outubro 31, 2010

É o setor privado o motor da prosperidade e não o governo!



Um retrato do Brasil que ousa


Os empreendedores foram os verdadeiros órfãos da campanha presidencial — nem uma mísera palavra sobre seu papel na construção do novo Brasil. Perdemos uma chance de ouro de reafirmar o óbvio: é o setor privado, não o governo, o motor da prosperidade.

outubro 30, 2010

A janela do dólar barato

Grandes empresas nunca captaram tanto dinheiro, de forma tão ágil. Os motivos: o excesso de liquidez internacional e a aposta mundial na economia brasileira

Por Cláudio Gradilone - Isto é dinheiro
Em maio passado, a executiva Marcela Drehmer tinha um grande problema. Recém-apontada vice-presidente de finanças e relações com investidores da petroquímica Braskem, ela precisava colocar nos eixos uma dívida de R$ 7 bilhões, originada no grande negócio fechado três meses antes: a compra da concorrente Quattor. 
 
Mais moderna e eficiente, a empresa adquirida vinha tendo seus resultados financeiros comprometidos pelo endividamento pesado, caro e de prazo curto. Marcela arregaçou as mangas e pôs-se a procurar dinheiro mais barato. Metade da dívida foi paga com a ajuda da bolsa de valores, por meio de uma emissão de ações de R$ 3,7 bilhões. 
 
105.jpg
 
A outra metade foi rolada com a ajuda de uma fonte de recursos que nunca esteve tão aberta para as empresas brasileiras, o mercado internacional de capitais. “A liquidez internacional é farta e há muitos recursos disponíveis”, diz a executiva. Ela tem razão: a janela do dólar está escancarada como nunca.
 
Segundo dados da Associação Brasileira das Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais (Anbima), as empresas estatais e privadas, os bancos e o próprio Tesouro Nacional captaram US$ 31,4 bilhões nos três primeiros trimestres de 2010, um recorde histórico e um crescimento de mais de 20% em relação ao mesmo período do ano passado.
 
106.jpg
Marcela Drehmer: liquidez internacional abundante 
ajuda a refinanciar metade da dívida de R$ 7 bilhões da Braskem
 
O próprio Tesouro voltou a captar recursos lá fora pagos em reais, algo que não ocorria desde a crise financeira em 2008. E, ao contrário de períodos recentes da história financeira, a probabilidade de que ventos contrários fechem subitamente essas janelas é muito pequena. “O Brasil está se beneficiando de um ambiente favorável interna e externamente”, diz Roberto Padovani, estrategista-chefe do banco alemão West LB. “O mercado internacional está com excesso de dinheiro e o Brasil é considerado um porto seguro pelos investidores.”
 
Os pacotes de estímulo à economia preparados pelo governo americano injetaram US$ 1,7 trilhão no mercado nos últimos dois anos e deverão injetar outro trilhão de dólares ao longo dos próximos 12 meses. Todo esse dinheiro vai precisar ser investido, e os bons juros pagos pelas empresas brasileiras tornam-se uma atração irresistível. 
 
Não por acaso, os empréstimos têm ficado cada vez mais baratos. Segundo Marcela, em maio a Braskem pagou 7,375% ao ano em um bônus perpétuo, ou seja, sem data de vencimento. Esse título serviu para resgatar e pagar dois outros bônus, emitidos em 2005, que pagavam 9,25% ao ano. 
 
103.jpg
 
Comparados com o custo básico do dinheiro no Brasil, de 10,75% ao ano, captar em dólares é um paraíso para quem pode se proteger do risco cambial. A Braskem pretende continuar bebendo nessa fonte. “Se os juros continuarem caindo, vamos trocar esses papéis por outros ainda mais baratos”, diz a executiva.
 
Com pequenas alterações, essa foi a estratégia da Companhia Siderúrgica Nacional, uma das líderes em captações neste ano. “A CSN trocou uma dívida que custava 9,5% ao ano por outra que custa 7%”, diz André Silva, executivo do Deutsche Bank em Nova York e um dos responsáveis pela emissão de dívida de empresas da América Latina. 
 
104.jpg
 
Segundo o executivo, as brasileiras nunca captaram dinheiro tão barato. Uma companhia de primeiríssima linha, como Vale ou Petrobras está trazendo recursos por dez anos que custam 4,3% ao ano em dólares, bem abaixo dos 11% ao ano do mercado interno. “Captar dinheiro no Exterior é mais barato mesmo com a necessidade de comprar proteção contra as flutuações do câmbio”, diz ele. Procurada, a CSN não comentou o fato, assim como o grupo Votorantim e o Itaú Unibanco, grupo e banco que mais captaram dinheiro no Exterior em 2010 (leia quadro).
 
O apetite dos investidores estrangeiros é tão grande que o próprio Tesouro brasileiro voltou a captar recursos em reais. Fechadas desde antes da crise, as janelas dos títulos em reais voltaram a se abrir na segunda-feira 25 e o Tesouro captou o equivalente a US$ 1 bilhão até 2028, pagando 8,86% ao ano. 
 
