Aos 49 do segundo tempo, faltando pouco mais de um mês para terminar o ano, a estatal decidiu revisar a sua meta de produção para 2014: de 7,5% para 5,5%.
Quando não se consegue cumprir uma meta, a saída mais fácil (embora não necessariamente a mais honesta) é alterar a meta...
02:18- Assustador
Para a parcela do mercado que (ainda) aposta suas fichas em uma mudança na condução da política econômica, a entrevista do Chefe da Casa Civil Aloísio Mercadante à Globonews é uma afronta.
Reconhecidamente uma das vozes mais influentes da gestão atual, ponto avalizado pelo próprio na entrevista, Mercadante evoca a crise internacional, nega problemas fiscais, pede reconhecimento aos méritos da economia atual e traz uma ameaça clara:
“se o Congresso não dar autorização [para mudar a lei de Diretrizes Orçamentárias], é simples: suspende as desonerações, corta os investimentos, para as obras e para um parte da economia. Nós vamos ter mais desemprego e ficará na responsabilidade de quem tiver essa atitude”.
Pera lá, de quem será a responsabilidade???
03:06- ELET pode “ganhar” com isso
Maior queda do Ibovespa, Eletrobras divulgou um resultado de... Eletrobras.
Ou seja, péssimo operacionalmente.
“Poxa, mas Eletrobras não foi a ação que você recomendou no início do ano, que subiria com um rali eleitoral”
Ela mesma, que de fato subiu bastante durante o rali eleitoral, e cujos problemas operacionais sempre foram citados.
Como lidar com Eletrobras depois do rali eleitoral, com a aposta dobrada na economia e cenário atual?
Outra vítima da ingerência política, Eletrobras leva um coelho na cartola: R$ 2 bilhões de reserva de lucros remanescentes.
03:45- Como fica a recomendação?
Por enquanto, é mantida. Explico o aparente contrassenso logo abaixo...
Embora o ideia de melhora da gestão da Eletrobras com fechamento do desconto nos múltiplos esteja descartado por hora, dado o resultado da eleição, a ação é extremamente barata (0,2x valor patrimonial), o que pode tornar qualquer surpresa positiva favorável um gatilho contundente para a alta dos papéis, e uma manobra do governo para meter a mão na reserva de lucro da Eletrobras, via pagamento de dividendos extraordinários pode beneficiar junto os acionistas minoritários (especialmente de ELET3).
Não é de hoje que Eletrobras precisa necessariamente de resultados bons para distribuir dividendos gordos.
E se ninguém sabe o que vai acontecer, ao invés de tentar adivinhar o futuro resta comprar barato e torcer para as surpresas virem do lado positivo. Até porque, no caso da Eletrobras, o que vem do lado negativo não costuma ser “surpresa”.
<< Página inicial