abril 30, 2011

Limite para saques noturnos sobe para R$ 300

Santander, Banco do Brasil e Bradesco confirmam que elevaram o limite. Caixa Econômica Federal o manteve


 
Caixas eletrônicos
Caixas eletrônicos: saques maiores à noite estão permitidos
São Paulo - Treze anos depois de os bancos limitarem a R$ 100 os saques das 22h às 6h, por questões de segurança, o valor foi atualizado para R$ 300. E vem sendo adotado nas últimas semanas por várias instituições.

Santander, Banco do Brasil e Bradesco confirmam que elevaram o limite, seguindo orientação dada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) por circular - não se trata de uma obrigatoriedade. A Caixa Econômica Federal, por exemplo, manteve o limite de R$ 100. Já o Itaú Unibanco não respondeu se ampliou o valor, alegando motivos de segurança. Para especialistas ouvidos pela reportagem, a alteração poderá motivar mais ações criminosas. Procurada, a Polícia Militar não se manifestou.
O saque na madrugada é feito especialmente em caixas 24 horas disponíveis em supermercados e postos de gasolina. A maioria dos caixas eletrônicos das agências fica disponível só até o início da noite. Em São Paulo, o acesso é, em geral, até as 22h.
O limite de R$ 100 surgiu em 1998. Na época, o saque tinha valores diversos, dependendo da conta do cliente. Assaltos na saída de caixas eletrônicos e sequestros relâmpagos eram comuns. Em alguns casos, a vítima era dominada de dia e, após um primeiro saque, tinha de esperar até a noite para nova retirada. Em nota, a Febraban afirmou que o aumento do limite para R$ 300 "é o primeiro desde que o procedimento foi criado e atende a solicitação de clientes bancários". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

FATO RELEVANTE HRT e UNX Anunciam Conclusão da Operação

Rio de Janeiro, 29 de abril de 2011 - A HRT Participações em Petróleo S.A. (a “Companhia” ou “HRT”)(BM&FBOVESPA: HRTP3) e a UNX Energy Corp. (TSXV: UNX) ("UNX"), nos termos do artigo 157, §4º, da Lei n.º 6.404/76 (“Lei das Sociedades por Ações”) e da Instrução CVM 358/02, anuncia a seus acionistas, investidores e ao mercado em geral o que se segue:
A HRT e a UNX anunciam que concluíram plan of arrangement, anunciado pelas duas companhias em 24 de fevereiro de 2011 (“Acordo”), por meio do qual a HRT adquiriu 100% das ações ordinárias da UNX (“Ações da UNX”). O Acordo foi aprovado pela Court of Queen's Bench of Alberta em 27 de abril de 2011. Os acionistas da HRT aprovaram o Acordo em assembleia realizada em 19 de abril de 2011 e os acionistas da UNX (incluindo os detentores de opções) aprovaram o Acordo em assembleia realizada em 19 de abril de 2011. O Articles of Arrangement será protocolado no Registro de Comércio de Alberta (Registrar of Corporations for the Province of Alberta), nos termos do artigo 193 do Business Corporations Act (Alberta), e o Acordo entrará em vigor na presente data.

abril 29, 2011

Trem-bala: governo rebate críticas 'desonestas' e diz que risco é das empresas

Em entrevista a EXAME.com, o diretor-geral da ANTT garante que não haverá injeção extra de recursos públicos na obra


 

Bernardo Figueiredo, diretor-geral da ANTT
Bernardo Figueiredo, da ANTT: estudo geológico detalhado é missão das empresas

São Paulo – A série de críticas de especialistas ao projeto do trem-bala publicada por EXAME.com foi rebatida com veemência pelo governo federal. Em entrevista exclusiva, Bernardo Figueiredo, diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), órgão responsável pelo trem de alta velocidade que ligará Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas, classificou de “desonesta” a posição dos críticos.

O primeiro tópico abordado foi o custo do projeto estimado em R$ 33 bilhões (a preços de 2008). Segundo especialistas, o valor pode até dobrar durante a obra devido a várias incertezas, o que poderia levar as empresas a pedirem socorro ao governo. Figueiredo admite que o orçamento é “apertado”, pois o objetivo é atrair a melhor proposta, mas descarta ajuda do setor público.
“Com esse orçamento, a empresa que ganhar vai ter um retorno de 10% ao ano no seu capital investido. Se custar mais (do que o previso), o retorno dela vai diminuir. Em resumo, vai ter 10% de retorno quem tiver esse nível de competitividade. Quem tiver menos, tudo bem, vai ter menos retorno. É um problema da empresa. E o risco da obra a gente está passando para o empreendedor”, afirma.
O diretor-geral da ANTT diz que “o único ponto verdadeiro, dentre vários questionamentos, é a ausência de uma contingência no orçamento, ou seja, uma reserva para imprevistos. “Realmente não consideramos a contingência porque, se a gente tivesse colocado R$ 10 bilhões, por exemplo, eles (os críticos) iriam reclamar que a gente colocou isso para o cara (a empresa) ter uma folga. Ao não colocar a contingência, o nosso objetivo na concessão é buscar a melhor proposta, o cara mais competitivo. Outro motivo para tirarmos essa contingência é que os estudos de engenharia já consideraram margens de erro nos quantitativos adotados. É aquele negócio do engenheiro dimensionar um pilar e colocar mais 40% de segurança.”
Figueiredo ressalta que o projeto do trem de alta velocidade foi elaborado pelos melhores especialistas internacionais e ficou exposto em audiências públicas durante dois anos. “Nenhuma empresa e nenhum especialista apontou erro no projeto. As pessoas ficam falando que o orçamento é muito maior do que isso, mas ninguém fez nenhum estudo. As pessoas acham que pode ser mais caro, mas ninguém estudou. Simplesmente partem do pressuposto de que tem alguma coisa errada.”
O diretor da ANTT garante que não sairá mais nenhum centavo dos cofres públicos. “Na modelagem, não tem como isso ser revertido em novos encargos para o poder público. Esses especialistas não estão sendo absolutamente honestos. Eu já tive a oportunidade de debater com eles nos últimos dois anos. A pérola disso foi um consultor do Senado dizer que o governo teria de fazer depois do leilão um acordo com essas empresas, que são fortes e têm lobby. Bom, aí já é uma especulação sobre o comportamento ético que viria depois. No que se refere à agência, eu não posso aceitar esse tipo de presunção.”

Os especialistas dizem que é muito difícil calcular a demanda de passageiros que o trem-bala terá quando entrar em funcionamento. Figueiredo, no entanto,a firma que a estimativa de passageiros prevista no projeto é realista e já foi até considerada conservadora por técnicos de outros países interessados na obra.

O governo não possui a mesma preocupação dos críticos com o fato de que o preço da passagem do trem-bala possivelmente não será baixo o suficiente para concorrer com as companhias aéreas. “Nossa preocupação foi fixar um teto (R$ 0,49 por quilômetro), pois, se um dia acabar a ponte-aérea, o monopólio do trem-bala não terá autonomia para cobrar qualquer tarifa. Agora, ela (a empresa responsável pelo trem de alta velocidade) vai ter que ser aderente ao mercado. Se a companhia aérea mergulhar (reduzir os preços), ela vai ter que mergulhar também. É assim no mundo inteiro, isso não é nenhuma novidade”, explica Figueiredo.
Quanto à falta de estudos geológicos mais profundos, o diretor da ANTT reconhece a limitação do trabalho feito pelo governo, mas afirma que as empresas interessadas são quem deve ampliá-los. “É claro que nós não fizemos um estudo geológico detalhado, até porque o proponente tem a possibilidade de escolher o traçado mais conveniente à sua tecnologia, com menos túneis ou mais viadutos. Não faria sentido a gente fazer um estudo detalhado num determinado traçado sem saber se será necessariamente o mesmo a ser utilizado pela empresa vencedora do leilão.”
Ele lembra que já foram feitos dutos pela Petrobras nessa região, o que a torna muito conhecida. “O que não quer dizer que não tenha risco geológico e que não sejam necessários estudos mais aprofundados por parte do proponente.”
O projeto prevê a transferência integral da tecnologia para o Estado brasileiro, independentemente de quem vença. "Nós adotamos um nível de engenharia no projeto que possibilita a participação de empresas de vários países, que usam as mais variadas tecnologias. O objetivo era não excluir ninguém do leilão.”
Bernardo Figueiredo garante que o BNDES não vai aumentar o volume de financiamento (R$ 20 bilhões) mesmo que a obra custe mais do que o previsto. “A empresa pode buscar outros financiamentos, mas não esse específico do BNDES, cuja garantia é o próprio projeto, e que tem juros privilegiados em relação a outros que existem no mercado.”

O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres não vê motivos para novo adiamento no leilão, previsto para o dia 29 de julho. Sobre o nível de interesse das empresas estrangeiroa na obra, Bernardo Figueiredo diz que trata-se de “um projeto complexo, que envolve grande risco para o empreeendor. As empresas vão ter que viabilizar capital entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões. Não é um investimento banal, mas o interesse continua no mesmo nível e avaliação que a gente tem do mercado é que todo mundo está mais maduro, mais consciente”. O prazo máximo para a conclusão da obra é de seis anos e há uma multa de R$ 1 bilhão em caso de não execução.