Essas captações oficiais oferecem outra vantagem para as empresas privadas: proporcionam um parâmetro para saber quanto os investidores estão dispostos a pagar. A expectativa é que as captações em reais cresçam nos próximos meses. “Temos de fazer as contas com cuidado, mas essa é uma possibilidade muito interessante para obter recursos”, diz Domingos Abreu, vice-presidente do Bradesco, um dos líderes na captação em 2010. 
 
Em dólares ou reais, o apetite dos investidores lá fora deverá permanecer saudável ao longo dos próximos anos, o que vai garantir, no longo prazo, a redução dos juros internos, sem pressionar o câmbio, algo que não passou despercebido ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao comentar a captação da segunda-feira. “Devemos fazer outras emissões antes do fim do ano.” Para ele, as janelas do dólar vão continuar abertas.
 

O computador morreu. Chegou a era dos tablets

Fonte: Isto é Dinheiro

O reinado do PC está chegando ao fim. Grandes marcas, como Apple, Samsung, Dell e HP, estão prestes a trazer para o Brasil seus tablets. E eles vão mudar a forma de vender, de trabalhar e de se divertir

Por Ralphe Manzoni Jr.
 MortePC_255.jpg
Vídeo: o editor Ralphe Manzoni Jr. fala sobre a morte do PC

Alinhados, como se estivessem em um batalhão, funcionários da Galderma, uma joint venture entre Nestlé e L’Oréal, indústria farmacêutica exclusivamente dermatológica, posaram para esta foto que você vê logo abaixo. Eles fazem parte de uma tropa de elite que, empunhando os seus iPads, começa a realizar o funeral do computador pessoal. O PC, da forma que conhecemos, morreu. 
Na semana passada, 120 funcionários da Galderma foram às ruas com seus tablets e se transformaram na primeira força de vendas do País a usar o equipamento da Apple de forma corporativa. Agora, quando visitam médicos, esse exército de homens e mulheres de iPad faz a demonstração técnica dos produtos nesta pequena geringonça tecnológica que parece uma tábua (daí o nome tablets), mede 24 centímetros de altura por 18 centímetros de largura, pesa 680 gramas e tem espessura de apenas 1,3 centímetro.
 
118.jpg
Tropa de iPads: toda a equipe de vendas da Galderma já trabalha com tablets
 
“Agora, consigo atualizar o meu material promocional em apenas um dia. Antes, demorava 40 dias”, afirma Juan Carlos Gaona, CEO da Galderma do Brasil. “É uma enorme vantagem sobre os meus concorrentes.” O batalhão de iPads da Galderma é o símbolo de uma grande transformação no setor de tecnologia. 
 
Com mais de 30 anos de vida (e de bons serviços prestados), o computador pessoal está com os dias contados para os tablets. E essa febre, que tomou o mercado mundial, chega oficialmente ao Brasil a partir de novembro, com o lançamento do Galaxy Tab, da Samsung. Apple, Dell, ZTE, Huawei, Cisco, Awaya e HP prometem seus produtos para os próximos meses. 
 
Apesar disso, os PCs não vão deixar de existir. Suas vendas globais, inclusive, crescerão vagarosamente nos próximos anos, chegando a mais de 500 milhões de unidades em 2014. Mas eles perderão o status de ser os protagonistas da computação. “A maioria das pessoas vai usar computadores portáteis e com telas sensíveis ao toque, como smartphones e iPads”, diz à DINHEIRO Nicholas Carr, jornalista americano e autor do livro A grande mudança, que defende a tese de que a tecnologia se transformará em um serviço público, assim como a energia elétrica. 
 
113.jpg
 
“Mas os PCs, tanto os laptops como os desktops, continuarão a ser úteis para certas tarefas que exigem grandes telas e teclados tradicionais.” Esse é o ponto crucial. O CD não desapareceu, mas passou a ser um produto de nicho com o surgimento da música digital. O mesmo vai acontecer com o computador pessoal. 
 
“Grande parte das pessoas quer surfar na internet, checar e-mails ou interagir nas redes sociais. Para isso, elas não precisam de um PC”, afirma Jeffrey Cole, diretor do Centro para o Futuro Digital da University of Southern California. O mantra dessa nova era é a mobilidade e a conexão total com a internet de qualquer lugar a qualquer hora.
 
Os tablets levam este conceito às últimas consequências, com a vantagem de ter uma tela bem maior do que um smartphone e uma interface revolucionária que permite fazer tudo com o toque dos dedos, sem a necessidade de um mouse e um teclado – itens que vão estar ao lado do PC em seu obituário. 
 
