novembro 27, 2010

O desafio de entender as classes C e D

McDonald’s, Magazine Luiza e Kimberly Clark já perceberam que baixar preços não é suficiente

Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza

Luiza Helena Trajano Rodrigues, diretora-superintendente do Magazine Luiza
Rio de Janeiro - O aumento do poder de compra dos brasileiros das classes C e D nos últimos anos abriu o olho das companhias, que não podem mais deixar de se preocupar com esse consumidor se quiserem destaque no mercado brasileiro. Hoje, esse público representa 95 milhões de pessoas dispostas a comprar novos produtos e ter novas experiências. Mas se engana quem pensa que para atingir esse consumidor basta lançar produtos mais baratos. Os brasileiros das classes C e D exigem qualidade e estão dispostos a pagar por isso.

Além de disponibilizar bons itens a preços acessíveis, as empresas têm que atender em cheio as necessidades do consumidor. Para isso, executivos devem se despir de qualquer preconceito. “O desafio de desenvolver produtos para esses consumidores é enorme. Até porque a gente lida com verdades com as quais não estamos familiarizados. Então, precisamos de toda uma abordagem diferente no pensamento, na ativação da marca e no desenvolvimento do produto”, afirma Eduardo Aron, diretor de marketing da Kimberly Clark, em debate no Primeiro Congresso Nacional sobre Mercados Emergentes, realizado pelo Data Popular.
A empresa de produtos de higiene lançou no início deste ano a Fralda Mágica da Turma da Mônica, destinada ao consumidor de baixa renda. A Kimberly aproveitou o licenciamento já consolidado, embora isso represente o desafio de conquistar novos públicos sem perder o antigo. “É perigoso uma empresa que tem sucesso explorando outras classes se apoiar nessa história. No caso da Turma da Mônica, a marca poderia nos ajudar nessa empreitada, mas é uma responsabilidade muito grande de tratar essa jóia que a gente tem, porque os seus valores são muito fortes e isso nos motivou a ser cautelosos na abordagem”, afirma o executivo.
Atingindo a massa e ganhando espaço no mercado
A quantidade de consumidores que formam as classes C e D faz com que qualquer empresa que pense em volume sinta a necessidade de alcançar esse público. Hoje, para ser líder em qualquer segmento é necessário primeiro ser líder na classe C. “Se você quer ter massa crítica, tem que estar na classe C. É impensável ir para uma questão exclusivamente de nicho se você quer vender volume. E, para atingi-los, temos que estar abertos a ouvir e ter a capacidade de aprender”, afirma Hugo Bethlem, vice-presidente do Grupo Pão de Açúcar.
Pensando em atingir essa massa, a Ambev tem um quiosque da Brahma na estação de trem Central do Brasil, no Centro do Rio de Janeiro. “Começamos com a história dos quiosques de chopp focando na classe A. Mas para a nossa grande surpresa, os locais que tiveram melhor desempenho foram as praças de alimentação da classe C. Isso ajuda  a marca Chope Brahma a se tornar mais democrática”, afirma João Paulo Badaró, diretor de desenvolvimento de mercado da AmBev.
Hoje, segundo a própria empresa, esse é o local onde mais se vende chopp por metro quadrado em todo o mundo. Para João Paulo, o segredo é apenas disponibilizar o produto para aqueles que já possuem dinheiro para comprá-los. “Não é só questão de renda e sim de acessibilidade, dar oportunidade para ele consumir. É você colocar um produto que antes ele não consumia na frente dele, na porta do gol”, afirma o executivo, em entrevista a Renato Meirelles, presidente do Data Popular.
Muito além de preço e promoção
Investir na Classe C também impressionou o gigante McDonald’s. O restaurante da rede que mais cresce em todo mundo é o de Itaquera, periferia de São Paulo. Mesmo assim, a rede reconhece que ainda precisa se aproximar desses novos consumidores. “A classe C come Big Mac, a gente tem que fazer com que ela perceba as outras opções. Também temos que fazer com que a classe D coma o Big Mac. Ainda temos que penetrar no ambiente da classe D, que tem outros códigos, e que está vindo para ficar”, conta Mauro Multedo, vice-presidente de marketing do McDonald´s.
Achar que para atrair a classe C preços baixos são o suficiente é um grande erro. Esses consumidores, como os de qualquer outra classe, têm a qualidade como prioridade na hora de escolher o que vai comprar. “Não há mais condição de impactar esse indivíduo apenas por ser de uma determinada classe dizendo que o produto é de qualidade, esse é o mínimo. Lá atrás, buscávamos a qualidade como diferenciação, hoje isso não faz mais sentido”, afirma Carlos Ferreirinha, presidente da MFC, consultoria especializada em luxo.
Para Multedo, do McDonald’s, para conquistar esse público uma empresa deve manter o seu posicionamento e tratar esse consumidor como sempre tratou qualquer outro. “Para atingir esse consumidor não ofereçam descontos promocionalmente. Não comecem a avaliar isso como a variável preço. Olhe para produto e para consumidor como sempre fizeram”, afirma o executivo.
Eles chegaram ao poder
O Magazine Luiza, que sempre teve foco nas classes mais baixas, garante que esse segmento nunca esteve tão movimentado e poderoso como agora. “Eles são muito simples, mas não são simplistas. Eles sabem o que querem, mas ainda não descobriram que estão mandando. Na hora que descobrirem, se prepare, pois eles vão saber muito bem como mandar”, afirma Luíza Helena Trajano, presidente do Magazine Luiza e do Instituto de Desenvolvimento do Varejo – IDV.
A executiva também confirma que o desejo dessas classes é por produtos de boa qualidade. “Em dois anos, o mercado das classes C e D consumiram mais LCD do que qualquer expectativa. O pessoal gosta de coisas boas, geladeira frost free, de duas portas e fogão de inox com cinco bocas”, completa Luíza, sobre o consumidor que antes era esquecido e hoje se tornou prioridade, desafiando executivos a aprenderem a falar a sua língua. “Temos que ir para a rua, conhecer a vida”, afirma Eduardo Aron, da Kimberly Clark.

Ação de marketing da P&G provoca susto e mobiliza polícia no Rio de Janeiro

Arcas de madeira espalhadas pela cidade geraram suspeita de explosivos e acabaram abertas pelo Esquadrão Antibombas

Ação de marketing causa temor no Rio de Janeiro

Caixas espalhadas por diversos pontos do Rio de Janeiro eram ação publicitária da P&G
São Paulo - Uma ação de marketing da P&G nesta manhã, no Rio de Janeiro, causou a mobilização da Polícia Civil e o acionamento do Esquadrão Antibombas em razão do temor de que houvesse explosivos espalhados pela zona Sul da cidade.

Peça ação, que seria um teaser para uma campanha publicitária da Procter&Gamble, a agência Moda Promoções & Eventos, contratada pela empresa, espalhou arcas de madeira pelas praças General Osório e Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, Cardeal Arcoverde, em Copacabana, e no Parque dos Patins, na Lagoa. As estranhas caixas, no entanto, abandonadas sem qualquer explicação, acabaram gerando desconfiança da população. O Rio de Janeiro já chega ao quarto dia de uma onda de ataques por parte de grupos traficantes e, com o temor de que as caixas pudessem conter explosivos, o Esquadrão Antibombas foi acionado para resolver o problema.
De acordo com o titular da 14ª DP (Leblon), delegado Fernando Veloso, as caixas encontradas na região foram abertas e não foi encontrado artefato explosivo. Segundo ele, a agência não tinha licença da prefeitura do Rio para colocar as arcas naqueles locais.
O delegado disse ainda que irá indiciar o responsável pela empresa para responder por contravenção, cuja pena varia de 15 dias a seis meses de prisão.  Segundo ele, o caso também pode ser submetido à Procuradoria Geral do Estado (PGE), visando acionar a firma a ressarcir aos cofres públicos de todas as despesas decorrentes da movimentação policial.
O termo "Ipanema" entrou para os Trending Topics - ranking de assuntos mais comentados - do Twitter nesta quarta-feira (24) depois das suspeitas de explosivos. Feita de forma inadequada para um momento tão delicado quando o assunto é segurança no Rio de Janeiro, a ação coloca em risco todo o investimento que a P&G tem feito em marketing nos últimos meses para fortalecer a imagem institucional no Brasil. Além de atingir diretamente a população aumentando a sensação de insegurança e causando o isolamento de várias ruas das redondezas, a ação foi coberta intensamente pela mídia, que acompanhou todo o desfecho e colocou a marca P&G em exposição.

