Empreendedorismo: Investimentos em franquias internacionais podem ser muito lucrativos
Especialista dá dicas para quem pretende investir em uma franquia internacional que ainda não atua no Brasil
Marcas estrangeiras com interesse em abrir franquias no Brasil não chegam a ser uma novidade. McDonald´s, Pizza Hut, Dry Clean USA, entre tantas outras, viram a oportunidade há quase duas décadas e fizeram nome por aqui. Hoje, com a economia muito mais estável e o crescimento exponencial do País, mais uma vez ocorre o movimento de empresas bem sucedidas em seus países desejarem abrir franquias em solo brasileiro.
"E quem apostar nelas, sendo máster-franqueado ou investindo em uma franquia individual, pode se dar muito bem", afirma o consultor e presidente da Global Franchise, Paulo César Mauro, que há mais de 20 anos traz franquias do exterior para o Brasil.
Mauro conta que quando as empresas hoje bem inseridas no mercado chegaram ao Brasil, passaram por um momento mais conturbado. "Planos econômicos, instabilidade da moeda e crises políticas influenciam diretamente sobre o negócio – e não foi fácil para muitas empresas se manterem", lembra.
Hoje, porém, com o maior conhecimento do sistema de franchising e dos mercados potenciais, investir em uma boa marca estrangeira é bastante atrativo. "Há marcas portuguesas, americanas e europeias, além de algumas sul-americanas, que já fizeram um bom estudo de viabilidade do mercado brasileiro e apostarão juntas com o franqueado na abertura do mercado", afirma o consultor, que foi máster-franqueado, na década de 1990, de uma marca americana de sapataria que investiu no Brasil.
O consultor diz que é necessário ater-se a algumas questões importantes para que o negócio tenha o risco reduzido. Ele dá as dicas:
1) Certifique-se de que a marca vai bem em seu país de maior atuação e nos países para onde exportou a franquia – Exportar a marca, seu conceito, produtos e serviços não é algo fácil. Muitas empresas querem começar pelo Brasil, enquanto outras já possuem franquias longe de seu país de origem. Seja qualquer um dos casos, procure se informar sobre como a marca age e qual é sua situação atual. Você pode fazer isso consultando sites de jornais e revistas e até visitando – por que não? – lojas fora do Brasil. É importante, também, analisar números de crescimento e o histórico da empresa.
2) Peça ajuda a uma consultoria especializada e a advogados que entenda de direito comercial internacional – Quando uma franqueadora estrangeira tem um representante no Brasil, é mais fácil realizar a negociação. Além disso, se a empresa conta com uma consultoria que age além da venda de franquias – ou seja, que adapta a formatação para o mercado brasileiro –, o potencial franqueado pode pedir estudos mercadológicos e apoiar-se na experiência da consultoria para avaliar o novo negócio. Os advogados podem avaliar contratos e ver se a empresa está disposta a trabalhar dentro da legislação brasileira. Proteja-se!
3) Conheça bem o produto e/ou serviço e analise criteriosamente se ele tem aceitação no mercado brasileiro – Algo muito inusitado ou nada inusitado? Moda que agrada fora do País ou aos brasileiros? Comidas exóticas, temáticas ou tradicionais? É complexo fazer escolhas, mas vale a pena fazer uma boa pesquisa junto ao público ao qual se destina o produto ou o serviço. Por exemplo, pergunte a várias pessoas o que elas acham do produto que a nova marca oferece. Questione, também, se elas pagariam o preço pedido; quantas vezes por semana (ou mês, ou ano) optariam pela compra dele; se ele faria parte de suas vidas... Com a análise das respostas, você certamente terá uma prévia do sucesso do negócio. Se o que for oferecido são serviços, compare-os com os que já existem no Brasil, com a qualidade e os preços praticados. Você pode se surpreender.
4) Saiba tudo do negócio – É fundamental que você não tenha qualquer dúvida em relação às intenções da franqueadora em relação ao crescimento da marca no Brasil. Também precisam ficar bem claras questões relacionadas ao pagamento de taxas, renovação do contrato, locação de lojas, treinamentos e reciclagens, importação de produtos, adequação do mix oferecido às necessidades do mercado brasileiro... Anote tudo.
5) Analise a concorrência – Se o negócio tem similares no Brasil, procure ver os preços praticados, a qualidade dos produtos, os investimentos em propaganda e marketing, o crescimento da marca, qual seu público-alvo, entre outros aspectos. Converse, se possível, com franqueados da marca para saber quais são suas dificuldades e o que lhes é oferecido. Assim, você terá elementos para comparação. Se o negócio não tem similares no Brasil e você acredita que seja uma oportunidade de explorar um nicho único, tome cuidado para que a informalidade não o atrapalhe: muitas vezes, artigos que podem ser comprados pela Internet ou trazidos facilmente por meios ilegais, como o contrabando, podem minar sua franquia.
6) Verifique se a marca possui algum diferencial – É importante que a marca com a qual deseja trabalhar tenha algum apelo diferente. Pode ser o preço, o público-alvo, o produto oferecido, a maneira como é comercializado (por exemplo, salada todas as redes de fast food vendem, mas a Salad Creations especializou-se nelas e é um sucesso!), a especialização (a VivaFit, por exemplo, é especializada em Pilates, uma 'febre' no mundo todo).
7) Fique ciente do apoio oferecido pelo franquedor – As franqueadoras estrangeiras não costumam seguir uma regra quanto ao suporte oferecido aos seus másteres. Algumas oferecem apenas treinamento inicial, deixando por conta do máster as obrigações de expansão, treinamento de franqueados, controles, contratação de fornecedores e todos os demais aspectos que tangem à franquia. Outras marcas agem diferente, oferecendo modelos e exigindo que sejam usados padrões internacionais. Seja de uma forma ou de outra, averigúe se ela se encaixa no que você espera e se você tem experiência para atuar no formato que o franqueador deseja.


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