junho 29, 2012

Agenda do investidor para esta sexta-feira



A FGV (Fundação Getulio Vargas) publica a Sondagem do Setor de Serviços, indicador produzido mensalmente que informa as tendências de curto prazo e o estado geral das empresas do setor. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga o IPP (Índice de Preços ao Produtor) que mede a evolução dos preços de produtos na porta de fábrica, sem impostos e fretes, de 23 setores da indústria brasileira de transformação. O Banco Central publica a Nota de Política Fiscal com os dados sobre o montante e composição da dívida pública federal. Nos EUA, o Departamento do Comércio divulga a Renda e Gastos Pessoais. A Universidade de Michigan/Reuters apresenta a Confiança do Consumidor, índice que revela a confiança e expectativa do consumidor em relação à economia em geral.
Boa notícia? OGX demite presidente
A OGX Petróleo (OGXP3) anunciou ontem à noite um novo presidente para a companhia, após o desastre ocorrido com suas ações, que já perderam 63% do valor no ano. Luiz Eduardo Guimarães Carneiro assume o posto de Paulo Mendonça, que ocupará uma posição no Conselho da Presidência do Grupo EBX. Luiz Carneiro, tem sólida experiência de mais de 30 anos na indústria de petróleo, tendo ocupado diversas posições relevantes na Petrobras e, até ontem, era Diretor Presidente da OSX Brasil, cargo que ocupava desde 2009. A notícia é relevante pois mostra uma mudança drástica de foco da OGX e ordem do dia: produção, produção e produção de petróleo. O mercado quer ver Eike Batista com as mãos banhadas no ouro negro. Luiz Carneiro é especialista em Exploração e Produção. Em comunicado emitido ontem, a OGX afirma que a companhia passa por uma nova fase em que a produção adquire especial importância, no entanto, sem prejuízo da continuidade da campanha exploratória.

BTG também pode estar na disputa pelo BMG



Além do Bradesco, banco de André Esteves estaria interessado no negócio

  
 
Julio Bittencourt
André Esteves, fundador do BTG Pactual
André Esteves, fundador do BTG Pactual
São Paulo - Além do Bradesco, o banco BTG Pactual, de André Esteves, estaria comversando sobre uma possível negociação com o BMG. A informação é do jornal Valor Econômico, desta sexta-feira.
Segundo reportagem, as duas instituições financeiras começaram a conversar antes mesmo das frustradas negociações do BTG com o Cruzeiro do Sul, no início do mês de junho.
A ideia é que o BTG assuma o controle do banco, mas que a família Pentagna Guimarães - que controla o BMG - permaneça como acionista. Ainda de acordo com o Valor, a intenção é unir as operações do Panamericano com a do BMG.
Há cerca de um ano, rumores de que o BTG estaria interessado em comprar o BMG, por meio do Panamericano, circularam no mercado. Na ocasião, o banco não descartou a negociação, mas afirmou que não existia nada de concreto naquele momento para ser divulgado.
Panamericano, em 2010, viveu a pior de suas crises, o banco apresentou um rombo de 4 bilhões de anos. No começo do ano passado, o BTG comprou a totalidade de ações do Grupo Silvio Santos no PanAmericano por 450 milhões de reais.

Eike Batista despenca 13 posições em ranking de bilionários em 2 dias



Brasileiro caiu da 14ª posição no ranking da 'Bloomberg' para o 27º lugar.
Fortuna de Eike caiu de US$ 34,5 bilhões, em março, para US$ 19,6 bi.


Eike Batista em evento no Rio nesta terça-feira (Foto: Bernardo Tabak/G1)Eike Batista, chamado pela 'Forbes' de 'o maior
perdedor do ano' (Foto: Bernardo Tabak/G1)
O empresários Eike Batista despencou no ranking de bilionários da agência "Bloomberg". Em dois dias, o brasileiro caiu da 14ª posição para o 27º lugar.
O brasileiro, que chegou a ocupar a oitava posição no mês de março, tem sua fortuna avaliada atualmente em US$ 19,6 bilhões, uma "perda" de US$ 14,9 bilhões em relação ao valor estimado pela Bloomberg no fim de março (US$ 34,5 bilhões).
Na quarta-feira (27), o patrimônio de Eike era estimado em US$ 23,4 bilhões, o que colocava o brasileiro na 14ª posição da lista. Na quinta-feira (28), ele já aparecia como o 21º mais rico do mundo, com uma fortuna de US$ 21,1 bilhões.
O empresário também despencou na lista dos maiores bilionários da "Forbes". Na quinta-feira (28), o site da revista publicou reportagem na qual afirma que Eike Batista já perdeu neste ano cerca de 50% da sua fortuna. A revista que apontava, em março, o empresário como o sétimo mais rico do mundo, agora calcula que o brasileiro caiu para a 46º posição. A Forbes já chama o brasileiro de "o maior perdedor do ano" e afirma que a fortuna dele caiu de US$ 30 bilhões para US$ 14,5 bilhões.

