maio 31, 2012

Brasil cai duas posições em ranking de competitividade


Entre as economias mais competitivas do mundo, está Hong Kong, encabeçando a lista. Nosso país desceu dois degraus, para a 46.ª colocação no ranking formado por 59 países


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Bandeira do Brasil
No fim de 2011, o Brasil deve estar na frente da Itália, já que as expectativas de crescimento brasileiro são maiores
São Paulo - O Brasil caiu duas posições no Índice de Competitividade Mundial 2012, o World Competitiveness Yearbook (WCY), divulgado nesta quinta-feira pelo International Institute for Management Development (IMD). De acordo com o levantamento, o país desceu dois degraus, para a 46.ª colocação no ranking geral, formado por 59 países. A queda do Brasil não foi tão expressiva quanto a do ano passado. Em 2010, o país ocupava o 38.º lugar, mas foi para 44.º em 2011.
De acordo com o professor da Fundação Dom Cabral e responsável pela coleta e análise dos dados do ranking no Brasil, Carlos Arruda, a perda de duas posições é ainda uma consequência da queda da colocação do país no ano passado. "Não tem nenhum fato novo relevante que leve a essa perda, a não ser as consequências do ano passado, quando o país perdeu muito em produtividade", disse, explicando que desde 2011 o país está em 52.º lugar na análise de produtividade.
Nos grandes grupos de análise usados para avaliar os países, o desempenho da economia passou do 30.º lugar para o 47.º, enquanto a eficiência do governo se manteve em 55.º, a eficiência dos negócios subiu do 29.º para 27.º e a infraestrutura passou da 51.ª posição para a 45.ª.
Em pesquisa de opinião com executivos - que deveriam apontar cinco indicadores, em uma lista de 15, que percebem como fatores atrativos da economia do país -, 90,9% responderam "dinamismo da economia". Na sequência, veio a estabilidade política e previsibilidade, com 77,3%. Na ponta contrária, o regime fiscal teve 0% de indicações, o nível de escolaridade e a infraestrutura confiável tiveram, cada, 1,1%.
Além da baixa na produtividade, estão entre os motivos que têm levado à queda do Brasil no ranking a alta carga tributária e a falta de um planejamento de longo prazo, de acordo com dois colaboradores do WCY ouvidos pela Agência Estado.
"No ano passado, observamos que o Brasil não estava gerando riqueza no mesmo nível que gerava emprego. Foram gerados muitos empregos de baixo valor agregado e poucos de mão de obra qualificada", afirmou Arruda. Para ele, baixo crescimento econômico, somado ao foco intenso no consumo e à baixa presença do Brasil no comércio internacional, cria um risco grande de o país aos poucos caminhar para recessão e desemprego.
O português Nuno Fernandes, professor de finanças do IMD e colaborador no relatório, cita a baixa exportação de produtos de alto valor agregado como um dos fatores determinantes para empurrar o Brasil para o fim do ranking. Além disso, Fernandes citou a inflação, a burocracia e os altos impostos no país como atores negativos. "Há alguns problemas que geram a descida no ranking, como a burocracia, o protecionismo e as tarifas alfandegárias", disse Fernandes.
Sobre a carga tributária, criticada pelos dois professores, Carlos Arruda afirmou que os altos impostos não são novidade no país e fez um alerta sobre as recentes medidas adotadas pelo governo. "O governo fazer uma reestruturação do sistema tributário é muito necessário, mas não deve ser exclusivamente para curto prazo, para estimular o consumo. Temos de estimular a capacidade do país de ter mais participação no comércio internacional. Não podemos ser só um país para atender às demandas da nova classe média", disse.
Arruda acredita que as perspectivas para o país não são positivas. "As más notícias vão ser recorrentes se nós não fizermos uma ação de país", disse, analisando o que chama de "cultura do curto prazo". Ele afirma que é necessário ter um projeto de país feito pelos setores público e privado em conjunto para investir no aumento da produtividade e no reposicionamento do Brasil. "Sem isso, não vai adiantar (investir em infraestrutura). Já estamos no meio do ano e as agendas são todas de curto prazo. O Brasil não está mal, mas não está se preparando para o futuro", afirmou.
Na medição de infraestrutura, o país subiu do 51.º lugar, que ocupava no ano passado, para o 45.º. O maior salto, contudo, foi na infraestrutura básica, em que o país subiu cinco posições. Na infraestrutura tecnológica e na científica, contudo, o país subiu dois lugares e um lugar, respectivamente.
Nuno Fernandes concorda que só investimento em infraestrutura é insuficiente. "Não basta pensar na infraestrutura. Para o Brasil voltar a subir no ranking é preciso haver política de investimento em outro tipo de infraestrutura: tecnológica e científica e em educação", disse.
Entre as economias mais competitivas do mundo, está Hong Kong, encabeçando a lista, seguido por Estados Unidos e Suíça. No Brasil, a pesquisa é coordenada pela Fundação Dom Cabral, classificada como a oitava melhor escola de negócios do mundo no ranking de educação executiva do jornal britânico "Financial Times". Na mesma lista, o IMD, realizador do Índice de Competitividade Mundial, ficou em terceiro lugar.