Procurada, a P&G esclareceu que as caixas colocadas na região faziam, de fato, parte de uma ação promocional da empresa, e lamentou o ocorrido: "Lamentamos profundamente pelo desconforto causado à população. Aproveitamos para informar que a ação foi imediatamente suspensa no Rio de Janeiro e nas demais cidades".

XP Investimentos vende participação minoritária para Actis

Aquisição foi feita por meio de aporte de capital de 100 milhões de reais

xp investimentos

XP Investimentos: grupo prepara-se para o IPO
São Paulo - O fundo global de private equity Actis adquiriu participação minoritária na corretora XP Investimentos, por meio de um aporte de capital de 100 milhões de reais. A empresa não detalha qual a porcentagem adquirida. A emissão será toda primária, visando a capitalização da empresa e a sua preparação para o IPO. A conclusão da operação está sujeita à aprovação do Banco Central.

O aporte de recursos realizado pela Actis permitirá à XP acelerar investimentos em tecnologia, marketing, expansão da rede de distribuição, desenvolvimento de novos produtos e avaliar oportunidades de consolidação no setor. A Actis pretende apoiar a XP na preparação da abertura de capital para se tornar a primeira empresa aberta deste setor no Brasil, segundo a XP.
O Grupo XP, além da corretora, inclui uma empresa de educação financeira, uma gestora de recursos com mais de 600 milhões de reais sob gestão, uma corretora de seguros, uma empresa de tecnologia que desenvolve plataformas de negociação e um braço de mercado de capitais. Grupo XP tem o controle concentrado em seis sócios, mas é uma partnership com mais de 50 sócios minoritários. A XP movimenta mais de 15 bilhões de reais por mês na Bovespa, segundo a empresa.
Este é o terceiro investimento da Actis no Brasil nos últimos três meses. Recentemente, o fundo inglês investiu investiu 100 milhões de reais na rede de supermercados Companhia Sulamericana de Distribuição e 90 milhões de reais no Grupo Gtex, fabricante de produtos de higiene e limpeza. A Actis possui atualmente 4,7 bilhões de dólares em fundos sob sua gestão e conta com mais de 100 profissionais de investimento em nove escritórios no mundo.

novembro 26, 2010

Decreto lei 6019/43 - Divida externa


Prezados leitores e clientes , estou vendo este ano varias empresas oferecerem as cessões de direitos creditorios de processo do titulo da divida externa do decreto lei 6019/43.

A YBBRIO acredita muito nas apolices de 1904 da divida externa em libras e também tem processo de cobrança do referido ativo, onde temos subsídios de grandes especialistas renomados , mais não fazemos este tipo de marketing de nosso  processo , ou seja estão oferecendo o mesmo processo a 70% as vezes 60% e até a 80% na internet .
Ora isso é prostituir o ativo financeiro , pois na maioria das vezes empresas que se auto denominam de consultoria tributaria , não são especializados e tal assunto e sim usam o nome de outras empresas para divulgarem seus serviços e utilizam a internet para tal feito.

Vamos ter mais licitude nos atos , o correto é entrar com uma ação de cobrança contra a união deste titulo e aguardar o transito em julgado do mesmo , para cobrar este valor .
Processo iniciais o custo da operação é muito menos e o efeito pode ser o mesmo.
Não  prostitua o mercado de titulos de balcão e direitos creditorios que é um mercado serio com especialistas de alto nivel e nem muito menos o ativo de renda fixa que é muito bom e amparado pela lei .
Porém como estão fazendo,  vai ficar um ativo fragilizado  , por pessoas desqualificadas.

Pode sim negociar a cessão do processo judicial na vara federal ou administrativo contra a fazenda , porem so deve fazer isso que tem a titularidade do mesmo ou seja o autor da ação e não os seus prepostos , para não fragilizar o ativo no mercado.

Negociamos nossos proprios titulos onde se encontram declarados no IR , ou no capital social de nossa empresa , com certidões , e exames documentologicos , assim como atualizações monetarias de peritos forence de renome internacional.

Ajudem a manter o mercado de titulos de balcão em alto nivel !


Alexandre Yokoyama
CEO YBBRIO

novembro 24, 2010

STJ retoma análise de cobrança de IR sobre juros



A 1ª Seção do Superior Tribunal Justiça (STJ) - que reúne 1ª e 2ª Turma - pode definir hoje, pela primeira vez, se há incidência de Imposto de Renda (IR) sobre juros de mora. O tema tem gerado controvérsia entre as turmas do STJ, por isso foi encaminhado para avaliação pela seção. O caso a ser julgado envolve o ex-funcionário de uma empresa que, ao receber verbas trabalhistas e os juros em razão da demora pelo pagamento, pleiteia o não recolher do IR sobre valor dos juros. Apesar de envolver pessoa física, o julgamento despertou a atenção das empresas, principalmente das que possuem altos índices de inadimplência de clientes, como bancos, concessionárias de energia e companhias de telefonia. Isso porque, se a decisão for favorável ao contribuinte, pode representar um precedente para excluir-se não só o recolhimento do Imposto de Renda, como também da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) sobre esses juros.
O julgamento na seção começou em 2008 e tem sido interrompido por diversos pedidos de vista. Por enquanto, o Fisco tem levado a melhor. Dos cinco ministros que votaram, quatro decidiram pela incidência do IR. Faltam ainda três votos. Nas duas turmas que formam a 1ª seção, há julgados tanto a favor dos contribuintes quanto da Fazenda.
O advogado Igor Mauler Santiago, do escritório Sacha Calmon Misabel Derzi Advogados, que defende o trabalhador, argumenta que os juros de mora têm natureza indenizatória. Segundo ele, esses valores apenas reparam um dano à pessoa que demorou para receber o que lhe era devido, no caso as verbas trabalhistas. "Com isso, a pessoa pode ter tido seu padrão de vida reduzido ou ter que pedir empréstimos, para honrar seus pagamentos, o que comprova o dano causado pela demora ao receber". Ele afirma que a doutrina trata os juros de mora como indenização, sobre o qual, portanto, não incidiria IR.
A tese, segundo o advogado, foi firmada na própria jurisprudência do STJ em discussões apartadas que tratam das duas premissas: da não incidência de imposto de renda em valores recebidos a título de indenização e de que juros de mora caracterizariam indenização por dano. "Agora basta somar os dois pontos para concluir-se que o imposto de renda não incide sobre juros de mora", justifica.
Por outro lado, a Fazenda argumenta que esses juros não caracterizam indenização, mas sim o acréscimo na renda, sobre o qual incidiria o imposto. Os contribuintes passaram a ser vitoriosos em julgados de turma após a edição do Código Civil de 2002, que dá sinais de que os juros de mora deveriam ser tratados como indenização. Os julgamentos mais antigos, no entanto, eram favoráveis à Fazenda.
O advogado Maurício Faro, do Barbosa, Müssnich & Aragão afirma que propôs três ações sobre o tema nos últimos meses. " O entendimento a favor de pessoas físicas pode ser estendido às pessoas jurídicas, já que o raciocínio seria o mesmo". Segundo Faro, seria nítida a natureza indenizatória desses juros por se tratar apenas da recomposição dos valores em razão da demora ao tramitar a ação. O advogado João Agripino Maia, sócio do Xavier Bernardes e Bragança, também concorda. Para ele, é necessário demostrar que há uma distinção entre juros pagos em razão de um empréstimo, por exemplo, no qual há uma remuneração do capital, e os juros moratórios, que servem como uma penalidade pelo atraso no pagamento.
A disputa na seção deve ser acirrada na opinião do advogado Leonardo Mazzillo, do WFaria Advocacia, até porque há julgados da 1ª Turma que foram unânimes em favor do Fisco e da 2ª Turma em que todos os ministros foram favoráveis aos contribuintes. Caso haja empate, cabe ao presidente da seção, no caso o ministro Teori Albino Zavascki, dar a palavra final, segundo o artigo 24 do regulamento do STJ. Ele, no entanto, já votou a favor da Fazenda, quando ainda não era presidente da seção.
Procurada pelo Valor, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) informou que a pessoa responsável pelo setor não estaria disponível para dar entrevistas. O órgão afirmou, porém, que o entendimento da Fazenda "é no sentido de que a incidência do IR decorre de texto legal expresso, que não pode ser afastado sem observância da cláusula de reserva de Plenário."