O OGX Petróleo liderou as perdas: a empresa ficou R$ 10,74 bilhões “menor” em valor de mercado nestes dois dias. Na quarta-feira, os papéis da empresa de petróleo e gás caíram mais de 25% e nesta quinta-feira recuaram quase 20%. Com isso, a empresa terminou o dia com valor de mercado de R$ 16,34 bilhões.Valor de mercado das empresas 'X' encolhem
As companhias de Eike Batista perderam R$ 13,8 bilhões em valor de mercado em dois dias, segundo levantamento feito pela consultoria Economatica a pedido do G1.  As empresas 'X'  encolheram R$ 8,37 bilhões no pregão de quarta-feira (27) e nesta quinta-feira (28) perderam mais R$ 5,44 bilhões.
Desde o início do mês, as sete companhias com ações negociadas em bolsa (OGX, MMX, LLX, CCX, OSXMPX e PortX) já “encolheram” R$ 20,27 bilhões, segundo a Economatica. No ano, a perda de valor de mercado já chega a R$ 31,07 bilhões.
Desconfiança dos investidores
Na noite de terça-feira, a OGX divulgou que a vazão de óleo nos primeiros poços perfurados pela empresa em um campo na bacia de Campos é de 5 mil barris de óleo equivalente (boe) por dia, apenas um terço do que o mercado esperava. A notícia contaminou o desempenho das demais ações do grupo de Batista, que também tiveram perdas acentuadas.
Em teleconferência na quarta-feira, Eike tentou acalmar os investidores. O empresário afirmou que o grupo está trabalhando para elevar a produtividade dos poços na Bacia de Campos e descartou qualquer chance de falência da empresa. Segundo ele, a OGX é uma empresa sólida, com caixa e "muito viável".
Os esforços do bilionário, no entanto, para acalmar investidores surtiram pouco efeito e o mercado continua questionando as bases do programa de crescimento das empresas 'X'.

OGX cai 45% desde o começo do ano



Após a OGX Petróleo (OGXP3) apresentar estimativas mais firmes para seus poços em produção ontem, as ações da companhia registram forte queda de 26%, com um volume altíssimo de negociações, em torno de 6 vezes a média diária do passado recente. Desde o começo de 2012, as ações da companhia já perderam mais de 45% do seu valor de mercado, que tem mostrado falta de paciência com os resultados da companhia. Após seguidos adiamentos no início da produção, parece que a OGX não cumprirá as ambiciosas metas da companhia para os próximos anos. Ao final da tarde de ontem a OGX convocou uma teleconferência com analistas para tentar reverter o quadro de pessimismo. Eike Batista veio pessoalmente defender a companhia. Continuam as estimativas iniciais de recuperar 110 milhões de barris de petróleo do campo de Tubarão Azul e nos próximos meses mais poços entrarão em produção. A verdade é que os investidores deveriam compreender os riscos de se investir em uma companhia pré-operacional como a OGX. Da mesma forma que notícias como as de ontem fazem despencar as ações da companhia, boas notícias e às vezes inesperadas, podem ter o efeito inverso.

OGX ANUNCIA NOVO DIRETOR PRESIDENTE


FATO RELEVANTE

Rio de Janeiro, 28 de junho de 2012 - A OGX Petróleo e Gás Participações S.A. (“OGX”) (Bovespa: OGXP3; OTC: OGXPY.PK), empresa brasileira de óleo e gás natural responsável pela maior campanha exploratória privada no Brasil, vem ao mercado comunicar que:
Consolidando a natural evolução da OGX para uma nova fase em que a produção adquire especial importância, sem qualquer prejuízo da continuidade da campanha exploratória, o Conselho de Administração da Companhia, presidido pelo Sr. Eike Batista, deliberou pela nomeação do Sr. Luiz Eduardo Guimarães Carneiro, atual Diretor Presidente (CEO) da OSX, para o cargo de Diretor Presidente (CEO) da OGX. Após um bem sucedido ciclo exploratório, iniciado em 2008, o atual Diretor Presidente da Companhia, Sr. Paulo Mendonça, deixará o posto para ocupar a posição de conselheiro da Presidência do Grupo EBX.
O novo presidente da Companhia, Sr. Luiz Carneiro, tem sólida experiência de mais de 30 anos na indústria de petróleo, tendo ocupado diversas posições relevantes na Petrobras, liderando, entre elas as áreas de: Exploração e Produção (E&P), Engenharia, Produção da Bacia de Campos e nas demais bacias do Brasil. O Sr. Carneiro era Diretor Presidente da OSX desde 2009, sendo formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal Fluminense e Engenharia de Petróleo pela Petrobras. O Sr. Carneiro possui MBA pela Columbia University em Nova Iorque.
“Agradeço imensamente ao Paulo Mendonça pelas históricas conquistas exploratórias da OGX, que nos permitiram dar esse importante passo na direção da consolidação da capacidade de produção de petróleo da OGX, para o que contamos com a sólida experiência de Luiz Carneiro” comentou o Sr. Eike Batista, presidente do Conselho de Administração da Companhia.

