Incertezas desorientam investidor que deseja o mercado brasileiro
Crise externa e decisões inesperadas do BC e do governo prejudicam as decisões de investimentos, diz o HSBC
No ano, o Ibovespa acumula uma desvalorização de aproximadamente 17%
São Paulo – O investidor que pretende investir no Brasil não consegue mais enxergar um palmo à sua frente. O nível de incertezas sobre o rumo do país cresceu muito e isso não é culpa exclusiva da crise internacional. “As recentes decisões macro e microeconômicas estão limitando a visão dos investidores”, afirma o banco HSBC em um relatório com projeções para o último trimestre do ano. No ano, o Ibovespa tem uma queda de aproximadamente 17%.
Leia Mais
“No lado macro, as preocupações estão sobre a decisão do BC de cortar em 50 pontos-base a Selic enquanto o relatório Focus mostra uma inflação de 5,5% em 2012. Do lado micro, as medidas como o IOF sobre os derivativos cambiais, a revisão do código mineral, e a nova taxa sobre os carros importados adicionam uma nova camada de incerteza para as análises”, escreveram Alexandre Gartner, chefe de pesquisa no Brasil e Francisco Vanzolini, estrategista.
O HSBC lembra em um relatório sobre as perspectivas para o último trimestre do ano que o mercado brasileiro está barato na comparação com os outros pares na média histórica. Segundo os cálculos do banco, a bolsa negocia em torno de 8,3 vezes a expectativa de lucro por ação para 12 meses, o que representa um desconto de 18% para a própria média dos últimos cinco anos.
Na comparação com a América Latina e com os mercados emergentes, o desconto é de 14% e 10%, respectivamente. “Creditamos isso ao aumento da percepção de risco e, portanto, vemos nenhuma reavaliação até que as expectativas para a inflação estejam bem ancoradas e os ruídos das políticas micro se reduzam”, ressaltam. O mercado ficou ressabiado ontem com o resultado do IPCA-15, que mostrou uma aceleração do resultado de agosto (0,27%) para setembro (0,53%).


<< Página inicial