junho 29, 2013

Popularidade de Dilma despenca 27 pontos após protestos, diz Datafolha


Por Sérgio Tahuata | Valor


A onda de manifestações que se alastrou pelo país fez o governo Dilma Rousseff bater um incômodo recorde: desde o Plano Collor, em 1990, que confiscou a poupança da população, um presidente não registra uma perda tão forte de popularidade de uma pesquisa para outra. O levantamento do instituto Datafolha, publicado pelo jornal Folha de S. Paulo neste sábado, indica uma queda de 27 pontos em três semanas.

Na primeira semana de junho, antes da onda de protestos, a aprovação do governo era de 57% - soma de respostas bom e ótimo. Em março, no auge da popularidade, o índice alcançou 65%. Na nova pesquisa, a aprovação caiu para 30%.
A queda só não foi menor que a ocorrida no governo Fernando Collor. Na época, após o confisco, a aprovação caiu 35 pontos, de 71% para 36%. No entanto, a popularidade da gestão Dilma caui hoje para patamar menor do que a de Collor à época.
Já o percentual do brasileiros que julga a gestão Dilma como ruim ou péssima também deu um salto: saiu de 9%, no início de junho, para 25%. E, numa escala de 0 a 10, a nota média da presidente caiu de 7,1 para 5,8.
O Datafolha ouviu 4.717 pessoas em 196 municípios. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

Quem paga essa conta?


As bondades prometidas pelo governo e o pelo congresso para atender aos gritos das ruas podem custar R$ 355 bilhões. Como cumprir a promessa sem perder o controle fiscal

Por Paulo JUSTUS e Denize BACOCCINA
No sábado 22, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, ligou para as lideranças do Movimento Passe Livre, que deu origem à onda de manifestações que se espalharam pelo País. Marcou um encontro dos garotos com a presidenta Dilma Rousseff para o início da tarde da segunda-feira 24. No mesmo dia, os 27 governadores e 26 prefeitos das capitais tinham um encontro marcado com a presidenta. Aos jovens do MPL, Dilma reconheceu o transporte como um direito social. Para cumprir a palavra, a presidenta garantiu aos governadores e prefeitos R$ 50 bilhões para melhorar a infraestrutura do transporte público. 
 
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Aplauso popular: deputados aprovam a derrubada da PEC 37, uma das várias bondades
que o Congresso prometeu cumprir para satisfazer as massas que foram às ruas
 
Tudo, segundo ela, sem aumentar os gastos públicos. “O primeiro pacto é pela responsabilidade fiscal, para garantir a estabilidade da economia e o controle da inflação”, afirmou Dilma, na cabeceira da mesa da sala de reunião suprema, no segundo andar do Palácio do Planalto. A presidenta anunciou, ainda, a intenção de promover um plebiscito para aprovar uma reforma política, pedida pelas ruas. No entanto, como dizia o economista americano Milton Friedman, não existe almoço grátis. Para atender às demandas populares, é preciso ter recursos em caixa. Como o dinheiro não se multiplica, quando o governo aumenta os gastos, quem paga a fatura são os contribuintes.
 
A conta deve subir ainda mais por outras bondades aprovadas pelo Congresso (leia quadro ao final da reportagem), como a concessão de quase R$ 4 bilhões para três ministérios e a aprovação acelerada do Plano Nacional de Educação. Juntando a repentina generosidade de Brasília, a conta deve ficar R$ 355 bilhões, dos quais R$ 60 bilhões no curto prazo. Mas ela deve aumentar em breve, se forem aprovados dois outros projetos em tramitação no Congresso, demandados pela população: o Plano Nacional de Educação (PNE), que eleva os gastos no setor para 10% do PIB até 2020, e outro que destina 10% das receitas brutas à saúde. Em valores de hoje, representaria um orçamento adicional de R$ 71 bilhões anuais para a educação e R$ 41,7 bilhões para a saúde. 
 