Quanto a erros nas prioridades no setor de transporte público apontados por especialistas, o diretor da ANTT volta a falar em um debate desonesto. “ Eu vou te falar como técnico do transportes há quase 40 anos. Nunca se atendeu a tantas prioridades no transporte ferroviário como agora. O governo está fazendo 7,5 mil quilômetros de ferrovias. Desde 1920 até hoje, foram apenas 1,5 mil quilômetros. É absolutamente indevida a acusação de que outras prioridades estão sendo negligenciadas em favor dessa (trem-bala).”
Figueiredo acrescenta: “No que se refere ao metrô, não tem nenhum projeto que não esteja sendo tocado. O BNDES financiou todos os projetos de metrô de São Paulo e do Rio de Janeiro que foram apresentados. O pessoal fala que precisa de mais 300 quilômetros de metrô. Aonde? Apresenta o projeto? (...) Me diga o que está deixando de ser feito para fazer o trem de alta velocidade? Nada.”
O diretor da ANTT defende investimentos no eixo Rio-São Paulo, região que gera impostos e subsidia o desenvolvimento do Nordeste. Ele diz que o esforço financeiro do setor público nesse projeto é "apenas" de R$ 5 bilhões, que são a diferença entre o que o governo ganharia aplicando o valor do financiamento na taxa básica de juros (Selic) e o subsídio concedido pelo BNDES.
“Não é honesto dizer quer o governo está colocando R$ 50 bilhões e que poderia gastar esse dinheiro em metrô. Não é honesto tecnicamente. Qual é o projeto de metrô em São Paulo que está parado na mesa? Não existe. (...) É um falso dilema. O trem de alta velocidade, além de alavancar o desenvolvimento da região, vai gerar 50 bilhões de reais em impostos em 40 anos. Se é para discutir tecnicamente, vamos discutir honestamente. Se é para discutir politicamente, vamos discutir honestamente. Você não pode dizer: ‘eu sou técnico, não estudei o assunto e acho que não é uma boa solução'. Isso é uma irresponsabilidade técnica.”

Vale fornecerá US$ 500 milhões para Belo Monte

Segundo diretor da empresa, a decisão se insere na estratégia de aumentar a geração de energias renováveis


Rio Xingu, onde deve ser construída a usina de Belo Monte
Usina, que começou a ser construída no leito do rio Xingu, deve iniciar operações em 2015
Brasília - A Vale se unirá com o ingresso de US$ 500 milhões ao grupo que constrói na Amazônia a polêmica represa de Belo Monte, segundo fontes da companhia citadas nesta sexta-feira pela imprensa.

"Esta decisão se inscreve na estratégia da companhia para aumentar a geração de energias renováveis que se requer para seus projetos", declarou ao jornal "O Globo" o diretor de Mercado e Vendas da Vale, José Carlos Martins.
A Vale passará a fazer parte do consórcio Norte Energia, que assumiu as obras da represa, em vez do grupo Gaia, da companhia Bertin, que tinha uma participação de 9% e se retirou do projeto em fevereiro alegando dificuldades financeiras.
Belo Monte, que começou a ser construída este ano no leito do rio Xingu, no município de Altamira, deverá iniciar suas operações em 2015 e será a terceira maior hidroelétrica do mundo depois da chinesa das Três Gargantas e da paraguaio-brasileira Itaipu.
Segundo os cálculos iniciais, custará cerca de US$ 10,6 bilhões e sua capacidade de geração alcançará um máximo de 11.233 megawatts nas épocas de cheia do Xingu, onde ficará seu enorme muro de concreto.
O projeto está salpicado de polêmicas nas quais entrou até a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA), que pediu para paralisar as obras até que se constate seu real impacto ambiental e social.
Índios e camponeses que vivem na região denunciaram que as obras deslocarão cerca de 50 mil pessoas, que moram atualmente em áreas que serão inundadas e às quais o Governo ainda não ofereceu alternativas.
Diversas organizações ambientalistas, por sua vez, sustentam que a represa de Belo Monte causará um dano "irreparável" ao ecossistema da região e porá em risco a subsistência da rica fauna do Xingu, um dos afluentes do rio Amazonas.
Apesar das pressões, o Governo da presidente Dilma Rousseff reiterou várias vezes que o projeto não será paralisado nem revisado, pois é um dos mais importantes de cara a garantir a energia que o país requer para seus planos de desenvolvimento.

Agenda do investidor para esta sexta-feira

No mercado nacional a FGV divulga a Sondagem da Indústria que fornece indicações sobre o estado geral da economia nacional e suas tendências. O Banco Central publica a Nota de Política Fiscal com os dados sobre o montante e composição da dívida pública federal. Nos Estados Unidos o Departamento do Comércio divulga a Renda e Gastos Pessoais. Será divulgado o Índice dos Gestores de Compras de Chicago (Purchase Managers Index) que mede o nível de atividade industrial nos Estados Unidos. A Universidade de Michigan apresenta a Confiança do Consumidor, índice que revela a confiança e expectativa do consumidor em relação à economia em geral.
Possui ações da PortX de Eike Batista? MMX quer comprar toda a empresa. Veja
A PortX (PRTX3) já nasceu grande no mercado. A empresa foi criada após a cisão das ações da LLX Logística (LLXL3) em dezembro do ano passado, depois da associação de Eike Batista com um grupo sul coreano, envolvendo a negociação do Superporto Sudeste da LLX. Desde o início a intenção de Eike Batista era incorporar as ações da PortX à MMX Mineração (MMXM3). Ontem a empresa detalhou um pouco mais o processo em que pretende atrair os investidores da PortX. A oferta pública de permuta para aquisição das ações de emissão (OPA) da PortX oferece duas opções como forma de pagamento: um título de remuneração variável baseada em royalties de emissão da MMX e mais uma pequena fração de uma ação da MMX (0,0502351) ou o mesmo título de remuneração variável e mais R$ 0,7014326 em dinheiro. A companhia destacou em comunicado ao mercado que não serão entregues frações de ações da MMX aos acionistas da PortX que optarem pelo recebimento dos papéis. Se você é acionista da PortX e deseja aderir à OPA deverá manifestar seu interesse até o dia 20 de maio deste ano.

abril 28, 2011

Agenda do investidor para esta quinta-feira


No Brasil a FGV (Fundação Getulio Vargas) divulga o IGP-M, índice de inflação calculado todo o mês e comumente utilizado para a correção de contratos de aluguel e tarifas de energia elétrica. O Banco Central publica a Ata da última reunião do COPOM (Comitê de Política Monetária) na qual se discute os fatores que influenciaram o aumento de 0,25% na taxa de juros e perspectivas econômicas para o futuro próximo. Nos Estados Unidos o Departamento do Trabalho divulga os Pedidos de Seguro-Desemprego semanal. O Departamento do Comércio divulga o a terceira prévia do PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre e publica as Vendas Pendentes de Imóveis. No Japão começará a reunião do comitê de política monetária do Bank of Japan.
Santander deixa Bradesco para trás: Banco tem maior alta da Bolsa
No dia em que apresentou seus resultados referentes ao primeiro trimestre de 2011, o banco Bradesco (BBDC4) amargou prejuízos na Bolsa, mesmo registrando R$ 2,7 bilhões em lucros líquidos, alta de 28% na comparação anual. Na ponta inversa o banco Santander (SANB11) liderava com folga ontem a maior valorização dentre os papéis que compõe o índice Ibovespa, com alta de 5% no dia. Os investidores aparentemente se anteciparam à divulgação dos resultados do primeiro trimestre do banco no Brasil. O Santander lucrou R$ 2 bilhões no período, alta de 17% em comparação ao primeiro trimestre de 2010. A base de ativos do banco se consolidou com aumento de 21% em doze meses, totalizando R$ 384 bilhões. A distribuição da carteira de crédito do banco está bem balanceada, com pessoas físicas representando 33%, pequenas e médias empresas 24%, grandes empresas 27% e financiamento ao consumo 16 por cento. Quase 70% do resultado da instituição advêm das operações como banco comercial. O Santander fez questão de destacar que o processo de integração depois da aquisição do Banco Real está completo. A totalidade das contas e operações foi migrada para sua plataforma de sistema unificada.

abril 27, 2011

MBAs caros, arrogantes e ineficientes

Criticados por especialistas, os cursos de MBA das mais renomadas escolas de negócios do mundo decidem, finalmente, atualizar seus currículos


Harvard Business School (HBS)
Harvard Business School: os tradicionais estudos de caso perdem peso no novo currículo do MBA
O americano John Thain, ex-presidente do Merrill Lynch, ganhou notoriedade mundial em 2008, quando se tornou público o gasto de 1,2 milhão de dólares com a decoração de seu escritório, enquanto o sistema financeiro mundial dava os primeiros sinais do colapso.
Richard Wagoner, ex-presidente mundial da GM, foi forçado a deixar a empresa no início de 2009, sob forte pressão do governo, depois de fracassar na tentativa de recuperar aquela que já havia sido a maior montadora do mundo. Além de protagonizar dois dos principais casos de derrocada no auge da crise, Thain e Wagoner têm outra coisa em comum. Ambos frequentaram as salas de aula do prestigiadíssimo MBA de Harvard, que chega a custar mais de 80 000 dólares por dois anos de curso.
Trajetórias de ex-alunos poderosos com desfechos desastrosos colocaram as mais reputadas escolas de negócios do mundo na lista de vilões da recente história corporativa. A resposta às críticas demorou, mas veio. Quase todas as instituições de ponta anunciaram alterações em seus currículos de MBAs nos últimos meses.
Em janeiro, Harvard fez um anúncio surpreendente. A escola, que montou a primeira turma de MBA no mundo em 1908, informou que, a partir deste ano, vai reduzir o peso da discussão de estudos de casos em sala de aula — prática que até então era sua marca registrada. Em vez de analisar o passado, os alunos devem investir mais tempo em projetos realizados dentro de empresas.
A ideia é que os alunos possam experimentar de maneira mais intensa a tomada de decisões no dia a dia dos negócios. “As pessoas perderam a confiança nos negócios, e nossos alunos parecem responsáveis por isso”, disse durante o anúncio das mudanças o especialista em liderança Nitin Nohria, reitor da escola de negócios de Harvard.
Na mesma linha, Wharton, MIT Sloan e Haas, da Universidade de Berkeley, anunciaram alterações que passam a valer neste ano, como a inclusão de disciplinas de ética ou a seleção mais rígida do aluno, com a averiguação de seu comportamento passado. As mudanças em massa indicam um dos raros momentos de autorreflexão de instituições que mudaram pouco em quase um século de existência.

