maio 19, 2011

Fundos de investimento não chegam à classe C

Pesquisa do IBOPE Inteligência mostra que a maioria dos brasileiros que aplicam em fundos ganha mais de 9.600 reais


Mão segura maço de dinheiro
Investidor médio de fundos de investimento tem entre 30 e 49 anos, é casado e ganha mais de 18 salários mínimos
São Paulo - A ascensão da classe C, o incremento salarial acima da inflação, a formalização do trabalhador e a entrada de um novo e volumoso contingente no mercado de consumo poderia sugerir que a aplicação em fundos de investimentos se popularizou entre 2005 e 2011. Não é o que mostra a Radiografia do Investidor, produzida pelo IBOPE e divulgada ontem, no 6º Congresso Anbima de Fundos de Investimento. 

Segundo a pesquisa, enquanto a penetração dos fundos aumentou de 20% para 31% na classe A, ela passou de 7% para 11% na classe B, e manteve-se estável em 2% na classe C. Para chegar a esse resultado, foram feitas 1.000 entrevistas telefônicas com brasileiros acima de 18 anos. A amostra limitou-se a esses três estratos sociais.

De maneira geral, a maioria dos que aplicam em fundos é casada, tem entre 30 e 49 anos e renda acima de 9.600 reais – ou quase 18 salários mínimos. Apesar dos mais ricos representaram a parcela mais expressiva de investidores nesse segmento, houve aumento no número de brasileiros das classes A, B e C que investem via fundos: o IBOPE estima que são hoje 4,3 milhões, contra 2,4 milhões em 2005.

Ainda assim, permanece grande o número de pessoas que não tem qualquer tipo de aplicação. É verdade que esse percentual era de 65% em 2005 e diminuiu para 51% em 2011. Mas no conjunto de respostas estimuladas, apenas a poupança se aproxima desse patamar: 44% dos entrevistados dizem aplicar na tradicional caderneta, 9% a mais que em 2005. A título de comparação, 3% afirmam ter investimento em ações, 7% em fundos de investimento e outros 7% em fundos de previdência.

Para a diretora executiva da Santander Asset Management e diretora da Anbima Luciane Ribeiro, o crescimento da poupança tem a ver com a entrada do pequeno investidor e com a familiaridade que essa alternativa evoca. “Nos últimos dois ou três anos, o retorno da poupança passou a ser mais competitivo que era no passado. A queda histórica da taxa de juros melhora a rentabilidade relativa da aplicação e isso também ajuda”, afirma.