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, que há pouco mais de um mês anunciou um contingenciamento de R$ 28 bilhões para equilibrar o orçamento deste ano, não explicou de onde viriam os recursos. O momento, agora, é de dar uma satisfação à sociedade. Os deputados, por exemplo, derrubaram a PEC 37, que foi rejeitada nas ruas e que tiraria poderes de investigação do Ministério Público. Para especialistas no assunto, as contas não fecham. “Agenda positiva no Congresso pode ser lida como aumento de gastos”, diz Felipe Salto, economista da consultoria Tendências. Ele também questiona o discurso da presidenta Dilma, de compatibilizar os novos projetos com responsabilidade fiscal, sem dizer onde vai cortar. 
 
“Fica parecendo só um jogo de palavras.” O mercado também está escaldado com as contas do ano passado, quando o governo recorreu a vários recursos contábeis, incluindo empréstimos do Tesouro e adiantamento de dividendos das estatais. Por isso, muitos duvidam que o governo seja capaz de manter o superávit em 2,3% do PIB, já com as deduções. Na avaliação do economista Gabriel Leal de Barros, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE-FGV), para cumprir a meta, o governo terá de, fatalmente, cortar investimentos. “O cobertor é curto e as despesas com custeio não param de crescer: ou se compromete o superávit ou se corta em investimentos”, diz Barros. 
 
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Transporte coletivo na mesa: Dilma, ao lado do ministro Gilberto Carvalho (foto à esq.), promete aos líderes do MPL
tratar o transporte público como direito social. No mesmo dia, reuniu prefeitos e governadores para anunciar R$ 50 bilhões
 
Segundo ele, o governo deveria focar sua atenção mais na gestão do dinheiro público do que no aumento do volume. “Grande parte dos problemas nos serviços públicos se deve à má execução dos investimentos, não à falta de verbas”, afirma Barros. A saúde, o maior orçamento da União neste ano, com R$ 92 bilhões, é um desses casos. “Já temos muitos recursos na saúde, precisamos é gastar com eficiência”, diz Eduardo Rodrigues, presidente da Associação Nacional dos Servidores do Ministério do Planejamento. Uma solução, no âmbito do Sistema Único de Saúde seria unificar as compras de insumos. O anúncio dos R$ 50 bilhões para o investimento em transporte urbano também precisa ser monitorado para que os recursos sejam aplicados de modo eficiente. 
 
Nessa área, na verdade, dinheiro não é o maior problema. O que falta é planejamento e projetos para uso adequado nos municípios e regiões metropolitanas. Os recursos federais para mobilidade urbana somam R$ 88,8 bilhões, de acordo com o Ministério das Cidades, incluindo repasses a fundo perdido e financiamentos. Desse total, apenas R$ 40,1 bilhões já foram alocados, e somente obras num valor de R$ 2,8 bilhões foram concluídas. O restante continua à disposição. “Os Estados e municípios que estavam mais organizados já conseguiram pegar esses recursos”, diz o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro. Outra promessa da presidenta Dilma, a realização de plebiscito para aprovar a reforma política, pode custar até R$ 500 milhões. 
 
Entre as bondades aprovadas pela Câmara, numa sessão que começou no início da noite da terça-feira 25 e avançou pela madrugada, está a destinação de metade dos recursos provenientes dos royalties do petróleo para educação e saúde – na proporção de 75% para a primeira e 25% para a segunda. O projeto aprovado na Câmara muda a proposta do Executivo, de destinar apenas os rendimentos do fundo social do pré-sal para a educação, preservando a maior parte dos recursos para aplicação futura. Pelos cálculos do relator do projeto, o deputado André Figueiredo (PDT-CE), o montante chegará a R$ 295 bilhões nos próximos dez anos, enquanto o projeto do Executivo traria um adicional à educação de apenas R$ 25 bilhões nesse período. “O Brasil é um dos poucos países do mundo que estão destinando recursos finitos do petróleo para o custeio de despesas que são permanentes”, alerta Barros, do IBRE-FGV. 
 