Bradesco registra lucro de R$ 2,702 bi no 1º trimestre

A alta foi de 27,5% em relação aos primeiros meses de 2010


Bradesco avança com ascensão da classe C
O retorno patrimonial considerando o ganho ajustado foi de 24,2%
São Paulo - O Bradesco informou hoje que registrou um lucro líquido contábil de R$ 2,702 bilhões no primeiro trimestre de 2011. O resultado é 9,5% menor que o obtido no trimestre anterior e 28% maior que o lucro do primeiro trimestre do ano passado. O crescimento anual foi puxado pelas operações de crédito, principalmente para empresas, e pela área de seguros.
O banco também informou um lucro ajustado de R$ 2,738 bilhões, o que indica uma alta de 27,5% em relação ao ganho ajustado dos primeiros três meses do ano passado. A diferença do resultado contábil decorre de efeitos fiscais e provisões para causas cíveis, segundo o demonstrativo de resultado do banco. O retorno patrimonial considerando o ganho ajustado foi de 24,2%. Em relação ao lucro recorrente, o indicador fica em 23,8%.
Os ativos totais do Bradesco fecharam março em R$ 675,4 bilhões, o que indica crescimento de 26,8% ante o mesmo mês de 2010. Já o patrimônio líquido cresceu 19% na mesma base de comparação, para R$ 51,297 bilhões. Neste trimestre, o banco fechou com um aumento de capital de R$ 1,5 bilhão, o que contribuiu para aumentar o patrimônio.
Já a margem financeira atingiu R$ 9,4 bilhões, o que representa um crescimento de 21,8% em
relação ao primeiro trimestre de 2010. A carteira de crédito expandida, que inclui avais e fianças, cessão de crédito e antecipação de recebíveis, atingiu R$ 304,4 bilhões no primeiro trimestre, uma evolução de 22,6% em relação ao mesmo período de 2010.
As operações com pessoas físicas totalizaram R$ 100,1 bilhões (crescimento de 16,4%), enquanto as operações com empresas atingiram o montante de R$ 204,3 bilhões (crescimento de 25,9%). A carteira de crédito no conceito normal (não expandida) ficou em R$ 287,4 bilhões, alta de 21% em 12 meses e de 3,8% em relação a dezembro.
Segundo o relatório do banco, as reconciliações entre o lucro líquido e o patrimônio líquido em 31 de março de 2011 são consistentes com os valores apresentados nas reconciliações de 31 de dezembro de 2010, feitas para a divulgação dos números no padrão contábil internacional (IFRS).
Padrões contábeis
O lucro líquido do Bradesco de R$ 2,702 bilhões referente ao primeiro trimestre de 2011 está no padrão contábil brasileiro, o BR Gaap. O banco informa, por meio da assessoria de imprensa, que os resultados trimestrais deste ano serão apresentados neste padrão. Já os números acumulados de 2011 serão publicados no padrão IFRS.
Na demonstração contábil divulgada hoje, o Bradesco lembra que publicou os dados de 2010 em IFRS no dia 15 de abril. O banco explica ainda que, "na avaliação da administração, as reconciliações entre o lucro líquido e patrimônio líquido em 31 de março de 2011 são consistentes com os valores apresentados nas reconciliações de 31 de dezembro de 2010."
Inadimplência
O índice de inadimplência do Bradesco, considerando os atrasos acima de 90 dias, parou de cair depois de cinco trimestres consecutivos de redução. O indicador fechou março em 3,6%, mesmo nível de dezembro de 2010, mas abaixo dos 4,4% do primeiro trimestre de 2010. O indicador para pessoa física ficou em 5,5%, estável na comparação trimestral e com queda de 1,2 ponto em 12 meses.
Na carteira de micro, pequenas e médias empresas, o indicador teve pequena alta na comparação trimestral, passando de 3,4% em dezembro para 3,5% em março deste ano. Mas quando comparado com março de 2010, ficou abaixo dos 4,4% registrados no período. O aumento dos calotes segue a expansão da carteira de crédito do segmento, que foi um dos que mais cresceu dentro das operações de empréstimo do Bradesco, com alta de 29% em 12 meses.
Com o aumento do crédito, de 21% em 12 meses, o Índice de Basileia do Bradesco teve queda na comparação anual. O indicador de solvência, que mede quanto o banco pode emprestar sem comprometer seu capital, encerrou março em 15%. Em comparação a março de 2010, caiu 1,8 ponto. Em relação a dezembro, houve aumento de 0,3 ponto porcentual, pois o indicador estava em 14,7%. O banco ainda tem um indicador bem acima do mínimo exigido pelo Banco Central (BC), de 11%.
Frente ao cenário mais incerto no crédito, o Bradesco aumentou as provisões para devedores duvidosos. As provisões totais encerram o período em R$ 16,7 bilhões, alta de 5,7% na comparação com o saldo de março de 2010. As provisões excedentes em relação ao exigido pelo BC mantiveram-se em R$ 3 bilhões.
A despesa de provisão para devedores duvidosos ficou em R$ 2,36 bilhões nos meses de janeiro a março de 2011, apresentando uma evolução de 2,8% ante o trimestre anterior. Em 12 meses, a expansão foi de 7,9%.

abril 26, 2011

Estatal não consegue impedir venda de charutos

 

A Corporación Habanos, estatal que controla a fabricação de charutos em Cuba, não conseguiu impedir que seus produtos sejam comercializados no Brasil à margem dos contratos que mantém com distribuidores exclusivos. Em decisão unânime, a 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça rejeitou recurso em que a empresa cubana e duas distribuidoras pretendiam impedir a venda dos charutos por uma tabacaria de São Paulo.
No STJ, a Habanos e suas distribuidoras sustentaram que, mesmo os produtos sendo legítimos, não poderiam ser comercializados no Brasil sem sua autorização. Disseram que os charutos ingressaram no território brasileiro sem a anuência do detentor da marca, o que teria violado o direito de exclusividade conferido pelos contratos que assinaram entre si.
Em seu voto contrário ao recurso das empresas, o relator do caso, ministro Sidnei Beneti, disse que “o contrato de distribuição exclusiva, por si só, não anula a incidência dos princípios que fundamentam a ordem econômica”, entre eles o da livre concorrência. Segundo o ministro, “a dominação de mercado é prática vedada, de modo que, em regra, a nenhuma pessoa empresária toca o direito de operar no mercado com exclusividade sobre determinado bem”.
O relator comentou que são esses mesmos princípios constitucionais da ordem econômica, baseados na livre iniciativa, que “asseguram ao fabricante ou, mais especificamente, ao titular de direitos sobre a marca, o direito de negociar livremente com outras pessoas o privilégio de distribuição exclusiva de seu produto”. No entanto, acrescentou, não é vedada a comercialização do produto por terceiros alheios a essas relações contratuais de exclusividade.
Ao analisar o caso concreto, o ministro Beneti disse que não ficou provado no processo que a empresa dona da tabacaria tenha feito, ela própria, a introdução dos produtos no território nacional. De acordo com os autos, há documentação comprovando que a empresa fez seguidas compras de charutos da Habanos por intermédio de outras importadoras, razão pela qual, segundo o relator, “não está delineada hipótese de ofensa ao contrato de distribuição exclusiva”.
“Operou-se então a exaustão do direito sobre a marca, que vem a ser a impossibilidade de o titular da marca impedir a circulação do produto após esta haver sido introduzida no mercado nacional”, declarou o ministro. Devido a essa exaustão, concluiu Sidnei Beneti, a Habanos e suas distribuidoras “não podem se opor às vendas ulteriores e sucessivas, sob pena de ofensa aos princípios que regem a ordem econômica”.
De acordo com os autos, a Habanos, Cemi e Puro Cigar de Habana ajuizaram ação contra a Nobres Tabacos. Alegaram que esta, proprietária de uma sofisticada tabacaria, estaria vendendo charutos de forma ilícita, em desrespeito ao regime de exclusividade pactuado entre elas. A exclusividade de distribuição dos produtos da Habanos no mercado brasileiro havia sido contratada inicialmente entre a fabricante e a Cemi, a qual depois cedeu os direitos de distribuição à Puro Cigar.
As três autoras da ação também acusaram a outra empresa de trabalhar com produtos falsificados, o que não ficou provado na perícia técnica feita durante o processo. A sentença considerou que não havia nenhuma ilegalidade na conduta da ré, posição reafirmada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Para a corte estadual, a lei não exige que as empresas brasileiras só comprem charutos cubanos de distribuidora autorizada pela fabricante. Com informações da Assessoria de Imprensa do STJ.

