Vários reis de private equity vão para a guilhotina
Os fundos de private equity têm meio trilhão de dólares para investir — por que, então, estão fechando as portas em ritmo recorde?
Rubenstein, do Carlyle: os grandes fundos estão comprando empresas no Brasil para fugir da pasmaceira
Seis anos atrás, a revista britânica The Economist publicou uma reportagem especial sobre fundos de private equity — firmas especializadas em levantar dinheiro com grandes investidores para comprar e vender empresas. A chamada: “Os novos reis do capitalismo”.
Muita gente achou exagero: os reis do capitalismo não seriam, na verdade, os empreendedores que fazem a roda da economia girar? O fato é que o poder dos “novos reis” continuou a aumentar exponencialmente nos anos seguintes. Em uma década, fundos como o Carlyle, do americano David Rubenstein, investiram 2,5 trilhões de dólares na compra de empresas como a montadora Chrysler, a rede de hotéis Hilton e a rede de lanchonetes Dunkin’ Donuts.
As festas organizadas pelos controladores desses fundos davam uma boa medida da farra financeira em que viviam. Um deles contratou os Rolling Stones por 7 milhões de dólares. Outro, Rod Stewart. Mas veio a crise, e os reis do capitalismo foram à guilhotina. No ano passado, 183 gestoras fecharam no mundo, um recorde, e espera-se que outras 150 encerrem suas atividades até dezembro.
No caso dos fundos de private equity, não há uma data a ser lembrada como seu 14 de Julho particular. Seu poder começou a minguar antes mesmo da quebra do Lehman Brothers, momento considerado marco zero da crise que abalou o mundo a partir de setembro de 2008.
O poder desses fundos era explicado em grande medida pela fartura de crédito disponível no mercado mundial no pré-crise. Assim, gigantes como Blackstone e KKR podiam fazer aquisições bilionárias usando uma quantidade mínima de dinheiro — em alguns casos, cerca de 80% dos recursos eram emprestados por grandes bancos.
Já a partir de 2007 essa fonte começou a secar. Em 2008, secou de vez. E, desde então, as coisas nunca voltaram ao patamar de antes. A crise dos private equities só ficou mais evidente agora, e não logo depois da quebra do Lehman, em razão da característica de longo prazo desses fundos: eles levam, em média, 16 meses para captar recursos e cerca de cinco anos para investir. “Muito do que vemos hoje é fruto da atividade dos fundos em 2009, que foi um período muito ruim”, diz Tim Friedman, da Preqin, empresa de pesquisa especializada em investimentos de risco.
As festas organizadas pelos controladores desses fundos davam uma boa medida da farra financeira em que viviam. Um deles contratou os Rolling Stones por 7 milhões de dólares. Outro, Rod Stewart. Mas veio a crise, e os reis do capitalismo foram à guilhotina. No ano passado, 183 gestoras fecharam no mundo, um recorde, e espera-se que outras 150 encerrem suas atividades até dezembro.
No caso dos fundos de private equity, não há uma data a ser lembrada como seu 14 de Julho particular. Seu poder começou a minguar antes mesmo da quebra do Lehman Brothers, momento considerado marco zero da crise que abalou o mundo a partir de setembro de 2008.
O poder desses fundos era explicado em grande medida pela fartura de crédito disponível no mercado mundial no pré-crise. Assim, gigantes como Blackstone e KKR podiam fazer aquisições bilionárias usando uma quantidade mínima de dinheiro — em alguns casos, cerca de 80% dos recursos eram emprestados por grandes bancos.
Já a partir de 2007 essa fonte começou a secar. Em 2008, secou de vez. E, desde então, as coisas nunca voltaram ao patamar de antes. A crise dos private equities só ficou mais evidente agora, e não logo depois da quebra do Lehman, em razão da característica de longo prazo desses fundos: eles levam, em média, 16 meses para captar recursos e cerca de cinco anos para investir. “Muito do que vemos hoje é fruto da atividade dos fundos em 2009, que foi um período muito ruim”, diz Tim Friedman, da Preqin, empresa de pesquisa especializada em investimentos de risco.


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