Os deputados também criaram um fundo para compensar Estados e municípios das desonerações tributárias já em vigor e concederam outras, para o setor de transporte. Toda essa generosidade ocorre na mesma semana em que o Banco Central reduziu para 2,7% a previsão de crescimento da economia em 2013 e o Tesouro divulgou uma queda de 29,5% no superávit dos cinco primeiros meses deste ano em relação a 2012. Nesse período, a arrecadação cresceu apenas 0,77% em relação ao ano passado. Ainda assim, o governo prorrogou, na quinta-feira 27, o IPI menor para móveis e eletrodomésticos. O somatória de tudo isso provavelmente será o aumento do endividamento. A solução contraria a prudência, mas pode ser adotada, até porque opovo que tomou as ruas nas últimas semanas quer mais. Mas é dever dos governantes atender aos anseios de hoje sem comprometer o futuro.
 
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junho 27, 2013

São Paulo, 27 de junho de 2013
Aprovação da Proposta para Pagamento de Juros sobre o Capital Próprio Intermediários
Prezado (a) Senhor (a), 
O Banco Bradesco S.A. informa que seu Conselho de Administração, em reunião hoje realizada, aprovou proposta da Diretoria para pagamento de juros sobre o capital próprio intermediários, relativos ao primeiro semestre de 2013, aos acionistas da Sociedade, no valor total de R$830 milhões, sendo R$0,188253558 por ação ordinária e R$0,207078914 por ação preferencial.
Serão beneficiados os acionistas que estiverem inscritos nos registros da Sociedade nesta data, passando as ações a ser negociadas “ex-direito” aos juros intermediários a partir de 28.6.2013.
O pagamento será feito em 18.7.2013 pelo valor líquido de R$0,160015524 por ação ordinária e R$0,176017077 por ação preferencial, já deduzido o Imposto de Renda na Fonte de 15% (quinze por cento), exceto para os acionistas pessoas jurídicas que estejam dispensados da referida tributação, que receberão pelo valor declarado, da seguinte forma:
  • aos acionistas com ações depositadas na Sociedade e que mantêm os dados cadastrais e bancários atualizados, mediante crédito a ser efetuado nas contas correntes em Instituição Financeira por eles indicadas. Aqueles que não possuírem tais dados atualizados deverão apresentar-se na Agência Bradesco de sua preferência, munidos de CPF, RG e comprovante de residência, para atualização cadastral e recebimento dos respectivos valores a que têm direito;
     
  • aos acionistas com ações depositadas na BM&FBOVESPA S.A. - Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros, por intermédio das Instituições e/ou Corretoras que mantêm suas posições em custódia.
Os juros intermediários, líquidos de Imposto de Renda na Fonte, aprovados:
1) representam, aproximadamente, 10 vezes o valor dos juros sobre o capital próprio mensalmente pagos;
2) serão computados no cálculo dos dividendos obrigatórios do exercício previstos no estatuto social.
Atenciosamente,
Banco Bradesco S.A.
Moacir Nachbar Junior
Diretor Executivo Adjunto

Dúvidas ou mais informações entrar em contato com o DRM - Departamento de Relações com o Mercado
+55 (11) 2178-6201.

Congresso entra em ritmo frenético e derruba até voto secreto para cassação


Pressionados por manifestações nas ruas, parlamentares aprovam propostas que estavam no limbo há anos