BTG pode comprar Cruzeiro do Sul, diz jornal


Conversas sobre a aquisição ainda são preliminares. De acordo com o Valor Econômico, André Esteves e autoridades em Brasília estão preocupados com a liquidez do banco


Gustavo Kahil/EXAME.com
André Esteves, do BTG
BTG pode comprar o banco inteiro ou uma parte relevante do ativo
São Paulo - O BTG Pactual negocia a compra do banco Cruzeiro do Sul, afirma reportagem publicada no jornal Valor Econômico desta quinta-feira. De acordo com o texto, a aquisição pode envolver o banco inteiro ou uma parte relevante do ativo.
Segundo o jornal, autoridades em Brasília estão preocupadas com a evolução recente da liquidez e do capital do Cruzeiro do Sul, que é especializado em crédito consignado e enfrenta registros de calotes em fundos de recebíveis. De acordo com o Valor, os valores dos fundos do banco também chamaram a atenção de agências de risco de crédito, como Moody´s e Austin Rating.
A situação dos fundos do Cruzeiro do Sul é discutida pelo Banco Central e pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Segundo o jornal, as instituições buscam uma saída negociada para o problema, que pode envolver o BTG. No ano passado, o banco de André Esteves assumiu o PanAmericano, banco que pertencia ao empresário Silvio Santos e tinha fraudes contábeis que revelaram um rombo de R$ 4 bilhões.
IPO e aquisições
No dia 26 de abril, o BTG Pactual de André Esteves realizou seu IPO na BM&FBovespa. Na estreia das ações, dada unit do banco saiu por R$ 31,25. Com isso, o BTG captou quase R$ 3,66 bilhões e ficou em sétimo lugar na lista dos maiores IPOs do Brasil desde 2004.
O banco de investimento também adquiriu 40% da varejista fluminense Leader no último dia 29 e considera novas aquisições. O valor total do negócio foi de R$ 665 milhões, divido em duas fatias. O valor de R$ 558,4 milhões à vista foi por uma parcela de 35,88% do capital total e votante da Leader. A segunda parte do pagamento, de R$ 106,7 milhões por emissão de ações ordinárias que representem 6,42% do capital da rede, vai para o aumento de capital.

Vale vira mineradora mais barata do mundo e atrai investidores


Os papéis da empresa brasileira têm hoje o menor valor relativo a lucros entre as 15 maiores mineradoras do mundo

 


Divulgação/Agência Vale
Trem da Vale
A Vale é negociada a 5,2 vezes o valor estimado por analistas para seus lucros nos próximos quatro trimestres
Rio de Janeiro - A Vale SA está atraindo investimentos da BlackRock Inc. e da Aberdeen Asset Management Plc depois que suas ações despencaram para o menor nível em dois anos e meio. Os papéis da empresa brasileira têm hoje o menor valor relativo a lucros entre as 15 maiores mineradoras do mundo.
A Vale é negociada a 5,2 vezes o valor estimado por analistas para seus lucros nos próximos quatro trimestres, quase metade do múltiplo de 9,1 vezes para a BHP Billiton Ltd, segundo dados compilados pela Bloomberg.
A queda dos preços das ações da Vale e a estratégia de vender ativos não lucrativos e revisar o plano de investimentos tornam a ação da empresa a “mais óbvia” para compra no Brasil, disse Will Landers, que administra US$ 7 bilhões em ações da América Latina para a BlackRock.
“A Vale parece barata em qualquer métrica”, disse Nick Robinson, que ajuda a administrar US$ 15 bilhões em ações da América Latina na Aberdeen. A instituição estuda aumentar sua participação de 5 por cento em ações preferenciais da Vale.
Para Marcelo Aguiar, analista de mineração do Goldman Sachs em São Paulo, o desaquecimento da China e uma briga judicial com o governo sobre pagamentos atrasados de impostos de R$ 30,7 bi podem continuar segurando as ações da Vale.

BTG Pactual negocia compra do Cruzeiro do Sul


Começou a ser arquitetada nos últimos dias uma operação de compra do Banco Cruzeiro do Sul pelo BTG Pactual. As conversas existentes não são conclusivas e não se pode afirmar que caminharão para uma aquisição, já que as dificuldades são grandes. Segundo pessoas a par do tema ouvidas pelo Valor, as tratativas são preliminares, mas podem evoluir rapidamente.

Com nova Selic, juro da poupança cai de 0,5% para 0,48% ao mês mais TR


Por Mônica Izaguirre, de Brasília

BRASÍLIA - 
O Banco Central (BC) informou, na noite desta quarta-feira, que os depósitos em poupança feitos a partir desta quinta-feira serão remunerados a 0,4828% ao mês mais a Taxa Referencial (TR).  Esse será o rendimento da caderneta enquanto a Selic, taxa básica de juros da economia, estiver em 8,5% ao ano, nível decidido hoje pelo Comitê de Política Monetária do BC (Copom).