SOBRE A OGXFocada na exploração e produção de óleo e gás natural, a OGX Petróleo e Gás SA é responsável pela maior campanha exploratória privada no Brasil. A OGX possui um portfólio diversificado e de alto potencial, composto por 30 blocos exploratórios no Brasil, nas Bacias de Campos, Santos, Espírito Santo, Pará-Maranhão e Parnaíba e 4 blocos exploratórios na Colômbia, nas Bacias de Cesar-Ranchería e Vale Inferior do Madalena. A área total de extensão dos blocos é de 7.000 km² em mar e cerca de 37.000 km² em terra, sendo 24.500 km² no Brasil e 12.000 km² na Colômbia. Além de contar com um quadro de profissionais altamente qualificados, a companhia possui sólida posição financeira, com cerca de US$ 3,6 bilhões (em março de 2012) para investimentos em exploração, produção e novos negócios. Em junho de 2008, a empresa captou recursos na ordem de R$ 6,7 bilhões em sua oferta pública de ações, no maior IPO primário da história da Bovespa até então. A OGX é parte do Grupo EBX, conglomerado industrial fundado e liderado pelo empresário brasileiro Eike Batista, que possui um comprovado histórico de sucesso no desenvolvimento de novos empreendimentos nos setores de recursos naturais e infraestrutura. Para mais informações visite o site: www.ogx.com.br/ri
Aviso LegalEste documento contém algumas afirmações e informações relacionadas à Companhia que refletem a atual visão e/ou expectativa da Companhia e de sua administração a respeito do seu plano de negócios. Estas afirmações incluem, entre outras, todas as afirmações que denotam previsão, projeção, indicam ou implicam resultados, performance ou realizações futuras, podendo conter palavras como “acreditar”, “prever”, “esperar”, “contemplar”, “provavelmente resultará” ou outras palavras ou expressões de acepção semelhante. Tais afirmações estão sujeitas a uma série de expressivos riscos, incertezas e premissas. Advertimos que diversos fatores importantes podem fazer com que os resultados reais divirjam de maneira relevante dos planos, objetivos, expectativas, estimativas e intenções expressas neste documento. Em nenhuma hipótese a Companhia ou seus conselheiros, diretores, representantes ou empregados serão responsáveis perante quaisquer terceiros (inclusive investidores) por decisões ou atos de investimento ou negócios tomados com base nas informações e afirmações constantes desta apresentação, e tampouco por danos indiretos, lucros cessantes ou afins. A Companhia não tem intenção de fornecer aos eventuais detentores de ações uma revisão das afirmações ou análise das diferenças entre as afirmações e os resultados reais. É recomendado que os investidores analisem detalhadamente o prospecto da OGX, incluindo os fatores de risco identificados no mesmo. Esta apresentação não contém todas as informações necessárias a uma completa avaliação de investimento na Companhia. Cada investidor deve fazer sua própria avaliação, incluindo os riscos associados, pra tomada de decisão de investimento.
Contatos OGX
Investidores:
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 Eduardo Lucchesi,  eduardo.lucchesi@ogx.com.br 
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Mídia:
   Camila Manfredini, camila.manfredini@ogx.com.br
 +55 21 2555 4673

junho 27, 2012

CONVITE TELECONFERÊNCIA OGX


CONVITE TELECONFERÊNCIA OGX
A OGX Petróleo e Gás Participações S.A. (Bovespa: OGXP3; OTC: OGXPY.PK) comunica ao mercado que realizará hoje, 27 de junho, após o fechamento do mercado, uma teleconferência para discutir o Comunicado divulgado pela Companhia ontem à noite sobre o nível de produção por poço no Campo de Tubarão Azul.
A teleconferência terá a participação do Presidente do Conselho da OGX, Sr. Eike Batista e será realizada às 18:15 (horário de Brasília). A teleconferência será conduzida em inglês, com tradução simultânea para o português, também disponível através de webcast.
 