novembro 23, 2010

Ex-diretores do PanAmericano já buscam advogados criminalistas



SÃO PAULO - Até o momento, a Justiça não recebeu nenhum processo relacionado às irregularidades descobertas pelo Banco Central (BC) no balanço do PanAmericano. Mas um pequeno exército de advogados já foi mobilizado por alguns dos personagens envolvidos no caso. Em silêncio, esses profissionais - todos renomados criminalistas ou especialistas em direito empresarial - acompanham com atenção o desenrolar dos acontecimentos em busca de elementos que sirvam para a elaboração das estratégias de defesa quando chegar a hora. E, ainda que nenhuma ação penal tenha sido iniciada, já se fala até em delação premiada - que consiste em um acordo do réu com o juiz e o Ministério Público que garante uma redução da pena em troca de informações.

novembro 22, 2010

Redes virtuais abrem frente de negócios


Está aberta a temporada de negociações para as empresas interessadas em prestar serviços às redes virtuais de telefonia móvel - mercado que pode chegar a 40 milhões de usuários no Brasil em dez anos, segundo estudo da consultoria AT Kearney. A aprovação, na última quinta-feira, do regulamento da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para as "operadoras virtuais" promete aquecer as perspectivas de negócios para consultorias e empresas de tecnologia.
São essas companhias que farão a ponte entre as operadoras reais (TIM, Claro, Vivo e Oi, além de outras menores, como CTBC e Sercomtel) e as virtuais - bancos e redes varejistas, por exemplo, que alugarão as redes das teles para oferecer serviços de telefonia móvel. É um flanco que abre possibilidades para prestar uma série de serviços, desde auxiliar na gestão até negociar com provedores de sistemas aplicativos.
Não se sabe ainda quanto esse mercado movimentará. Criar uma operação virtual de telefonia móvel vai exigir investimentos de "centenas de milhões de dólares", diz o presidente da AT Kearney no Brasil, Raul Aguirre. O executivo cita como exemplo a Virgin, da Inglaterra, que investiu US$ 400 milhões para lançar seu serviço.
"Quem estava analisando esse mercado vai tirar seus planos de negócio da gaveta", afirma Luís Minoru, diretor de consultoria da PromonLogicalis, integradora de sistemas de tecnologia. A empresa planeja atuar como consultora para os candidatos a lançar uma operação virtual de telefonia móvel.
O regulamento para as MVNOs (sigla em inglês para operadora móvel com rede virtual) prevê dois níveis de intermediários entre a empresa dona da infraestrutura e a que vai oferecer o serviço de celular com marca própria.
Um dos intermediários é chamado de "agregador" - uma espécie de assessor para a operadora virtual. É ele quem vai auxiliar na definição do contrato com as teles. Companhias como a PromonLogicalis e consultorias como AT Kearney e McKinsey estão atentas a esse filão.
"Queremos atuar como consultores para a estratégia de entrada das companhias no mercado", afirma Aguirre, da AT Kearney.
Outro intermediário será o "viabilizador", que fornecerá os elementos técnicos - software, aplicativos, sistemas de mensagens - para dar ao serviço de telefonia móvel a cara que a operadora virtual quer.
Esse segmento tem atraído a atenção de uma série de empresas e deve trazer ao país grupos com experiência em outros mercados. Uma delas é a belga Effortel, que atende o Carrefour nos países onde a rede de supermercados tem operações virtuais de telefonia móvel.
Segundo fontes ouvidas pelo Valor, as próprias teles planejam criar unidades de negócio para atuar nesse nicho. Procuradas pelo Valor, as operadoras Vivo, TIM, Claro e Oi não comentaram o assunto.
Pequenas companhias brasileiras também estão se movimentando. A Bichara Telecomunicações, fornecedora de equipamentos para as teles, criou uma unidade de negócios - a Orange Telecom - para atender as operadoras virtuais. Daniel Bichara, sócio da empresa, espera faturar cerca de R$ 7 milhões nesse segmento em 2011
A Bsmart, programadora de aplicativos para celular, negocia parcerias com grupos estrangeiros interessados em atuar no Brasil. Alexander Dannias, diretor da empresa, diz que quer fazer intermediação completa do negócio.

Argentina ameaça Brasil com mais protecionismo


Irritado com o que qualifica de dumping de empresas brasileiras e desconfortável com o crescente superávit comercial do Brasil, o governo argentino ameaça criar barreiras informais contra os produtos do país. A ameaça provocou uma crise diplomática entre as duas nações, que até agora foi mantida em sigilo. Ela foi transmitida, em tom agressivo, ao embaixador do Brasil em Buenos Aires, Ênio Cordeiro, pelo polêmico secretário de Comércio argentino, Guillermo Moreno, conhecido pelo estilo truculento com que trata empresários e funcionários do governo local.
Na semana passada, a intimidação foi motivo de queixa do governo brasileiro, em reunião do secretário-geral de Relações Exteriores, Antônio Patriota, com o vice-ministro de Relações Exteriores argentino, Alberto Pedro D'Alotto.
A disposição de criar entraves à entrada de produtos brasileiros foi anunciada por Moreno a Cordeiro no dia 5 de novembro, em reunião no Ministério da Economia em Buenos Aires, na presença do titular da pasta, Amado Boudou. O pretexto foi a importação de tubos de metal do Brasil a preços mais baixos do que os encontrados no mercado brasileiro. Moreno disse que os argentinos não admitem ser alvo de dumping e que o governo prepara "contramedidas" eficientes e não ortodoxas para deter, em breve, importações de mercadorias brasileiras.
Uma das motivações para os impulsos protecionistas no país é o crescente superávit do Brasil, mesmo com o real valorizado em relação ao dólar e ao peso argentino. Entre janeiro e outubro, ele chegou a US$ 2,9 bilhões, com aumento das exportações brasileiras de 54% no período. As importações cresceram pouco mais de 30%. As vendas de produtos básicos aos argentinos, principalmente as de minério de ferro e carne suína, cresceram impressionantes 210% até outubro, e as de semimanufaturados, como produtos de ferro e aço, mais de 120%.
Há uma disposição das autoridades brasileiras de minimizar o episódio publicamente, até em consideração pelas incertezas políticas e econômicas no país vizinho. O tema poderá fazer parte das conversas que o presidente Luíz Inácio Lula da Silva terá, nos próximos dias, com Cristina Kirchner. Já está certo que a ameaça de Moreno constará da pauta da comissão de monitoramento de comércio bilateral, no fim deste mês.

novembro 21, 2010

O homem que deu asas para a Red Bull

O bilionário austríaco Dietrich Mateschitz criou uma máquina de marketing para vender sua bebida energética. Agora, como campeão da F-1, ele revela sua fórmula de sucesso

É bem provável que você nunca tenha ouvido falar no paulistano Leonard Ang.  Pois Ang defendeu as cores do Brasil e trouxe para cá o inédito título de campeão internacional de... aviãozinho de papel! Para quem já passou dos 30 anos, o Campeonato Mundial de Aviões de Papel, realizado em Salzburgo, na Áustria, pode parecer uma grande bobagem.
 
