahiya em entrevista por telefone de Londres. “Essa é uma história sustentada pela economia em expansão e pelo crescimento do consumo interno. Há demanda por commodities nas economias em expansão. No geral é positivo para os títulos corporativos brasileiros.”
Crescimento maior
A dívida corporativa brasileira denominada em dólares rende em média 5,82 por cento, ou 154 pontos-base a mais do que os títulos soberanos internacionais, de acordo com o JPMorgan.
O governo brasileiro anunciou ontem corte de R$ 55 bilhões no orçamento de 2012 para permitir que os juros caiam, sem prejudicar o aumento dos investimentos. O BC também sinalizou que deve reduzir a taxa básica de 10,5 por cento, atualmente, para menos de 10 por cento.
Os preços das commodities no mercado internacional subiram 9,3 por cento desde dezembro, segundo o índice UBS Bloomberg CMCI. Fundos de hedge reforçaram apostas na alta das commodities para o maior nível desde setembro na semana encerrada em 7 de fevereiro. O Brasil é o maior produtor mundial de açúcar, suco de laranja e café.
Com juros menores o país crescerá mais, disse ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao anunciar a jornalistas em Brasília o corte no orçamento. O governo trabalha para estimular crescimento de 4,5 por cento este ano, disse Mantega.


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