Agenda do investidor para esta terça-feira


Hoje no Brasil o Banco Central Banco Central divulga os números mensais sobre o balanço de pagamentos, reservas internacionais e dívida externa. Nos Estados Unidos começam as séries de reuniões do FOMC (Federal Open Market Committee) do FED (banco central norte-americano) que definem o rumo da taxa de juros básica dos EUA. A S&P divulga o Índice de Preços de Moradias S&P/Case-Shiller referente ao mercado imobiliário residencial norte-americano. A Conference Board divulga a Confiança do Consumidor, índice que mede, por meio de entrevistas, a situação econômica atual e expectativa para o futuro próximo.
Mundial S/A: Ações chamam atenção com alta de 90%. Entenda
A Mundial S/A Produtos de Consumo (MNDL3 e MNDL4), com mais de 100 anos de história, fabricante dos mais diversos produtos como utensílios domésticos, artigos para cuidados pessoais e acessórios para a moda, viu suas ações explodirem desde o começo do mês. As ações ordinárias subiram 90% e as preferenciais 91% somente em abril. No pregão de ontem, enquanto o índice Ibovespa lutava para se recuperar das perdas do dia, as duas ações da companhia subiram mais de 14%. O movimento vem após a Mundial comunicar no começo do abril que a empresa pretende se adequar às exigências para alcançar o Nível 1 de Governança Corporativa na BM&F Bovespa ainda este ano. Este nível exige da empresa uma maior dispersão de suas ações no mercado e a adição de informações complementares nos informes trimestrais. A empresa também irá propor na próxima Assembléia Geral de Acionistas o desdobramento de suas ações na proporção de 4 para 1. Essa nova visão do futuro da empresa animou os investidores e suas ações explodiram na Bolsa. Os analistas não sabem afirmar qual o limite de valorização para as ações da Mundial. Segundo eles os gestores da empresa estão tomando medidas para tornar a companhia mais transparente aos seus investidores no mercado acionário. No entanto os analistas gráficos afirmam que a recente alta pode perder fôlego. Os papéis deverão testar em breve os topos históricos de preços, atingidos em 2007. Ainda existe um grande potencial de valorização se forem considerados essas resistências, mas os investidores devem ficar atentos a grandes variações nas cotações caso os papéis não consigam superar esses preços.

Ações da Vale estão com preços muito atrativos, avalia HSBC

Após eleição de novo CEO, investidores vão agora voltar a focar em fundamentos


vale
O banco aumentou as projeções para o preço do minério de ferro em 2011 de 136 dólares por tonelada para 149 dólares/ton

São Paulo – As ações da Vale (VALE3) estão com preços muito atrativos após o término do processo de escolha do no CEO, Murilo Ferreira. “Acreditamos que os investidores vão agora voltar a focar em fundamentos, os quais afirmamos que continuam muito fortes”, afirma o HSBC, em relatório.

O banco aumentou as projeções para o preço do minério de ferro em 2011 de 136 dólares por tonelada para 149/ton e para os preços de longo prazo, passando de 65 dólares/ton para 75 dólares/ton. “Não é surpresa que a Vale é a mais sensível às mudanças nos preços de minério de ferro”, destaca o analista Jonathan Brandt.
Com os preços dos contratos em 150 dólares em 2012, na média, ao contrário da projeção atual de 110 dólares, a geração de caixa da mineradora subiria 25%, chegando a 47,5 bilhões de dólares. O lucro por ação cresceria 31%, calcula Brandt. Para ele, as ações são negociadas a múltiplos “muito atrativos em comparação ao seu histórico, assim como aos seus pares”.
“Acreditamos que a Vale oferece um potencial de alta atrativo na hipótese de preços de minério de ferro com uma ligeira queda, o que projetamos atualmente, e um tremendo potencial de alta na hipótese de os preços continuarem nesses níveis elevados”, explica.
Brandt ressalta ainda que, apesar de ainda ver um nível elevado de risco político na Vale, o governo adotou uma retórica mais controlada, o que é uma postura positiva para o preço das ações da empresa, que ficou abaixo da média das empresas do setor recentemente. O analista manteve a recomendação de alocação acima da média (overweight) e reduziu o preço-alvo de 67 reais para 64 reais.
No mesmo relatório, o HSBC também continuou com a recomendação overweight para os papéis da CSN (CSNA3). O preço-alvo caiu de 38 reais para 32,50 reais. Para a Usiminas, a recomendação foi mantida em overweight para os papéis PNA (USIM5), com o preço-alvo caindo de 24,50 reais para 21 reais. As ações ON (USIM3) têm recomendação de alocação abaixo da média do mercado (underweight). O preço-alvo foi de 28 reais para 24 reais.

Financeira é condenada a pagar R$ 5 milhões por terceirização

valor economico
 
A Financeira Americanas Itaú (FAI) foi condenada a pagar uma indenização de R$ 5 milhões por fraudes na terceirização de cerca de mil funcionários, que vendem serviços financeiros em mais de 200 postos de atendimento dentro das Lojas Americanas, por todo o país. A FAI - uma associação entre as Lojas Americanas e o Banco Itaú - oferece produtos como cartões de crédito, financiamentos e empréstimos pessoais. A decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 10ª Região, com sede em Brasília, determina que a indenização por danos morais coletivos seja destinada ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
O processo teve início por uma ação civil pública no Rio de Janeiro, onde procuradores identificaram fraudes nas contratações da FAI. Isso porque os contratos eram feitos através de uma segunda empresa, a Facilita - subsidiária da financeira. O Ministério Público do Trabalho (MPT) argumenta que a contratação por meio da subsidiária seria um artifício para diminuir custos e driblar exigências da legislação trabalhista.
Exemplo disso, segundo o Ministério Público, é que os contratados pela Facilita estavam enquadrados como comerciários - enquanto, para os procuradores, deveriam estar na categoria dos financiários - equivalente à dos bancários. A diferença é que o piso salarial dos financiários é maior. E enquanto estes trabalham 30 horas por semana, a jornada dos comerciários é de 44 horas semanais, diz o MPT. Como a situação se repete em diversos Estados, o caso foi enviado a Brasília, possibilitando que os efeitos do processo se apliquem às filiais do país inteiro.
Já a FAI argumentou que as atividades desempenhadas pelos contratados da Facilita não fazem parte da atividade-fim da financeira. A empresa também mencionou que o Banco Central autoriza a terceirização dos chamados correspondentes bancários, que atuam em tarefas como recebimento e encaminhamento de propostas de abertura de contas. O TRT, porém, rejeitou o argumento, afirmando que "a questão de ordem trabalhista não encontra apoio nessas regras de natureza financeira".
De acordo com o TRT, a venda dos produtos financeiros integra a atividade-fim da FAI - portanto, os trabalhadores que atuam nesse serviço não podem ser terceirizados. A decisão também determinou o enquadramento dos empregados na categoria dos financiários, e não dos comerciários. Em primeira instância, a 20ª Vara do Trabalho de Brasília havia condenado a FAI a pagar uma indenização de R$ 1 milhão. O TRT aumentou o valor para R$ 5 milhões. Procurados pelo Valor, tanto a Americanas quanto o Itaú se negaram a comentar o caso. Ainda cabe recurso da decisão.
"A Justiça do Trabalho tem uma posição bastante restritiva quanto à terceirização", diz o advogado André Ribeiro, sócio da área trabalhista do Felsberg e Associados. Ele afirma que, mesmo quando há leis específicas autorizando a terceirização em alguns setores, a tendência do Tribunal Superior do Trabalho é impedi-la. Para isso, basta que haja subordinação entre o prestador de serviço e a empresa contratante, e que o funcionário esteja envolvido na atividade-fim da empresa que terceirizou.

Justiça cerca devedores e já bloqueia R$ 20 bi por ano

Valor Economico
 

O dito popular "ganhou, mas não levou" está caindo em desuso na Justiça brasileira. Amparados por sistemas eletrônicos, os juízes têm cada vez mais penhorado contas bancárias, imóveis e veículos de devedores condenados em ações trabalhistas, fiscais e cíveis. No ano passado, R$ 20,13 bilhões em contas correntes e 226 mil veículos sofreram bloqueio on-line. A tendência é que o cerco aos devedores se feche ainda mais nos próximos anos. Isso porque, além desses instrumentos, os magistrados também têm utilizado o Sistema de Informações ao Judiciário (Infojud) para acessar as declarações de Imposto de Renda (IR) de contribuintes dos últimos cinco anos. De 2009 até o fim do ano passado, mais de um milhão de solicitações foram enviadas à Receita Federal.
Antes de o Infojud ser criado, em 2007, levava-se meses para obter retorno da Receita. De acordo com o juiz-auxiliar da presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Marivaldo Dantas de Araújo, a ferramenta é importante porque agiliza a execução (momento em que se calcula o valor da condenação e ordena-se o pagamento) e impede fraudes, como a transferência de bens para terceiros durante o processo. "Ainda há muita fraude", afirma.
Hoje, praticamente os 16 mil juízes do país estão cadastrados nos sistemas de penhora on-line de dinheiro (Bacenjud) e de automóvel (Renajud). A meta do CNJ, agora, é emitir certificações digitais para todos os magistrados e incentivá-los a acessar as informações da Receita Federal para localizar bens. Cerca de 20% dos juízes ainda não possuem certificação digital.
O que desestimula o uso da ferramenta é a complexidade da operação, pois o magistrado não pode delegar o trabalho a um assistente, como acontece nos sistemas de penhora on-line, que exigem apenas cadastro, login e senha. "Estamos negociando com a Receita Federal a possibilidade de acesso por servidor vinculado ao magistrado", diz Araújo. "Essa é a última solução para encontrar bens do devedor."
Os juízes do Estado de São Paulo foram os que mais utilizaram a ferramenta no ano passado. O Tribunal de Justiça e o Tribunal Regional do Trabalho de Campinas responderam por metade dos pedidos de informações.

Reunião discutirá reivindicações após bloqueio ao Porto do Açu

Produtores rurais protestam contra desapropriações de terras.
Segundo a empresa, trabalho deve ser retomado nesta terça.