Mas milhares de jovens espalhados pelo mundo acompanharam com especial interesse a insólita competição. O próprio Ang teve de disputar o título com outros 73 competidores. Quem inventou o curioso torneio foi o bilionário austríaco Dietrich Mateschitz. Mas no currículo deste homem de 66 anos consta um feito, digamos, mais relevante: Mateschitz praticamente criou o mercado de bebidas energéticas, 28 anos atrás, com o lançamento do Red Bull.
 
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Dietrich Mateschitz, dono da Red Bull
 
Chamar a atenção de forma pouco convencional tornou-se a marca registrada de Mateschitz e, conhecendo um pouco mais de perto o funcionamento da empresa criada pelo empresário, fica a dúvida se o negócio dele é produzir bebidas ou ideias mirabolantes. A resposta mais provável é “os dois”. Ao mesmo tempo que investe um punhado de dólares no torneio internacional de aviãozinho, ele não pensa duas vezes para aplicar US$ 150 milhões numa equipe de Fórmula 1, como fez no ano passado. O resultado, em ambos os casos, mostra que Mateschitz não perderia dinheiro se resolvesse virar publicitário. 
 
Depois de conquistar o título de construtores da Fórmula-1, a Red Bull Racing (RBR) ganhou também o campeonato de pilotos com o alemão Sebastian Vettel. “Se você considerar o alcance global da Fórmula 1 e sua presença maciça na mídia mundial, seja tevê, seja impresso ou online, e ainda a imagem incontestável da F-1 como tope do esporte a motor, o retorno sobre o investimento é tão evidente que nem sequer precisa ser avaliado”, disse Mastechitz com exclusividade à DINHEIRO. 
 
Na Fórmula 1 desde 1987, quando começou patrocinando o compatriota Gerhard Berger, Mateschitz foi ampliando sua presença na principal competição do automobilismo mundial. Em 1995, passou a ser a principal patrocinadora da Sauber. Só dez anos depois é que a marca formou sua própria equipe, a Red Bull Racing. Um ano depois, a empresa comprou a Minardi e a rebatizou como Scuderia Toro Rosso. 
 
Os resultados não poderiam ser melhores. Os investimentos – US$ 150 milhões só no ano passado para manter as duas equipes – deram resultados a Mateschitz dentro e fora das pistas. Com apenas cinco anos de Fórmula 1, a Red Bull Racing conseguiu alcançar mais exposição que a tradicionalíssima Ferrari, de Fernando Alonso e Felipe Massa, de acordo com um levantamento realizado pela consultoria britânica MargauxMatrix. 
 
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A empresa criou eventos como corrida de avião, tem equipe de motovelocidade, é dona de
um time de futebol nos EUA e patrocinou o homem que cruzou o canal da mancha com um par de asas
 
Não é só por conta da visibilidade que o empresário foi atrás da Fórmula 1. A categoria reúne atributos – como dinamismo, performance, trabalho em equipe, charme e poder – que casam perfeitamente com as características que o energético produzido pelo austríaco passa para o público consumidor. 
 
“Ultrapassar a Ferrari fora das pistas é um feito incrível”, afirma James Gibson, diretor comercial da consultoria britânica, acrescentando que não consegue imaginar exposição melhor do que essa. Ele não, mas Mateschitz não só imagina como põe tudo em prática. E rapidamente. 
 
 
Em 2008, quando a Piazza San Marco, em Veneza, na Itália, sofreu uma inundação, o surfista Duncan Zuur, patrocinado pela Red Bull, “pegou uma onda” na enchente e surfou até a polícia chegar e acabar com a festa. O “feito” de Zuur ganhou os jornais do mundo inteiro e só na internet o vídeo foi visto mais de um milhão de vezes. 
 
Com um produto pioneiro e um marketing ímpar, a Red Bull transformou-se numa máquina de fazer dinheiro e é essa máquina que alimenta a fortuna de Mateschitz. Com um patrimônio pessoal de US$ 4,1 bilhões, ele é o segundo homem mais rico da Áustria – só perde para Karl Wlaschek, dono de uma rede de supermercados, com US$ 300 milhões a mais que Mateschitz. 
 
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Para manter em movimento as engrenagens dessa máquina, o empresário não economiza no marketing. Nada menos que 35% de todo o faturamento anual da Red Bull é investido na promoção da marca. No ano passado, a receita da empresa foi de 3,2 bilhões de euros, com 3,921 bilhões de latinhas do energético vendidas em todo o mundo – o que coloca a Red Bull no ranking dos maiores exportadores da Áustria, onde a bebida é fabricada.  
 
Mais do que um orçamento bilionário para promover a marca, o que vem transformando a Red Bull num fenômeno global de marketing é a forma que Mateschitz trabalha e faz sua equipe trabalhar. Pode-se dizer que a sede da Red Bull é a versão austríaca do Google – conhecido pela forma descontraída de seus empregados. Lá, todo mundo tem liberdade e é incentivado a criar e ter ideias o tempo inteiro. Ninguém precisa ficar perdendo tempo consultando uma infinidade de escalões superiores para pôr as ideias em prática.
 
Ao mesmo tempo que a informalidade impera, cada um dos quase sete mil funcionários da Red Bull sabe muito bem qual é o seu papel. “Pode-se dizer que Mateschitz é centralizador. Mas também deve-se dizer que ele só centraliza aquilo que não comprometa a performance de sua marca”, diz um executivo do mercado de bebidas, familiarizado com a história da empresa. Outra característica da Red Bull conhecida pelo mercado são os bons salários e a oportunidade de ascensão que ela oferece. 
 
Pedro Navio é um bom exemplo. Está na empresa há dez anos, começou como estagiário e hoje é gerente-geral da Red Bull Brasil. “Mas não é fácil entrar lá. Se você não domina pelo menos dois idiomas, além do seu, já fica na primeira fase do processo de seleção que pode demorar meses para ser concluído”, diz uma jovem que trabalhou por alguns anos na empresa. 
 
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O cuidado com sua mina de ouro é tamanho que Mateschitz apressou-se em declarar que sua equipe de Fórmula 1 não faria o abominável jogo de equipe – o mesmo que fez Felipe Massa abrir passagem para Fernando Alonso no GP da Alemanha em agosto e escandalizou o mundo do esporte. 
 
“O mundo inteiro condenou a Ferrari depois do que eles fizeram em Hockenheim e nós nunca sequer pensamos nisso. Um segundo lugar, em circunstâncias corretas, pode ser melhor do que uma vitória em razão de pedidos e confirmações”, diz Mateschitz. De acordo com gente próxima ao empresário, ele estava realmente muito mais preocupado em preservar os valores da marca Red Bull que criou do que em comemorar mais um título ao lado da equipe da RBR. 
 