117.jpg
Jorge Moskovitz, da Serena Software (à esq.), abandonou o notebook em suas viagens. Eduardo Machado (ao lado), do COC e da rede de ensino a distância Unyca, vai 
dar 30 mil tablets aos alunos em 2011. 
José Papa Neto, da ESPN, praticamente
esqueceu de seu PC depois de comprar um iPad
 
“Depois dele, abandonei o meu notebook”, afirma Jorge Moskovitz, diretor para a América do Sul da empresa de tecnologia Serena Software, que passa pelo menos duas semanas por mês visitando países pela região. O diretor de novos negócios da rede de tevê esportiva ESPN, José Papa Neto, não esqueceu ainda do desktop, mas agora só passa 10% de seu tempo com ele. “Sou um fervoroso usuário de Blackberry e do iPad”, diz ele. “Nas viagens curtas, só levo o iPad.” 
 
O comportamento destes dois executivos demonstra uma  tendência que acontece com quem usa um tablet. O computador vai ficando de lado, esquecido. E o motivo é simples: eles substituem a maioria das tarefas que um usuário comum faz no dia a dia. O que é surpreendente, nesta aurora dos tablets, é que eles estão encontrando também um espaço dentro das empresas mais rápido do que se imaginava. Observe mais uma vez o exemplo da Galderma, cuja operação brasileira fatura R$ 250 milhões. 
 
Visitar médicos faz parte do DNA da indústria farmacêutica. Até hoje, isso é feito com material de papel. “Tentamos usar notebooks, mas eles são pesados, demoram a ligar e sempre travam”, alega Márcio Rodrigues, diretor de marketing da companhia. Desde o lançamento do iPad, a empresa importou seis máquinas, desenvolveu um aplicativo próprio e foi a campo testar o aparelho. 
 

O novo magnata do petróleo

Fonte:Isto é Dinheiro

Conheça o empresário Márcio Rocha Mello, dono da HRT, empresa de petróleo que nasce com valor de mercado de R$ 5,1 bilhões e chega para brigar com a OGX

As festas do empresário carioca Márcio Rocha Mello, 57 anos, são famosas no setor do petróleo por uma característica, no mínimo, peculiar. Em todo congresso de óleo e gás que acontece no Rio de Janeiro, Mello, o homem que comanda a empresa HRT Participações em Petróleo, prepara um rega-bofe com show de escola de samba e mulatas devidamente trajadas em microfios-dentais. 
 
Na segunda-feira 25, ele fez jus à fama no lançamento de ações da HRT Participações na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Depois dos discursos de abertura e de tocar a famosa campainha de abertura do pregão, músicos e voluptuosas passistas invadiram o salão da Bovespa. 
 
Mello, fã incondicional de samba, caiu na folia numa cena atípica para quem está acostumado a ver sisudos executivos de terno e gravata. Mas ele tinha motivos de sobra para festejar: sua empresa captou R$ 2,6 bilhões com a abertura de capital. O que chama a atenção nesse caso é que a HRT, com pouco mais de um ano de vida, ainda não extraiu uma gota sequer de petróleo – modelo semelhante ao da OGX, companhia do bilionário Eike Batista. 
 
119.jpg
Márcio Rocha Mello, presidente da HRT
 
“O Brasil tem a segunda maior empresa de petróleo do mundo (a Petrobras) e a terceira maior bolsa. Hoje, começa a ter a maior empresa independente de óleo e gás do mundo”, disse Mello na Bovespa. Se depender de sua modéstia e de seus planos, essa é primeira de suas várias aparições como o novo magnata do petróleo.
 
O empresário foi forjado na Petrobras, onde trabalhou por 24 anos e ficou conhecido como um dos mais talentosos geólogos de petróleo do mundo. Aliás, entre 1990 e 2000, foi responsável por estudos de sistemas petrolíferos na grande maioria das bacias sedimentares do Brasil, África e América Latina. Ou seja, tem na cabeça o mapa das riquezas que estão debaixo da terra. 
 
“O Márcio Mello, em si, é o grande ativo da companhia”, diz Mauro Kahn, diretor do Clube do Petróleo e gerente da pós-graduação da Coppe UFRJ. “Ele, certamente, deve saber o que está comprando”, diz, referindo-se às áreas de exploração da HRT. É no que os investidores têm apostado. 
 
Desde que deixou a Petrobras, em 2000, Mello criou vários negócios ligados à área de petróleo, mas a HRT é, de longe, a sua grande tacada. Fundada em julho de 2009, a HRT iniciou as operações com a compra de 51% de 21 blocos de exploração na Bacia de Solimões, na Amazônia. Três meses depois, recebia um aporte de US$ 275 milhões de fundos de investimentos, como o MSD Capital, do bilionário americano Michael Dell.
 
120.jpg
O IPO deu samba: No lançamento das ações da HRT, músicos e passistas transformaram
o pregão da Bovespa em uma festa. Os executivos da empresa também comemoraram
 
 Em junho deste ano, adquiriu mais cinco blocos na Namíbia e recebeu a certificação da empresa DeGolyer & MacNaughton atestando que as reservas da HRT chegam a 2,1 bilhões de barris de petróleo. Era a senha que faltava para convencer os investidores do potencial da empresa, que também conta com blocos nas bacias do Recôncavo, do Espírito Santo e Rio do Peixe. 
 