Bernardo Tabak Do G1 RJ

O grupo de proprietários rurais que desde as 4h desta segunda-feira (25) bloqueia o acesso ao Porto do Açu, de propriedade da companhia LLX, do empresário Eike Batista, promete seguir impedindo o acesso ao canteiro de obras durante a noite. O caminhão e os pneus que estavam na pista, no entanto, foram removidos.
Os agricultores protestam contra as desapropriações de terra que serão feitas na região para a implantação de um distrito industrial. Representantes dos manifestantes, da LLX e da Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro (Codin) se reunirão na tarde desta terça para discutir as reivindicações.
Segundo o major Maxwell de Araújo, do 8º Batalhão da Polícia Militar (Campos dos Goytacazes), que acompanha o protesto, foi definido que, após o término da reunião, "eles vão desbloquear a estrada ao tráfego, seja qual for o resultado". "Enquanto isso, as obras do porto do Açu permanecem paradas”, afirmou.
De acordo com a LLX, no entanto, as obras do porto, que foram interrompidas por questões de  segurança, devem ser retomadas nesta terça pela manhã.
O presidente da Associação de Produtores Rurais e Imóveis do Município de São João da Barra, Rodrigo Santos, que comanda o protesto, afirmou ao G1 que, se não houver acordo, a pista poderá ser fechada novamente, sem no entanto definir uma data para um novo protesto. “A gente vai avaliar e votar democraticamente o que vamos fazer se não houver um acordo amanhã na reunião”, disse.
Mais cedo, a LLX informou, por meio de nota, que "a desapropriação é responsabilidade do Governo do Estado, através da Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro (Codin). Por questão de segurança, os funcionários não estão no empreendimento. Apesar disso, não haverá prejuízos, pois as obras do Superporto do Açu estão adiantadas". Segundo a empresa, o governo do estado já vem negociando com esses produtores rurais, e a LLX já mantém um canal de diálogo com a população de São João da Barra.
Proprietários rurais fecharam nesta segunda-feira as estradas de acesso ao canteiro de obras do Porto do Açu  (Foto: Leonardo Berenger / Folha da Manhã / Agência O Globo) 
Proprietários rurais fecharam nesta segunda-feira as estradas de acesso ao canteiro de obras do Porto do Açu (Foto: Leonardo Berenger / Folha da Manhã / Agência O Globo)
 
No final de março, os trabalhadores do consórcio ARG Civil Port, que atua nas obras do empresário Eike Batista no Porto do Açu, em São João da Barra (RJ), entraram em greve. Eles bloquearam a via de acesso ao porto - inclusive com queima de pneus -, reivindicando melhoria salarial, adicional de 30% de periculosidade, participação nos lucros e resultados, seguro de vida e adaptações no alojamento. A paralisação durou três dias.
ComplexoO complexo em construção é considerado um dos maiores empreendimentos de Eike e inclui a construção de um terminal portuário, com previsão para entrar em atividade em 2012, além de estaleiro, usina térmica a gás natural, entre outras instalações, numa área total de 9 mil hectares. O investimento total é de R$ 3,4 bilhões, sendo que R$ 1 bilhão só no terminal portuário dedicado ao minério de ferro.
Porto do Açu (Foto: LLX/Divulgação) 
Porto do Açu (Foto: LLX/Divulgação)

PEDIDO DE EMPRÉSTIMO BANCÁRIO


Um advogado de nome Barack Hussein Obama II, na época, 1995,
líder comunitário, membro fundador da mesa diretora da organização
sem fins lucrativos Public Allies, membro da mesa diretora da fundação
filantrópica Woods Fund of Chicago, advogado na defesa de direitos
civis e professor de direito constitucional na escola de direito da
Universidade de Chicago, Estado de Illinois (e atual presidente dos
Estados Unidos da América) numa certa ocasião pediu um empréstimo
em nome de um cliente que perdera sua casa num furacão e queria
reconstruí-la.
Foi-lhe comunicado que o empréstimo seria concedido logo que ele
pudesse apresentar o título de propriedade original da parcela da
propriedade que estava a ser oferecida como garantia.
O advogado Obama levou três meses para seguir a pista do título de
propriedade datado de 1803.
Depois de enviar as informações para o Banco, recebeu a seguinte
resposta:
"Após a análise do seu pedido de empréstimo, notamos que foi
apresentada uma certidão do registro predial.
Cumpre-nos elogiar a forma minuciosa do pedido, mas é preciso
salientar que o senhor tem apenas o título de propriedade desde 1803.
Para que a solicitação seja aprovada, será necessário apresentá-lo
com o registro anterior a essa data."
Irritado, o advogado Obama respondeu da seguinte forma:
"Recebemos a vossa carta respeitante ao processo nº.189156.
Verificamos que os senhores desejam que seja apresentado o título de
propriedade para além dos 194 anos abrangidos pelo presente registro.
De fato, desconhecíamos que qualquer pessoa que fez a escolaridade
neste país, particularmente aqueles que trabalham na área da
propriedade, não soubesse que a Luisiana foi comprada, pelos EUA à
França, em 1803.
Para esclarecimento dos desinformados burocratas desse Banco,
informamos que o título da terra da Luisiana, antes dos EUA terem a
sua propriedade, foi obtido a partir da França, que a tinha adquirido por
direito de conquista da Espanha.
A terra entrou na posse da Espanha por direito de descoberta feita no
ano 1492 por um navegador e explorador dos mares chamado
Cristóvão Colombo, casado com dona Filipa, filha de um navegador de
nome Perestrelo.
Este Colombo era pessoa respeitada por reis e papas e até ouso
aconselhar-vos a ler sua biografia para avaliar a seriedade de seus
feitos e intenções. Esse homem parece ter nascido em 1451 em
Gênova, uma cidade que naquela época era governada por
mercadores e banqueiros, conquistada por Napoleão Bonaparte em
1797 e atualmente parte da Região da Ligúria, República Italiana.
À ele, Colombo, havia sido concedido o privilégio de procurar uma nova
rota para a Índia pela rainha Isabel de Espanha.
A boa rainha Isabel, sendo uma mulher piedosa e quase tão cautelosa
com os títulos de propriedade como o vosso Banco, tomou a precaução
de garantir a bênção do Papa, ao mesmo tempo em que vendia as
suas jóias para financiar a expedição de Colombo.
Presentemente, o Papa – isso, temos a certeza de que os senhores
sabem - é o emissário de Jesus Cristo, o Filho de Deus, e Deus - é
comumente aceito - criou este mundo a partir do nada com as palavras
Divinas: Fiat lux que significa "Faça-se a luz", em língua latina.
Portanto, creio que é seguro presumir que Deus também foi possuidor
da região chamada Luisiana por que antes, nada havia.
Deus, portanto, seria o primitivo proprietário e as suas origens
remontam a antes do início dos tempos, tanto quanto sabemos e o
Banco também.
Esperamos que, para vossa inteira satisfação, os senhores consigam
encontrar o pedido de crédito original feito por Deus.
Senhores, se perdurar algumas dúvidas quanto a origem e feitos do
descobridor destas terras, posso adiantar-lhes que desta dúvida,
certeza mesmo, só Deus a terá por que Inúmeros historiadores e
investigadores, concluíram baseados em documentos que, Cristóvão
Colombo, nasceu em Cuba (Portugal) e, não em Gênova (Itália), como
está oficializado:
Segundo eles,
Em primeiro lugar, Christovam Colon, foi o nome que Salvador
Gonçalves Zarco, escolheu para persuadir os Reis Católicos de
Espanha, a financiar-lhe a viagem à Rota das Índias, pelo Ocidente,
escondendo assim a sua verdadeira identidade.
Segundo, este pseudônimo não aparece por acaso, porque Cristóvão
está associado a São Cristóvão, que é o protetor dos Viajantes (existe
inclusive uma ilha batizada de São Cristóvão).
Cristóvão, que também deriva de Cristo, que propaga a fé, por onde
anda, acresce que Cristo, está associado a Salvador (1º nome
verdadeiro do ilustre navegador).
Colon, porque é a abreviatura de colono e derivado do símbolo das
suas assinaturas"." ( Duas aspas, com dois pontos no meio).
Terceiro, Salvador Gonçalves Zarco, está devidamente comprovado,
nasceu em Cuba ( Portugal) e, é filho ilegítimo do Duque de Beja e de
Isabel Gonçalves Zarco.
Quarto, era prática usual na época, os navegadores darem às
primeiras terras descobertas, nomes religiosos, no caso dele, foi São
Salvador (Bahamas), por coincidência ou talvez não, deriva do seu
primeiro nome verdadeiro, a segunda batizou de Cuba (Terra Natal) e,
seguidamente Hispaniola (Haiti e República Dominicana), porque
estava ao serviço da Coroa Espanhola.
Quinto, a "paixão" pelos mares, estava no sangue da família Zarco,
nomeadamente em, João Gonçalves Zarco, descobridor de Porto
Santo (1418), com Tristão Vaz Teixeira e da Ilha da Madeira (1419),
com o sogro de "Christovam Colon", Bartolomeu Perestrelo.
Por fim, em sexto, existem ilhas nas Caraíbas, com referência a Cuba
(além da mencionada Cuba; São Vicente, na época existia a Capela de
São Vicente, da então aldeia de Cuba).
Posteriormente (Sec-XVI), foi edificada a atual Igreja Matriz de São
Vicente.
São coincidências (pseudônimo, nome das ilhas, família nobre e ligada
ao mar, habitou e casou em Porto Santo, ilha que fica na Rota das
Índias pelo Ocidente), mais do que suficientes, para estarmos em
presença de Salvador Gonçalves Zarco e, conseqüentemente do
português Christovam Colon.
Christovam Colon, morreu em Valladolid (Espanha) em 1506, tendo os
seus ossos sido transladados, para Sevilha em 1509, contudo em
1544, foram para a Catedral de São Domingos, na época colônia
espanhola, satisfazendo a pretensão testamental do prestigiado
navegador.
A odisséia das ossadas não ficaria por aqui, porque em 1795, os
espanhóis tiveram de deixar São Domingos, tendo os ossos sido
transferidos para Cuba (Havana), para em 1898, depois da
independência daquela ilha, sido depositados na Catedral de Sevilha.
Coincidência ou não, em 1877, os dominicanos, ao reconstruírem a
Catedral de São Domingos, encontraram um pequeno túmulo, com
ossos e intitulado “Almirante Christovam Colon".
Existem na Ilha da Madeira e nos Açores, pessoas da famílias Zarco,
descendentes diretos de João Gonçalves Zarco e, conseqüentemente
da mãe (Isabel Gonçalves Zarco) de Christovam Colon, disponíveis
para darem uma amostra do seu cabelo aos cientistas, para analisar o
seu DNA e, para comparar os seus resultados nas ossadas do
navegador, se, efetivamente forem as pretensões deste Banco para
certificar-se da origem do navegador.
Quanto a Deus, ainda não tenho sua biografia, somente sei que caso a
conseguisse, até o maior e mais potente computador do planeta não
seria suficiente para comportar um resumo do resumo da mesma, por
isso sugiro-vos educadamente e após muito pensar, que, por serem
banqueiros e, portanto poderosos, tentem por vossos meios.
Agora, que está tudo esclarecido, será que podemos ter o nosso
empréstimo? "
Barack Hussein Obama II
Advogado
*O empréstimo, claro, foi concedido.*

