julho 31, 2013

Crise nas empresas X já afeta parceiros de Eike


Techint, parceira da OSX, demitiu centenas de trabalhadores após cancelamento de encomenda feito pelo estaleiro


Sergio Moraes/Reuters
Instalação da OSX
Instalação da OSX
São Paulo - A filial da Techint, em Pontal do Paraná e parceira da OSX, de Eike Batista, demitiu cerca de 900 funcionários após o cancelamento da encomenda de uma das plataformas que estava sendo construída para o estaleiro. As informações são da imprensa local.
As demissões representam 30% da força de trabalho total da companhia, que contava com cerca de 3.000 funcionários antes dos cortes.    
No início do mês, a OSX interrompeu a construção de uma das duas plataformas que estavam sendo construídas pela Techint. Os contratos entre as duas companhias somavam pelo menos 1 bilhão de reais.
Parceria

No início de 2011, a OSX  fechou uma parceria com a subsidiária do grupo argentino Techint com o objetivo de encomendar o desenvolvimento de duas plataformas fixas, que seriam usadas na exploração de petróleo e gás natural na Bacia de Campos.O acordo entre elas previa o início da "engenharia básica de duas plataformas fixas (WHPs) que serão construídas e operadas por subsidiárias da OSX", conforme um comunicado divulgado pela OSX, na época à Bolsa de São Paulo.No início deste mês, a SX anunciou a interrupção da construção de uma plataforma. Segundo a companhia, o cancelamento está “em linha com a priorização absoluta da construção da WHP-2”.

julho 30, 2013

Ajuste de OGX no Ibovespa em setembro vira bomba-relógio


Com a participação da petroleira crescendo, gestores terão de comprar mais papéis para completar o valor necessário para se enquadrar à carteira

Angelo Pavini, da 
Fernando Cavalcanti/EXAME.com
Eike Batista na abertuda de capital da OGX
Eike Batista na abertuda de capital da OGX: participação da petroleira no Ibovespa deve mais que dobrar, passando de 1,86% hoje para 4,82%
São Paulo - O aumento da participação da OGX na carteira do Índice Bovespa que entra em vigor em setembro promete provocar nova correria no mercado nas próximas semanas e pressionar as cotações do papel, como já ocorreu em maio. Com a participação da petroleira de Eike Batista crescendo uma vez e meia sua fatia atual no índice, os gestores de fundos que precisam acompanhar o Ibovespa terão de comprar mais papéis para completar o valor necessário para se enquadrar à carteira que passará a valer a partir de 1° de setembro.

Desta vez, porém, com o preço da ação em baixa, a R$ 0,60, será preciso comprar muito mais ações para atingir o valor necessário e pode faltar papel no mercado. “Esse papel vai para R$ 1,30, R$ 1,40, tem muita gente esperando isso”, diz um investidor que pediu para não ter seu nome revelado. Ele comprou ações da OGX a termo (para liquidação futura) apostando que o papel voltará a esse preço.

Aumento de 156% na participação do índice
A participação da OGX no Ibovespa deve mais que dobrar, passando de 1,86% hoje para 4,82%, um aumento de 2,96 pontos percentuais, o equivalente a 159% de crescimento na fatia do índice, segundo cálculos feitos por uma corretora para o blog Arena. O aumento ocorre apesar da queda do preço, pois o cálculo do Índice Bovespa dá grande destaque para o volume negociado dos papéis, o chamado índice de negociabilidade.
Outros índices levam em conta também o valor de mercado da empresa, para evitar que um papel que caiu demais continue tendo um peso demasiado. O Ibovespa é atualizado a cada quatro meses e a bolsa divulga prévias quando faltam 30, 15 e um dia para entrada em vigor da nova carteira. Assim, nesta semana, sairá a primeira prévia da carteira de setembro.
Demanda extra de quase 1 bilhão de ações
Considerando um total investido em fundos indexados ao Ibovespa em torno de R$ 20 bilhões, o ajuste significaria a compra por essas carteiras de mais R$ 592 milhões em OGX no mercado pelo preço atual, ou mais 988 milhões de ações. Esse número equivale a 68% do total de ações em circulação da companhia no mercado, o chamado “free float”, de 1,447 bilhão de ações, já somados os 70 milhões de ações vendidas por Eike Batista em maio e mais 56 milhões em junho.
Mais que o “free float”
Com os R$ 372 milhões que os fundos passivos já têm hoje em OGX, equivalentes a 1,86% das carteiras e a 620 milhões de ações, o total que as carteiras precisarão ter em setembro em papéis da petroleira atinge R$ 964 milhões, ou 1,606 bilhão de ações, ultrapassando o atual ”free float”. O resultado deverá ser mais pressão sobre o valor das empresas na virada de agosto para setembro.
Sem antecipação
O grande problema é que os fundos passivos não podem antecipar o ajuste de OGX pois, se comprarem o papel agora, seu rendimento poderá se descolar do indexador que precisam seguir. “Se outro papel que o fundo vender para comprar OGX antes disparar, a carteira renderá menos que o referencial e o gestor perde credibilidade dos investidores”, alerta o responsável pela mesa de negócios com ações de uma corretora, que pediu para não ter seu nome citado. Assim, o ajuste se concentrará na última semana do mês.
O mercado já se prepara para a pressão, como mostra a procura de papéis para alugar. O aluguel passou de 60% ao ano para 85% ao ano na semana passada, já indicando a procura por papéis.
Aluguel ainda pressionado
Um certo alívio poderia vir justamente do aluguel de ações, que permitiria aos fundos completar sua carteira tomando o papel emprestado de outro investidor. Na sexta-feira, havia 386 milhões de ações de OGX alugadas, para um total permitido de 651 milhões, equivalentes a 45% do “free float”. Mas, mesmo assim, o aluguel de OGX não anda muito fácil, como mostram as taxas cobradas nos poucos negócios realizados semana passada.