João Domingos - O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - Em marcha forçada pela pressão das ruas, Câmara e Senado adotaram um ritmo frenético de votações ontem e aprovaram várias propostas - algumas em tramitação há décadas - que surgiram na pauta de reivindicação da sociedade nas manifestações dos últimos dias.
Protestos continuam e manifestantes levam a pauta das ruas para presidentes da Câmara e do Senado - Dida Sampaio/AE
Dida Sampaio/AE
Protestos continuam e manifestantes levam a pauta das ruas para presidentes da Câmara e do Senado
Nesse compasso, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou a proposta de emenda constitucional (PEC) que institui o voto aberto para processos de cassação de mandato de parlamentar por falta de decoro e por condenação criminal, que ficou quase seis anos no limbo das votações. O Senado concluiu a votação, relâmpago, da lei que regulamenta a distribuição do Fundo de Participação dos Estados (FPE) com uma cláusula de proteção aos Estados. O Congresso deveria ter deliberado sobre as regras de distribuição do fundo em 1991.
Tanto o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), quanto o da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), convidaram representantes de movimentos e jovens ativistas que ocupam as ruas para reuniões no Parlamento com o propósito de conhecer a pauta de reivindicações. Deles, ouviram pedidos por mais cidadania, menos corrupção e até mesmo para que Calheiros deixe a presidência do Senado e o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) renuncie à presidência da Comissão de Direitos Humanos.
Na pauta do clamor popular, a Câmara já havia rejeitado na noite de terça-feira a proposta de emenda constitucional que retrava poderes de investigação do Ministério Público. Antes apoiada pela maioria absoluta dos deputados, a chamada PEC 37 foi surpreendentemente derrubada por 430 votos contra apenas 9 a favor e 2 abstenções.
A proposta que institui o voto aberto nos processos de cassação dos parlamentares foi apresentada pela primeira vez em 2007 e, no ano passado, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) insistiu e reapresentou a ideia.
Donadon e mensaleiros. Aprovada na CCJ da Câmara, será agora apreciada por uma comissão especial. Depois, seguirá para o plenário, onde terá de ser aprovada por 308 votos, em dois turnos. O projeto já foi aprovado pelo Senado. Não será aprovada antes do julgamento do deputado Natan Donadon (PMDB-RO), que teve ontem pena de prisão decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por seus pares (leia na A8). Mas deverá valer para os condenados no processo do mensalão, cujo julgamento na Casa deve ocorrer em 2014.
Também será julgado por voto aberto o parlamentar que firmar contrato com órgão ou entidade pública ou assumir um cargo nessas instituições após eleito. Valerá o voto aberto se o parlamentar responder a processo de cassação por acúmulo de mandato eletivo, se for proprietário ou diretor de empresa contratada por órgão público, ou se ocupar um cargo nesse tipo de instituição. Todos esses casos já estão previstos na Constituição e podem resultar em perda de mandato, mas o voto era secreto.
Fundo estadual. O projeto que estabelece as regras para a distribuição do FPE foi aprovado em cima da hora. O STF havia decidido que o Congresso deveria criar nova legislação para o fundo dos Estados até hoje. O projeto entrará em vigor com a sanção da presidente Dilma Rousseff. Como o FPE é formado por 21,5% da receita do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), deputados e senadores inseriram um dispositivo impedindo que desonerações relativas a esses tributos, concedidas pela União para estimular determinados setores, reduzam os repasses aos Estados. Agora a União só pode desonerar impostos federais.

OSX, de Eike, dá calote milionário em fornecedor, diz jornal


Segundo a Folha de São Paulo, estaleiro do empresário não pagou cerca de 500 milhões de reais à construtora Acciona