abril 25, 2011

BB compra norte-americano EuroBank por US$6 milhões

O pequeno banco com sede na Flórida, nos Estados Unidos, tinha apenas três agências e atuava na área de empréstimos para imóveis comerciais



Agência do Banco do Brasil
BB afirma que o banco americano tinha ativos de 102,1 milhões de dólares e carteira de crédito de 74,8 milhões no fim de 2010
São Paulo - O Banco do Brasil acertou a compra do banco norte-americano EuroBank, sediado na Flórida, por 6 milhões de dólares.

"A aquisição do EuroBank contribuirá para a expansão dos negócios do BB nos EUA e lhe permitirá atuar no mercado de varejo norte-americano, com foco no atendimento das comunidades brasileira e hispânica residentes naquele país", afirma a instituição em comunicado ao mercado.
O EuroBank é um pequeno banco com sede em Coral Gables, na Flórida, e tem operado mais na área de empréstimos para imóveis comerciais, de acordo com seu perfil disponível no site da agência reguladora financeira Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC). A instituição possui três agências.
O BB afirma que o banco norte-americano tinha ativos de 102,1 milhões de dólares e carteira de crédito de 74,8 milhões no final de 2010. O patrimônio líquido na época era de 5,5 milhões de dólares.

A salsicharia do direito

O JBM tem jeitão de call center, linha de produção, custos baixíssimos e a atenção do investidor Ricardo Semler — é o escritório de advocacia mais inusitado do país

  EXAME

José Edgard Bueno (o primeiro à esq.), seus sócios e seu exército de advogados
José Edgard Bueno (o primeiro à esq.), seus sócios e seu exército de advogados: em Bauru sai mais barato
Aentrada da empresa, no centro de Bauru, no interior de São Paulo, dá para um salão de 2 000 metros quadrados e pé-direito alto, como num galpão. Ali, enfileiram-se gôndolas parecidas com aquelas de supermercado, cada uma com dezenas de estações de trabalho, onde os mais de 400 funcionários, lado a lado, não tiram os olhos da tela dos computadores. Esses profissionais têm metas a cumprir: precisam atender determinado número de fregueses antes de encerrar o expediente. Entre os termos mais comuns no dia a dia estão workflow, checklist, gestão de equipe, controle de qualidade, mensuração de resultados. Só quando o visitante dá alguns passos para trás pode perceber, na placa prateada no hall do elevador, que não está em um centro de operações de telemarketing ou algo do gênero. “J. Bueno e Mandaliti — Sociedade de Advogados”, lê-se. Trata-se do maior escritório de advocacia do país em número de advogados.
É também — certamente — a sociedade de advogados mais inusitada em atividade no Brasil hoje em dia. Basta olhar o tal galpão bauruense para perceber que o JBM, como é conhecido, assemelha-se mais a uma linha de produção fabril do que ao acarpetado, engravatado e afetado mundo dos grandes escritórios de advocacia do eixo Rio-São Paulo. O principal motivo para isso é sua área de atuação. O JBM é o primeiro escritório do país especializado naquilo que os advogados chamam de “contencioso de massa”. Isso quer dizer que seus advogados cuidam das dezenas de milhares de pequenas causas de que são alvo as grandes empresas — principalmente ações trabalhistas e de direito do consumidor. Para organizar a enxurrada de processos que seus departamentos jurídicos têm de encarar, as empresas contratam escritórios de advocacia — que, para dar conta do trabalho, se organizam como verdadeiras salsicharias do direito. Só o JBM administra mais de 230 000 processos. E, segundo seus sócios, vai faturar cerca de 110 milhões de reais em 2011.
A história do escritório é marcada pelo ineditismo. Primeiro, porque não havia, até hoje, quem se dedicasse apenas a esse tipo de causa. Mas nada é mais original no JBM do que seu modelo de negócios — uma versão advocatícia do modelo de baixo custo de companhias aéreas, como JetBlue e Ryan Air, ou de varejistas como o Walmart. Grandes escritórios, como Pinheiro Neto ou Machado Meyer, atuam em nichos extremamente rentáveis, como fusões, aberturas de capital ou direito tributário. Assim, podem se dar ao luxo de ter sedes portentosas (o Pinheiro Neto fica no prédio do extinto Banco Santos, em São Paulo) e advogados estrelados que cobram até 1 000 reais pela hora trabalhada. No caso do JBM, essa mamata era inviável. Não existe, no direito empresarial, nada menos glamouroso, nada menos rentável do que o tal contencioso de massa. Cada processo rende aos escritórios uma merreca — cerca de 100 reais, no máximo. Já numa abertura de capital, por exemplo, os advogados podem faturar meio milhão de reais. Para fazer a conta fechar, os fundadores do JBM, liderados pelo sócio José Edgard Bueno, tiveram de inventar uma fórmula.

Fundado em 2008 por Bueno, ex-sócio da tradicional banca paulista Demarest & Almeida, e outros dois advogados, o JBM nasceu com uma evidente obsessão por manter os custos baixos. Seus principais centros operacionais estão longe dos pontos sofisticados de São Paulo e Rio de Janeiro. O grosso do trabalho se concentra na já citada Bauru, a 345 quilômetros de São Paulo. Isso, vale notar, nada tem a ver com uma aposta na pujança econômica do interior paulista. A ideia é mesmo economizar com o aluguel e a mão de obra. O aluguel do prédio-galpão custa 10 reais o metro quadrado, um quarto do que o próprio JBM paga em suas diminutas instalações na avenida Brigadeiro Faria Lima, a mais disputada área comercial da capital paulista. Existem nos arredores de Bauru oito faculdades de direito, e os advogados que saem delas aos borbotões se dispõem a trabalhar por 1 500 reais mensais. Um iniciante em São Paulo custaria quase o dobro. Longe dos grandes centros urbanos, os funcionários costumam almoçar em casa — o que, segundo os sócios, melhora a produtividade. “Nosso negócio não tem gordura para queimar”, diz Bueno.

Testando os limites
Cada aspecto do negócio é pensado para baratear a linha dos custos e fazer sobrar um dinheirinho no fim do mês. Os processos, por exemplo, são impressos em frente e verso. Mas a orientação é só imprimir o necessário: na maioria dos casos, os advogados do galpão leem os processos na tela do computador mesmo. Um programa eletrônico rastreia os Diários Oficiais do país inteiro para acompanhar a evolução dos processos. São 10 000 publicações sobre processos detectadas por dia. As informações são distribuídas para os terminais dos advogados “operacionais”. Imediatamente, eles avisam os colegas nas filiais mais próximas do local do processo, que correm para realizar as diligências nos fóruns. Em cada visita, os advogados cuidam de diversos processos para economizar no transporte.
Os grandes escritórios brasileiros demonstram certo desprezo pelo modelo de negócios do JBM. “Admiramos o trabalho do Bueno, mas nosso foco é o atendimento diversificado e mais sofisticado”, afirma Mário Nogueira, sócio do Demarest. Bueno e seus sócios, claro, dizem não se importar com o que pensam as outras bancas. O ritmo de crescimento do escritório — do zero aos 100 milhões de faturamento em três anos — chamou a atenção de Ricardo Semler, controlador da empresa de investimentos Semco. Em 2009, Semler se juntou aos fundadores do JBM. Tornou-se conselheiro e uma espécie de consultor. A associação deu origem a uma série de especulações. Teria Semler investido no escritório, atraído pelo modelo de negócios incomum? Esse tipo de transação é proibido pela Ordem dos Advogados do Brasil. “Não houve nenhum aporte de capital”, diz Semler. O fato é que os sócios do JBM gostam de testar os limites da regulação. Em dezembro de 2009, a assessoria da Semco informou a EXAME que lançaria, em parceria com o JBM, um “plano jurídico” para atender os clientes no formato de um plano de saúde, com pagamento de mensalidade. A OAB logo afirmou que a prática não seria aceita, por, entre outros motivos, “mercantilizar” o serviço de advocacia. As regras são mais liberais em outros países, como a Inglaterra, que permitirá, a partir de outubro, o investimento de não advogados em firmas de advocacia. “É preciso discutir esses assuntos”, afirma Bueno, abrindo fogo contra a OAB. Eis aí um contencioso bem mais difícil de ganhar.

