A OGX, com sede no Rio de Janeiro, tem planos de iniciar a produção de petróleo em um poço de testes até outubro, com dois meses de atraso em relação ao cronograma original. No mês passado, a empresa divulgou um aumento menor que o esperado nos recursos de petróleo e gás. Segundo estudo apresentado em abril, a OGX tem reservas potenciais totais de 10,8 bilhões de barris.
‘Potencial tremendo’
Apesar de a OGX ter um “potencial tremendo”, seus títulos são arriscados porque a companhia ainda não produziu petróleo, disse George Strickland, diretor-gerente que ajuda a administrar US$ 10 bilhões em ativos de renda fixa na Thornburg Investment Management em Santa Fé, no estado americano do Novo México.
“Há muito risco operacional nos próximos anos”, disse Strickland, que decidiu não comprar os bônus, em entrevista por telefone. “Se algo der errado, tanto atrasos como novas descobertas que não combinam com as descobertas atuais, os detentores dos bônus devem sofrer.”
A companhia disse em comunicado que utilizará os recursos da captação para financiar operações de exploração e produção.
“Essa captação assegura os recursos necessários para o desenvolvimento das enormes descobertas realizadas em prazo sem precedentes no setor de óleo e gás”, disse no comunicado Paulo Mendonça, presidente da OGX.
Um representante da OGX que pediu para não ser identificado em obediência à política corporativa, disse não ter autorização para fazer comentários até que a venda de bônus seja concluída.
Credit Suisse Group AG, HSBC Holdings Plc, Itaú Unibanco Holding SA e JPMorgan Chase & Co. coordenaram a operação.
Um representante do Itaú em São Paulo, que pediu para não ser identificado, não quis comentar o assunto. As porta-vozes Juanita Gutierrez, do HSBC, Rebeca Vargas, do JPMorgan, e Karen Laureano-Rikardsen, do Credit Suisse, também não quiseram fazer comentários.
A OGX conseguiu ampliar o tamanho da oferta após elevar o rendimento em 100 pontos-base, disse Chris Wilder, gerente de carteira da Stone Harbor em Londres, que ajuda a administrar US$ 24 bilhões em ativos de mercados emergentes.
“Achamos a companhia interessante”, disse Wilder em entrevista por telefone. “É um caso bom, que olha pra frente. Acho que os títulos irão relativamente bem.”