Você ficou sabendo que a Câmara dos Deputados aprovou no dia 4 de outubro a criação formal da figura do investidor-anjo no Brasil? O Projeto de Lei Complementar 25/07 estabelece que pessoas físicas e jurídicas poderão atuar como “anjos” e não serão considerados sócios.
Na prática, essa figura não terá nenhum direito a voto ou gerência, mas também não responderá pelas dívidas da empresa – algo positivo, pois esse era um dos pesadelos dos investidores. Além disso, esse investidor será remunerado por seus aportes, nos termos do contrato, em até cinco anos.
O projeto espera agora a sanção do presidente Michel Temer.
Também neste mês, no dia 13, estreou a versão brasileira do programa de TV Shark Tank – Negociando com tubarões, no canal Sony, em que investidores conhecidos avaliam empresas que estão em busca de capital para decidir se investem nelas ou não.
Participam do programa como investidores Robinson Shiba, dono da rede de franquias China in Box, João Appolinário (Polishop), Sorocaba (da dupla sertaneja Fernando & Sorocaba), Carlos Wizard Martins (Grupo Multi Educação, Mundo Verde e Talco Bell), Cristiana Arcangeli (fundadora da Phytoervas) e Camila Farani, presidente da Gávea Angels.
Com essas novidades, creio que veremos um aumento do interesse pelo investimento-anjo no Brasil. Mas, atenção: esse tipo de aplicação não é para todos!
Em julho, uma pesquisa sobre o perfil do investidor feita pela Anjos do Brasil, a principal entidade do País, mostrou que um anjo é uma pessoa experiente (com média de 47 anos) e com conhecimento no mundo dos negócios – 42 por cento dos 7.620 investidores no Brasil são empresários.
Fica claro, portanto, que estamos falando de um investidor que entende os desafios do empreendedorismo. Eu nunca recomendaria esse investimento para um leigo, a não ser que ele tomasse algumas precauções.
Além do aporte de capital, o investidor-anjo tem o papel de mentor dos empreendedores, oferecendo sua experiência para ajudar a colocar a empresa na direção correta.
São pessoas como João Kepler, com 40 startups em seu portfólio de investimento e eleito como melhor investidor-anjo no ano passado no prêmio Spark Awards, promovido pela Microsoft, que têm sucesso nas aplicações. Especialista em vendas, ele atua como anjo desde 2008 e deixou claro, em nossa conversa, que não existe um perfil ideal, mas que é preciso ter comprometimento com o negócio e vontade de colaborar.
"Os anjos optam por entrar no ecossistema de investimento por dois motivos. Primeiro, pela possibilidade de bons retornos financeiros. Segundo, e talvez mais importante, pela oportunidade de contribuir efetivamente com o crescimento de negócios promissores."
Engrenagens
Na cadeia de investimento em empresas (que você confere na figura abaixo), o anjo se posiciona logo no começo. Quanto mais cedo for realizado o investimento, que costuma ser de até 500 mil reais, maior será o potencial retorno.
Fonte: ADVFN
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