Governo não tem estratégia para royalties do pré-sal

Segundo o analista Christopher Garman, da consultoria americana Eurasia, a votação do Congresso sobre a distribuição dos royalties do pré-sal não tem data pra acontecer.
“Representantes do governo dizem que sua meta é aprovar o projeto dos royalties no final do primeiro semestre a fim de promover o primeiro leilão do pré-sal até o final do ano”, diz Garman num recente relatório. “Mas a probabilidade disso acontecer é muito baixa.”
Segundo o analista, a razão é a ausência de uma estratégia definida pelo governo Dilma Rousseff para aprovar a polêmica matéria, que opõe os três estados produtores – Rio, São Paulo e Espírito Santo – aos 24 demais estados da federação.
Ainda de acordo com Garman, o governo terá sorte se conseguir aprovar os royalties até o final do ano, promovendo então o primeiro leilão do pré-sal no primeiro semestre de 2012.
Para o analista, a falta de urgência do governo em votar os royalties sugere que ele esteja mais preocupado em resolver os sérios gargalos da indústria nacional de óleo e gás.
Logo, o atraso na votação proporcionaria mais tempo para que a Petrobras consiga viabilizar os investimentos necessários ao pré-sal.

Hospedagem em SP e no Rio é mais cara que em Berlim

A capital carioca aparece em 10º lugar do ranking virtual do site Hoteis.com, entre outras 50 cidades



Cristo Redentor, no Rio de Janeiro
Alto custo de hotéis refletem diretamente nas passagens aéreas, o que gera dificuldade para atrair o turista estrangeiro
Rio de Janeiro - "Planejava ficar um mês no Brasil, mas, quando vi os preços, resolvi ficar a metade do tempo." O comentário feito pelo canadense Cory Augustyn, 32 anos, no Rio de Janeiro resume a percepção crescente entre estrangeiros que visitam o País ou que nem chegam a vir repelidos pelos custos crescentes. Quem tenta reservar um hotel nas principais cidades do País se surpreende. Hoje é mais caro se hospedar no Rio do que em Tóquio, e São Paulo está acima de Berlim.
Num ranking feito pela agência virtual Hoteis.com, o Rio é a 10.ª cidade com a hospedagem mais cara, em uma lista de 50 destinos. Numa outra comparação, por classe de hotel, nas categorias duas, quatro e cinco estrelas, o Rio só perde para Nova York. Considerando-se apenas os três estrelas, a acomodação em Jerusalém também é mais salgada do que na capital fluminense.
A diferença entre as listas ocorre porque no Rio, ao contrário de outras cidades, grande parte dos hotéis reservados pertence a categorias mais baixas, puxando o preço médio geral para baixo. No entanto, o alto custo dos hotéis tem tido reflexo direto nos negócios das companhias aéreas que voam para o País. Algumas relatam que está difícil atrair o turista estrangeiro. "Infelizmente, a política hoteleira hoje no Brasil é de tarifas muito acima do normal. Isso impossibilita um pouco (a vinda de turistas), porque o custo fica muito elevado para o passageiro internacional", avalia o executivo da área comercial da Copa Airlines, Leandro Horta.
Grande parte dos altos preços se explica pelo descompasso existente entre oferta e demanda. O próprio presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Enrico Fermi, sentiu na pele o problema. Há duas semanas, em uma viagem de última hora ao Rio, ele se viu sem acomodação e teve que dormir na casa de um amigo.
"Em função da pequena oferta de hoje e da procura ser muito forte, você tem preços maiores", explica. Ele afirma que, por causa da escassez de leitos, o Rio já está deixando de receber uma série de eventos. Um plano, porém, prevê a construção de 10 mil quartos na cidade até a Copa do Mundo de 2014. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Agenda do investidor para esta segunda-feira

Hoje no Brasil é publicado o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor - Semanal) pela FGV (Fundação Getulio Vargas). O Banco Central divulga o Relatório Focus e o Ministério do Desenvolvimento apresenta a Balança Comercial da semana. Nos Estados Unidos o Departamento do Comércio divulga o número das Vendas de Imóveis Novos.
Feriado prolongado: O que você precisa saber na volta do feriado de Páscoa
Depois de um feriado prolongado, a Bolsa deve repercutir hoje os eventos que marcaram o mercado nacional e mundial na semana passada. Na quarta-feira passada, após o fechamento do pregão, o Banco Central aumentou em 0,25% a taxa de juros básica da economia brasileira. O mercado estava indeciso em quanto seria o aumento na Selic, portanto hoje são possíveis alguns ajustes de posição no mercado acionário. A cotação do Dólar fechou no menor valor desde agosto de 2008, cotado a R$ 1,57. Nos mercados internacionais, as principais bolsas dos Estados Unidos e Europa tiveram valorização, levando os preços dos ADRs brasileiros negociados na bolsa de Nova Iorque a fechar em alta. A cotação do Ouro está em alta hoje novamente e já é negociado acima dos 1.515 Dólares. Os investidores estão se posicionando contra a desvalorização do Dólar nos mercados internacionais. Hoje pela manhã os futuros dos índices norte-americanos apresentam leves ganhos indicando uma abertura em alta para as bolsas do país. Na Europa as principais bolsas, com exceção da de Londres, também abrem o dia em alta. 
Fonte: ADVFN

abril 24, 2011

Foxconn procura sócio brasileiro

Novo parceiro iria bancar até 60% dos US$ 12 bilhões que a chinesa vai investir no país

 

Fábrica da Foxconn
Fábrica da Foxconn: empresa também fornece peças para a HP e a Dell, entre outras
Pequim - A Foxconn pretende bancar de 40% a 50% do projeto de investimento de US$ 12 bilhões no Brasil anunciado na semana retrasada, durante visita da presidente Dilma Rousseff à China. O restante viria de parceiros brasileiros e de financiamento ou participação no projeto do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), disse uma fonte que acompanhou as conversas com a empresa.

Apesar do ceticismo com que o anúncio foi recebido no Brasil, analistas acreditam que o movimento faz sentido dentro da estratégia da Foxconn. Os custos de produção na China estão subindo e continuarão em alta por muitos anos. O governo anunciou há poucos dias que pretende dobrar a remuneração dos trabalhadores até 2015 e a moeda continuará a se apreciar, ainda que em ritmo mais lento que o desejado por outros países.
Além disso, a produção no Brasil reduziria o preço final dos produtos, que não estariam sujeitos ao Imposto de Importação que encarece eletrônicos e computadores fabricados em outros países. O desktop da Apple de 21,5 polegadas, por exemplo, custa US$ 2,5 mil no Brasil, US$ 1,5 mil na China e US$ 1,2 mil nos Estados Unidos.
Com o aumento da renda e da demanda por produtos de alta tecnologia, faria sentido investir na produção de componentes e equipamentos acabados dentro do Brasil. "As companhias de eletrônicos estão começando a repensar suas estratégias globais de manufatura, produzindo em locais mais próximos do consumidor final, para reduzir os riscos na cadeia de fornecedores e o tempo e custo de transporte", disse Pamela Gordon, presidente da empresa de consultoria Technology Forecast, especializada em estratégias de produção para a indústria de eletrônicos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Venda fracionada e time sharing

 Iate Numatine 78


O consumo de luxo também pode ser consciente. Hoje já existem maneiras mais econômicas e sustentáveis de usufruir dos benefícios de um imóvel de alto padrão para as férias, de um carro superesportivo, de um iate e até de uma aeronave, bens que tendem mais à desvalorização que o contrário. Uma delas é o time sharing, prática já bem estabelecida no Brasil, em que várias pessoas podem dividir o uso de um desses bens mediante o pagamento de uma mensalidade. Na Four Private Motorinvest, empresa especializada em time sharing de carrões, embarcações e aeronaves, desfrutar de um iate Numarine 78 de 12 milhões de reais sai por uma taxa de adesão de 2,92 milhões de reais, mais uma mensalidade de 28.000 reais. O contrato dura seis anos, e os períodos de uso são previamente agendados.
Conceito mais novo no Brasil é a venda fracionada, em que o cotista compra de fato uma fração do veículo ou imóvel, podendo depois vendê-la ou deixá-la aos herdeiros. A Prime Fraction Club é uma empresa especializada na venda de frações de iates, helicópteros, jatos e carros como Ferraris, Maseratis e BMWs. No ramo imobiliário, já existem três empreendimentos de venda fracionada no Brasil, o Aguativa Privilège (Cornélio Procópio, PR), o Quintas Private Residences (Costa do Sauípe, BA) e o Itacaré Paradise (Itacaré, BA). Neste último, uma fração de um doze avos de uma das oito residências custa de 123.800 a 163.000 reais, com uma mensalidade de 577 reais. O dono da fração pode, portanto, usufruir do imóvel durante um mês por ano, dividindo seus custos de manutenção com outros proprietários.
O consumo de luxo também pode ser consciente. Hoje já existem maneiras mais econômicas e sustentáveis de usufruir dos benefícios de um imóvel de alto padrão para as férias, de um carro superesportivo, de um iate e até de uma aeronave, bens que tendem mais à desvalorização que o contrário. Uma delas é o time sharing, prática já bem estabelecida no Brasil, em que várias pessoas podem dividir o uso de um desses bens mediante o pagamento de uma mensalidade. Na Four Private Motorinvest, empresa especializada em time sharing de carrões, embarcações e aeronaves, desfrutar de um iate Numarine 78 de 12 milhões de reais sai por uma taxa de adesão de 2,92 milhões de reais, mais uma mensalidade de 28.000 reais. O contrato dura seis anos, e os períodos de uso são previamente agendados.
Conceito mais novo no Brasil é a venda fracionada, em que o cotista compra de fato uma fração do veículo ou imóvel, podendo depois vendê-la ou deixá-la aos herdeiros. A Prime Fraction Club é uma empresa especializada na venda de frações de iates, helicópteros, jatos e carros como Ferraris, Maseratis e BMWs. No ramo imobiliário, já existem três empreendimentos de venda fracionada no Brasil, o Aguativa Privilège (Cornélio Procópio, PR), o Quintas Private Residences (Costa do Sauípe, BA) e o Itacaré Paradise (Itacaré, BA). Neste último, uma fração de um doze avos de uma das oito residências custa de 123.800 a 163.000 reais, com uma mensalidade de 577 reais. O dono da fração pode, portanto, usufruir do imóvel durante um mês por ano, dividindo seus custos de manutenção com outros proprietários.

abril 18, 2011

Ações da OGX despencam quase 15% após atualização de reservas

Braço pretolífero do Grupo EBX, comandado por Eike Batista,atualizou na sexta-feira sua estimativa de recursos potenciais de óleo e gás para 10,8 bilhões de boe


Eike Batista
Banco Santander e BTG Pactual rebaixaram a recomendação para as ações da companhia de Eike Batista de compra para manter; Itaú BBA reiterou preço-alvo e classificação acima da média do mercado
São Paulo – As ações da OGX Petróleo (OGXP3), braço petrolífero do Grupo EBX, comandado pelo bilionário brasileiro Eike Batista, abriram em forte baixa na sessão desta segunda-feira (18), repercutindo a divulgação do relatório da consultoria especializada DeGolyer & MacNaughton (D&M) que atualiza para 10,8 bilhões de barris de óleo equivalente (boe) os recursos potenciais de óleo e gás da companhia.