Calculado conforme circular editada nesta noite pela autoridade monetária,  o  rendimento divulgado é a fração mensal da taxa de 5,95% ao ano, que por sua vez é  70% da nova Selic (8,5% ao ano). Na medida em que a Selic cair, o rendimento da caderneta também cairá.
 A vinculação com a Selic foi determinada por Medida Provisória do governo no último dia 3 de maio , para evitar que a queda da taxa básica de juros tornasse a poupança mais atrativa que outras aplicações de renda fixa e provocasse grande migração de ativos dentro do sistema financeiro. Até então, a regra era rendimento fixo de 6,17% ao ano (0,5% ao mês) mais Taxa Referencial.
A regra antiga continua valendo somente para depósitos existentes no dia 3, independentemente de reduções da Selic. Para depósitos feitos a partir do dia 4, aí sim a remuneração da poupança depende da taxa básica de juros.  A regra nova manda que a poupança seja remunerada por 70% da Selic quando esta for igual ou inferior 8,5% ao ano.
Como são posteriores à edição da MP, os depósitos feitos do dia 4 de maio até esta quarta-feira (quando foi anunciada a nova Selic) também vão receber rendimento de 0,4828% ao mês mais TR, mas ainda não no próximo crédito de rendimento; só a partir do seguinte. Isso porque a Selic que vale é a do dia do depósito ou de sua renovação (quando a pessoa não saca) e não a do dia do crédito da remuneração. E quando esses depósitos foram feitos, a Selic ainda era de 9% ao ano.

Fique ligado: Sai o PIB nos EUA hoje



Hoje é um dia importante para os mercados acionários mundiais e o investidor deveria ficar atento. Às 09h30 (horário de Brasília) será divulgada nos EUA a preliminar da variação do PIB do país, referente ao primeiro trimestre de 2012. O consenso do mercado é um crescimento de 1,9% (anualizado) para o período, ou seja, uma desaceleração em relação ao último trimestre do ano passado. No Brasil, o mercado ainda precisa digerir o corte de 0,5% na taxa Selic, que foi ajustada para 8,5% ao ano pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central - COPOM. O corte já era esperado pela maioria dos economistas e analistas, portanto, é possível que os investidores já haviam compensado a decisão do COPOM em seus investimentos.

maio 30, 2012

Americana SkyWest vende 26% de participação na Trip


Por Renato Rostás | Valor

SÃO PAULO - 
A companhia aérea americana SkyWest chegou a um acordo hoje para vender 26% da Trip Linhas Aéreas por US$ 42 milhões. A parcela de 20% em ações ordinárias e 6% em preferenciais vai para o braço de investimentos da empresa brasileira.

O pagamento está programado para ser feito em três parcelas, durante o período de dois anos. No entanto, pode ser adiantado de acordo com condições definidas no contrato.
A empresa estrangeira recebeu também a opção de compra de 15,38% do capital social da Trip Investimentos, que passa a deter a parcela alvo da operação. A opção pode ser exercida pela companhia no período entre quatro e seis anos após o processo de venda da participação ser finalizado.
O preço dos papéis que podem ser comprados pela americana já foi fechado. O valor total, não informado pela empresa, será reajustado anualmente.
Todas as operações dependem de aprovação de órgãos reguladores no Brasil.
A SkyWest investiu US$ 30 milhões, em agosto de 2008, na aquisição da fatia de 26% na Trip. Por questões contábeis, a aplicação foi diminuída até US$ 23,2 milhões em 31 de março.
Na segunda-feira, Trip e Azul anunciaram o processo de fusão das companhias, dando origem a um grupo com cerca de 15% do mercado doméstico de aviação.

“Parcimônia” – a desconhecida


Em meio à discussão sobre o tamanho da “parcimônia” reincorporada ao discurso do Banco Central e que deve temperar a decisão que o Copom  tomará hoje a respeito do juro básico brasileiro, dois alertas caem bem. Primeiro, a “parcimônia” pode significar corte de 0,25 ponto percentual porque o BC precisa ganhar tempo e alongar o ciclo de alívio monetário para ver o que acontece mais adiante. Segundo, a “parcimônia” também pode garantir corte de 0,50 ponto agora e levar a Selic a uma queda maior à frente, chegando ao patamar de 7,5% no fim do ano.

A economista-chefe da Icap Brasil, Inês Filipa, alerta para o primeiro ponto. A economista Alessandra Ribeiro, da Tendências Consultoria, para o segundo. Em conversa com o blog, Inês explica que neste momento há muitas incertezas e riscos provenientes da crise europeia que estarão em desenvolvimento em junho. E pondera para a necessidade de se considerar que o BC não tem a intenção de parar de cortar os juros, mas precisa alongar o ajuste, para que numa eventual piora do cenário - como a saída da Grécia da zona do euro e seus efeitos globais -, esteja apto ainda a alterar os juros e de forma mais agressiva se necessário, podendo levar a Selic a 7% ao ano.
Alessandra Ribeiro, da Tendências Consultoria, diminuiu as projeções de olho no futuro, para 7,5% ao final de 2012 e 9,5% para 2013, focando a piora do cenário internacional, ainda que a avaliação básica da consultoria não contemple a Grécia abandonando o euro. Ela explica que contribuíram para a revisão das projeções mais longas indicadores que já mostram atividade econômica fraca também no segundo trimestre. E mais: “Por que o BC não traria o juro mais para baixo como forma de incentivar a economia? Além disso, é fato que o BC trabalha com modelos de múltiplos equilíbrios. Levar o país a praticar um juro em patamar menor é promover um equilíbrio melhor. E isso deve ser considerado”, conclui.