Em maio, a BM&FBovespa elevou o limite do aluguel de 30% para 45% do total de ações em circulação. Com isso, o limite de ações passíveis de serem alugadas passou de 380 milhões para 564 milhões de ações na época, aliviando um pouco a pressão sobre os preços da época. A medida foi duramente criticada pelos investidores que apostavam na alta da ação e contavam com o limite do aluguel para ganhar mais.

OGX cresce e outras diminuem
A alta da participação da OGX tem ainda o efeito de retirar participação de outras empresas do Índice Bovespa. Embraer, Fibria e Suzano perdem, assim como TIM, e empresas do setor financeiro, como Itaú Unibanco, Bradesco e Banco do Brasil, e empresas de consumo não cíclico como Cielo e AmBev.
Empresas de energia elétrica também reduzem sua participação, caso da Cemig e Eletrobras. Já outras empresas polêmicas, como LLX e MMX, ganharão espaço no novo Ibovespa. Entre as vedetes do mercado, Vale perderá espaço enquanto Petrobras aumentará.
O destaque do novo Ibovespa será também a entrada de Anhanguera Educacional no índice, com peso estimado em 0,62%. Nenhum papel deve sair.
Abaixo, a tabela mostra os papéis que terão maior crescimento em pontos percentuais na nova carteira do Índice Bovespa.

Lobão crê que Eike Batista tem condição de se recuperar


"Espero que ele consiga retomar os investimentos e a normalidade de suas empresas", afirmou o ministro nesta segunda-feira

André Magnabosco, do 
FERNANDO FRAZAO
Eike Batista, presidente da holding EBX
Eike Batista: o empresário estaria cumprindo os compromissos associados às dívidas das empresas X, controladas pela holding EBX, e, segundo Lobão, não o procurou para buscar alternativas ao atual momento delicado
São Paulo - Para o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, o empresário Eike Batista, controlador do Grupo EBX, tem "muitas condições de se recuperar".
O empresário estaria cumprindo os compromissos associados às dívidas das empresas X, controladas pela holding EBX, e, segundo Lobão, não o procurou para buscar alternativas ao atual momento delicado.
"Ele não me procurou e nem teria porque fazê-lo". O empresário é sócio da OGX, do setor de petróleo, e da MPX, da área energética, além de outras empresas como a mineradora MMX.
Questionado sobre o conselho que daria a Eike Batista diante do momento adverso, Lobão desconversou. "Espero que ele consiga retomar os investimentos e a normalidade de suas empresas", afirmou o ministro nesta segunda-feira, 29, durante almoço-debate organizado pelo Lide - Grupo de Líderes Empresariais.
Lobão voltou a informar que o Código de Mineração deverá ser votado até o fim do ano. Ele também destacou que o texto a ser analisado pelo Congresso foi aprovado por grandes e médias empresas. "Os aventureiros não gostaram", completou.
A declaração do ministro foi uma indireta a empresas que, segundo ele, obtinham licença de pesquisa e alvará de lavras, mas não exploraram efetivamente as áreas concedidas. "Elas (essas empresas) faziam especulação, vendendo algo que nunca tiveram interesse em explorar."

