Juro real na casa dos 6% mantém NTN-B atrativa
Tesouro Direto: Papéis são opção tanto para quem acredita num cenário de inflação controlada quanto para aqueles que esperam um repique inflacionário.
Os papéis atrelados a índices de preços vêm atraindo muitos investidores. Boa parte dos títulos com vencimentos um pouco mais longos registra ganhos na faixa de 6% além da inflação. Essa é uma rentabilidade considerado bem interessante pelos especialistas diante de um ambiente de juros menores no Brasil. As Notas do Tesouro Nacional série B - NTN-B, cuja rentabilidade está vinculada à variação do IPCA acrescida de juros definidos no momento da compra - com vencimentos mais longos estão entre as mas recomendadas pelos especialistas. De acordo com dados do Tesouro Direto, sistema de compra e venda de títulos públicos on-line, as NTN-Bs com vencimento em maio de 2017 eram negociadas ontem a uma taxa de 6,01% além do IPCA. Já as que vencem em agosto de 2024 também pagavam 6,01% acima da inflação. Essas estão entre as menores taxas pagas por esses papéis neste ano. Isso significa que quem comprou esses títulos no início do ano está ganhando dinheiro. O preço dos títulos varia de forma inversa ao comportamento das taxas. Quando a taxa cai, o preço sobe para se ajustar à nova realidade do mercado. E quem comprou antes, por um preço menor, pode vender o papel agora, por um valor maior. Um retorno de 6% é ainda bastante interessante, principalmente para 2015, diz Alexandre Espírito Santo, diretor do curso de Relações Internacionais da ESPM-RJ e economista da Como as NTN-Bs pagam juros semestralmente e sobre eles incide imposto de renda, há quem prefira as NTN-Bs Principal, cujo retorno total ocorre apenas no vencimento do papel. Nesse caso, o IR que vai incidir sobre os títulos tende a ser menor, já que o imposto cai à medida que o investidor permanece por mais tempo com o papel. O IR varia de 22,5% a 10%, conforme o prazo que se mantém o investimento em renda fixa. A NTN-B Principal com vencimento em 2015 pagava ontem uma taxa de 6,07% além da variação do IPCA, segundo informações do site do Tesouro Direto. Para a pessoa física, os títulos mais interessantes são aqueles que vencem entre 2015 e 2020, avalia Otávio Vieira, diretor de investimentos da O balanço das operações do Tesouro Direto de julho mostra que o volume vendido bateu recorde, de R$ 267,83 milhões. Até então, o melhor mês era o de outubro de 2008, com R$ 259,07 milhões. Os papéis indexados ao IPCA responderam por 37,57% das vendas do mês, sendo 20,71% de NTN-B e 16,86% de NTN-B Principal. O percentual só foi menor do que o dos prefixados. Nos prefixados, as Letras do Tesouro Nacional (LTN) ficaram com fatia de 42,08%, enquanto a procura por Notas do Tesouro Nacional série F (com pagamento de juros semestrais) foi de 7,64%. Os títulos pós-fixados - as Letras Financeiras do Tesouro (LFTs) - somaram 12,72%. Mesmo na renda fixa, é interessante que o investidor faça uma diversificação, diz Espírito Santo, da Way. "Para quem tem a expectativa de queda dos juros no ano que vem, também os papéis prefixados se mostram interessantes." Essa, no entanto, não é o cenário vislumbrado pelo economista, que acredita numa piora da inflação, já que a atividade econômica deve se recuperar nos próximos trimestres, trazendo pressão inflacionária. As NTN-Bs se mostram interessantes tanto para quem acredita num cenário de inflação controlada quanto para aqueles que esperam um repique inflacionário. No primeiro caso, porque muitos veem um juro real alto, o que torna os títulos atraentes. No segundo, caso a inflação fique acima da esperada no ano que vem, o papel serviria como proteção. As NTN-Bs também aparecem na carteira de renda fixa recomendada para agosto da |


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