Mercado espera queda na taxa básica de juros



Caso a Selic caia para 8,50%, como esperado pelo mercado, o rendimento da nova poupança será menor

  
 


Notas de real sobre cenário nacional
Caso a Selic caia para 8,50%, o rendimento dos novos depósitos passaria a 5,95% mais a TR
São Paulo – A expectativa do mercado para a taxa básica de juros, que será divulgada hoje após a reunião do Copom, é de queda, pela sétima vez consecutiva. De acordo com o último boletim Focus, elaborado pelo Banco Central com base em consultas feitas a instituições financeiras, o mercado espera que a Selic caia 0,50 ponto percentual, chegando a 8,50%.
Com a Selic igual ou inferior a 8,50%, a forma de remuneração muda e os depósitos passam a ser corrigidos por 70% da taxa Selic mais a Taxa Referencial (TR). Quando a taxa é superior a 8,50% - e para depósitos feitos até o dia 4 de maio - vale a regra de rendimento antiga (TR mais 0,5% ao mês).
Essa queda de 0,5 ponto percentual na Selic diminuiria o rendimento da poupança. Hoje, o rendimento da poupança é de 6,17% ao ano mais TR. Caso a Selic caia para 8,50%, o rendimento dos novos depósitos passaria a 5,95% mais a TR.
A expectativa do mercado, segundo o boletim Focus, é que a Selic termine o ano em 8% e, em 2013 chegue a 9,50%. A Selic será divulgada na noite de hoje. Essa será a primeira vez que os votos de cada membro do Copom será divulgado.
A ata do Copom será divulgada na quinta-feira da semana seguinte. A próxima reunião do Copom será realizada nos dias 10 e 11 de julho. 

Agenda do investidor para esta quarta-feira


ADVFN
A FGV (Fundação Getulio Vargas) divulga o IGP-M, índice de inflação calculado todo o mês e comumente utilizado para a correção de contratos de aluguel e tarifas de energia elétrica. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga o IPP (Índice de Preços ao Produtor) que mede a evolução dos preços de produtos na porta de fábrica, sem impostos e fretes, de 23 setores da indústria brasileira de transformação. No Brasil terminam as reuniões do COPOM (Comitê de Política Monetária) do Banco Central que definem o rumo da taxa básica de juros da economia. Nos Estados Unidos o Departamento do Comércio publica as Vendas Pendentes de Imóveis.
OGX adia projeções de extração de petróleo
A OGX Petróleo (OGXP3) adiou a projeção da extração de 40 mil a 50 mil barris de petróleo para o segundo semestre de 2013, afirmou Paulo Mendonça, presidente da companhia, em entrevista à Reuters. A OGX tinha planos de alcançar esses níveis de produção ainda este ano. Atualmente, no complexo de Waimea, existem dois poços abertos, com produção média diária de 17 mil barris. Mendonça também afirmou que mesmo com o preço do barril de petróleo entre US$70 e US$80, a companhia conseguiria ganhar dinheiro e continuar com os planos de investimento. Hoje o barril de petróleo está cotado por volta de 90 Dólares no mercado internacional.

maio 29, 2012

Redução de Participação Acionária (Lone Pine Capital)


Cetip | RI
Prezado YbbRio , Alexandre Yokoyama

Conforme sua solicitação, comunicamos que o nosso site de Relações com Investidores foi atualizado com o seguinte conteúdo:

Comunicado - Redução de Participação Acionária (Lone Pine Capital)


Para informações adicionais, utilize a opção ao lado ou, ainda, acesse o nosso site de RI.

Obrigado pelo interesse em nossas informações.


Alta continua: Veja os motivos


O movimento de alta nas principais bolsas de valores mundiais continua nesta manhã. Um dos motivos seria a interpretação dos investidores em relação às declarações do primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, em relação à posição financeira do país. Rajoy afirmou que a Espanha está com dificuldade de se financiar sozinha através dos mercados financeiros de dívida, aumentando as especulações de que o país pedirá algum tipo de auxílio financeiro emergencial à União Europeia, situação considerada confortável pelo mercado até o momento. Outro fator que impulsiona as bolsas internacionais hoje é a possibilidade da confiança do consumidor nos EUA ter subido em maio, refletindo o mercado imobiliário mais favorável.
ADVFN

A rota da Azul Trip para crescer – sem trombar com a TAM e a GOL


Na visão de analistas, fusão entre Azul e Trip não ameaça o negócio da GOL ou TAM, maiores empresas de transporte aéreo no Brasil

  