Procuradoria do Cade defende multas a OGX e Petrobras


Conselho defendeu multa às companhias pelo fechamento de um negócio entre as partes sem a aprovação anterior do órgão antitruste

Célia Froufe, do 
REUTERS/Sergio Moraes
Operário inspeciona petróleo extraído em plataforma
Petróleo da Petrobras: Petrobras teria vendido para a OGX 40% da participação no bloco BS-4, localizado na Bacia de Santos, sem o aval do órgão antitruste
Brasília - A Procuradoria-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) concedeu um parecer ao tribunal do órgão antitruste defendendo a aplicação de multas à petrolífera de Eike Batista OGX e à Petrobras por "gun jumping", termo usado tecnicamente quando há fechamento de um negócio entre as partes sem a aprovação anterior do órgão antitruste.
A procuradoria, por meio de parecer, também considera a eventual abertura de processo administrativo e até possibilidade de nulidade do negócio. As considerações foram feitas pelo procurador Daniel Santos Roque e adotadas pelo procurador-geral da Casa, Gilvandro Araújo. A decisão final caberá apenas ao tribunal do Cade, que tem até 30 dias votar.
A questão é que a Petrobras teria vendido para a OGX 40% da participação no bloco BS-4, localizado na Bacia de Santos, sem o aval do órgão antitruste. Além da nulidade do negócio, as empresas estão passíveis a multas entre R$ 60 mil e R$ 60 milhões.
O documento do procurador conta com vários trechos confidenciais, mas é possível identificar que foram encontrados indícios de infração. "É importante registrar que (versão confidencial) circunstância hábil a permitir a conclusão de que, com a assunção imediata dos direitos e obrigações nele previstos, operou-se a consumação antecipada da operação antes mesmo da aprovação do negócio pelo Cade", cita o documento.
O parecer traz também que, depois de um determinado período, é possível prever a existência de efetiva participação da empresa compradora nas decisões a serem tomadas pela vendedora antes mesmo da aprovação da operação. "Ao contrário do que restou alegado pela OGX, o envolvimento do comprador e o acesso a informações sobre o negócio adquirido não ocorreram com a finalidade de propiciar a celebração do contrato, mas foram exercido após a assinatura do vínculo negocial firmado entre as partes", escreveu o procurador.
Segundo Santos Roque, a partir das evidência obtidas, é possível concluir que a OGX passou a ter postura ativa na tomada de decisões sobre a concessão, como uma "verdadeira titular" dos novos ativos. "Diante dessas considerações, conclui-se que houve a prática de atos de consumação do negócio antes da análise pelo Cade", o que se configura como prática de "gun jumping".

julho 26, 2013

Credores de Eike temem que crise acabe na Justiça, diz WSJ


Diante da possível reestruturação do Grupo EBX, credores buscam firmas de advocacia para avaliar suas opções e seu poder de barganha

Agência Brasil
Eike Batista
Eike Batista não consegue superar sua má-fase
São Paulo - A crise de Eike Batista preocupa cada vez mais o mercado de títulos da dívida. De acordo com o Wall Street Journal, credores das companhias do empresário estão fazendo consultas e reuniões com advogados para avaliar suas opções.
Em reportagem publicada nesta quinta-feira (conteúdo exclusivo para assinantes), o jornal afirma que as firmas de advocacia Cleary Gottlieb Steen & Hamilton LLP e Bingham McCutchen LLP estão aconselhando detentores de títulos da OGX e da OSX, respectivamente. Os dois escritórios também estão trabalhando em parceria com a consultoria financeira FTI Consulting Inc. e com a Pinheiro Neto Advogados.
Os credores preveem uma iminente reestruturação da dívida e temem que ela chegue aos tribunais. No momento, eles avaliam o tamanho do seu poder de barganha e o papel do governo nas companhias de Eike.
Um total de 155 milhões de dólares em pagamento de rendimentos sobre a dívida vence em duas datas até o fim do ano. A OGX diz que não pretende renegociar sua dívida e Eike afirmou, em artigo no Valor Econômico na semana passada, que vai pagar "cada centavo" do que deve.