Em seu primeiro pregão, a ação foi lançada a R$ 1.205 e fechou cotada a R$ 1.167. Na quarta-feira 27, encerrou o pregão em R$ 1.135. Apesar da ligeira queda, o preço está entre R$ 1.005 e R$ 1.350, patamar vislumbrado pelos bancos Credit Suisse, Goldman Sachs e Citigroup, que coordenaram a operação. 
 
A aposta foi alta porque a HRT tem outra característica que se assemelha à OGX de Eike Batista. Seus principais funcionários têm vastas experiências no setor. Ocupam altos cargos na companhia executivos como John Forman, ex-diretor da Agência Nacional de Petróleo (ANP), e Eduardo de Freitas Teixeira, ex-presidente da Petrobras nos anos 90. Eles trabalham na sede da HRT, que ocupa três andares de um prédio na avenida Atlântica, em Copacabana. 
 
121.jpg
 
O escritório, com vista para o mar, revela um outro lado do executivo, notório por seu conhecimento técnico. É que todo visitante que chega na HRT é recebido com um par de pantufas e encontra o comandante da companhia descalço. A primeira explicação para isso é que o carpete é branco e, como em um laboratório, tem que ser mantido limpo. A outra explicação, frequentemente fornecida por Mello, é que os pés descalços sentem a energia do ambiente.  
 
Hoje, a HRT tem um valor de mercado de R$ 5,1 bilhões. Mello, ao estilo Eike Batista, acha pouco. Em uma entrevista concedida à revista Brasil Energia, antes do período de silêncio imposto pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ele disse que a companhia tem potencial para chegar em US$ 10 bilhões. “Tudo em que botei o meu dedo virou ouro. Me chamam até de golden boy.” Será mais um dizendo que vai ser o homem mais rico do mundo?

outubro 29, 2010

Dividendos – Histórico Das Empresas Brasileiras

Fonte:INI
Ações para crescimento patrimonial x ações de elevado yield
Existe uma clara distinção entre as ações que o investidor deve escolher para o período da semeadura, quando se quer que o patrimônio cresça mais rapidamente, e não há necessidade de yield (dividendo) elevado, e as ações para o período da colheita, que devem apresentar, ao menos, as seguintes características:
  • Solidez de fluxo de caixa e baixo risco operacional/político/financeiro/tecnológico
  • Crescimento dos lucros e dividendos, no mínimo, para repor a inflação e o crescimento da economia.
  • Yield (DY) superior ao da renda fixa. Em outubro de 2010, uma NTN-B pagava 4,5% acima da inflação, já com IR descontado. As ações para aposentadoria precisam pagar mais, para compensar o risco.
Para acompanhar o histórico das companhias brasileiras nos parâmetros acima, foi preparada uma planilha com os principais dados das empresas. A fonte é a base da dados da Valoriza Online.
A planilha pode ser baixada aqui, mas leia as instruções abaixo antes de abri-la.
A planilha “Resumo” traz um ranking das companhias. O usuário pode mudar os filtros.
O significado e a metodologia utilizada em cada item seguem abaixo:
Média DY – O DY (Dividend Yield) é calculado pela divisão do “Dividendo por ação (DPA)” de um determinado ano, pela média entre as cotações ajustadas máxima e mínima do mesmo ano. A média DY é a média dos DY entre 2003 e 2009 (se a empresa tiver histórico).
Último DY – É o DY de 2009, calculado da mesma forma que exposto acima.
GWTRec – Crescimento da receita entre 2000 e 2009 (se pertinente), calculado pelo método da regressão linear, com inclinação dada pelo logaritmo natural, dos dados disponíveis. (ver fórmula nas planilhas internas).
GWTLPA – Crescimento do lucro por ação entre 2000 e 2009 (se pertinente), calculado pelo método da regressão linear, com inclinação dada pelo logaritmo natural, dos dados disponíveis. (ver fórmula nas planilhas internas).
GWTDPA – Crescimento do dividendo por ação entre 2000 e 2009 (se pertinente), calculado pelo método da regressão linear, com inclinação dada pelo logaritmo natural, dos dados disponíveis. (ver fórmula nas planilhas internas).
%PGTO – Dos anos disponíveis, em quantos (%) a companhia pagou dividendos.
Algumas empresas que pagam dividendos elevados como Eletropaulo e light, não entraram nas contas, pois o primeiro filtro exigia que a empresa tivesse um histórico de dividendos de, no mínimo, 5 anos.
A planilha “Resumo” traz apenas os dados. Para verificar os cálculos, entrar nas planilhas de apoio.