Áudio Conferência:Quarta-feira, 27 de junho às 18:15 (horário de Brasília); 17:15 am (horário de NY)
Telefone Brasil: +55 11 4688-6341
Telefone EUA: +1 888 700-0802 ou +1 786 924-6977
Código: OGX
Webcast em português: www.ccall.com.br/ogx/270612p.htm 
Webcast em inglês: www.ccall.com.br/ogx/270612e.htm  
Favor conectar-se 10 minutos antes do início da teleconferência.
Rio de Janeiro, 27 de junho de 2012.

Executivos aceitam ganhar menos, desde que em "dinheiro vivo"


Por Stela Campos | Valor

Gustavo Lourenção/Valor / Gustavo Lourenção/Valor
Para João Lins, sócio da PwC Brasil, os incentivos de longo prazo podem não ser tão eficazes quanto se imagina
É difícil imaginar um executivo do mercado financeiro avesso ao risco. Na verdade, diante da maior parte das situações eles costumam ser bem destemidos. A exceção acontece com o próprio bolso. Na hora de receber, eles preferem um pagamento até mais modesto em dinheiro vivo a ter que esperar alguns anos por uma bolada de remuneração variável na forma de ações ou bônus.
Essa é uma das conclusões de uma pesquisa conduzida pela PwC junto com a London School of Economics (LSE), que ouviu a opinião de 1106 executivos do primeiro escalão de grandes empresas de diversos países, incluindo 56 brasileiros. No levantamento, 72% dos dirigentes afirmaram preferir um salário menor do que receber um bônus com valor mais alto no futuro.
O estudo revela que os incentivos de longo prazo, amplamente usados pelas companhias como instrumentos para segurar esses executivos na casa, na verdade podem não ser tão eficazes assim. "É preciso ter cuidado, uma vez que programas alavancados talvez não tenham uma grande força de atração e retenção de talentos", diz João Lins, sócio da PwC Brasil e líder de consultoria em gestão de pessoas.
No Brasil, assim como em outros países emergentes, a situação é ligeiramente diferente. Isso porque, nesses locais, a prática de remuneração variável ganhou força nos últimos três anos por conta do aquecimento do mercado. Os executivos, assim, mostraram-se dispostos a se arriscar para ganhar mais no futuro. "Aqui, ainda existe espaço para esse tipo de pagamento crescer", diz Lins.
Entre os vários modelos de incentivos de longo prazo, como o bônus diferido (a ser pago no futuro, mas por resultados obtidos no momento) e o bônus de longo prazo (atrelado ao cumprimento de metas futuras), aqueles relacionados a ações ainda são os menos atraentes para os brasileiros. Segundo Lins, as chamadas stock options (programa em que o profissional tem o direito de adquirir ações da empresa no futuro, a um preço predeterminado), por exemplo, não cresceram mais pela própria limitação do mercado de capitais brasileiro. "Ele ainda é bastante volátil e de porte pequeno. Esse plano faz pouco sentido para quem negocia ações apenas no Brasil."
Outro dado da pesquisa indica que quanto mais tempo os executivos precisam esperar para receber o bônus, menor o valor percebido do prêmio. No geral, o estudo revela que eles gostam de pacotes simplificados e metade dos entrevistados disse que não aceitaria uma oferta mais complexa, mesmo se o valor total fosse mais alto.
A faixa etária também influencia na escolha dos pacotes de remuneração. O estudo mostra que entre 40 e 60 anos de idade, os profissionais estão menos dispostos a aceitar pacotes de risco. Até os 39 anos e depois dos 60, contudo, eles têm interesse em arriscar. "O executivo mais velho já construiu seu patrimônio. Ele pode pensar em ganhar bônus ou em exercer o direito de ações no futuro como uma forma de melhorar sua aposentadoria", afirma Lins. Outro dado curioso é que as mulheres, segundo o levantamento, também tendem a correr menos riscos.
Embora isoladamente o incentivo de longo prazo não seja capaz de segurar um executivo no emprego, Lins ressalta que ele funciona como um fator de motivação. "Quem recebe ações, mesmo que para usufruir no futuro, acaba se sentindo parte de um time diferenciado dentro da empresa. Isso é bastante positivo."
Comparar o próprio pacote de remuneração com o dos colegas também influencia essa percepção. Isso significa que os executivos aceitariam receber menos em termos absolutos, por exemplo, desde que esse valor fosse superior ao de outras pessoas que ocupam o mesmo cargo.
Já uma redução na remuneração é vista com bons olhos pelos pesquisados quando surge a oportunidade de trocar seu emprego por outro que faça mais sentido para eles. Nesse caso, os entrevistados topariam em média um corte de cerca de 30% no salário - sendo que o menor desconto é na Índia (24%) e o maior nos Estados Unidos (35%).