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Avião da Azul
Azul: fusão com a Trip reforçará estratégia de crescimento nas cidades médias
São Paulo - As companhias aéreas Azul e Trip anunciaram hoje a fusão de suas atividades, com a criação de uma nova holding controladora, a Azul Trip S.A. A empresa nasce como a terceira maior do setor, com 14,2% do mercado doméstico, 112 aeronaves, 837 voos diários e 96 cidades atendidas.
Com a transação, a Trip deterá um terço da nova holding, ao passo que a Azul ficará com os dois terços restantes. O negócio não envolverá aporte em dinheiro. Até a aprovação das autoridades reguladoras, no entanto, as companhias manterão operações independentes. Apenas depois do sinal verde as rotas passarão a ser compartilhadas, com a provável escolha de apenas uma das marcas para representar a holding.
“Não faz muito sentido gastar verbas dobradas de propaganda. No futuro vamos promover uma convergência, mas temos que ter respeito pelo processo de autorização”, afirmou José Mario Caprioli, presidente da Trip, em coletiva de imprensa realizada nesta segunda. À frente de um “comitê de integração”, o executivo reforçou que todos os possíveis ganhos com a integração serão estudados nesse meio tempo, envolvendo desde o modelo de lanche a ser ofertado aos novos uniformes da tripulação. Os 8.700 funcionários das duas companhias deverão ser mantidos.
Segundo Richard Lucht, especialista em aviação e diretor-geral da ESPM-Sul, a união não deverá impactar os negócios da TAM e Gol, ao menos no curto prazo. “Ao contrário dessas companhias, Azul e Trip não operam com linhas de alta densidade”, explica. A tendência, portanto, é que a nova empresa continue ganhando mercado em cidades médias, apoiando sua expansão neste nicho.
Longe dos centros
David Neeleman, presidente do conselho da Azul e da nova holding, reforçou que a aposta não será nos grandes centros. “Uberlândia, em Minas, tem 1.200 pessoas embarcando por dia. Temos outras cidades com mesmo tamanho e PIB em que 50 pessoas viajam diariamente. Então sabemos que o crescimento nesses lugares é muito mais rápido do que em mercados maduros”, disse. 
O objetivo é consoante com a evolução da Azul no Brasil, assentado sobretudo na consolidação do hub em Campinas, em São Paulo. “Não queríamos roubar um cliente das companhias aqui estabelecidas quando a Azul foi fundada, em 2008. Na época, TAM e GOL detinham 95% do mercado”, disse Pedro Janot, presidente da empresa. “E assim foi feita a história de Viracopos. Junto com os hubs regionais da Trip, queremos aumentar nossa capilaridade e chegar mais longe.” Hoje, a Trip concentra voos em cidades como Belo Horizonte (MG) e Cuiabá (MT).
Até agora, a estratégia vem surtindo efeito. Ao mesmo tempo que TAM e GOL viram sua hegemônica participação cair de 80,9% para 74,7% de abril do ano passado para cá, Azul e Trip cresceram 41% no mesmo período. Daqui para frente, a nova holding contará com alguns atributos a seu favor para seguir no mesmo caminho, entre eles a frota de aeronaves padronizada. As duas empresas operam com jatos Embraer e turboélices ATR. Além disso, a sobreposição entre as malhas é de apenas 15%, diminuindo a necessidade de grandes investimentos para integrá-las adequadamente.
“O movimento faz muito sentido em termos de sinergia operacional”, afirmou o analista de um banco de investimento que preferiu não se identificar. “Agora, a Azul também ganha força para reduzir custos com escala e ser menos afetada com a alta do combustível.”
Antigos e novos parceiros
Segundo o presidente do conselho da holding, David Neeleman, a fusão jogou para frente os planos da Azul de estrear na bolsa de valores. "Um dia teremos que abrir capital, mas hoje temos caixa suficiente para as duas empresas - nossos acionistas têm bolsos fundos para nos ajudar", afirmou.
Entre os fundos com participação na Azul estão o Gávea Investimentos, do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, e o americano Texas Pacific Group. A Trip, por sua vez, recomprou na semana passada os 26% da empresa que pertenciam à companhia americana Skywest Airlines. A empresa, que passou a compartilhar voos com a TAM desde 2004, manterá a parceria ativa até seu término. “Em princípio vamos honrar todos os nossos contratos", reforçou José Mario Caprioli. Procurada, a TAM também afirmou que, por ora, o chamado “code share” não será alterado.
A Trip chegou a negociar 31% de seu capital para a TAM, mas o acordo de exclusividade para a operação expirou em janeiro deste ano. A partir daí, começaram as conversas com a Azul. Para chegar ao desenho final da fusão, as companhias contaram com a assessoria do Itaú BBA, pelo lado da Azul, e do Credit Suisse, pela Trip.
Embora afaste o objetivo de brigar por cada ponto percentual do mercado – para Neeleman, “tem gente que foca em market share e perde muito dinheiro” – a Azul Trip S.A. já enxerga um céu de brigadeiro no seu horizonte, mesmo que o setor esteja lá vivendo seus dias de tormenta. Em 2012, a holding estima faturar cerca de 4,2 bilhões de reais, além de colocar, no mínimo, outras oito aeronaves no portfólio. 

GP Investments vende Fogo de Chão por US$ 400 milhões



Por Daniela Meibak | Valor
SÃO PAULO - 
A GP Investiments, por meio de fundos de private equity administrados pela GP Investments III, fechou contrato para a venda da churrascaria Fogo de Chão para Thomas H Lee Partners, fundo de private equity americano, por US$ 400 milhões.