Fred Prouser / Reuters
Eike Batista é visto durante uma conferência em Beverly Hills, nos EUA
Empresa de Eike Batista tem quase 2 bilhões de reais em dívidas bancárias, nos próximos 12 meses
São Paulo – A crise pela qual Eike Batista está passando ganhou um novo capítulo. De acordo com a Folha de São Paulo, a OSX, estaleiro do empresário, deu um calote de 500 milhões de reais na construtora Acciona, uma das principais fornecedoras da companhia. Ainda segundo o jornal, as empresas negociam os próximos passos, porém a companhia espanhola cogita a possibilidade de pedir a falência da brasileira.
A Acciona é responsável pela construção do píer da OSX no porto do Açu, em São João da Barra, no Rio de Janeiro. A Folha afirma que as obras estão quase abandonadas, mas a empresa rebateu a informação, afirmando que nada foi nem será paralisado. A respeito dos contratos com fornecedores, a empresa de Eike afirmou que não poderia comentar.
A situação atual da OSX é delicada. De acordo com o jornal, a dívida da empresa com fornecedores é de 724 milhões de reais. Os débitos bancários que vencem nos próximos 12 meses são de quase 2 bilhões de reais e os maiores credores da companhia são o Itaú BBA, BNDES, Caixa Econômica Federal e o Arab Banking Corporation. Os valores a serem pagos no curto prazo, segundo a empresa, estão “equacionados”.
Na noite deste domingo, por meio de sua assessoria de imprensa, a OSX se pronunciou sobre a notícia publicada no jornal e afirmou que a informação é falsa. Confira a seguir a nota na íntegra:
"Sobre a matéria publicada neste domingo, dia 23 de junho, pelo jornal Folha de São Paulo, a OSX esclarece que, desde a publicação de Fato Relevante em 17 de maio de 2013, vem, como anunciado, renegociando alguns acordos comerciais, de modo a adequar tais contratações ao faseamento das obras de implantação de sua Unidade de Construção Naval no Açu. Nesse sentido, a companhia já renegociou diversos desses contratos e vem honrando as obrigações assumidas, visando a continuidade do estaleiro e a adequada e leal relação com seus fornecedores e parceiros comerciais. Os investimentos no estaleiro não foram suspensos e sim readequados ao faseamento divulgado.
Nesse contexto, a notícia sobre suposto crédito não honrado junto ao fornecedor Acciona é falsa: as duas empresas vêm, a exemplo dos demais casos, negociando a apuração de obrigações de parte a parte, não existindo qualquer título, decisão ou medida que fundamente a notícia veiculada. Tais negociações são sujeitas a severas obrigações de confidencial idade, de modo que a Companhia não pode oferecer mais detalhes sobre o assunto.
A OSX aproveita para esclarecer que o seu perfil de seu endividamento é compatível com seus projetos e é substancialmente de longo prazo, a exemplo dos projetos das plataformas OSX-1, 2 e 3, cujo prazo médio de amortização encontra-se acima de 5 anos. As dívidas de curto prazo estão sendo devidamente quitadas eaquelas ligadas a projetos de longo prazo estão sendo equacionadas com prazos compatíveis.
Também em linha com o já citado anúncio feito por meio do Fato Relevante de 17 de maio, a Companhia vem sendo assessorada por consultores de primeira linha para, em prazos e condições compativeis com os atuais contextos de mercado e empresarial, assegurar a adequada continuidade de seus projetos, inclusive em respeito aos colaboradores, investidores, parceiros comerciais, e demais partes envolvidas com o empreendimento."

EBX pode ser fatiada para facilitar vendas



Segundo Estadão, holding deixará de administrar companhias X, de Eike Batista, para simplificar negociações dos ativos


VEJA SÃO PAULO
Eike Batista
Eike Batista: holding do empresário pode ser desmembrada
São Paulo - A EBX, holding que controla todas as empresas X, de Eike Batista, pode ser dividida para facilitar a venda das operações do grupo. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, desta quinta-feira, as companhias deixarão de ser interligadas e a estratégia  simplificaria a negociação dos ativos.
De acordo com uma fonte ouvida pelo Estadão, o objetivo é que a EBX se torne uma gestora de ativos que permanecerem com o empresário após o processo de venda. O processo aconteceria mesmo sem a crise que assola o grupo do bilionário, mas aconteceria somente em 2016, quando todas as empresas estivessem em plena fase operacional.
Há pelo menos um ano, Eike vive um dilema com suas empresas e a venda de algumas operações tem sido cogitada para que o grupo ganhe fôlego para se recuperar.
Em meados de 2012, após anunciar a produção de 5.000 barris de óleo equivalente por dia – volume muito abaixo do estimado para o Campo de Tubarão, na Bacia de Campos - a OGX, principal empresa do grupo, começou a perder força e credibilidade no mercado.
Desde então,o empresário vem buscando alternativas para reverter a imagem negativa diante dos investidores e acionistas, as tentativas não têm surtido efeito.

Agenda do investidor para esta quinta-feira


A FGV (Fundação Getulio Vargas) divulga o IGP-M, índice de inflação calculado todo o mês e comumente utilizado para a correção de contratos de aluguel e tarifas de energia elétrica. Nos EUA o Departamento do Trabalho divulga os Pedidos de Seguro-Desemprego semanal. O Departamento do Comércio divulga a Renda e Gastos Pessoais e publica as Vendas Pendentes de Imóveis.
MMX dá mais detalhes sobre negociações em curso
Após ser questionada pela CVM, a MMX Mineração (MMXM3) apresentou mais detalhes ontem à noite sobre as negociações em curso. A companhia reforçou que tem avaliado oportunidades de negócios, incluindo a venda de ações detidas pelo acionista controlador da companhia, Eike Batista, assim como a venda de seus ativos. A MMX mantém discussões com diversos players do mercado, entre eles a suíça Glencore Xtrata (LSE:GLEN) e a holandesa Trafigura. No entanto, a MMX afirma que ainda não há qualquer documento assinado ou definição sobre o negócio. A MMX manterá seus acionistas informados tão logo exista qualquer fato ou decisão a ser divulgada de maneira completa, suficiente e adequada.

junho 25, 2013

Dilma propõe 5 pactos e plebiscito para constituinte da reforma política

Presidente reuniu 27 governadores e 26 prefeitos de capitais em Brasília.

