outubro 09, 2019

Giro no mercado com Alexandre Yokoyama

Cenário externo 

Mercados... Bolsas asiáticas tiveram desempenhos positivo nesta 3ªF. O Nikkei (Tóquio) acumulou alta de 1,0% no dia enquanto, na volta do feriado, bolsas de China e de Hong Kong registraram altas moderadas. Na contramão, índices de mercado europeus abriram com viés baixista, com o índice pan-europeu, STOXX 600, acumulando perdas da ordem de 1,0% até o momento. Em NY, índices futuros operam com a mesma tendência verificada na Europa, e o dólar (DXY) registra uma leve desvalorização contra seus principais pares. 

Na torcida pelo improvável... Predomina a cautela nos mercados, com investidores sem saber o que esperar da retomada de negociações comerciais entre China e Estados Unidos. O novo encontro está previsto para ter início nesta 5ªF, quando a delegação chinesa liderada pelo vice-premiê, Liu He, chega a Washington. Caso não haja progresso, os EUA já tem agendada uma nova rodada de aumento de tarifas no dia 15/10. Ontem, mercados reagiram prontamente ao noticiário ao redor do tema, e a expectativa é que novos desenvolvimentos sigam promovendo mais volatilidade ao longo desta semana.

Sinais nada animadores... Ainda no tocante a tensão comercial, a notícia de que os EUA vão acrescentar 28 companhias chinesas à "lista negra" - que dificulta os negócios nos EUA - promove um desconforto adicional nesta manhã. Do outro lado do mundo, já existem indícios de que a China está preparando sua própria lista de companhias americanas para sancionar como retaliação. A dois dias do início da nova rodada de conversas, novas sanções vem como sinais nada animadores no tocante à probabilidade do firmamento de um acordo parcial entre as duas maiores economias globais.
Segundo o South China Morning Post (veículo de mídia chinês), as negociações, previstas para perdurar por 2 dias, poderão acabar prematuramente caso não haja diálogo produtivo - fato que reflete ainda menos otimismo em torno do tema. Vamos acompanhar...

Na agenda... Na noite de ontem, o Índice de Gerentes de Compra (PMI/Caixin) do setor de serviço recuou para o menor patamar em quase 20 meses, reforçando o quadro de desaceleração enfrentado pela economia. Na contramão, os dados da produção industrial de agosto na Alemanha mostraram uma leve alta de 0,3% em relação ao mês anterior, superando expectativas do mercado.
A leitura é recebida como boa notícia após uma série de indicadores fracos da indústria alemã, mas ainda longe de reverter o cenário desfavorável vivido pela maior economia Europeia. Ainda hoje, o mercado deve avaliar o índice de preços ao produtor (PPI) de setembro nos EUA, às 9h30, além de mais um discurso de Jerome Powell, que volta a falar às 14h50.

■ Brasil

Simone Tebet: Previdência será votada quando não houver risco de alteração... Foi a resposta dada pela presidente da Comissão de Constituição e Justiça no Senado ao ser questionada sobre um possível atraso do segundo turno da Previdência para o dia 22/10. A emedebista explicou que a PEC 06 já é uma realidade e o importante agora é evitar alterações drásticas (reduções na potência da economia prevista pelo projeto). A senadora disse ainda que as discussões mais contenciosas já ocorreram no primeiro turno de votos e agora "só cabem 1 ou 2 destaques".

Ministério da Economia mostra evolução dos gastos com servidores públicos... O estudo divulgado mostra que os servidores públicos receberam ganho real (levando em conta inflação) de 53% entre 2003 e 2018. Esse número representa o aumento médio, vários receberam aumento real superior a 200%, com um caso registrando aumento de 311%. Além de mais caros os servidores se tornaram mais numerosos, registrando um crescimento de 34% no mesmo período.

Gastos com a folha são os maiores como proporção do PIB... Os gastos do governo com a folha alcançaram 12,8% do PIB. O Brasil supera os seus principais pares emergentes, como México (8,7%) e Chile (7,9%), e até supera a proporção em países desenvolvidos, como a União Europeia (10,3%) e Estados Unidos (8,7%). Os dados fazem parte de um estudo composto pelo governo para justificar a reforma administrativa, que pretende reduzir os gastos do governo com funcionários públicos.

LDO pode aumentar gastos com emendas impositivas... A Lei de Diretrizes Orçamentarias (LDO), que estabelece quais serão as metas e prioridades no orçamento para o ano seguinte, deve ser votada hoje (08) em sessão conjunta, com a participação dos deputados e senadores. Uma alteração preocupante ao projeto foi feita pelo relator da LDO, o deputado Cacá Leão (PP-BA). As emendas de comissões e do relator foram marcadas com identificadores de resultado primário, que, na pratica, tornaria essas emendas um gasto obrigatório.

Orçamento ainda mais engessado... O fato preocupa por que os gastos obrigatórios estão previstos para crescer em 2020 para 94% do orçamento. Com a alteração, o orçamento se tornaria ainda mais rígido e o governo teria menos espaço para cortar gastos, como foi necessário fazer em 2019 quando as receitas da União foram menores do que esperadas. Atualmente, só as emedas dos deputados são impositivas (obrigatórias). A alteração prevista pelo relator deve dobrar os gastos com as emendas de autoria do Congresso. O projeto ainda pode ser alterado antes que seja aprovado pelos parlamentares. 

Fonte: Guide Investimentos

■ Commodities 

Petróleo: Os Futuros do Petróleo subiram durante a sessão asiática. Na bolsa mercantil de Nova York, os contratos futuros do petróleo, com vencimento em Outubro, foram negociados na entrega a US$ 53,12 por barril no momento da escrita, avançando 0,70%.
Ouro: Os contratos futuros do Ouro caíram durante a sessão asiática. Na divisão Comex da Bolsa Mercantil de Nova York, os contratos de referência do Ouro, com vencimento em dezembro, encerraram a jornada a US$ 1.496,15 por onça troy, recuando 0,55%.