Onde os imóveis à venda mais se valorizaram no semestre



Na maioria das cidades brasileiras, valorização do metro quadrado anunciado supera a inflação e a taxa básica de juros

Eike Batista não é mais bilionário, diz Bloomberg


Empresário, que chegou a ser o oitavo homem mais rico do mundo, possui agora 200 milhões de dólares, segundo a agência

Marcos Issa/Bloomberg
O empresário Eike Batista
Eike Batista: do topo para fora do clube dos bilionários em um ano
São Paulo – A safra de más notícias de Eike Batista ganhou um novo episódio: o empresário não é mais bilionário, segundo a agência de notícias Bloomberg, que medediariamente a variação do patrimônio dos homens mais ricos do mundo.

Segundo a Bloomberg, a fortuna de Eike é avaliada hoje em 200 milhões de dólares – apenas uma fração dos 34,5 bilhões de dólares que o empresário chegou a possuir em março do ano passado, quando era o oitavo homem mais rico do mundo, colocando-o no topo dos bilionários globais.
Além da forte queda das ações de suas companhias, arrasadas por uma crise de credibilidade desde meados do ano passado, o que corroeu a fortuna de Eike também foi o acordo com o fundo soberano de Abu Dhabi, o Mubadala.
Segundo a Bloomberg, três fontes que preferiram não se identificar afirmaram que Eike deve 1,5 bilhão de dólares ao Mubadala. Ele teria, ainda, acumulado 2 bilhões de dólares em dívidas pessoais, fruto das garantias que empenhou.
US$ 100 bilhões
Em fevereiro de 2010, Eike Batista chamava a atenção da mídia e dos investidores de todo o mundo com planos ambiciosos de erguer empresas de base no Brasil, como a petroleira OGX, a mineradora MMX e a companhia de logística LLX. Naquela época, o empresário era uma estrela em ascensão, e ocupava a 61ª posição entre os homens mais ricos do mundo na lista da revista americana Forbes, com 7,5 bilhões de dólares.
Naquele mês, Eike ganhou ainda mais destaque, ao afirmar, em uma entrevista ao jornalista americano Charlie Rose, que mantém um famoso programa diário, que alcançaria uma fortuna de 100 bilhões de dólares em dez anos. Isso o tornaria o homem mais rico do mundo.
Questionado por um perplexo Rose sobre o tamanho da cifra, Eike não se fez de rogado e respondeu: "Sim, o que eu posso fazer? Estou com sorte..."
Nos dois anos seguintes, Eike pareceu estar no caminho de concretizar seu sonho. Em março do ano passado, atingiu seu pico, tornando-se o oitavo homem mais rico, segundo a Bloomberg, com um patrimônio de 34,5 bilhões de dólares.
Mas a sorte que revelou a Rose parece ter acabado. As coisas começaram a mudar a parte de meados do ano passado, quando a OGX, sua petroleira, rebaixou a previsão de produção de Tubarão Azul, seu principal campo, de 20.000 barris diários para apenas 5.000.
Foi o estopim de uma crise de credibilidade que arrastou todas as empresas de capital aberto do Grupo EBX e, com ele, a fortuna de Eike. Desde então, o empresário frequenta o noticiário mais no papel de gestor de crises, que de gerador de riqueza. A nota de risco de suas empresas foi rebaixada pelas agências de classificação a patamares nada honrosos, como "especulativo" ou "lixo", o que reforça o medo dos credores de um calote.
Personalidades importantes do mundo dos negócios abandonaram o barco, como o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan, que saiu do conselho de administração da OGX. Pouco depois, a OGX afirmou que pode encerrar a produção de Tubarão Azul no ano que vem, devido à dificuldade de extrair petróleo com viabilidade comercial.
Último aliado
Um acordo com o banqueiro André Esteves, no início desse ano, foi a última cartada de Eike para salvar seu grupo. O BTG Pactual, de Esteves, tornou-se assessor financeiro do empresário e se comprometeu a reestruturar o grupo. Na prática, isso tem significado a busca de compradores para ativos das empresas ou para empresas inteiras, a fim de obter dinheiro para pagar compromissos e cumprir investimentos.
O próprio Mubadala, citado pela Bloomberg como um dos motivos para Eike deixar de ser bilionário, renegociou as dívidas que a EBX possui com o fundo.
Há poucos dias, Eike defendeu-se das críticas que sofre em um artigo publicados nos jornais Valor Econômico e O Globo. No texto, o ex-bilionário admite que falhou e decepcionou muita gente, mas afirma que ninguém perdeu mais do que ele nesta crise. A julgar pela velocidade com que sua fortuna evaporou em um ano, ele sabia do que estava falando.