Encontro foi motivado pelas reivindicações surgidas nos protestos de rua.

Priscilla Mendes, Fabiano Costa e Nathalia PassarinhoDo G1, em Brasília

A presidente Dilma Rousseff propôs na tarde desta segunda-feira (24) aos 27 governadores e aos 26 prefeitos de capitais convidados por ela para reunião no Palácio do Planalto a adoção de cinco pactos nacionais (por responsabilidade fiscal, reforma política, saúde, transporte, e educação).
(O G1 acompanha em tempo real os protestos pelo país, em fotos e vídeos:veja aqui.)
Em relação ao segundo pacto, a presidente apresentou a proposta de convocação de um plebiscito para que o eleitorado decida sobre a convocação de um processo constituinte específico destinado a fazer a reforma política.
"Quero neste momento propor um debate sobre a convocação de um plebiscito popular que autorize o funcionamento de um processo constituinte específico para fazer a reforma política que o país tanto necessita. O Brasil está maduro para avançar e já deixou claro que não quer ficar parado onde está", declarou a presidente.
OS 5 PACTOS NACIONAIS PROPOSTOS POR DILMA
1. Responsabilidade fiscal e controle da inflação
2. Plebiscito para formação de uma constituinte sobre reforma política
3. Saúde
4. Educação
5. Transportes
A reunião com governadores e prefeitos foi convocada como forma de resposta à série de manifestações que levaram milhares às ruas em protesto contra aspectos da conjuntura política, econômica e a qualidade dos serviços públicos.
Economia
O primeiro pacto apresentado pela presidente a governadores e prefeitos foi por responsabilidade fiscal, estabilidade da economia e controle da inflação . "Este é um pacto perene para todos nós", declarou.
Segundo a presidente, o pacto pela preservação dos fundamentos da economia "é uma dimensão especialmente importante no momento atual, quando a prolongada crise econômica mundial ainda castiga as nações".
Reforma política
No capítulo da reforma política, Dilma propôs aprofundar a participação popular por meio de um debate sobre a convocação de um plebiscito.
De acordo com a presidente, o processo constituinte seria específico para estabelecer regras da reforma política. Uma reforma política pode produzir mudanças na forma de escolha de governantes e parlamentares, financiamento de campanhas eleitorais, coligações entre partidos, propaganda na TV e no rádio e outros pontos.
Segundo Dilma, o debate da reforma política "entrou e saiu" várias vezes da pauta nas últimas décadas.
"É necessário que nós [...] tenhamos a iniciativa de romper um impasse. Quero neste momento propor um debate sobre a convocação de um plebiscito popular que autorize o funcionamento de um processo constituinte específico para fazer a reforma política que o país tanto necessita", disse.
É necessário que nós [...] tenhamos a iniciativa de romper um impasse. Quero neste momento propor um debate sobre a convocação de um plebiscito popular que autorize o funcionamento de um processo constituinte específico para fazer a reforma política que o país tanto necessita."
Corrupção
A presidente defendeu um combate "contundente" à corrupção e disse que, para isso, é necessário endurecer a legislação, de modo a que a corrupção dolosa seja classificada como crime hediondo, "com penas severas".
Saúde
Para melhorar os serviços públicos de saúde, Dilma pediu aos governadores e prefeitos para "acelerar" os investimentos já contratados em hospitais, unidades de pronto-atendimento e unidades básicas de saúde e ampliar a adesão de hospitais filantrópicos ao programa do Ministério da Saúde que troca dívidas por mais atendimento.
Ela disse que o governo quer incentivar a ida de médicos para as cidades que mais necessitam de atendimento de saúde, e, quando não houver brasileiros disponíveis, contratar médicos estrangeiros para trabalhar exclusivamente no Sistema Único de Saúde (SUS).