Incertezas pautam as ações líderes do Ibovespa



Ana Paula Paiva/Valor / Ana Paula Paiva/ValorMendes: reajuste da gasolina passou mensagem duplamente negativa
As incertezas que marcam o desempenho das ações da Petrobras e da Vale, líderes em participação no Índice Bovespa, não devem terminar tão cedo. A desconfiança sobre a viabilização do novo plano de negócios da petrolífera e as dúvidas sobre o real impacto da desaceleração da economia mundial no desempenho da mineradora estão no radar dos analistas.
No caso da Petrobras, nem os indicadores econômico-financeiros e o P/L (relação do preço da ação com o lucro) permitem o fim do desconforto com as ações da maior companhia brasileira. "Quem olha os números pode achar que a ação está barata. Não acho. Tenho sérias dúvidas quanto ao desempenho da empresa, porque ela não vem cumprindo as metas de produção desde 2003", afirma Frederico Meinberg, diretor do Rico.com.vc., home broker da Octo Investimentos.
O reajuste no preço dos combustíveis abaixo do esperado pelo mercado gerou ainda mais dúvidas, especialmente sobre como a empresa vai financiar o Plano de Negócios 2012-2016, apresentado na segunda-feira. Para Walter Mendes, sócio e gestor da Cultinvest, o evento passou uma mensagem duplamente negativa para o mercado, o que explicaria a queda de quase 9% do papel na segunda-feira. "O reajuste nos preços foi insuficiente [para pagar os novos investimentos] e ainda reforçou a imagem de subordinação da empresa à política econômica do governo federal", afirma Mendes.
Se não conseguir o esperado reajuste complementar nos preços e tiver de contratar novos financiamentos, a companhia deve comprometer ainda mais sua situação financeira. Nesse caso, a relação da dívida líquida com o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa deve subir do atual 1,7 vez para 2,5 vezes, segundo William Castro Alves, analista da XP Investimentos. O indicador coloca a empresa em uma situação ainda pior quando comparada aos seus pares estrangeiros. "Na Exxon e na Chevron, esse indicador é praticamente zero", afirma Alves.
A redução no preço do petróleo lá fora pode trazer algum alento para a petrolífera, segundo Bruno Gonçalves, analista da WinTrade, home broker da corretora Alpes. Ele argumenta que a queda contribui para reduzir o prejuízo da empresa que importa derivados de petróleo pelo preço global e se vê obrigada a vender pelo preço nacional. "Se o barril estivesse em alta, a empresa teria de absorver mais esse custo, como aconteceu no ano passado", diz Gonçalves.
O comportamento do mercado internacional também prepondera na construção do cenário para as ações da Vale no segundo semestre, visto que mais de 70% da receita da empresa vem da exportação do minério de ferro. Há dúvidas sobre o real impacto da desaceleração da economia chinesa e sobre a oscilação do preço do minério. "Há uma certa resiliência nos preços da commodity [que se mantêm no patamar de US$ 130 a tonelada], o que é positivo para a empresa", afirma Mendes, da Cultinvest. O analista da XP Investimentos concorda. "Apesar de ter caído, o preço continua gerando um resultado sustentável e rentável para a empresa", afirma Alves, da XP. Um dos motivos é o baixo custo de produção da Vale (US$ 30/tonelada) em relação ao custo marginal da China (US$ 120/tonelada), segundo a Itaú Corretora.
Uma preocupação importante para alguns especialistas não tem relação com o cenário externo. A companhia enfrenta disputas judiciais que poderão provocar perdas estimadas em mais de R$ 30 bilhões. Segundo Alves, o valor é o necessário para atender pendências tributárias com a Receita Federal e ao pagamento de novas taxas estaduais de mineração e royalties ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Já Meinberg, do Rico, acredita que a disputa com a Receita, que é a de maior impacto, ainda demora a se resolver.
Assim como Meinberg, os analistas da Itaú Corretora chamam atenção para o perfil da empresa como "boa pagadora de dividendos". Segundo estimativas da casa de análise, o "dividend yield" (retorno com dividendos) da Vale para 2012 deve chegar a 6,5%, um valor "relativamente alto para este ano". Dos 19 analistas que acompanham a Vale, 16 recomendam a compra, e três, a manutenção. Nenhum aconselha a venda, segundo a "Bloomberg". A situação é similar à da Petrobras. Dos 20 analistas, 15 recomendam a compra, 5, a manutenção, e nenhum, a venda. No caso da petrolífera, entretanto, vale o alerta feito por vários analistas: apesar de descontada, as expectativas de retorno vão ficando cada vez mais para o longo prazo.