outubro 28, 2010

Certo da vitória, governo libera gasto


Com R$ 37 bilhões em caixa para despesas de investimento a serem usados até dezembro, o Ministério da Fazenda autorizou as demais
 reas do governo a acelerar gastos e a contratar obras e serviços vinculados à infraestrutura. A orientação é para que sejam agilizados os empenhos até o fim do ano, de forma a assegurar a utilização desses recursos em 2011 na forma de restos a pagar de 2010.
Duas diretrizes norteiam essa orientação. A primeira é a confiança da área econômica de que o candidato da oposição, José Serra (PSDB), não reverterá as intenções de voto que hoje dariam a vitória a Dilma Rousseff. Por isso, a intenção é assegurar a execução das obras em andamento e o início de projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
A segunda diretriz é a folga fiscal criada pela receita de R$ 31,9 bilhões recebida pelo governo da Petrobras, referente à cessão onerosa de 5 bilhões de barris de petróleo na operação de capitalização da estatal. Essa receita abriu uma folga de caixa que permite à Fazenda autorizar os ministérios a gastar sem preocupação com o risco de descumprimento da meta de superávit primário.
Com o resultado de setembro, o superávit acumulado atingiu R$ 55,7 bilhões, restando a necessidade de economia média mensal de R$ 5 bilhões entre outubro e dezembro para cumprir a meta de R$ 76 bilhões do governo central. Isso equivale a 2,15% do PIB, para uma meta geral de 3,3% para todo o setor público.
As indicações da Fazenda são de que, se há uma meta formal de superávit primário a ser cumprida, o governo tenta, por outro lado, ampliar os gastos com investimentos, citados como pré-condição para o aumento da capacidade de crescimento do país. "Há uma tendência forte para o investimento público. Neste ano, esperamos algo em torno de 50% de crescimento, uma boa posição frente a 2009", disse o secretário do Tesouro, Arno Augustin. No ano passado, esse investimento foi de R$ 20,6 bilhões e agora está em R$ 32 bilhões, no acumulado até setembro. A informação do secretário é de que esse tipo de gasto aumentará em R$ 8 bilhões, no mínimo, até o fim de 2010.
Os dados do Tesouro mostram que entre janeiro e setembro, dos R$ 72,5 bilhões em verbas do Orçamento de 2010 destinadas a investimentos, foram contratadas R$ 35,4 bilhões. O governo dispõe de R$ 37 bilhões para serem utilizados nos últimos três meses do ano.
O sinal verde dado pela área econômica é tanto para autorizações e empenho de verbas como para liquidação de despesas. O objetivo é preparar as condições para que as obras do PAC sejam tocadas sem amarras burocráticas nos primeiros meses de 2011, quando as trocas de equipes podem levar a uma desaceleração nas contratações.

Agenda do investidor para esta quinta-feira
No Brasil a FGV (Fundação Getulio Vargas) divulga seu IGP-M, índice mensal comumente utilizado para a correção de contratos de aluguel e tarifas de energia elétrica. O Banco Central apresenta a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) com as justificativas da manutenção da taxa de juros Selic. Nos EUA o Departamento do Trabalho divulga os números de Pedidos de Seguro-Desemprego mais recentes.
Vale: Lucro dispara em mais de 250%, investidores correm para as ações
Após o fechamento do mercado ontem a Vale publicou os esperados resultados referentes ao terceiro trimestre de 2010. Conforme antecipado pelo mercado o lucro líquido da empresa deu um salto de 253% em relação ao mesmo período de 2009, acumulando R$ 10,5 bilhões no trimestre, recorde histórico. Os principais analistas do mercado já vinham recomendando as ações da empresa desde a metade do ano, contando com as perspectivas de bons resultados. A empresa credita o resultado principalmente ao aumento dos preços do minério de ferro pelo novo sistema de reajustes trimestrais, implantado desde o segundo trimestre deste ano. Os executivos da mineradora estão otimistas com as perspectivas para o ano que vem e acreditam que a China será cada vez mais importante para a contribuição dos resultados da empresa. No after-market, tanto as ações brasileiras como ADRs na bolsa de Nova York, registraram alta demonstrando o renovado interesse dos investidores nos papéis.

outubro 27, 2010

Agenda do investidor para esta quarta-feira

No Brasil será divulgada a Sondagem de Expectativas do Consumidor de outubro pela Fundação Getulio Vargas, índice que mede através de questionários a famílias as principais capitais do Brasil sobre situação econômica do país e da família, orçamento doméstico, grau de dificuldade de encontrar trabalho e intenções de compras de bens de alto valor. Nos EUA a Associação de Bancos de Hipoteca divulga os números de Pedidos de Hipoteca com referência semanal. O Departamento do Comércio divulga o número das Vendas de Imóveis Novos e os Pedidos de Bens Duráveis, indicando o nível de atividade da indústria norte-americana. O Departamento de Energia divulga o Estoque Semanal de Petróleo.
Petrobras em alta: Analistas avaliam continuação da tendência
Num dia sem muitas oscilações nos mercados mundiais ontem, a bolsa brasileira foi destaque de alta. Fechando em 70.740 pontos, alta de 1,67%, os investidores devem agradecer em grande parte a uma empresa: Petrobras. As ações preferenciais e ordinárias da petrolífera subiram 5,37% e 4,36% respectivamente. Como seu peso no índice Ibovespa é grande, um movimento desses ajuda a ofuscar as quedas de outros papéis que compõem o índice. A alta teve início logo nos primeiros minutos de pregão e perdurou com força até o fechamento. Entretanto os analistas atentam para a composição geral do papel, que ainda apresenta tendência de queda. O investidor deve ficar atento a mais próxima resistência de preços aos R$ 26,65 nas ações preferências, as de mais liquidez da empresa.

