abril 10, 2011

Por que R$ 1,2 bi pode não ser o bastante para o Magazine Luiza

Magazine Luiza deve realizar o segundo maior IPO do ano, mas planos da varejista dependeriam de mais recursos


 

Magazine Luiza
Magazine Luiza: para muitos observadores, varejista demorou a reagir
São Paulo – A tão aguardada abertura de capital do Magazine Luiza pode render 1,215 bilhão de reais – o que a colocaria como o segundo maior IPO do ano, atrás apenas dos 1,5 bilhão obtidos pela Queiroz Galvão em fevereiro. O mercado, contudo, começa a fazer as contas – e a ter a impressão de que essa dinherama pode não ser bastante para os planos do Magazine Luiza.

O motivo é um só: comprar redes de varejo, como deseja o Magazine Luiza, está cada vez mais difícil e mais caro. Desde que o Pão de Açúcar deu início à onda de consolidação, comprando, primeiro, o Ponto Frio e, depois, associando-se à Casas Bahia, o setor entrou em ebulição.

O Magazine Luiza, para muitos observadores, demorou a reagir, enquanto assistia ao fortalecimento de rivais como a Ricardo Eletro e a Insinuante, que se uniram na Máquina de Vendas – grupo de varejo que, agora, é o segunda maior do país.

Atalho caro

Como o caminho mais rápido para encurtar a distância que se abre dos líderes é comprar empresas, o Magazine Luiza corre o risco de pagar caro. De acordo com Cláudio Felisoni, coordenador do Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração (Provar/Fia), as aquisições agora estão supervalorizadas.

A última aquisição realizada pelo Magazine Luiza dá uma mostra do que o espera. Em meados do ano passado, a empresa comprou a paraibana Lojas Maia por cerca de 300 milhões de reais. Considerando-se que a rede tem 150 lojas, o Magazine pagou cerca de 2 milhões de reais por loja.

Se a mesma lógica for aplicada a outras redes que poderiam  atrair o interesse da empresa, já é possível ter uma ideia de como 1,2 bilhão de reais podem não bastar. Uma candidata constante à aquisição é a Lojas Cem, que faturou também 1,2 bilhão de reais no ano passado. Com 181 lojas, sua compra custaria cerca de 360 milhões de reais – ou 30% dos recursos do IPO.