Traduzindo: ele ficou com medo de que uma atitude antidesportiva contaminasse seu produto. “Queremos estabelecer a Red Bull Racing como uma das três ou quatro equipes de ponta da categoria, lutando por títulos de pilotos e construtores em todas as temporadas. Nossas perspectivas na Fórmula 1 são totalmente de longo prazo”, disse o empresário, que também tem a equipe Toro Roso na competição.  A declaração de Mateschitz também responde à pergunta se pretendia vender o nome da escuderia para bancar as despesas crescentes com o time. 
 
A possibilidade surgiu no meio automobilístico junto com a informação de que a Red Bull já não estaria apresentando o desempenho de pouco tempo atrás. De fato, a crise econômica mundial nos últimos meses de 2008 fez as vendas da empresa recuarem em quase 100 milhões de latas entre 2008 e 2009 e o faturamento caiu 1,66%. 
 
Além disso, na esteira do sucesso do energético austríaco, outros produtos similares surgiram e hoje há mais de 15 marcas diferentes de bebida energética no mercado mundial, entre elas a Burn e a Rockstar, distribuída por Coca e Pepsi-Cola, respectivamente. A Red Bull não divulga números globais, mas, pelo menos no Brasil, ela ainda reina absoluta com 60% de participação de mercado, de acordo com dados da Nielsen. Em 2009, a empresa comemorou não só o crescimento de 30% de vendas aqui como o marco histórico das 100 milhões de latas vendidas no mercado brasileiro.
 
“Nós não levamos o produto para o consumidor, nós trazemos o consumidor para o produto”, diz Mateschitz, para explicar o sucesso de sua empresa e de seu produto pouco saboroso. A escolha do sabor de Red Bull, aliás, é um outro capítulo na história da empresa. “Ele realizou um teste de degustação e ao final escolheu aquele que as pessoas menos tinham gostado”, comenta uma fonte familiarizada com a história da empresa. 
 
O empresário teria justificado a decisão de forma muito simples e objetiva, bem a seu estilo: “Eu não quero que as pessoas gostem de Red Bull. Eu quero que elas amem.” Solteiro por convicção e não por falta de opção, Mateschitz não tem feito outra coisa desde que descobriu o poder dos drinques energéticos: trabalhar incessantemente na marca.
 
A ideia surgiu nos anos 80, quando Mateschitz era executivo de uma multinacional e viajava com frequência para a Ásia. Em Cingapura, taxistas contaram que a bebida era o combustível usado para enfrentar longas jornadas de trabalho. De volta à Áustria, Mateschitz investiu pouco mais de US$ 500 mil para criar a Red Bull e transformá-la na bebida preferida de jovens entre 18 e 29 anos de idade que adoram passar a noite na balada. 
 
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Cerca de 35% do faturamento da empresa é investido em marketing.
Só no Brasil, a empresa vende 100 milhões de latinhas de energético por ano 
 
“Eu não sou consumidor do produto, mas admito que acompanho a empresa com muita atenção. O que eles fazem é muito fora da caixa”, diz Silvio Laban, coordenador-geral dos programas de MBA e professor de marketing do Insper. Por “fora da caixa” entenda-se as estratégias de divulgação genialmente simples que a empresa põe em prática para se promover. 
 
Com seus próprios eventos esportivos, a empresa não divide a exposição. “Também não fazem eventos para a massa porque não é a massa que interessa. É o jovem, que passa cada vez menos tempo na frente da televisão”, afirma Laban. Entre as diversas atividades promocionais da Red Bull estão uma corrida de avião – que a empresa inventou em 2001 e que levou 400 mil pessoas ao Aterro do Flamengo, em maio deste ano, só no primeiro dia de competição. 
 
Vários atletas já tentaram atravessar o Canal da Mancha a nado. Pois, em 2003, a Red Bull colocou o paraquedista Felix Baumgartner para fazer a travessia entre a França e a Inglaterra, sobrevoando o canal, sem o auxílio de motores, apenas com um par de asas. Diante dessas ideias, patrocinar um time de futebol parece até meio sem graça. Pois a marca tem duas equipes, o New York Red Bull e o Red Bull Brasil, com sede em Campinas, interior de São Paulo. No total, são mais de 600 atletas patrocinados pela empresa em todo o mundo.
 
Gente pouco conhecida do grande público, mas com credenciais junto à “galera” que consome o energético de Mateschitz. Uma das maiores criadoras de conteúdo no mundo esportivo, curiosamente a empresa até mantém perfil nas mídias sociais mais badaladas do momento – Twitter e Facebook. Mas não é um campeão de audiência. No microblog, por exemplo, tem apenas 94 mil seguidores. 
 
Pouco, considerando-se o estardalhaço que a marca faz o ano inteiro e comparando com outras empresas como a rede de cafeterias Starbucks que possui um milhão de seguidores. “Também não é por acaso”, diz o professor do Insper. “A Red Bull sabe que as pessoas estão mais interessadas em saber o que os consumidores têm a dizer sobre uma empresa do que ouvir o que a empresa fala a respeito de si mesma”, afirma Laban.  
 
A Red Bull e seu criador, o bilionário Mateschitz, realmente não querem caminhar na mesma direção em que todos estão indo. Estima-se que apenas 20% do total investido pela empresa em marketing seja gasto com a publicidade tradicional. A propaganda, cujo slogan diz que “Red Bull te dá asas”, já está devidamente fixada na cabeça do consumidor e tudo o que a empresa precisa é continuar inventando moda. E ela inventa. 
 
As novidades – ainda inéditas no mercado brasileiro – são um refrigerante à base de cola, o Red Bull Cola, e uma operadora de telefonia celular, a Red Bull Móbile, que anda fazendo sucesso na Áustria, na Suécia e na Hungria. A empresa, que já está em 160 países com seu energético, não é mais uma companhia de uma marca só e Mateschitz dá sinais de que o céu é o limite quando o assunto é criar negócios e divulgá-los ao mundo. 
 
Não é só ele que leva a máxima a sério. O estudante de engenharia Leonard Ang voltará a Salzburgo, em 2012, para defender seu título de campeão internacional de aviãozinho de papel. “Como venci a competição do ano passado, estou automaticamente inscrito para a próxima. E já estou me preparando”, diz o estudante, que, depois do título, passou a consumir ainda mais o energético com dois touros vermelhos na embalagem. E isso é tudo o que Mateschitz quer.

Atenção, Deloitte: Silvio Santos vem aí

O dono do PanAmericano decide cancelar o pagamento de R$ 1,6 milhão aos auditores porque o serviço não foi prestado. A decisão pode até abrir um precedente positivo para moralizar as relações entre bancos e quem avaliza balanços


Na semana passada, o empresário Silvio Santos deu uma demonstração cabal de que tomaria a dianteira do caso PanAmericano. Colocou todos os seus bens em garantia para obter um empréstimo de R$ 2,5 bilhões junto ao Fundo Garantidor de Crédito e cobrir o rombo do banco.
 
Nos últimos dias, ele deu novos sinais de que pretende continuar à frente dos acontecimentos. Primeiro, sustou o pagamento de R$ 1,6 milhão que deveria ser feito à Deloitte, auditora responsável por averiguar se os balanços da instituição refletiam a realidade contábil, com um argumento irrefutável: se o serviço não foi prestado, não deve ser pago. 
 
Segundo, iniciou sondagens para contratar uma investigação paralela sobre o que aconteceu no PanAmericano – a suspeita de Silvio é que as fraudes tenham contado com a conivência dos auditores. Luiz Sandoval, braço-direito do dono do SBT, tem dito que Silvio irá às “últimas consequências”, o que deve abrir um precedente positivo para moralizar as relações entre bancos e auditorias. 
 