Em editorial, Financial Times diz que 'Serra é melhor escolha para presidente'

'Financial Times' descreve Serra como 'linha-dura fiscal'
Em editorial, o jornal britânico "Financial Times" defende nesta quarta-feira que o candidato do PSDB à presidência, José Serra, "é a melhor escolha para o Brasil".
No artigo, "Eleições Brasileiras - José Serra é a melhor escolha para presidente, por pouco", o jornal sustenta que os dois principais candidatos ao Planalto são bastante similares, mas a eleição de Serra afastaria uma possível influência de Lula no próximo governo.
"Ambos (Serra e a candidata do PT, Dilma Rousseff) são notavelmente similiares. São sociais-democratas que crêem em políticas pró-mercado com forte componente social. São tecnocratas inoportunos. E são também desprovidos de charme", diz o jornal.
"Onde as diferenças existem, são pequenas mas significativas. Serra é mais linha-dura em termos fiscais. Com boa vontade, ele poria um fim no uso de esquemas extraorçamentários recentemente aplicados para cumprir as metas fiscais."
"Reduzir o gasto público, ainda ascendente apesar de uma economia em pleno vapor, também diminuiria as taxas de juros e assim limitaria a apreciação da moeda."
Para o "FT", Serra também seria "menos indulgente" com o Irã, a Venezuela e Cuba.
Já Dilma, ressalta o editorial, "é a favor de um Estado maior, embora um quinto das maiores companhias de capital aberto já tenham, de uma forma ou de outra, ele entre seus cinco maiores acionistas".
"Mas a maior diferença talvez seja o papel que o popular padrinho de Dilma assumirá se ela ganhar - o que é provável, tendo em vista a sua vantagem de dez pontos nas pesquisas. Uma presidência paralela, como a de Putin na Rússia, é possível; assim como a volta de Lula ao poder em 2014 e 2018."
O artigo conclui afirmando que "pelo menos para interromper esta relação com o poder, Serra é a melhor escolha para o Brasil".

outubro 26, 2010

Ecodiesel e Maeda se unem para consolidar


Renato Carvalho, da Arion Capital: cálculo das sinergias está sendo concluído
 
A associação entre a Maeda Agroindustrial e a Brasil Ecodiesel, cujas conversações estão em curso e foram anunciadas oficialmente ontem pelas empresas, pode criar uma nova comercializadora de commodities agrícolas no país, além, obviamente, de fortalecer as atividades já tradicionais de cada uma delas: produção agroindustrial e de biodiesel. As ações da Brasil Ecodiesel subiram 25% na semana passada e caíram 10% ontem.
De um lado da mesa está a Maeda, que saiu neste ano das mãos da tradicional família de japoneses para o controle do fundo espanhol Arion Capital, controlado pelo bilionário espanhol Enrique Bañuelos. De outro, aquela que nasceu para ser a maior empresa de biodiesel do país e que, após quase ir ao fundo do poço, foi recuperada pelos bancos credores, que converteram débito em ações e ampliaram o escopo de atuação, agregando à produção de biodiesel a atividade de "originação de grãos".
Assim se dá a complementaridade entre as duas companhias, que devem fechar o acordo final até dezembro deste ano, diz Renato Carvalho, sócio da Arion Capital. O cálculo das sinergias está sendo concluído, assim como o planejamento estratégico da associação. Mas algumas metas já estão desenhadas, diz o executivo. Entre elas, a de expandir em 2,5 vezes a atual área plantada do grupo Maeda, atualmente em 94 mil hectares, distribuídos entre soja, milho e algodão em três clusters localizados em Mato Grosso, Goiás e Bahia.
A expansão, afirma Carvalho, ocorrerá em áreas próprias e arrendadas, nas quais a Maeda usará sua expertise agrícola para atuar como gestora operacional, assim como ocorre hoje. Mas o limite da atividade de "trade" de grãos não será a produção própria. "O plano é originar grãos produzidos pelo próprio grupo e por terceiros."
A parceria também ajudará na verticalização da Brasil Ecodiesel, que tem na soja a principal matéria-prima de produção de biodiesel. Pode ajudar também na reativação de duas fábricas paralisadas, elevando para oito as unidades industriais ativas. Outro ponto importante dessa parceria, diz Carvalho, é que ela traz um potencial maior de consolidação às duas empresas. "O agronegócio é um setor muito fragmentado. Uma companhia de capital aberto, como a Brasil Ecodiesel, não deixa de ser também um veículo que cria melhores condições no movimento de consolidação", diz Carvalho.
Sem considerar sinergias e com base nos dados do ano passado, quando a Brasil Ecodiesel teve restrições para vender biodiesel e a Maeda não gozava de preços de algodão tão elevados, as duas empresas faturariam juntas R$ 730 milhões. Carvalho prevê que em 2010 o faturamento da Maeda, da qual a Arion Capital tem 86%, vai crescer de 10% a 15% potencializado pela alta do algodão, que nas últimas semanas atingiu os maiores preços desde que começou a ser negociado na bolsa de Nova York, há 140 anos. Isso significará que, dos R$ 330 milhões de 2009, o faturamento bruto do grupo deve alcançar neste ano algo entre R$ 360 milhões e R$ 380 milhões.
A Arion não divulga quanto pagou para levar os 86% da Maeda, operação que foi fechada em maio deste ano. Mas o mercado estima que esse valor esteja próximo de R$ 100 milhões. O fundo também absorveu uma dívida de R$ 300 milhões, que foi renegociada. "Fizemos um aumento de capital, demos um choque de gestão, fechando escritórios e reduzindo custos. Estamos agora dando o próximo passo, que é ganhar escala."
No comunicado de ontem, as empresas divulgaram que a relação de troca em discussão é de aproximadamente 3,6395 ações da Maeda para cada ação da Brasil Ecodiesel, o que atribui à Maeda valor de aproximadamente R$ 320 milhões e um terço da sociedade resultante da combinação.