Como salvar o euro



A salvação não está nas cúpulas. Mais uma vez, a União Europeia está prestes a realizar um encontro de cúpula para enfrentar a crise na zona do euro. E, uma vez mais, é provável que fique aquém de uma solução convincente. Um ônus imenso repousa nos ombros dos líderes fatigados e desiludidos. A questão é se há esperança de sucesso.
O que é necessário, como já argumentei anteriormente, é uma solução que seja politicamente viável e economicamente factível. Politicamente viável significa capacidade não só de obter um acordo, entre os governos responsáveis, perante seus eleitorados nacionais, mas também obter pelo menos tolerância dos eleitores em relação a tal acordo, algo que muito preocupa Angela Merkel, a figura política mais importante na zona do euro. Factibilidade econômica significa oferecer aos eleitorados suficiente esperança no futuro para persuadi-los a eleger líderes dispostos a defender a permanência na zona euro. Contra o pano de fundo desses critérios, consideremos três soluções possíveis: uma Europa federativa, status quo; e reformas limitadas.
O princípio geral das propostas por uma união bancária e fiscal, por meio de eurotítulos, juntamente com maior disciplina fiscal, é solucionar as dificuldades da hoje frágil zona do euro. É óbvio que essas medidas seduzem os simpatizantes do ideal europeu e aqueles que querem que outros paguem as consequências de erros do passado. É igualmente óbvio que tais propostas irritem e amedrontem aqueles que pensam que terão, assim, de subsidiar a imprevidência de outros.
Também seria produtivo mais ação em termos de políticas domésticas. Mas os países deficitários devem aceitar o fato de que um socorro federativo não é viável. Eles precisam buscar suas esperanças de salvação não em conferências de cúpula, mas em si próprios.
Se alguém quisesse vender tais propostas teria de argumentar que o todo resultaria mais forte do que a soma das partes. Seria necessário declarar que não se trata de obrigar a Alemanha ou a Holanda a socorrer seus parceiros irresponsáveis. Trata-se, ao contrário, de tornar todos mais fortes mediante sua união. Afinal, pode-se argumentar que a zona euro como um todo está em melhor forma fiscal do que os EUA. Juntos, todos poderiam beneficiar-se das baixas taxas de juros desfrutadas pelos EUA. Da mesma forma, se seguro for oferecido aos bancos coletivamente, e não por governos fracos e já não mais plenamente soberanos, o sistema bancário da zona do euro resultaria mais forte, porque as garantias dos países mais fracos ficariam mais robustas. Finalmente, pode-se argumentar, o pior da atual crise fiscal então se desvaneceria, dando aos membros em apuros liberdade para administrar suas crises imediatas.
Mesmo que se aceite a lógica estabelecida acima, já não vejo como isso possa funcionar, e por três razões. Primeiro, a política é praticada em nível nacional e, com os desdobramentos da crise, isso se acentua. Fingir que não é assim, poderá resultar num colapso ainda pior. Segundo, é difícil argumentar que os custos não recairiam mais sobre alguns do que sobre outros. Muita solidariedade se faz necessária, porém, está ausente. Finalmente, compromissos anunciados poderiam, por essas razões, não conseguir convencer as pessoas de que a união é irrevogável. Assim, é improvável um acordo em torno do contemplado salto rumo a "mais Europa" e, se aprovado, em última instância, provavelmente estaria fadado ao insucesso.