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Na ofensiva: Silvio Santos alega que a Deloitte não prestou o serviço contratado, que era o de
verificar se as informações contábeis eram verdadeiras. Ele estuda até contratar investigação da Kroll
 
A tendência é que ele contrate a Kroll, que atuou no caso Enron. É um mau presságio para as auditorias. O escândalo Enron provocou a quebra da Arthur Andersen, que, à época, era a principal empresa de auditoria do mundo – foi essa falência que permitiu à Deloitte assumir o topo do ranking. 
 
A ofensiva contra os auditores não parte apenas do grupo Silvio Santos. O presidente do Conselho Federal de Contabilidade, Juarez Carneiro, nomeou nesta semana um grupo para investigar uma eventual fraude no processo de análise dos balanços do PanAmericano. 
 
Se for comprovada má-fé, os envolvidos – incluindo os auditores da Deloitte – poderão ter seus registros cassados. “Já pedimos informações à Deloitte. Vamos analisar tudo com cautela, mas está difícil acreditar em tudo o que está acontecendo”, disse Carneiro à DINHEIRO. “Parece um erro infantil não captar uma fraude de R$ 2,5 bilhões”, disse. 
 
No caso do PanAmericano, o esquema era aparentemente banal. Carteiras de crédito vendidas a outras instituições continuavam no balanço. Ou seja: o banco registrava a receita da venda no seu caixa e mantinha a carteira dos empréstimos no seu ativo, duplicando – de forma artificial – o ganho com as operações. No ano passado, o banco apresentou R$ 174 milhões de lucro líquido, resultado endossado pela auditoria.
 
Mais do que simplesmente ignorar as fraudes cometidas pelos executivos do PanAmericano, a Deloitte foi acusada na semana passada, pelo jornal Folha de S.Paulo, de tomar parte no esquema, atuando na própria maquiagem dos balanços. Segundo a Folha, os auditores da Deloitte teriam deixado de fazer checagens primárias nos balanços do PanAmericano, como verificar em que condições as carteiras de crédito teriam sido vendidas. 
 
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Especulou-se até que a matriz da Deloitte, nos Estados Unidos, poderia descredenciar a filial brasileira, que tem quatro mil funcionários no País, receita anual de R$ 738 milhões e auditava os balanços do PanAmericano havia quatro anos. Procurada pela DINHEIRO, a Deloitte afirmou que não mais se pronunciaria sobre o caso. 
 
Mas um dos sócios da auditoria, Maurício Pires Resende, havia afirmado na véspera que a responsabilidade pelo fechamento dos balanços é da instituição financeira, não da Deloitte. “O nosso trabalho é verificar se o dado está correto. Se alguém maquia, não é o auditor”, disse ele. 
 
É uma colocação questionável, pois o dever do auditor é justamente encontrar eventuais problemas nos balanços. Se não pecou por ação direta, a Deloitte errou por omissão no caso PanAmericano, assim como em outros episódios recentes, envolvendo Parmalat, Aracruz e Bausch & Lomb.
 
O fato é que os auditores foram colocados na defensiva. “Ao suspender o pagamento da Deloitte, Silvio Santos atribui a culpa à empresa. Mas a história está malcontada e vai muito além de distribuir culpa”, diz Carlos Alberto Safatle, presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-SP). 
 
“Eu nunca vi na história um caso como esse, em que uma auditoria diz que não viu um rombo de R$ 2,5 bilhões”, diz ele. Além da Deloitte, as contas do banco foram endossadas pela KPMG e Banco Fator, que avaliaram o PanAmericano antes que a Caixa Econômica Federal pagasse mais de R$ 700 milhões por 49% das ações do banco.
 
Seja fraude, erro ou omissão, o fato é que o episódio do PanAmericano ainda promete novos e decisivos capítulos nas próximas semanas. Não se sabe se a batalha poderá inviabilizar as operações da Deloitte no País, mas deve servir ao menos para tornar mais transparentes as relações entre as auditorias e as empresas que as contratam.

A liderança que o Itaú não quer

A união de Itaú e Unibanco deu origem ao maior banco privado do país e àquele com o maior número de clientes insatisfeitos

Roberto Setubal:

Roberto Setubal, do Itaú Unibanco: "Embora o número de reclamações seja pequeno diante de nossa base de clientes, não estamos satisfeitos"
O fulminante processo de consolidação protagonizado pelos bancos brasileiros nos últimos anos levou algumas instituições a outro patamar. A aquisição do Real pelo Santander em 2007, por exemplo, deu ao banco tamanho suficiente para que sua abertura de capital, feita ano passado, fosse a maior já realizada na bolsa brasileira. Ao mesmo tempo, a união alçou a operação local do Santander ao posto de principal responsável pelo lucro do banco no mundo - acima, inclusive, da matriz, na Espanha. No caso do Itaú Unibanco, o valor de mercado da instituição saltou 120% desde a fusão, em 2008, o que o colocou na lista dos dez maiores bancos do mundo por esse critério. Para os investidores, a consolidação foi uma maravilha. Mas e para os clientes? Aqui, há pouco a comemorar. Antigos problemas de qualidade no atendimento demonstram uma notável vitalidade. O setor bancário era, e continuou sendo, uma usina de clientes insatisfeitos. E a situação esteve especialmente difícil para quem utiliza os serviços do Itaú Unibanco, que, apesar de não ser o banco com o maior número de clientes, foi o líder absoluto de reclamações do setor no último ano.

Por sua própria natureza, os bancos são uma vidraça mais exposta à insatisfação dos clientes - milhões de pessoas, afinal, utilizam os serviços bancários todos os dias. É natural, portanto, que os bancos dividam com concessionárias de serviços, como telefonia, a liderança nas tabelas de empresas com mais clientes insatisfeitos. Mas, durante este ano, o Itaú Unibanco adicionou uma fonte de descontentamento à lista habitual do setor: a migração de 4 milhões de correntistas do Unibanco para a base do Itaú. Os problemas foram os mais variados possíveis - desde a dificuldade para cadastrar novas senhas até a impossibilidade de sacar dinheiro nas agências porque os funcionários do Unibanco não sabiam operar os sistemas do Itaú. "Não é possível fazer uma mudança desse porte de forma indolor. Sabemos que causamos muitos transtornos, mas conseguimos concluir a migração em menos de dois anos", diz Zeca Rudge, vice-presidente do Itaú Unibanco. O pedido de desculpas veio no comercial veiculado após o término da migração, em outubro, com um agradecimento à paciência dos clientes durante a integração.

A cúpula do Itaú Unibanco, no entanto, sabe que pedir desculpas não resolverá o problema. Em fevereiro deste ano, o alto escalão do banco reuniu, ao longo de quatro dias, cerca de 15 000 funcionários da instituição em um evento no Credicard Hall, na zona sul de São Paulo, para divulgar as novas diretrizes do banco - a partir dali, a satisfação dos clientes passou a ser o primeiro do que se convencionou chamar de "dez mandamentos" do Itaú Unibanco. Mas pesquisas internas mostram que convencer os funcionários a colocar o bom atendimento em primeiro lugar não será um processo fácil. Quando os empregados foram perguntados recentemente sobre quais valores estão mais presentes na cultura do banco, o item desempenho apareceu em primeiro lugar, enquanto "Todos pelo cliente" ficou na sétima colocação. Diante disso, a saída foi fazer com que a insatisfação dos clientes doa no bolso dos funcionários. As metas de melhorias de relacionamento com os clientes foram incluídas nas avaliações individuais de desempenho.

