As três premissas da Petrobras para reduzir suas dívidas
Em 24 meses, companhia pretende diminuir sua relação dívida líquida/ebtida para menos de 2,5 vezes. Veja como
São Paulo – De acordo com Graça Foster, presidente da Petrobras,
corte de custos e aumento de eficiência operacional foram as premissas
que balizaram a estratégia da empresa no último ano - e devem perdurar
no seu trajeto rumo ao objetivo de se tornar uma das cinco maiores
petroleiras do mundo até 2030.
A companhia anunciou, ontem de noite, seu plano de gestão com
previsão de investimentos de 220,6 bilhões de reais, entre 2014 a 2018,
além do plano ambicioso de passar a produzir 5,2 milhões de barris de
óleo por dia até 2030.
Até 2020, a quantidade de produção seria de 3 milhões de barris por dia
em 2020, contra cerca de 2 milhões de barris em 2013 – o suficiente
para fazer com que o país se torne autossuficiente em derivados pela primeira vez na história.
Porém, para colocar tal pano em prática, a Petrobras estima que
precisará captar 12,1 bilhões de dólares para financiar seus projetos.
Detalhe: sem emitir ações, apenas com novas dívidas e ganho de
eficiência.
Ainda assim, a empresa projeta um endividamento menor a longo prazo, a
ponto da Petrobras reduzir, em 24 meses, sua relação dívida
líquida/ebtida para menos de 2,5 vezes – em dezembro, ela era de 3,52
vezes.
Além de voltar ao patamar de grau de investimento conferido pelas
agências internacionais de classificação de risco no mesmo período de
antes de antes de outubro, quando a empresa foi rebaixada.
Para atingir tais metas, a Petrobras seguirá três caminhos: convergência de preços, investimentos e aumento de produção.
Preço
O primeiro é a convergência de preços ditada pelos mercados
internacionais. A empresa buscará ampliar sua atuação no mercado externo
e, para tanto, se prepara para brigar por espaço.
Os planos nesse sentido foram desenhados com base em simulações de
estresse de mercado que determinam 2,23 dólares como o ideal para pautar
os planos até 2030.
“O forte efeito do dólar sobre o endividamento líquido nos deu um
impacto muito grande. Hoje, 82% de nossas dívidas são em moeda
estrangeira e, desse montante, 72% em dólar”, disse Graça.
Investimentos
Dos 220,6 bilhões de dólares previstos, 70% será aplicado em projetos de aumento de extração e produção de petróleo,
dentro e fora do país. Outros 58,5 bilhões de dólares serão divididos
entre as áreas de abastecimento (US$ 38,7), gás, energia e gás química
(US$ 10,1 bilhões) e internacional (US$ 9,7 bilhões).
A companhia reviu o plano de gestão feito em 2007, com base no cenário
atual de maior retração do mercado chinês, estabilidade de preço do
petróleo e desvalorização da moeda e autossuficiência de gás nos Estados
Unidos.
O novo plano prevê especialmente investimentos que tragam retorno certo
nos próximos anos – Graça deixou claro que apenas sairão do papel
investimentos em ativos que cumprirem requisitos de custo e retorno.
“Investimentos serão revistos o tempo todo”, disse Graça na teleconferência desta
manhã. “Acompanhamos 158 projetos diariamente e prestamos conta para o
Conselho de Administração da evolução desses avanços físicos e
financeiros da empresa”.
Produção
A garantia de produção também será um dos pilares da estratégia da
Petrobras. A companhia pretende produzir em média 4,0 milhões de barris
de óleo por dia até 2030, sob titularidade da Petrobras no Brasil e no
exterior.
Para tanto, a empresa fará a busca de parcerias e futuras compras de
direitos de exploração de áreas que viabilizem este objetivo.
“Queremos ampliar a área internacional, importantíssima para a
Petrobrás por complementar nossas reservas e uma melhor qualidade de
portfólio”, disse Graça. “O objetivo é crescer a produção, mas antes
disso, faremos um estudo profundo em lugares como Argentina e África,
para que tenhamos um sucesso adequado aos nossos investimentos”.


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