"Gostaria de dizer à classe médica brasileira que não se trata nem de longe de uma medida hostil ou desrespeitosa aos nossos profissionais. Trata-se de uma ação emergencial, localizada, tendo em vista a dificuldade que estamos enfrentando para encontrar médicos em número suficiente ou com disposição para trabalhar nas áreas remotas do país ou nas zonas mais pobres das nossas grandes cidades", afirmou Dilma, para quem o Brasil é um dos países que menos emprega médicos estrangeiros.
A presidente também disse que o programa de ampliação de vagas em cursos de medicina, classificado por ela como "o maior da história", vai resultar na criação de 11.447 novas vagas de graduação e 12.376 novas vagas de residência médica para estudantes brasileiros até 2017.
Essa decisão [o anúncio de R$ 50 bilhões para obras de mobilidade urbana] é reflexo do pleito pela melhoria do transporte coletivo no país, onde as grandes cidades crescem e onde no passado houve a incorreta opção de não se investir em metrôs."
Transportes
Para o problema do transporte público, apontado com um dos fatores que determinaram a eclosão da onda de manifestações pelo país, Dilma falou em dar um "salto de qualidade".
Ela destacou a desoneração fiscal do setor promovida pelo governo federal, o que, segundo afirmou, permitiu a redução das tarifas de ônibus em 7.23% e a de metrô e dos trens em 13,25%.
"Estamos dispostos agora a ampliar desoneração do PIS-Cofins sobre o óleo diesel dos ônibus e a energia elétrica consumida por metrô e trens. Esse processo pode ser fortalecido pelos estados e municípios com a desoneração dos seus impostos. Tenho certeza que os senhores estarão sensíveis a isso", afirmou, dirigindo-se a governadores e prefeitos.
Ela também anunciou a destinação de mais de R$ 50 bilhões para novos investimentos em obras de mobilidade urbana.
"Essa decisão é reflexo do pleito pela melhoria do transporte coletivo no país, onde as grandes cidades crescem e onde no passado houve a incorreta opção de não se investir em metrôs", declarou.
Outro anúncio durante a abertura da reunião foi a criação do Conselho Nacional do Transporte Público, com a participação de representantes da sociedade civil e dos usuários, para assegurar "uma grande da participação da sociedade na discussão política do transporte" e "uma maior transparência e controle social no cálculo das tarifas".
Avançamos muito na últimas décadas para reverter o atraso secular da nossa educação, mas agora precisamos, vou repetir, de mais recursos. O governo tem lutado junto ao Congresso Nacional para que 100% dos royalties do petróleo e 50% dos recursos do pré-sal a serem recebidos pelas prefeituras, pelo governo federal, pelos municípios e a parte da União, repito, sejam investidos na educação."
Educação
Para a área de educação, Dilma pediu apoio para o projeto que destina 100% dos royalties da exploração do petróleo para a educação, em tramitação no Congresso.
"Avançamos muito na últimas décadas para reverter o atraso secular da nossa educação, mas agora precisamos, vou repetir, de mais recursos. O governo tem lutado junto ao Congresso Nacional para que 100% dos royalties do petróleo e 50% dos recursos do pré-sal a serem recebidos pelas prefeituras, pelo governo federal, pelos municípios e a parte da União, repito, sejam investidos na educação. Confio que os senhores congressistas aprovarão esse projeto que tramita no Legislatvo com urgência constitucional", disse.
Para a presidente, nunca houve país no mundo que tenha se tornado desenvolvido sem um "esforço concentrado" na educação.  Segundo ela, "nenhuma nação é capaz de se desenvolver sem alfabetização na idade certa, sem creches para a população que mais precisa, sem educação em tempo integral, sem ensino técnico profissionalizante,  sem universidades de excelência, sem pesquisa, ciência e inovação".
"São condições essenciais para alcançar essas metas, a formação, valorização e bons salários para os educadores e isso exige recursos", afirmou.