Enquanto os funcionários assimilam a nova postura, as diversas áreas do banco estão colocando em prática mudanças operacionais para adoçar a relação com os clientes - desde a retirada das portas giratórias em parte das agências até a redução dos valores cobrados pelo atraso no pagamento de empréstimos. Responsável por quase 60% das reclamações feitas nos Procons, a área de cartões é uma das mais ativas nesse processo de mudanças. Para evitar a fúria dos clientes com o atraso no recebimento das faturas, por exemplo, o banco começou a monitorar o andamento das entregas para conseguir agir antes que o consumidor dê falta do documento - em casos extremos, o próprio banco realiza a entrega da correspondência para evitar o atraso. Além disso, o Itaú Unibanco reescreveu os contratos para que os documentos sirvam de fonte de informação para os clientes, e não apenas como uma intermediação jurídica entre os consumidores e a instituição. O banco também planeja a inauguração de 31 lojas de atendimento dedicadas exclusivamente aos usuários de cartão de crédito - até agora, quem tem cartão do banco, mas não é correntista, não tinha onde ser atendido.

Mais diálogo

Outra forma encontrada para amenizar o problema foi estreitar o relacionamento dos executivos do banco com os órgãos de defesa do consumidor. O executivo designado para a tarefa é o economista Marcos Lisboa, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Toda semana, Lisboa participa de encontros com os Procons e de eventos ligados aos direitos do consumidor para reafirmar a intenção do banco de restaurar essa relação. Por meio de Lisboa, o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) recebeu em abril um documento em que o Itaú Unibanco se compromete a diminuir em 14% o número anual de queixas registradas nos Procons. Dados preliminares mostram que alguns resultados já começam a aparecer - no primeiro semestre de 2010, o número de audiências no Procon de São Paulo foi 20% menor do que no mesmo período do ano passado e, de acordo com dados do Banco Central, o Banco do Brasil já ultrapassou o Itaú Unibanco no índice que mede o número de reclamações por cliente. No ranking geral de queixas nos Procons, porém, o banco ainda lidera absoluto. "Embora o número de reclamações seja pequeno diante de nossa base de clientes, não estamos satisfeitos", afirma Roberto Setubal, presidente executivo do banco. Agora que concluiu a principal etapa da fusão que o levou ao topo do sistema financeiro nacional, o Itaú Unibanco concentrará seus esforços na perda da liderança que ninguém quer ter. A clientela agradece.

novembro 09, 2010

Substituição gera prejuízo de R$ 1,7 bi

Tributário: Estudo da FGV mostra que sistema gera um aumento de 700% na carga fiscal de microempresas

Valor Economico


André Spínola: substituição tributária prejudica empresas no Simples
As micros e pequenas empresas perderam R$ 1,7 bilhão em 2008 por causa da substituição tributária do ICMS. É o que mostra uma pesquisa encomendada pelo Sebrae à Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre o impacto desse sistema de tributação, aplicado a diversos setores econômicos. O modelo gerou um aumento de 700% na carga fiscal dos pequenos empresários, segundo o levantamento.
Pela substituição tributária, uma única empresa recolhe o ICMS antecipadamente por toda a cadeia de produção. Assim, a Fazenda estadual só precisa fiscalizar o chamado "substituto tributário". A pesquisa completa será divulgada hoje no seminário "Reforma Tributária Viável: Desafios do ICMS Rumo ao Desenvolvimento Nacional", promovido pelo Sebrae e o Núcleo de Estudos Fiscais (NEF) da Direito GV.
O levantamento foi realizado a partir de informações da Declaração Anual do Simples Nacional de 2009, ano-calendário 2008, ano em que diversos setores econômicos passaram a se sujeitar à substituição tributária. O resultado reforça o argumento das micros e pequenas empresas contra a bitributação. Isso porque já pagam o ICMS embutido na alíquota única do Supersimples e, com a substituição tributária, passaram também a ter que antecipar o ICMS da cadeia inteira.
De acordo com a pesquisa, 24% do total das receitas com revendas de mercadorias dessas empresas são sujeitas à substituição tributária. Em São Paulo, por exemplo, R$ 952,22 milhões são pagos por substituição tributária pelas micros e pequenas, enquanto R$ 458,48 milhões são pagos de ICMS por meio do Supersimples. Isso quer dizer que elas pagam R$ 493,74 milhões a mais de ICMS - antecipação - em nome das outras empresas da cadeia produtiva. Em sua campanha, o governador eleito Geraldo Alckmin (PSDB-SP) defendeu o uso da substituição tributária no combate à sonegação. Porém, prometeu estudar meios para aperfeiçoar o sistema.
Para o Sebrae, a substituição tributária acaba lesando quem está no Supersimples. Segundo André Spínola, gerente-adjunto da Unidade de Políticas Públicas do Sebrae, uma fábrica de pão de queijo, que é substituto tributário, paga antecipadamente um grande valor de ICMS pela cadeia produtiva. O hipermercado a quem fornece a mercadoria, no entanto, só paga pelos pães de queijo sessenta dias depois. "A substituição tributária, portanto, acaba criando uma situação esdrúxula, em que o grande é financiado pelo pequeno", afirma.
Duas exceções são Pará e Santa Catarina que, de acordo com Spínola, criaram mecanismos que atenuam os efeitos da substituição tributária para as pequenas empresas. "Em Santa Catarina, há um redutor da base de cálculo do imposto de 70%. No Pará, excluíram as micros e pequenas da aplicação do sistema", diz.
Há casos de pequenas empresas que discutem a aplicação da substituição tributária na Justiça. Mas nem sempre conseguem derrubar o modelo. Isso porque a Lei do Supersimples - nº 123, de 2006 - determina que o ICMS da substituição tributária deve ser pago. Na revenda, a micro deve aplicar a alíquota do Supersimples, abatendo a parcela correspondente à substituição tributária. Segundo o advogado Fábio Junqueira, do JCMB Advogados, há decisões esclarecendo que, como o Supersimples é optativo, as pequenas atingidas pela substituição tributária podem optar por abandonar o regime simplificado de tributação.

novembro 08, 2010

MPX Energia prepara reviravolta que pode destravar as ações em bolsa

Vista como o “patinho feio” das empresas de Eike Batista, empresa pode anunciar plano de capitalização



MPX Visão aérea de Pecém 2
Vista aérea das obras da termelétrica MPX Pecém II, localizada no Ceará
São Paulo - A MPX Energia (MPXE3) prepara uma reviravolta que pode elevá-la a uma das mais atraentes do grupo EBX, de Eike Batista. As ações são negociadas hoje ao equivalente a perto da metade do valor vendido na oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) realizada em dezembro de 2007. Em 2010, os papéis da empresa acumulam uma alta de 31%.
A divulgação de novos projetos, como a descoberta de “meia Bolívia” em gás no Maranhão este ano, levantou dúvidas do mercado sobre a capacidade da empresa de tocá-los sem a captação de mais recursos por meio do mercado de capitais ou pela venda de uma participação a um parceiro estratégico. E é exatamente esta preocupação que a empresa poderá eliminar em breve.
 
Para Marcos Elias, da casa de análise independente Empiricus, uma saída recai sobre uma possível estruturação de uma debênture conversível em ações de aproximadamente R$ 1 bilhão. “É um instrumento pelo qual deve entrar um estratégico. Não pesa sobre o mercado de ações e dá o funding necessário agora”, disse Elias no programa Rádio Cash desta semana, publicado por EXAME.com.
 
“Os investidores estavam muito preocupados com a capacidade de financiamento da empresa”, destaca o analista Rodolfo Amstalden, também da Empiricus. Para ele, a expectativa da operação abre caminho para a recuperação das ações da empresa. “Deve chegar a 32 reais no curto prazo e daqui a um tempo em 60 reais”, projeta.




