As ações mais arriscadas ou defensivas do Ibovespa
Consultoria especializada em gestão de risco diz quais papéis podem elevar ou reduzir a volatilidade de uma carteira de investimentos
PDG: a ação mais arriscada do Ibovespa, segundo a consultoria Cyrnel
São Paulo – Em momentos de forte aversão ao risco, analistas costumam recomendar ações mais defensivas e descorrelacionadas ao desempenho médio da bolsa. Já quando o otimismo é generalizado, os investidores ficam mais propícios a comprar papéis de empresas pré-operacionais ou dos setores mais arriscados. Mas você já parou para pensar quais seriam os papéis mais arriscados e defensivos da bolsa?
A dimensão do risco é dada por números. Para uma carteira idêntica ao Ibovespa, foi atribuído risco 1. A ação mais arriscada do índice é a da incorporadora PDG, com grau de risco 6,51. Isso significa que montar uma carteira apenas com ações dessa empresa é 6,51 vezes mais arriscado do que investir em um fundo de ações passivo que replique o principal índice de ações da bolsa paulista. Veja abaixo as dez ações mais arriscadas:
| Empresa | Grau de risco |
|---|---|
| PDG | 6,51 |
| LLX | 3,51 |
| Brasil Ecodiesel | 2,3 |
| MMX | 1,85 |
| ALL | 1,81 |
| Hypermarcas | 1,78 |
| Marfrig | 1,76 |
| BR Malls | 1,75 |
| TIM | 1,74 |
| MRV | 1,74 |
Na lista do risco, há uma forte concentração em setores sensíveis ao crédito (PDG e MRV), empresas pré-operacionais (MMX e LLX), companhias com dívidas elevadas (Marfrig) ou consolidadores de seus mercados (Hypermarcas e BR Malls).
A Cyrnel também divulgou as ações menos arriscadas do índice, que, em geral, são empresas de grande porte:
| Empresa | Grau de risco |
|---|---|
| Itaú | 1,06 |
| Ambev | 1,1 |
| CPFL | 1,1 |
| Bradesco | 1,11 |
| Petrobras | 1,12 |
| Vale | 1,12 |
| Telefônica Brasil (antiga Telesp e Vivo) | 1,13 |
| Copel | 1,15 |
| Sabesp | 1,16 |
| Cemig | 1,19 |
Segundo Carlos Werneck, analista da Cyrnel, há duas formas de o investidor reduzir o risco de uma carteira de investimentos. A primeira – e também mais óbvia - é comprar ações com grau de risco mais próximo ao do Ibovespa. A outra opção é montar uma carteira diversificada, já que um investidor que compra dois papéis com o mesmo grau de risco – Brasil Foods e CCR, por exemplo – tem em mãos um portfólio com um índice de risco inferior ao de cada uma delas isoladamente.
Werneck afirma ainda que quanto mais distintos forem os papéis, maior será a eficiência da diversificação. Se um investidor colocar apenas as ações de três bancos na carteira, por exemplo, na prática ainda terá portfólio bastante concentrado ao risco do setor financeiro. Já se adicionar empresas de diversos setores que oscilam por motivos distintos, correrá menos riscos.
Correlação com a bolsa
Os relatórios da Cyrnel também mostram quanto uma ação tende a ganhar ou sofrer quando a bolsa sobe ou desce, respetivamente. Para isso, a consultoria faz os chamados “testes de estresse”, que simulam como seria o comportamento de um ativo se o Ibovespa subisse ou caísse 10%. A lista das dez ações que menos sofreriam com a oscilação do Ibovespa é toda formada por papéis de setores considerados defensivos no mercado (como telefonia, energia, concessões públicas), além da Ambev:
| Empresa | Quando o Ibovespa cai ou sobe 10%, essa ação oscila: |
|---|---|
| Telefônica Brasil (antiga Telesp e Vivo) | 1,78% |
| TIM | 5,24% |
| Ambev | 6,69% |
| Transmissão Paulista | 6,71% |
| CPFL | 6,84% |
| Cemig | 6,86% |
| Copel | 7,01% |
| Eletropaulo | 7,13% |
| Light | 7,32% |
| Sabesp | 7,34% |
Na ponta oposta, estão as dez ações mais correlacionadas ao Ibovespa. A lista é formada apenas por incorporadoras e siderúrgicas. A única exceção é a Hering:
| Empresa | Quando o Ibovespa cai ou sobe 10%, essa ação oscila: |
|---|---|
| Rossi | 13,40% |
| Gerdau Metalúrgica | 13,31% |
| Brookfield | 13,21% |
| Gafisa | 12,87% |
| Cyrela | 12,71% |
| Usiminas | 12,71% |
| MRV | 12,67% |
| CSN | 12,46% |
| Gerdau PN | 12,34% |
| Hering | 12,06% |
Quem compra esses papéis, portanto, deve ter em mente que tende a se dar bem mal caso não haja uma solução breve para os problemas fiscais e bancários da Europa, que tanto têm pressionado a bolsa nos últimos meses.


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