Agora, consideremos uma persistência do status quo, sem reforma adicional. Isso provavelmente implicaria uma série de crises: um socorro em curto prazo à Espanha; novos problemas com a Grécia; possivelmente, uma incapacidade de conseguir rolar a dívida pública italiana; e, a qualquer momento, aceleração da corrida aos bancos mais problemáticos. Dadas as necessidades de ajustes na zona do euro, essas crises poderiam durar anos.
Seria esse sofrimento ao menos sustentável? Nesse aspecto poderíamos ousar sermos otimistas. Abandonar o euro seria muito difícil: implicaria uma turbulência imensa em troca de vantagens econômicas e políticas incertas. Isso deverá produzir muita tolerância ao sofrimento.
Mas há duas ameaças a qualquer complacência assim. A primeira, já vista na Grécia, é a desintegração do sistema político e a ascensão de extremismos. A segunda é a possibilidade de um calote do setor público que traga consigo um colapso do sistema bancário. É improvável que importantes países europeus se mantivessem comprometidos com o euro em meio a tal crise, que iria lançá-los em depressões monstruosas. A solução teria de incluir a disposição dos parceiros para recapitalizar os bancos, permitindo assim que o Banco Central Europeu (BCE) mantivesse seu papel de emprestador de última instância. Isso seria, parece-me, o mínimo necessário para sustentar o curso atual. Mas, convém salientar, seria um caminho de sofrimento não apenas nos países afetados, mas mesmo em seus parceiros, ao persistirem em suas dificuldades.
Eu considero a opção plenamente federativa como excessiva e, no curso atual, como muito deficiente para satisfazer meus critérios. Isso deixa em aberto se é possível prever uma saída de meio termo. Isso parece do interesse de todos. Aqui, os elementos cruciais parecem ser: planos claros para uma solução para a situação dos bancos em grande parte à custa dos credores, em vez de depender de recapitalização pelos Estados sob estresse fiscal - uma abordagem que automaticamente implicaria maior compartilhamento do sofrimento entre credores e devedores; um forte engajamento em ajustamento econômico simétrico em nível de toda a zona euro, em vez dos atuais ajustes focados nos devedores; reconhecimento, pelo BCE, de sua obrigação de sustentar a demanda; e suficiente financiamento condicional para dar aos governos engajados nas reformas a capacidade de administrar suas economias sem mergulhar em estado calamitoso. Isso poderia ser descrito como "status quo plus". Seria muito distante de um caminho desejável. Mas talvez seja suficiente para ser politicamente aceitável e economicamente factível.
Como é que essas três opções se colocam contra o pano de fundo da posições dos Estados cruciais? A Alemanha mantém um compromisso retórico para com soluções federativas, mas, como Santo Agostinho, "ainda não". Essa postura pode ser vista como a imposição de um ritual de iniciação a seus parceiros. Quer isso venha ou não a funcionar, maior ajuda é necessária agora. A disposição para aceitar prejuízos para aqueles que emprestaram indevidamente a estrangeiros seria um começo; o risco moral começa em casa. Também seria produtivo mais ação em termos de políticas domésticas que, como as autoridades econômicas têm admitido, fazem sentido para a Alemanha, como salários mais altos, demanda mais aquecida e até mesmo maior inflação. Mas os países deficitários devem aceitar o fato de que um socorro federativo não é viável. Eles precisam buscar suas esperanças de salvação não em conferências de cúpula, mas em si próprios.