Saiu a lista dos países mais corruptos do mundo, elaborada pela ONG Transparência Internacional.

por João Doria Jr.
O Brasil ganhou nota 3,7. Entre 178 países, ficamos com um embaraçoso 69o lugar. Como reverter a situação? Transparência, combate à corrupção e educação. No ranking do IDH, ocupamos o 75º lugar, bem atrás dos nossos  vizinhos que investem em educação há mais de 150 anos. O péssimo resultado do País é reflexo da sem-vergonhice e falta de base proporcionada pela educação familiar e acadêmica. Temos muito o que aprender. E muita gente para prender. 
 
 
1 - Varejo
Fusão
 
A briga no mercado de fusões e aquisições promete esquentar. Compe-tindo com sua grande rival, aStater – que recentemente promoveu a compra da Talent pela Publicis – a BR Partners está intermediando a fusão de dois grandes varejistas. O negócio será anunciado nos próximos dias.   
 
 
2 - Emergente
Atacarejo?
 
Prioridade número 1 no plano de expansão de Abilio Diniz, a Rede Assaí, que abriu nove lojas este ano, terá mais 11 até o final de 2010. Há três anos, o Grupo Pão de Açúcar tem investido em sua rede de atacarejo, mistura de varejo com atacado. Só no ano passado, foram aplicados mais de R$ 100 milhões no plano de expansão do grupo, que já inaugurou 46 pontos. 
 
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3 - Meta
Missão possível
 
O grupo gaúcho Randon quer bater uma meta ousada: alcançar R$ 1 bilhão em três meses. A empresa, comandada por David Randon, faturou até setembro R$ 4 bilhões e promete fechar 2010 com receita recorde de R$ 5 bilhões, quase 30% a mais que no ano passado. Para isso, aposta no avanço das obras de infraestrutura espalhadas pelo Brasil.
 
 
4 - Garoto-propaganda
Tá podendo
 
O piloto brasileiro de Fórmula 1 Lucas Di Grassi está em alta. Depois do megapatrocínio de 500 mil euros da Bombril, só para sua corrida de estreia no País, o piloto será homenageado pela marca de relógios de luxo TW Steel, que inicia suas operações no Brasil lançando coleção que leva seu nome. Jordy Cobelens, CEO do grupo holandês, virá ao País especialmente para acompanhar a entrada da marca e o lançamento da primeira linha. 
 
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5 - Negócios
Herdeiro
 
Ao receber uma comenda, o empresário Emílio Odebrecht surpreendeu ao indicar seu filho Marcelo Odebrecht para receber o prêmio em seu lugar. Marcelo, que comanda o grupo desde 2008, mostrou que de herdeiro não tem nada. Aliás, tem tudo. Inclusive o re-conhecimento de seu pai.Exemplo de sucessor competente, aumentou o faturamento do grupo em R$ 10 bilhões, em apenas dois anos. E promete investimentos de R$ 26 bilhões até 2012.
 
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6 - Magastore
Enganação
 
Nas últimas semanas, a Fnac Brasil divulgou à exaustão a inauguração da maior Apple Shop da América Latina, instalada em sua loja do Shopping Morumbi. Puro marketing. A nova seção divide espaço com produtos de outras marcas e possui apenas dois atendentes exclusivos. Nada diferente de outras megastores que vendem gadgets da companhia de Steve Jobs. Qualquer loja A2You tem mais produtos e atendimento especializado, do que a Fnac.
 
 
7 - Vem aí
Rádio Mickey
 
Após desembarcar em dez países da América Latina, a Rádio Disney chega ao Brasil pelas mãos deMarcos Rosset, presidente do grupo no País. A emissora (91,3 FM) será anunciada no show do Jonas Brothers, em SP, neste fim de semana. 
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8 - Grid
Debaixo da ponte?
 
Os hotéis da cidade de São Paulo estão sold out para o fim de semana do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1. Até municípios da Região Metropolitana anunciam que não têm mais quartos disponíveis. Vitória da capital paulista, que espera atrair mais de 90 mil visitantes, 20% estrangeiros, que movimentarão mais de R$ 250 milhões, de acordo com dados do São Paulo Convention and Visitors Bureau.
 
 
9 - Cristal
For men
 
Chega ao Brasil, no final deste mês, a nova linha da marca austríaca Swarovski. Até aí, nada de-mais. Exceto pelo fato de ser uma coleção de joias e acessórios para homens. O mercado está em franca demanda. Algumas peças masculinas trazem, inclusive, os tradicionais cristaizinhos. Huuuumm... Então, tá. 
 
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10 - Destino
Guarda Golf Hotel, Suíça
 
No cantão de Crans Montana, a 180 quilômetros de Genebra e a 300 de Zurique, o mais novo hotel cinco-estrelas da Suíça, o Guarda Golf, satisfaz os desejos dos hóspedes ávidos pelo esqui de montanha. E, para relaxar depois de um dia cheio de atividades, um charmoso spa com Hammam e tratamentos com exclusivos produtos da clínica do cirurgião plástico brasileiro Ivo Pitanguy aguarda os hóspedes. Os três restaurantes do hotel, que integra a the Leading Hotels of The World, são excelentes. Diárias a partir de 600 euros. 
www.hotelguardagolf.com
 
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11 - Novidade
Ar puro
 
A novidade no setor de hotelaria são quartos hipoalergênicos que eliminam 98% dos ví-rus e bactérias dos ambientes. O Hyatt já aderiu e inaugurou dois mil apartamentos nos EUA, Cana-dá e Caribe. Daqui a pouco, a novidade chega por aqui. 
 
 
12 - Objeto de desejo
A número 1
 
The Chanel Diamond Forever Classic Bag, a bolsa mais cara do mundo, não perde o seu reinado e continua ocupando o primeiro lugar da lista das it girls de todo o planeta. A cobiçada peça, feita de couro branco de crocodilo e ouro, é cravejada por 334 diamantes. Exclusiva, foram confeccionadas apenas 13. Mas ainda dá tempo de garantir a sua. É só desembolsar R$ 550 mil. Isso mesmo, R$ 550 mil!
 
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13 - Entrevista
 
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Rômulo Dias, presidente da Cielo 
 
A Cielo, maior rede de pagamentos eletrônicos do País e uma das cinco maiores do mundo, diversifica seus negócios e avança no mercado de mobile payment. Veja na entrevista com Rômulo Dias, presidente da Cielo
 
Líderes – Diversificar negócios é uma estratégia para se manter na liderança?

Rômulo Dias–  Vivemos um momento muito interessante. O mercado está evoluindo cada vez mais para outros tipos de negócios e estamos bastante animados com as perspectivas e o crescimento do setor. No segundo trimestre, apresentamos aumento de quase 25% no faturamento, ou seja, o cheque e o dinheiro continuam a ser substituídos. Precisamos apostar em outras soluções. 
 
 
Líderes – Como a Cielo se prepara para entrar no mercado de mobile payment?

RD – A aquisição de empresas como a M4U permitirá à Cielo contar com expertise no desenvolvimento de serviços e produtos de mobilidade, ampliando nosso portfólio e possibilitando atuação mais focada em segmentos pouco explorados, acelerando a penetração dos meios eletrônicos de pagamento. 
 
 
Líderes – Quais os outros investimentos da Cielo no setor?

RD – O Banco do Brasil e a Cielo firmaram parceria com a Oi para operar o sistema pioneiro de mobile payment em grande escala em todo o País. Trata-se de mais uma iniciativa cujo objetivo é popularizar o acesso aos serviços financeiros. O acordo potencializa o pagamento via celular. A parceria ampliará a rede de aceitação de pagamento por meio de celular, que passará de 75 mil para 1,8 milhão de estabelecimentos.