“A efetivação da venda está sujeita à implementação de certas condições precedentes, que esperamos que ocorra no terceiro trimestre de 2012”, informou a companhia em fato relevante.
Os valores provenientes da venda serão distribuídos para o GP Capital Partners III e os fundos de coinvestimento, administrados pela GP Investiments III, segundo a companhia.
O investimento total feito pelo GP Investimens III na Fogo de Chão irá gerar um múltiplo de aproximadamente 3,4 vezes o valor aplicado, de acordo com a companhia, e uma taxa interna de retorno (TIR) de 25% em dólares, durante um período de menos de seis anos, de acordo com o fato relevante.
A churrascaria Fogo de Chão inaugurou o primeiro restaurante da rede em 1979. A empresa possuía nove unidades quando a GP Investments e coinvestidores adquiriram uma participação inicial de 35%. Em 2011, foram adquiridos os 65% restantes. Atualmente, a Fogo de Chão possui 18 unidades nos Estados Unidos e sete no Brasil.

Marcha lenta



Os juros cobrados pelos bancos nas operações de financiamento para aquisição de veículos e outros bens estão caindo como deseja o governo, mas em marcha lenta – bem lenta. E o ranking divulgado no site do Banco Central, atualizado com taxas encaminhadas pelas instituições, mostra que isso vale também para os bancos oficiais.
No período de 9 a 15 de maio, indica o ranking de taxas médias cobradas para a compra de veículos, o Banco GMAC (General Motors Acceptance Corporation), das marcas GM e Chevrolet, mantém a liderança com taxa mais baixa entre 48 instituições, com 1,81% ao ano. A BMW Financeira cobrava 7,57% e o Banco Mercedes-Benz  7,83% ao ano. Em abril, na semana de 17 a 23 como referência, as três instituições praticavam taxas de, respectivamente, 1,81%, 8,21% e 11,48% ao ano.
De 9 a 15 de maio, os dois gigantes públicos Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal cobravam 16,35% e 21,70% ao ano nas operações de financiamento de automóveis. Na listagem de 17 a 23 de abril, as taxas eram de 16,77% no BB e, e na Caixa, 22,56% ao ano.
No período mais recente, as maiores instituições privadas – Itaú Unibanco e Bradesco – cobravam, respectivamente, 18,30% e 19% ao ano nos empréstimos para automóveis às famílias. No período anterior, as taxas eram de 19% e 19,70% ao ano.
As taxas acima não incluem encargos operacionais e fiscais e correspondem às médias cobradas no período indicado. O BC informa que estão listadas apenas as instituições que tiveram concessão no período apurado.
Em geral, informa o site do BC, as instituições praticam taxas diferentes dentro de uma mesma modalidade de crédito. Assim, a taxa cobrada de um cliente pode diferir da taxa média. Diversos fatores como o prazo e o volume da operação, bem como as garantias oferecidas, explicam as diferenças entre as taxas de juros.

BTG Pactual fecha compra da varejista Leader


Por Renato Rostás | Valor

SÃO PAULO - 
O BTG Pactual anunciou hoje um acordo para comprar parte da varejista Leader Participações. Serão adquiridos 35,88% da holding fluminense por R$ 558,4 milhões, por meio do braço de participações da companhia. A parcela de 6,42% de ações adicionais pode ser subscrita por R$ 106,7 milhões, em um aumento de capital.

A operação será realizada pela MFRSPE Empreendimentos e Participações, da qual o BTG Investments terá 51,1% do capital total e o fundo de investimento em participações (FIP) do banco subscreverá 48,9%.
A compra, incluindo o aumento de capital, está programada para ocorrer em 20 de junho, estando sujeita à aprovação de ambas as partes. Será, ainda, garantida uma opção ao FIP de adquirir mais 20% a 30% do capital da Leader em 90 dias após o fechamento da transação.
O BTG também informou, em fato relevante, que a aquisição vai depender da adesão de coinvestidores de suas controladas indiretas bem como de decisão do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência.
A Leader possui 62 unidades distribuídas no Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte, Sergipe e Bahia. Neste ano, um plano de expansão começou a ser colocado em prática, e deve elevar esse número a 120 lojas, de acordo com o site da empresa.

Parceria entre Camil, Cosan e Gávea trará R$ 50 milhões em sinergias


A associação entre Camil, Cosan Alimentos e Gávea terá uma sinergia anual de R$ 50 milhões, vinda, sobretudo, da área operacional, como frete, marketing de ponto de venda e captação de uso de crédito fiscal, segundo o CEO da Cosan, Marcos Lutz. Ele esclarece que a Cosan passará a ser acionista da Camil, terá um papel relevante como acionista, mas a Camil terá sua relação com seus investidores.

