O que muda com o leilão dos aeroportos
Saiba quais são os compromissos e obrigações das vencedoras do leilão dos de Guarulhos, Viracopos e Brasília
Aeroporto de Brasília foi concedido ao Consórcio Inframérica, pelo valor de 4,5 bilhões de reais
São Paulo - O leilão da concessão dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília - três dos mais movimentados do país - realizados hoje, na sede da BM&FBovespa, foi concluído com uma arrecadação total de R$ 24,5 bilhões.
Para o aeroporto de Guarulhos, o vencedor foi consórcio Invepar-ACSA, pagando 16,2 bilhões de reais pela concessão, um ágio de 373,5% sobre valor mínimo. O consórcio Aeroportos Brasil levou Viracopos por 3,8 bilhões de reais, 159,7% acima do valor mínimo. Brasília ficou com o consórcio Inframérica, pelo valor de 4,5 bilhões de reais, 673,39% a mais que o valor mínimo.
Confira, a seguir, respostas para algumas questões sobre o futuro dos aeroportos:
Por quanto tempo as concessionárias terão direito a administrar os aeroportos?
O prazo de concessão foi definido em 30 anos para Campinas, 25 anos para Brasília e 20 anos para Guarulhos.
Quando as concessionárias assumem os aeroportos?
As vencedoras do leilão assumem os aeroportos a partir de maio. Haverá um período de transição de seis meses (prorrogável por mais seis meses), durante o qual a concessionária administrará o aeroporto em conjunto com a Infraero.
O que a operadora paga ao governo?
As operadoras pagarão uma contribuição anual que vai variar entre 2% e 10% da receita bruta gerada pelos aeroportos. Os recursos serão destinados ao Fnac (Fundo Nacional de Aviação Civil).
Quem fica com a receita dos aluguéis das lojas e estacionamentos?
Os recursos compõem a receita bruta dos concessionários e serão utilizados para investimentos e custeio dos aeroportos. Parte dessas receitas será também destinada ao Fnac.
As tarifas cobradas pelos aeroportos mudam?
Será criada a tarifa de conexão para todo o sistema, que será paga pelas empresas aéreas, para gerar recursos para investir na infraestrutura de aeroportos com grande volume de conexões, como é o caso de Brasília, Guarulhos e Congonhas. As demais tarifas (embarque; paga pelo passageiro; pouso, permanência, conexão, pagas pelas companhias aéreas; e armazenagem e capatazia, que incidem sobre proprietários de cargas) permanecem iguais.
Muda algo no preço das passagens aéreas?
Não, os preços continuam regulados pela concorrência de mercado.
A Infraero operava 66 aeroportos que concentram 97% do movimento de passageiros no Brasil. Ela continuará operando os demais aeroportos, responsáveis por 67% do movimento de passageiros. Além disso, a Infraero será acionista das três concessões, com 49% do capital social.
Sim, a Infraero participará da governança dos aeroportos na proporção de sua participação acionária nas concessionárias, com poder de decisão em temas relevantes, estabelecidos em acordos de acionistas firmados entre as partes.
A concessionária de cada aeroporto deverá concluir as obras para a Copa do Mundo de 2014 no prazo máximo de 18 meses, contados a partir da assinatura do contrato. A multa em caso de descumprimento do contrato é de R$ 150 milhões, mais R$ 1,5 milhão por dia de atraso. De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), estão previstos investimentos de 626,53 milhões de reais em Brasília, 873,05 milhões de reais em Viracopos, e 1,38 bilhão de reais em Guarulhos.
Os padrões de segurança nos aeroportos são definidos e fiscalizados pela ANAC, segundo critérios internacionais. O controle do espaço aéreo permanecerá sob a responsabilidade do Estado, por meio do Comando da Aeronáutica.


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