Quatro instituições se inscrevem para lançar ETF financeiro
Quatro instituições se cadastraram no processo de concorrência liderado pela BM&FBovespa para selecionar o gestor que terá a licença exclusiva para a criação do ETF (sigla em inglês para Exchange Traded Funds), que replicará o Índice Financeiro (IFNC). Entre os interessados, segundo adiantou o Valor em reportagem do dia 25 de maio, estavam o O prazo para o credenciamento terminou no último dia 19 e o vencedor, que terá a licença pelos próximos três anos, deve ser anunciado no dia 2 de agosto. "A resposta foi muito boa", afirma o diretor de renda variável da BM&FBovespa, Júlio Ziegelmann. Segundo ele, além das quatro propostas, algumas instituições demonstraram interesse em participar, mas não tiveram tempo hábil para aprovar a estrutura. No momento, conta Ziegelmann, a bolsa está fazendo a análise técnica dos participantes, a fim de checar se eles são qualificados para a gestão do novo fundo de índice, o ETF IFNC. Uma das exigências, além de autorização para atuar como gestor de fundos na Comissão de Valor Mobiliários (CVM), era ter volume mínimo sob gestão de R$ 2 bilhões. Depois dessa fase de pré-qualificação, a escolha do vencedor será feita com base no compromisso com o maior volume de negociação a ser gerado. Para isso, o gestor tem o direito de contratar um formador de mercado. Hoje, além do PIBB (Papéis Índice Brasil Bovespa), administrado pelo Itaú, o mercado local reúne mais seis fundos de índice, todos geridos pela BlackRock e com o Citibank como formador de mercado. O mais popular é o ETF atrelado ao Ibovespa. Há ainda fundos dos índices "Small Caps" (empresas menores), "Mid & Large Caps" (médias e grandes empresas), IBrX-100 (das 100 ações mais negociadas na bolsa), Icon (de ações de empresas ligadas ao setor de consumo) e Imob (que reúne ações do setor imobiliário). O PIBB não está com formador de mercado, mas deve voltar a ter. A expectativa da bolsa com a entrada de novos gestores é popularizar os fundos de índice. Em Nova York, afirma Ziegelmann, os ETFs são responsáveis por 30% da liquidez da bolsa. "Esse negócio é forte lá fora, com os dez maiores fundos de índice negociando mais do que as principais ações americanas", acrescenta. Em junho, segundo dados da National Stock Exchange (NSX), empresa americana de negociação de ativos, o patrimônio dessas carteiras atingiu US$ 777,527 bilhões, assim como o número de ETFs listados chegou a 914. A BlackRock continua na liderança do mercado, com US$ 361,7 bilhões em ETFs. A O diretor acredita que é questão de tempo para os fundos de índice ganharem força no Brasil. Uma das iniciativas recentes foi a redução do lote-padrão dos ETFs, de 100 para 10 cotas, válida a partir do dia 2 de agosto. O ETF do Ibovespa (Bova11), por exemplo, que espelha o índice, passará de R$ 6.280,00 para R$ 628,00. No ano passado, os fundos de índice, incluindo o PIBB, negociaram R$ 4,6 bilhões. O ETF do Ibovespa, sozinho, movimentou R$ 3,8 bilhões. Neste ano, até o mês de junho, o giro chega a R$ 3,2 bilhões, cerca de 70% do volume do ano passado. O fundo de Ibovespa continua concentrando os negócios, com R$ 2,5 bilhões, ou 78% do total. A bolsa está aberta também a sugestões de criação de novos ETFs. "Se alguma instituição tiver uma ideia de índice que faça sentido para um novo ETF e for tecnicamente viável, podemos abrir concorrência", diz o diretor. Lá fora, esse mercado é vasto. Tem ETF para tudo, de índice de commodities à renda fixa. |


<< Página inicial