PT nega acordo com a Oi, mas deixa evidente que há negociações
|
Ficou claro para o mercado que a A Oi é a saída para os portugueses poderem vender sua fatia de 30% no capital total da O modelo com a Oi que interessa a ambos os lados - brasileiro e português - é o de uma participação minoritária recíproca, conforme antecipou o Valor em junho. De um lado, a Portugal Telecom entraria com uma fatia minoritária na Telemar Participações, holding em que estão os sócios controladores da Oi. Do outro, a empresa brasileira teria uma participação relevante no capital da portuguesa, provavelmente assumindo os 10% que a Telefónica se comprometeu a vender caso o acordo com a Vivo seja selado. Os espanhóis acertaram que venderiam as ações à própria PT ou a um terceiro indicado por ela. Há tempos que os acionistas da Oi vêm sendo "sondados" sobre possíveis investidas dos portugueses. As primeiras novas investidas ocorreram antes mesmo de a oferta da Telefónica pela Vivo tornar-se pública. No passado, o Banco Espírito Santo ( A entrada na Oi, contudo, não é um negócio simples de ser costurado. Por isso, não há expectativa de que uma transação seja efetivada no mesmo prazo em que se espera concluir a venda da Vivo: até o fim do mês. Os portugueses não contam com modelar uma sociedade na Oi tão rapidamente, mas firmar um entendimento inicial. Além de uma complexa negociação sobre preço e poderes políticos na gestão, a operação exige ainda uma diligência dos números. Por fim, antes de qualquer movimento, é preciso obter suporte político local. A Oi tal como está hoje é resultado da vontade política de criação de uma grande companhia de capital nacional no setor. Em 2008, a empresa comprou a No controle da Oi, permaneceram dois dos três principais sócios, Para a Oi, os bilhões de euros que a Portugal Telecom conseguiria com a venda da Vivo chegariam num momento interessante, em que acumula dívida da ordem de R$ 30 bilhões. O ritmo de crescimento foi reduzido para focar os recursos na redução desses compromissos, assumidos em boa parte para a compra da Brasil Telecom e para o lançamento da operação móvel em São Paulo. Além disso, a entrada recíproca na PT seria uma forma de iniciar um movimento de internacionalização, promessa da fusão que criou a "super tele". A operação é politicamente viável, sem comprometer a imagem da companhia. Já para a Portugal Telecom, a Oi seria uma forma de manter-se exposta ao Brasil e com uma perspectiva de mais longo prazo. Isso porque a sociedade na Vivo está, há tempos, fadada à extinção e uma troca pela A desvantagem para a Portugal Telecom está no tempo de negociação. Depender da Oi para encontrar apoio político local para vender a Vivo deixa uma grande força de negociação nas mãos dos brasileiros. Depois de ignorar por um longo período a existência de interesse da Portugal Telecom na Oi, a imprensa europeia tem dado muito foco ao potencial negócio nos últimos dias. Em 2007, quando a Telefónica já havia tentado isolar-se no controle da Vivo, os portugueses já tinham tentado esse movimento. Embora no mercado a avaliação da Oi esteja defasada por problemas de governança, os sócios sabem do valor da empresa, estrategicamente a mais bem posicionada do setor - totalmente integrada nos serviços móvel, fixo, banda larga e TV paga (ainda que em menor escala). Na bolsa, a Tele Norte Leste (TNLP) vale R$ 12,2 bilhões, ante os R$ 24,5 bilhões da Vivo. No recente leilão em que os fundos de pensão compraram 14,5% da holding não listada Telemar Participações do BNDES, o negócio foi avaliado em R$ 35 bilhões. Enquanto a Portugal Telecom não reabre o diálogo, a Telefónica tenta ampliar a pressão, para ver a operação fechada até o fim deste mês. Apesar de ter desde abril um advogado contratado na Holanda, sede da Brasilcel, o escritório |


<< Página inicial