outubro 25, 2010

Agenda do investidor para esta segunda-feira

No Brasil a Fundação Getulio Vargas divulga o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor ? Semanal). O Banco Central divulga o Relatório Focus e o Ministério do Desenvolvimento apresenta a Balança Comercial da semana. Nos EUA o Departamento do Comércio divulga as Vendas de Imóveis Usados de setembro.

Ecodiesel dispara novamente: Alta de mais de 40% ainda é possível
Os papéis da Brasil Ecodiesel dispararam mais uma vez na última sexta-feira com renovação dos rumores de venda. Conforme publicado na ADVFN Newsletter da última quinta-feira a Ecodiesel estava sendo cortejada por algumas empresas do setor para uma possível venda de participação. Na sexta-feira nos últimos minutos de pregão uma notícia do Portal Exame fez a cotação da empresa explodir. Fechando em R$ 1,27, alta de mais de 17% em relação ao dia anterior (contando o after-market) o site afirma que a empresa e a Maeda Agroindustrial irão se fundir, criando uma das maiores empresas agrícolas do mundo. A Maeda foi adquirida este ano pelo empresário espanhol Enrique Bañuelos, famoso no Brasil pela consolidação no setor imobiliário, unindo a Agra, Abyara e Klabin Segall na Agre. É possível que a Maeda siga o mesmo caminho trilhado anteriormente por Bañuelos. A publicação ainda estima em R$ 1,80 o preço por ação condicionado na negociação.

Petrobras está barata?