A Cosan confirmou hoje que a Cosan Alimentos (Docelar), detentora das marcas de acúcar União e Da Barra, se associou à Camil Alimentos, maior beneficiadora de arroz e feijão da América do Sul, e ao fundo GIF Codajas Participações, gerido pela Gávea Investimentos. A Cosan deterá 11,72% do negócio, e receberá no prazo máximo de três anos R$ 345 milhões, ajustados pelo CDI e deduzidos do endividamento da Docelar. O fundo Gávea deterá 28,03% e o grupo de controle da Camil, 60,25%.
"Chegamos à conclusão de que a melhor forma para gerar valor para nossa área de alimentos, seria nos associar a uma companhia com foco total em alimentos. A empresa vai continuar sendo gerida pelos nosso time de funcionários, que já têm expertise na produção dos nossos açúcares", disse o diretor de Relação com Investidores da Cosan, Marcelo Martins.
A Cosan deve receber, líquidos, entre R$ 240 milhões e R$ 250 milhões pela associação dos ativos da Cosan Alimentos com a Camil e o Gávea Investimentos. Esse valor, segundo o diretor de Relações com Investidores da Cosan, é a diferença entre os R$ 345 milhões acordados para serem pagos em três anos à Cosan descontada a dívida da Cosan Alimentos que será transferida para a Camil.
(Fabiana Batista | Valor)

maio 25, 2012

Juro cobrado por bancos cai em abril, mas inadimplência tem leve alta


 Valor

BRASÍLIA - 
A taxa média de juros das operações de crédito caiu 2 pontos percentuais entre março e abril, atingindo 35,3% ao ano, o menor nível desde dezembro de 2010, quando estava em 35% ao ano. Já a taxa de inadimplência subiu levemente.

Os dados foram divulgados nesta sexta-feira pelo Banco Central (BC). Abril foi o mês em que o governo iniciou uma cruzada pela redução das taxas bancárias.
A queda foi puxada pelas operações voltadas às pessoas físicas, cujo custo caiu 2,3 pontos percentuais, para 42,1% ao ano. Para as empresas, a média caiu de 27,7% para 26,3% ao ano.
Os spreads bancários (diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa cobrada dos clientes) recuaram de 28 pontos percentuais em março para 26,5 pontos em abril, o patamar mais baixo desde fevereiro do ano passado.
Nas operações com pessoas físicas, o spread, que era de 35,1 pontos em março, caiu para 33,2 pontos percentuais. As empresas, por sua vez, contrataram crédito com spread de 17,5 pontos em abril, ante 18,4 pontos no mês anterior.
Depois de cair em março, a taxa de inadimplência considerando os empréstimos com atraso há mais de 90 dias apresentou leve alta de 0,1 ponto percentual em abril, para 5,8%.
Esse percentual refere-se às operações de crédito que são referenciais para o cálculo da taxa média de juros, que incluiu quase todo o crédito livre. A taxa é a mesma da registrada no mês de fevereiro.
Nos empréstimos e financiamentos referenciais a empresas, a inadimplência continuou em 4,1%. No segmento de pessoas físicas, a taxa de atrasos aumentou 0,2 ponto percentual, para 7,6%, o mesmo percentual de janeiro e fevereiro deste ano e o mais alto desde dezembro de 2009 (7,71%).

BB, Bradesco e Santander: Sai ou não sai negócio?


Agenda do investidor para esta sexta-feira / (advfn)
Hoje a FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) divulga o IPC (Índice de Preços ao Consumidor), índice que mede a variação de preços para o consumidor na cidade de São Paulo com base nos gastos de quem ganha de um a vinte salários mínimos. Sai a Sondagem de Expectativas do Consumidor pela Fundação Getulio Vargas, índice que mede através de questionários a famílias as principais capitais do Brasil sobre situação econômica do país e da família, orçamento doméstico, grau de dificuldade de encontrar trabalho e intenções de compras de bens de alto valor. No Brasil o Banco Central publica a Nota de Política Monetária com os dados sobre a evolução dos agregados monetários (papel moeda, depósitos, câmbio entre outros) e operações de crédito do sistema financeiro. Nos EUA, a Universidade de Michigan/Reuters apresenta a Confiança do Consumidor, índice que revela a confiança e expectativa do consumidor em relação à economia em geral.
BB, Bradesco e Santander: Sai ou não sai negócio?
Nesta semana, circulou no mercado o rumor de que o Banco do Brasil (BBAS3) e o Bradesco (BBDC4) estariam em negociações com o Santander Brasil (SANB11) para compra de uma grande participação no banco espanhol. A informação foi veiculada pelo jornal O Estado de S.Paulo. Segundo o jornal, o Santander estaria planejando vender de 30% a 40% do capital do banco, um negócio avaliado entre 30 a 64 bilhões de Reais, dependendo do método de avaliação e o percentual vendido. O Santander estaria leiloando parte da operação brasileira para fazer frente às demandas de capital da matriz, na Espanha. No entanto, ontem, novas informações chegaram ao mercado mostrando que a presidente Dilma Rousseff teria barrado as intenções do Banco do Brasil. Dilma não gostaria de fazer o BB um concentrador no setor, o que eliminaria parte da concorrência e poderia limitar a recente queda nos spreads bancários. Agora sobra para o Bradesco a continuidade à história.

maio 23, 2012

O impacto do estouro do orçamento na margem das incorporadoras


Valor on line


Um dos temas mais atuais no segmento imobiliário é a inflação dos custos de produção. Qual o impacto desse aumento sobre as margens? Como o fenômeno do estouro do orçamento é tratado pelo método contábil adotado pelo setor?