Às 10h25 (horário de Brasília), os papéis ordinários da companhia despencavam 14,10%, negociados a 16,88 reais. Mais cedo, as ações atingiram a mínima de 16,35 reais, o que representa uma queda de 16,8%.
No pregão de sexta-feira (15), os papéis da empresa tinham subido 3,15%, para 19,65 reais, diante da expectativa dos investidores pela divulgação do relatório.
Segundo o documento, a OGX conta com um potencial líquido de 5,7 bilhões de barris na bacia de Campos; 1 bilhão de barris na bacia do Parnaíba; e 1,1 bilhão de barris na Colômbia. Esses números, somados à estimativa de 6,8 bilhões de boe divulgada em setembro de 2009, totalizam as novas reservas da OGX.
“Esses resultados, apresentados por uma consultoria independente e respeitada em todo o mundo, vêm comprovar o extraordinário sucesso de nossa estratégia de atuação”, afirmou Eike na mesma nota à imprensa.
O empresário destacou, ainda, que a maior parte das descobertas da OGX situa-se em águas rasas, o que reduziria os custos de exploração e produção, quando comparados ao pré-sal. Além disso, a tecnologia de extração em águas rasas seria “amplamente dominada.”
Avaliação
Na opinião do BTG Pactual, os recursos totais de petróleo e gás ficaram abaixo do esperado. Por conta disso, a instituição financeira rebaixou sua recomendação para OGX de compra para neutra. Os analistas Gustavo Gattass e Rafael Fonseca reduziram a estimativa para o preço-alvo em 12 meses de 27,63 reais para 21,63 de reais, segundo relatório obtido pela Bloomberg.
A mesma atitude foi tomada pelo Santander, que reduziu sua recomendação de compra para manter os papéis da OGX. Em relatório, os analistas Christian Audi e Vicente Falanga Neto diminuíram suas estimativas de preço-alvo de 33 reais para 25 reais até o final de 2011.
Segundo o Santander, a OGX apresentou um total de recursos potenciais e de contingentes menor que o esperado na Bacia de Campos. Além disso, os analistas criticam também o uso de uma nova classificação (recursos de delineação) no relatório. Por conta disso, eles optaram por não atribuir valor a estes recursos.
Os recursos de delineação na Bacia de Campos totalizaram 1,3 bilhão de boe, segundo relatório da OGX, e levam em consideração o limite geológico das estruturas encontradas, enquanto os recursos contingentes consideram apenas premissas relacionadas à distância do poço, independente da não ocorrência de barreiras geológicas evidenciadas pela sísmica.
Na contramão, os analistas Diego Mendes e Paula Kovarsky do Itaú BBA reiteraram a recomendação outperform (performance acima da média do mercado) para as ações da companhia, mantendo o preço-alvo de 33,30 reais até o final do ano. Segundo eles, os números divulgados pela OGX vieram em linha com as estimativas e “não trouxeram surpresas”
IPO em Londres
O empresário Eike Batista disse na sexta-feira que está em fase de conclusão o processo que vai listar as ações da OGX na Bolsa de Londres. Segundo ele, a listagem deverá estar concluída em no máximo três meses.

Prepare-se: Hoje é dia de atenção no mercado de ações


Hoje é um dia atípico nas operações da BM&F Bovespa. Com o vencimento da série D de opções sobre ações na Bolsa, os investidores deverão brigar para forçar sua posição no mercado, sejam elas vendidas ou compradas. Geralmente em dias de vencimento de opções o mercado se torna mais volátil nas primeiras horas de pregão. É bom não esquecer que somente quem já está posicionado pode negociar a série D hoje. O dia é vencimento é utilizado para encerramento de posições. A abertura de posições nessa série hoje está sujeita a multa pesada pela BM&F Bovespa. Adicionando mais um fator para os investidores ponderar, a China elevou este final de semana a taxa do depósito compulsório sobre o sistema bancário do país em 0,5% em mais uma tentativa de expurgar o aumento da inflação. Os analistas ainda pedem cautela aos investidores esta semana por conta dos feriados de Tiradentes e Paixão de Cristo no Brasil, nessa quinta e sexta-feira, dias nos quais a Bolsa brasileira ficará fechada. É provável que o volume das operações nesta semana seja inferior à média dos últimos períodos.

Máquina de Vendas tem três anos para dobrar o tamanho

Como os sócios da Máquina de Vendas, a terceira maior rede de eletroeletrônicos do país, estão se dividindo para alcançar um faturamento de 10 bilhões de reais até 2014


Sócios da Máquina de Vendas
Erivelto Gasquez, Ricardo Nunes e Luiz Carlos Batista: para criar uma gigante do varejo daqui a três anos, cada sócio da companhia ficou com uma missão diferente
Há um ano, os empresários Ricardo Nunes, dono da rede varejista mineira Ricardo Eletro, e Luiz Carlos Batista, controlador da baiana Insinuante, ganharam projeção nacional ao fundir as duas empresas, formando a Máquina de Vendas. Menos de três meses depois, a mato-grossense City Lar, de Erivelto Gasquez, uniu-se à Máquina, dando origem à terceira maior empresa do setor, com faturamento de 5 bilhões de reais e 750 lojas. Passados 12 meses desde a criação da empresa, Nunes, Batista e Gasquez dedicam-se a expandir os negócios para muito além do varejo. Além da criação de uma financeira em parceria com o banco HSBC, prevista para entrar em operação em agosto deste ano, os sócios da Máquina negociam a criação de uma seguradora, uma agência de viagens, um consórcio e a distribuição de motos de marca própria em toda a Região Norte. Ao mesmo tempo, preparam-se para inaugurar quase 250 lojas, a maior parte no Sul e no Sudeste do país, regiões onde a rede ainda tem baixa presença. Por trás dessas ações está a meta de transformar a Máquina de Vendas num grupo com faturamento de 10 bilhões de reais e 1 000 lojas em um prazo de apenas três anos — o que significa, na prática, dobrar de tamanho desde a fusão. “Num setor que conta com competidores tão grandes, não podemos ficar para trás”, diz Batista. “Tivemos de encontrar um jeito próprio de seguir crescendo.”

Esse jeito próprio implicou uma divisão de tarefas entre os três sócios. A Batista, de 47 anos, coube a parte mais estratégica do projeto, incluindo a definição dos novos negócios do grupo. Foi dele, por exemplo, a ideia de criar uma financeira que terá um cartão de crédito único para as três bandeiras. O plano imediatamente chamou a atenção dos grandes bancos — executivos do Bradesco chegaram a viajar para a África do Sul durante a Copa do Mundo, em junho do ano passado, na tentativa de se aproximar de Batista. Depois de quase dez meses de negociações, a Máquina de Vendas optou por manter a parceria com o banco britânico HSBC, que aportou estimados 500 milhões de reais na nova empresa em janeiro deste ano. (Oficialmente, o ­HSBC e a Máquina de Vendas não confirmam a cifra.) Se tudo funcionar como prevê Batista, a financeira terminará o primeiro ano com uma carteira de 2 bilhões de reais em empréstimos, que poderá incluir o financiamento de imóveis e pequenas empresas. Para efeito de comparação, a financeira do Carrefour, criada em 2007, tem atualmente 4,7 bilhões de reais em empréstimos.
A execução dessa estratégia está nas mãos, principalmente, de Ricardo Nunes, fundador da Ricardo Eletro. O primeiro passo do executivo foi comandar a integração das três operações — o que levou à unificação dos centros de distribuição (no total, 14) e das políticas de remuneração dos funcionários e à padronização dos sistemas de atendimento nas lojas. Foi um processo conturbado. A fusão de quatro dos seis centros de distribuição da Insinuante e da Ricardo Eletro, realizada em agosto do ano passado, atrasou em cerca de dez dias todas as entregas da rede no Rio de Janeiro e na Bahia, arranhando a imagem da empresa numa das regiões mais críticas para seu crescimento. Pouco tempo depois, em novembro, uma pane nos sistemas de tecnologia do depósito de mercadorias destinadas à operação de e-commerce, localizado em Contagem, Minas Gerais, deixou as vendas do site praticamente paradas por cerca de 20 dias — estima-se que a Máquina de Vendas tenha deixado de faturar 17 milhões de reais. “Foram episódios isolados, e é normal que existam contratempos numa integração desse tamanho”, afirma Nunes. “Mas agora a empresa está preparada para avançar também em outros negócios.”