Rentabilidade das empresas cai e afeta arrecadação da Receita Federal



A arrecadação da Receita Federal já começa a sofrer com os efeitos da desaceleração econômica sobre a rentabilidade das empresas. Nos últimos dois meses, houve queda de arrecadação dos tributos calculados sobre o lucro.
O Imposto de Renda (IR) das pessoas jurídicas teve queda real de 13,9% em maio, em relação ao mesmo mês do ano passado. A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) teve redução de 9,3% na mesma comparação. A arrecadação geral da Receita somou em maio R$ 77,97 bilhões e teve elevação de 3,82%. O desempenho chama a atenção, porque em abril o IR das empresas e a CSLL já haviam apresentado queda real, de 0,64% e 1,65%, respectivamente, enquanto o recolhimento total aumentou em 3,49%. Os valores foram atualizados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
No acumulado de janeiro a maio, a tributação sobre lucro ainda cresce acima da média, na comparação como mesmo período do ano passado. O IR das empresas teve nesse período elevação de 6,3% e a CSLL, aumento de 8,21%. Os dois tributos crescem acima da média de 3,8% de alta da arrecadação administrada pela Receita. Esse crescimento, porém, ainda carrega o valor recolhido do ajuste dos dois tributos calculados sobre o lucro de 2011.
Com o desempenho dos primeiros cinco meses do ano, a estimativa de crescimento da arrecadação da União foi reduzida para 4% em termos reais. A previsão é de Zayda Manatta, secretária-adjunta da Receita, que há um mês projetava o aumento da arrecadação do Fisco entre 4% e 4,5%. "Podemos dizer que o ritmo de crescimento está mais para 4% do que para 4,5%."
Everardo Maciel, ex-secretário da Receita Federal, acredita que a evolução do IR e da CSLL reflete uma queda de rentabilidade das empresas, em razão da desaceleração econômica. "O IR e a CSLL são calculados sobre o lucro e são os primeiros a sentir o desaquecimento da economia", disse.
Uma evolução do Imposto de Renda abaixo da média tem vários impactos, diz Everardo. O tributo é o principal componente das transferências obrigatórias da União a Estados e municípios e também integra os fundos de desenvolvimento regionais. O crescimento da contribuição previdenciária, afirma, ajuda a arrecadação geral da Receita Federal, mas essa arrecadação tem seus recursos destinados à Previdência.
Zayda diz que a arrecadação neste ano está crescendo apoiada no consumo, aumento da massa salarial e venda de bens e serviços. A produção industrial tem dado contribuição cada vez menor para o recolhimento dos tributos.
Há meses a indústria praticamente não aparece na lista dos segmentos que mais contribuíram para o crescimento da arrecadação. As entidades financeiras e o comércio varejista são os setores que puxaram o avanço do recolhimento de tributos em maio. Em uma lista de dez segmentos, a única atividade industrial que aparece é a de fabricação de bebidas.
O fraco ritmo da economia já se reflete na arrecadação de tributos que incidem sobre o faturamento das empresas. Entre janeiro e maio deste ano, a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) destinou R$ 68,4 bilhões aos cofres da Receita, resultado 2,2% acima do verificado em igual período do ano passado. Já o PIS/Pasep somou R$ 18,5 bilhões nos primeiros cinco meses deste ano, o que representa alta de 3,1%.
Zayda também lembrou que a desoneração adotada pelo governo pode, indiretamente, levar a um aumento de arrecadação. "Algumas medidas que o governo toma causam uma mexida na economia. Isso pode eventualmente provocar a arrecadação de outro produto. O governo está desonerando IPI, mas isso pode render arrecadação maior de PIS/Cofins", disse.
De acordo com a secretária-adjunta, deverá ser feita, em julho, revisão da arrecadação prevista para 2012 no Orçamento da União para considerar medidas recentes do governo, que abaixam as estimativas. É caso da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis e do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e da decisão de zerar a Contribuição sobre Intervenção no Domínio Público (Cide) sobre gasolina e diesel.
Em maio, a evolução da massa salarial compensou parte da queda de arrecadação com os tributos sobre o lucro. A receita previdenciária em maio teve elevação real de 9,3% na comparação com o mesmo mês de 2011, alta maior que os 3,8% de crescimento real do total arrecadado pelo governo. A Receita credita a alta da contribuição previdenciária ao crescimento de 11% da massa salarial em abril, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Em maio, a contribuição previdenciária foi responsável por 30,8% da arrecadação geral da Receita.

Agenda do investidor para esta quarta-feira



No mercado nacional a FGV divulga a Sondagem da Indústria que fornece indicações sobre o estado geral da economia nacional e suas tendências. Nos Estados Unidos o Departamento do Comércio publica as Vendas Pendentes de Imóveis e os Pedidos de Bens Duráveis, indicando o nível de atividade da indústria norte-americana. O Departamento de Energia publica os estoques semanais de petróleo.
Hoje: Governo apresenta novo pacote para estimular economia
O governo deverá lançar hoje, com o anúncio antecipado pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, um novo pacote econômico voltado a estimular os investimentos no país. As recentes medidas do governo estiveram voltadas a estimular a demanda e consumo, mas desta vez o governo deve adotar uma política para desenvolvimento da indústria nacional e aumento de gastos do governo, para dar novo gás ao crescimento do PIB até o final deste ano.

Nutriplant vende ativos e propõe Plano de Reestruturação Estratégica



A Nutriplant (NUTR3M) anunciou ontem, após o fechamento dos mercados, a venda de uma de suas plantas industriais em Paulínia (SP), por R$ 24,4 milhões, desfazendo-se da sua produção de micronutrientes de solo, com o objetivo de focar em negócios mais lucrativos e de maior crescimento. A companhia pretende utilizar esses recursos para ajustes financeiros e investir no seu Plano de Reestruturação Estratégica, Operacional e Financeira, com o intuito de ganhar mercado em áreas mais diferenciadas e de maior valor agregado, tais como os micronutrientes aplicados em folhas (foliares), produtos para o tratamento de sementes, condicionadores de solos e novas tecnologias de aplicação. Esse é mais um passo da companhia rumo a uma reformulação dos seus objetivos. No final de abril, a companhia incorporou a Quirios Produtos Químicos, fabricante de insumos para indústrias relacionadas ao agronegócio, aumentando receita da Nutriplant em mais de 230%, para R$ 97 milhões. A Nutriplant é uma das poucas empresas de fertilizantes brasileiras listadas na BM&FBOVESPA e negociadas no BOVESPA MAIS, segmento para empresas com alto nível de governança corporativa, um estágio preliminar para ingresso no Novo Mercado.