A metodologia contábil utilizada pelo setor imobiliário - o “percentage of completion” - apresenta algumas peculiaridades. A receita vai sendo contabilizada de acordo com a venda e o ritmo da obra e não somente mediante a entrega do produto como nos demais setores.
No post “A análise do setor imobiliário e suas particularidades – parte I”, de 30/08/11, expliquei esquematicamente como ocorre o reconhecimento da receita. Há uma defasagem entre a venda e o reconhecimento da receita, que obedece também ao ritmo da construção. Essa característica leva a distorções na comparação do múltiplo P/L (preço por lucro) do setor imobiliário versus os demais segmentos. E mesmo os múltiplos de duas incorporadoras podem não ser perfeitamente comparáveis, pois as empresas podem apresentar ciclos construtivos distintos e, por consequência, os reconhecimentos de receita serão diferentes também. Para equalizar os múltiplos, indiquei, no post, uma metodologia alternativa usando o “lucro na margem”.
O método contábil também distorce o patrimônio líquido e, por sua vez, o múltiplo P/VPA (preço por valor patrimonial) e o retorno sobre o patrimônio líquido (RPL). Esses temas foram discutidos em outro post “A análise do setor imobiliário e suas particularidades – parte II”, de 31/08/11. Como a venda somente é reconhecida como receita após a construção, boa parte da venda é indicada em notas explicativas, logo fora do balanço. Logo o último patrimônio líquido se encontra desatualizado. Adicionando-se a parcela de venda fora do balanço ao último patrimônio líquido, teremos um patrimônio líquido mais atualizado, mais fidedigno. No post, indiquei uma métrica para analisar o RPL versus a taxa básica de juros da economia, a Selic.
Um tema atual do setor é o “estouro do orçamento”. Já ocorreu com várias companhias PDG, Gafisa, MRV, Cyrela, CCDI, Trisul ... O que é isso? Nada melhor do que utilizar um exemplo hipotético para explicá-lo. Elaborei o exercício a seguir originalmente em relatório da Bradesco Corretora em março de 2011.
No início da obra, a incorporadora estima quanto custará a construção. Suponhamos R$ 68, sendo R$ 10 o valor do terreno e R$ 58 a mão de obra e material. Considere que todo o projeto tenha sido vendido no primeiro dia de lançamento (t0) por R$ 100. Logo a margem bruta estimada para o projeto será de 32% ((R$100 – R$ 68) / R$100).
Em t0, o custo incorrido alcança 14,7% do estimado. Por quê? Embora a obra ainda não tenha sido iniciada, a incorporadora já pode contabilizar o preço do terreno (R$ 10). Ele representa 14,7% do total da obra (R$ 10 / R$ 68). Assim, haverá reconhecimento de R$ 14,7 como receita e a diferença de R$ 85,3 (a venda total de R$ 100 – R$ 14,7) aparecerá em nota explicativa.
Logo o lucro bruto alcançará R$ 4,7 (R$ 14,7 – R$ 10) com margem bruta de 32% (R$ 4,7 / R$ 14,7).
Abaixo, o modelo de partidas dobradas indicando os lançamentos contábeis no trimestre inicial t0.
Em t1, a obra avançou 20%. Assim o custo alcança R$ 13,6 (20% de R$ 68), sendo que R$ 10 já foram contabilizados no período anterior. R$ 3,6 são adicionados ao custo dos produtos vendidos na demonstração de resultados. R$ 20 (20% de R$ 100) já podem ser reconhecidos como receita. Como R$ 14,7 foram levados à receita em t0, em t1 mais R$ 5,3 são contabilizados. O lucro bruto agregado em t1 alcança R$ 6,4 (R$ 20 – R$ 13,6) com margem bruta de 32%, a margem esperada no início do projeto.
Mas suponha que a administração da companhia veja que o custo esperado de R$ 68 está subdimensionado. O custo total da obra agora é estimado em R$ 73.
Assim, em t1, a receita não pode mais atingir R$ 20. O gasto da obra até então de R$ 13,6 representa apenas 18,6% do total do custo (R$ 13,6 / R$ 73). Assim apenas R$ 3,9 de receita serão reconhecidos em t1 e não mais R$ 5,3. O lucro bruto acumulado despencará para R$ 5 em decorrência da menor receita. A margem acumulada cairá para 27% (R$ 5 / R$ 18,6). A margem no trimestre t1 será de apenas 8,5%. Lucro bruto de R$ 0,3 (R$ 3,9 – R$ 3,6) sobre receita de R$ 18,6.
Em t2, se a obra tiver avançado 40%, a receita agregada será de R$ 40 e o custo agregado até o momento será de R$ 29,2, sendo R$ 13,6 já incorridos anteriormente.  A partir da revisão original do custo da obra (e caso não ocorram outras), a margem total do projeto e as trimestrais permanecerão em 27%, não retornando ao nível inicial de 32%.
Em resumo, a margem no trimestre no qual ocorre a revisão apresenta forte queda – de 32% para 8,5% – mas recupera-se nos períodos posteriores. No exemplo, alcança 27%. Contudo não retorna jamais para o nível inicial de 32%.