O inferno astral da Petrobras parece não ter fim. Alvejada por relatórios negativos de grandes bancos e escaramuças eleitorais, a ação preferencial (PN, sem voto) da estatal caiu 7,9% na semana passada, levando o tombo no ano a 32,5% e o papel para o menor nível desde março de 2009. Tamanha queda faz sentido? Depois de tanto apanhar, o papel já não estaria barato? Para muitos analistas a ação da Petrobras representa uma ótima oportunidade de investimento e a estatal, apesar de todos os problemas que cercaram a capitalização, não merecia ser transformada na "Geni" da bolsa.
A ação da Petrobras está em um nível muito atraente, sobretudo para o investidor de longo prazo, que espera obter ganhos num período de um ou dois anos, afirma Alexandre Espírito Santos, economista da Way Investimentos e diretor do curso de Relações Internacionais da ESPM-RJ. "A Petrobras está apenas sendo punida por questões momentâneas, como o medo do uso político da empresa, mas os fundamentos da companhia são sólidos", afirma o economista.
Espírito Santo ressalta que o múltiplo Preço/Lucro (P/L, que dá uma ideia do prazo do retorno dos investimentos) da estatal estimado para 2011 está por volta de 8 vezes, abaixo das petroleiras internacionais. "É um nível muito atraente, que indica que o papel pode estar barato", diz o economista, que vê o P/L justo da Petrobras por volta de 12 vezes. E para o P/L se ajustar ao "nível justo", ressalta Espírito Santo, o preço do papel (o P da fórmula) tem que subir.
Ele lembra que a desvalorização das ações da estatal antes da megacapitalização era esperada, dado que os investidores queriam comprar os papéis a preços menores na oferta. O que não faz muito sentido são as quedas recentes, diz Espírito Santo, ressaltando que os problemas apontados por alguns bancos para diminuir os preços-alvos da ação - como aumento do risco de ingerência política e diluição dos minoritários - já eram para lá de conhecidos. "É claro que existe um problema da governança, mas eu acho que o risco de a empresa perder o rumo e virar uma espécie de Eletrobras (estatal do setor elétrico) é muito pequeno", afirma.
O potencial de ganho com as reservas de petróleo do pré-sal, que fazem da Petrobras a petroleira mais promissora do mundo, superam de longe o chamado "risco político", avalia Espírito Santo. "Não dá para ignorar as enormes jazidas de petróleo descobertas e a capacidade técnica da Petrobras para explorar essas reservas", diz. "Quem quer montar uma carteira de ações para o médio prazo não pode desprezar as ações da Petrobras".
O movimento recente de queda dos papéis da Petrobras foi exagerado, avalia em relatório do Santander Vicente Falanga Neto. "As questões levantadas pelo mercado (para derrubar as ações da companhia) não representam nenhuma novidade, isto é, já estavam 'precificadas' nas ações", afirma o analista, que na semana passada reiterou a recomendação de compra paras as PNs da estatal, com preço-lavo de R$ 41,65 para o fim de 2011. Isso embute um potencial de valorização de 72% ante o fechamento de sexta, a R$ 24,21.
Ele lembra que a influência do governo na estatal só aumentou nos últimos anos e, mesmo assim, a Petrobras "superou a maior parte de seus pares globais nesse período". E o governo já havia afirmado há mais de um ano que aproveitaria a oferta para elevar sua participação no capital da empresa. Ou seja, a diluição dos minoritários não deve servir de álibi para a derrubada do papel este mês.
O analista ressalta que o próprio governo será castigado caso haja uma politização forte da gestão da companhia. Se a geração de fluxo de caixa da Petrobras cair em razão de investimentos em projetos menos rentáveis, diz o analista, o governo ganharia menos dividendos e, sobretudo, perderia a confiança dos investidores privados, que ainda são essenciais. "Os mercados de capitais e dívida podem perder a confiança em financiar a empresa", afirma. "E sem esse capital, o governo não teria condições de concretizar seu 'sonho do pré-sal'."
A queda recente das ações também não pode ser atribuída ao risco de execução, que já era conhecido pelo mercado, diz o analista do Santander. Ele ressalta que a empresa vem trabalhando no desenvolvimento do processo de exploração no pré-sal desde 2007 e já começou a produção no campo de Tupi. "A empresa já possui o know-how operacional e histórico de transformação de barris em fluxo de caixa, em um país com baixo risco geopolítico", afirma Falanga Neto, lembrando, contudo, que o potencial de alta decorrente dos 5 bilhões de barris vem após o quarto ano (de exploração). "Essa é uma história que exige um pouco de paciência, mas que oferece um potencial de alta."
Na contramão de outras instituições internacionais, como Barclays e Morgan Stanley, que rebaixaram a recomendação para as ações da Petrobras, o Bank of America Merrill Lynch reiterou na semana passada a recomendação de compra para as ações preferenciais da Petrobras. O preço-alvo estimado é de R$ 49 por papel preferencial, o que significa uma valorização esperada de 102,4%.
O crescimento potencial está acima dos pares globais", destaca a instituição, em relatório assinado pelos analistas Frank McGann e Conrado Vegner. Eles estimam um múltiplo P/L de 7,7 vezes para Petrobras em 2011 e 2012, o que torna o papel da estatal brasileiro muito "descontado". "As preocupações do mercado se referem a eventos que já aconteceram, como a própria capitalização", afirmam. "Os investidores devem olhar para frente, o crescimento da empresa e o potencial de retorno são notavelmente maiores do que se esperava antes da capitalização."
Parte do mercado vê o investimento da Petrobras na produção de refino, por exemplo, como uma decisão política, já que a atividade é menos rentável que a de exploração. Para os analistas do BofA, o risco de investimento em refino já é conhecido e não pode servir de gatilho para uma desvalorização dos papéis.
Os investidores também não devem se preocupar com a gestão da Petrobras após o fim do governo do presidente Lula, avaliam os analistas. Uma vitória de Dilma Rousseff, a candidata governista, garante a continuidade na linha de condução da companhia, até porque Dilma foi presidente do conselho de administração da estatal.
Caso o tucano José Serra seja o vencedor, o papel pode até se beneficiar da perspectiva de que o governo seja "menos agressivo" em projetos de investimento com retorno menor. "Os investimentos da Petrobras já estão bem definidos por um plano estratégico, e não sofrerão grandes alterações mesmo se Serra ganhar as eleições."
Do lado externo, o preço do petróleo, outro ponto-chave para o sucesso da Petrobras, também deve permanecer em um nível que dê suporte aos planos da companhia. "Com a expansão monetária nos Estados Unidos, espera-se um ambiente de alta liquidez", afirmam os analistas do BofA.